Buscar

APG 21 - Alterações Morfofisiológicas na Gravidez, Métodos Contraceptivos e Gravidez na Adolescência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Objetivos
 
OBJETIVO 1: Revisar as mudancas morfofisiologicas que ocorrem durante a gravidez 
OBJETIVO 2: Compreender o diagnóstico e prevencão da gravidez 
OBJETIVO 3: Analisar os impactos relacionados a gravidez na adolescencia 
1. O ovócito: 
O ovócito entra na tuba uterina por meio da expulsao da corona 
radiata do ovario para a abertura da tuba uterina 
O epitelio de revestimento ciliado das tubas cria uma fraca corrente 
que leva o ovócito para a tuba uterina 
2. Fertilização na Tuba uterina: 
Na tuba uterina ocorre a fertilizacao (10 minutos após a ejaculacao 
os espermatozoides chegam ate a ampolas das tubas uterinas 
auxiliados pelas contracoes do utero 
Antes da fertilizacao a corona radiata é removida pela acao dos 
espermatozoides (acrossoma – localizado na cabeça do 
espermatozoide, promove liberacao das enzimas proteolíticas, que 
promovem ligacao do espermatozoide a zona pelucida) 
Os 23 cromossomos não pareados do espermatozoide rapidamente 
formam o pró-núcleo masculino e então se alinham com os 23 
cromossomos não pareados do pró-núcleo feminino para formar os 
23 pares de cromossomos do oócito fertilizado ou zigoto. 
3. Transporte do Zigoto pela Tuba Uterina: 
O zigoto é transportado nas tubas uterinas de 3-5 dias, alcancando 
a cavidade uterina, durante esse tempo a sobrevivencia do 
organismo depende das secreções do epitelio da tuba 
As primeiras divisoes celulares ocorrem na tuba, assim, quando o 
zigoto passa ao utero é denominado de blastocisto. A entrada final 
no útero não ocorre até que o músculo liso no istmo relaxe sob 
influência dos crescentes níveis de progesterona proveniente do 
corpo lúteo. 
4. O blastocisto se implanta no endométrio 
O blastocisto permanece no utero por ate 3 dias, aproximadamente 
no 7º dia pos ovulacao, as celulas trofoblásticas da superficie do 
bastocisto secretam enzimas proteolíticas que digerem e liquefazem 
o endometrio adjacente. 
Em alguns dis o blastocisto invade o endometro e se liga firmemente 
a ele 
SISTEMA CARDIOCIRCULATORIO: 
Tamanho e posicao do coração: o coracao 
aumenta devido a hipertrofia do musculo cardiaco e 
aumento de volume nas camaras. Nos ultimos estagios 
da gestacao o crescimento uterino desloca o miocardio 
para cima rotacionando-o lateralmente 
Frequencia cardiaca: há um aumento dese as 
primeiras semanas que atinge pico maximo entre 28 e 
36 semanas 
Débito Cardiaco: aumento de 30-40% entre 28 e 36 
semanas, quando se estabiliza ate o parto. Durante o 
trabalho de parto ocorre aumento de cerca de 30% 
durante a fase ativa e 45% durante a fase expulsiva 
quando comparado aos valores iniciais. Essa elevacao de 
DC deve-se a um aumento da frequencia cardiaca 
concomitantemente com volume sistolico. Cada 
Morfofisiologia da Gravidez 
 
