Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@veterinariando_ Características gerais • Bactérias GRAM + • Anaeróbicas fermentativas • Saprofíticas/ telúricas (solo • Fatores de virulências – esporulação, flagelos perotríqueos (móveis) e toxinas Tétano Agentes etiológico: Clostridium tetani São bactérias GRAM + Anaeróbicos fermentativos Saprofíticas e telúricas Está presente de forma equilibrada no trato intestinal Esporulação Flagelos perotríqueos (móveis) – classificação em 11 cepas diferentes Toxina tetânica (toxinfecção) Essa bactéria produz exotoxina como a tetanolisina e a tetanospamina Tetanolisina → danifica os tecidos sadios ao redor da ferida e reduz o potencial de oxirredução, promovendo o crescimento do organismo anaeróbico Tetanospamina → é uma neurotoxina, chamada de toxina tetânica. Ela é capaz de inibir a liberação do neurotransmissor por meio da membrana pré-sináptica, por várias semanas, envolvendo dessa forma o controle motor central, a função autonômica e a junção neuromuscular. EXPLICANDO → ocorre estimulação indireta da liberação da acetilcolina, impedindo a liberação de GABA e glicina nos interneurônios medulares, que tem como função inibir a liberação de acetilcolina nos neurônios motores Os principais acometidos são: equinos, bovinos e caninos É uma toxina termolábil: 5 min a 56ºC O C. tetani é comumente encontrado na natureza sob a forma de esporos, em locais com: terra ou areia, principalmente quando contaminadas com fezes de animas, espinhos de arbustos e pequenos galhos de árvores, água putrefatas, pregos enferrujados entre outros objetos O bacilo se multiplica com mais facilidade na presença de certas substâncias (ácido lático, sais de cálcio, quinina) que reduzem o potencial de oxirredução dos tecidos A toxina entra nas terminações nervosas periféricas, liga-se de modo irreversível, então percorre de maneira retrógada ao longo dos axônios e por meio das sinapse e, finalmente, entra no sistema nervoso central. Como resultado, a liberação de transmissores inibidores das terminações nervosas é bloqueada, causando estímulos muscular sem oposição por acetilcolina e espasticidade tônica generalizada. A desinibição dos neurônios autônomos e a perda de controle da liberação de catecolamina adrenal causam instabilidade autonômica e um estado hipersimpático Frequentemente é uma ferida perfurante profunda que fornecem a anaerobiose necessária para a multiplicação do agente Os esporos podem permanecer latentes nos tecidos por algum tempo e somente produzirem doenças clínicas, quando as condições tissulares favorecerem a sua proliferação É difícil determinar porta de entrada, podendo ocorrer de diversas formas como: feridas perfurantes, introdução no trato genital durante o parto, infecção do cordão umbilical, trauma em pele, injeção de medicamentos ou vacina ou trauma O período de incubação varia de 1-2 semanas (cães e gatos) Em bovinos o período de incubação pode variar de 18h a 4 semanas Nos animais jovens, após infecção umbilical a doença pode se apresentar depois de alguns dias 1. Paralisia espástica 2. Hiperestesia grave 3. Trismo mandibular 4. Causa em bandeira 5. Orelhas em tesoura 6. Protusão da terceira pálpebra • Andar envarado, cauda em bandeira, orelha em tesoura, resposta exacerbada à estímulos mecânicos e luminosos, elevação da temperatura, protusão da pálpebra, acidose, sudorese, taquipneia, taquicardia • Paralisia de membros, animal em decúbito, pneumonia e opistótono • Trismo mandibular, marcha trôpega, dispneia, dificuldade de deglutição, hiperestesia, fotosensibilidade, prolapso de terceira pálpebra, orelhas eretas, rigidez do pescoço, sudorese, cauda em bandeira, decúbito permanente e opistótono • Inicialmente há espasmos • Paralisia espástica generalizada, trismo, rigidez de pavilhões auriculares, narinas dilatadas, sialorreia, dispneia, enoftalmia, disfagia, opistótono, hiperestasia, hipertermia e decúbito lateral permanente Dados epidemiológicos: presença de feridas, histórico de lesões ou procedimentos cirúrgicos recentes Sinais clínicos: diferenciais → depleção de cálcio ou intoxicação por estricnina Não há alterações necropsiais Tranquilização e relaxamento muscular Reduzir hiperestasia (ambiente) Hidratação e combate à acidose metabólica Neutralização da toxina circulante Eliminação do C. tetani da ferida Manter o animal em estação Limpeza e higienização do ambiente Limpeza e desinfecção de ferida Vacinação Potros → filhos de égua vacinada = 1ª dose aos 6 meses; 2ª dose após 30 dias e 3ª dose ao completar 1 ano Filhos de égua não-vacinadas = 1ª dose aos 3 meses Éguas prenhes → 4 a 6 semanas antes do parto Adultos não vacinados → 2 doses com intervalos de 1 mês Vacinação tem duração de 5 anos, importante revacinar a cada 5 anos Gangrena gasosa/edema maligno • É uma infecção que acomete de forma necrosante tecidos moles de bovinos, ovinos e caprinos • Os agentes causadores da doença são comumente encontrados em forma de esporos em pastagens, solos, alimentos de origem animal ou vegetal EDEMA MALIGNO C. septicum C. novyi C. chauvoei GANGRENA GASOSA (mais invasiva, maior produção de gás) C. perfringens A C. novyi C. chauvoei C. sordelii • Acomete animais de qualquer idade • Manejo inadequado → vacinação, tosquia, procedimentos cirúrgicos, injeção de medicamentos, mordeduras, lesões tegumentares e manobras obstétricas • Vacinação • Lesões traumáticas • Mordeduras • Injeção • Tosquia • Lesão pós-parto • Caudectomia • Coleta de sangue • Ocorre penetração dos esporos por lesões de pele • Com a anaerobiose há multiplicação de toxinas e enzimas • Essas toxinas e enzimas iram causar necrose local e difusão da toxina • Haverá formação de edema e hemorragia muscular • Produção intensa de gás com quadro de septicemia • Pode haver hemorragias viscerais e pleurais, derrames serosos e cavitários • Choque e morte • EDEMA MALIGNO – edemas de rápida progressão em grandes massas musculares, em partes baixas do abdômen com crepitação • GANGRENA GASOSA – mesmo quadro do edema maligno, porém associado a quadros mais intensos de lesão tecidual, com maior produção de gás • Animais acometidos apresentam evolução aguda e morte em 24-48h após a entrada do agente • Os sinais clínicos mais comuns são: febre, depressão, toxemia, inchaço da musculatura com crepitação e edema • A lesão muscular no início é hiperêmica, quente, macia e delimitada e posteriormente se torna escura, fria, firme e necrótica, há acúmulo de gás no tecido subcutâneo e muscular adjacente • C. perfringens tipo A – duas toxinas principais denominadas alfa e enterotoxina Toxina alfa → provoca hemólise e necrose tecidual pela hidrolise da lecitina do complexo lipoproteico da membrana plasmática das células Enterotoxina – atua na formação de poros no enterócitos e lise celular Associadas essas toxinas causam alteração da permeabilidade intestinal, acúmulo de líquidos, diarreia, desidratação, assim como mortes súbitas • Dados epidemiológicos (presença de feridas) • Sinais clínicos • Detecção direta do agente (PCR, isolamento, imunofluorescência direta) • Necropsia (filamentos bacterianos sob as membranas serosas → 6h para fazer a necropsia (invasão de clostrídeos entéricos na carcaça) • Diagnóstico diferencial: manqueira • Vacinação sistemática do rebanho com vacinas bacterinas e toxóides associados (há poucos estudos sobre a real eficiência das vacinas contra clostridioses) Carbúnculo sintomático • É um doença enfisemática de evolução aguda• O agente causador é o Clostridium chauvoei • Acomete geralmente gado jovem com 6 meses a 3 anos de idade (queda de anticorpos colostrais) • O esporos de C. chauvoei são ingeridos, desta forma as bactérias se multiplicam no intestino e de alguma forma cruzam a mucosa intestinal e invadem a circulação geral, sendo depositadas em diversos órgãos e tecidos, inclusive a musculatura esquelética • Os esporos permanecem adormecidos até que alguma lesão ao músculo crie um ambiente anaeróbico apropriado para a sua germinação e proliferação (forma vegetativa cresce e fermenta o glicogênio muscular, digere a proteína e produz gás e exotoxinas) • É um doença aguda que é capaz de causar morte em 12-36h após infecção • Pode ser observado: anorexia, hipertermia e severa claudicação • Os músculos dos membros e de outras regiões anatômicas podem estar aumentados de volume e apresentar crepitação devido a produção de gás • Doença geralmente ocorre sem histórico de traumas • Incidência é sazonal e ocorre geralmente nos meses quentes dos anos • Há surtos em bovinos após escavações de solo, sugerindo que sua manipulação pode expor e ativar esporos latentes • De forma geral as bactérias penetram no organismo através de escoriações e pequenos ferimentos produzidos por espinhos ou arame farpado, chifradas ou outros acidentes • Dados epidemiológicos (presença de feridas) • Sinais clínicos • Exames laboratoriais (detecção direta do agente, PCR, isolamento e imunofluorescência direta) • Diferencial: gangrena gasosa/edema maligno • Vacinação é a principal medida de prevenção • Vacinação de filhotes de 3 a 6 meses com reforço a cada 1 ou 2 anos • Carbúnculo sintomático: vacina de bactéria morta (bacterina) e não oferecer imunidade cruzada
Compartilhar