contracao eleva o debito em torno de 1-25%. O maior 
aumento ocorre após o nascimento quando pode atingir 
ate 80% dos valores iniciais. Este aumento está relacionado 
com o mecanismo de autotransfusão, aumento do retorno 
venoso pela descompressão da cava e involução do corpo 
uterino. A partir desta fase, o débito cardíaco diminui 
gradativamente voltando aos valores normais, em 
aproximadamente duas semanas importante evidencias que a 
simples adoção da porção supina induz a hipotensão em 
aproximadamente 15% das gestantes 
Resistencia vascular periferica total: reduzida 
em ate 30% a partir da 8ª até 12ª semana, mantendo-se 
nesses niveis ate o termo. 
Pressao arterial: altera-se muito pouco durante a 
gravidez. A sistolica usualmente diminui ate a metade da 
gravidez e se eleva novamente depois atinigndo niveis 
pré-gravidez. A diastolica mostra-se bem diminuida no 
inicio e com o tempo retorna aos niveis normais 
Pressao venosa: normal, come xcessao das porcoes 
inferirores do corpo, onde tende a se elevar a partir do 
2º trimestre pela acao do volume uterino nas veias cava 
e pelvica inferior 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO: 
As modificações respiratórias ocorrem principalmente pela alta 
porcentagem de progesterona no sangue e aumento do 
volume uterino, com função de atender as necessidades do 
binômio materno-fetal 
Vias aéreas superiores: ingurgitamento capilar venoso 
causando modificações na voz e dificultando a respiração, 
principalmente próximo ao termo; se intensifica em 
cardiopatas. 
Manobras como laringoscopia, intubação e colocação de 
cateter e cânulas devem ser feitos com o máximo de cuidado 
para evitar traumatismos e sangramentos 
Caixa torácica: o crescimento uterino a partir do último 
trimestre, leva a diminuição do diâmetro vertical da caixa 
torácica em até 4cm. isto é contrabalançado com o aumento 
de 2 cm no diâmetro anteroposterior e transverso. 
Consequentemente ocorre um aumento de 5 a 7 cm da 
circunferência da caixa torácica. 
Volume e capacidade pulmonar: até o 5º mês não se 
observa modificações, após, tem-se: 
• Diminuição gradativa do volume de reserva expiratório 
(VRE), volume residual (VR) e capacidade residual 
funcional (CRF) 
• A termo, estão diminuídos VRE (100-150ml) e VR (200ml) 
e a capacidade residual funcional (CRF) se encontra 
20% mais baixa que em uma não gravida 
• A capacidade inspiratória aumenta em 5% e o volume 
permanece inalterado 
• Capacidade pulmonar esta diminuída 
• Acentuado aumento do volume minuto inspiratório que 
ao termo atinge valores de até 50% 
• Aumento da ventilação alveolar e consequentemente 
diminuição de PaCO²; pH se mantem igual 
As alterações se acentuam em decúbito, casos de obesidade 
e patologias de válvula mitral 
 
 
MODIFICACOES HEMATOLOGICAS: 
A partir da 8ª semana, tem-se aumento do volume sanguíneo 
materno 
Ao termo o volume sanguíneo eterno aumenta 
aproximadamente 1.500ml (35-40% dos valores iniciais) 
Aumento do volume plasmático e hemácias 
Produz-se a anemia fisiológica da gravidez que pode ser 
evitada por meio de sulfato ferroso 
A grávida a termo está em estado de hipercoagulação pelo 
aumento dos fatores VII, VIII, X e fibrinogênio 
Plaquetas apresentam pequena queda no fim da gestação, 
mas mantem sua adesividade 
As perdas sanguíneas, por ocasião do parto vaginal, raramente 
são excessivas o que pode ser explicado pela rápida 
contração do miométrio após a dequitação e ao estado de 
hipercoagulação materna. 
Em um parto vaginal normalmente ocorre uma perda 
sanguínea média de 400 - 600 ml, enquanto nos partos 
gemelares ou nas cesarianas estas perdas são em média de 
1.000 ml 
MODIFICACOES GASTROINTESTINAIS: 
Deslocamento cefálico do estômago pelo amento do volume 
uterino, que resulta em modificação da junção gastresofágica 
podendo resultar em refluxo pelo prejuízo do EEI 
Diminuição da função da cárdia, acompanhada de aumento do 
suco gástrico propiciando refluxo gastresofágico (pirose e 
esofagite) 
Hernia hiatal pode estar presente em ate 27% das gestantes 
A ação da progesterona e o aumento uterino deslocam o 
piloro para cima e para trás, aumentando o tempo de 
esvaziamento gástrico e tornando-o mais lento 
A pressão intragástrica esta aumentada durante a ultima 
semana 
O volume do suco gástrico pode estar aumentado e com 
pH<2,5 
Como a pressão do esfíncter esofágico inferior está diminuída 
e a pressão intragástrica está muito elevada, a possibilidade de 
regurgitação é muito grande, principalmente quando o 
decúbito dorsal for adotado 
Pelos motivos expostos, toda grávida deve ser considerada 
como portadora de estômago cheio e o anestesiologista deve 
ter sempre em mente a grande possibilidade de ocorrência 
de regurgitação e vômitos mesmo ante uma simples sedação 
MODIFICACOES NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: 
a administração por via raquidiana ou epidural de um 
anestésico local deve ser menor que aquela habitualmente 
utilizada para obter-se o mesmo nível de bloqueio sensitivo na 
não grávida. 
Fagraeus observou que logo nas primeiras semanas de 
gravidez havia um aumento na dispersão do anestésico local, 
semelhante ao que ocorre no finalda gestação e nesta fase 
o útero ainda não está suficientemente aumentado para 
determinar as alterações já descritas 
Estes dois estudos indicam que durante a gestação as fibras 
nervosas ou apresentam um aumento de sensibilidade aos 
anestésicos locais ou há uma melhor difusão do anestésico 
local através da membrana 
Observações clínicas têm demonstrado que as necessidades 
de agentes inalatórios estão em geral diminuídas 40% quando 
comparadas com as não gestantes. Acredita-se que o efeito 
sedativo produzido pelos altos níveis plasmáticos de 
progesterona possa explicar estas observações 
MODIFICACOES RENAIS: 
Fluxo renal e filtração glomerular aumentam rapidamente 
durante o 1º TRI, atingindo valores de ate 50% no 4º mês. 
Clearence de creatinina (usado para avaliar a velocidade e a 
eficiência da filtração renal) está aumentado, portanto, o limite 
superior dos valores normais sanguíneos de ureia e creatinina 
estão mais baixos na gravida 
Nos últimos meses, tem-se dilatação dos cálices renais, pelve 
e ureteres pela ação da progesterona 
O crescimento uterino contribui para estase urinaria que pode 
levar a ITU na gravidez 
MODIFICACOES HEPATICAS: 
Redução da atividade da colinesterase em 24% antes d parto 
e 33% nos primeiros dias pós-parto. 
Elevação de transaminases e colesterol em 80% das 
gestantes 
Níveis plasmáticos de bilirrubinas e fluxo sanguíneo hepático 
permanecem inalterados 
 
Diminuição das tacas de proteínas total e da relação 
albumina/globulina 
MODIFICACOES NA PELE E SUAS ESTRUTURAS: 
Hiperpigmentação: presente na maioria das gravidezes, 
possibilidade de estrogênio e progesterona causarem 
estimulação melanocitica. 
Melasma: exposição ao sol, predisposição genéticas, 
fototipo de pele, fatores hormonais 
Aranhas vasculares: do 2º ao 5º mês são mais comuns 
e regridem pós parto 
Varizes: em MMII, anorretais e vulvares; ocorrem pelo 
aumento do volume sanguíneo e aumento da pressão venosa; 
geralmente regridem no pós-parto 
Estrias Gravídicas: patogênese multifatorial, resulta de 
aumento da tensa da pele, alterações na estrutura ou função 
da pele e fatores hormonais 
Cabelo: diminuição do crescimento pelos efeitos hormonais 
Unhas: crescem mais rápido, mas podem apresentar sulcos, 
queratose e onicolise (separação indolor da unha do leito 
ungueal); podem ficar quebradiças 
Gonadotropina Coriônica Humana (hCG): 
É produzido pelas células trofoblásticas entre 8-9 dias após 
fertilização 
Chega ao sangue materno e se liga aos receptores de LH 
(hormônio luteinizante); mantem a função do corpo lúteo 
evitando a descamação do endométrio e estimulando a 
produção de progesterona e estrogênio permitindo a 
sustentação do desenvolvimento inicial do embrião 
Estrogênio e progesterona: 
Secretados pelas células sinciciais trofoblásticas 
No final da gestação o estrogênio tem sua taxa aumentada 
30x em relação a taxa normal 
Altas concentrações de estrogênio causam: 
• Aumento do útero 
• Aumento das mamas 
• Aumento da genitália externa 
A progesterona tem como função: 
• Promoção do armazenamento de nutrientes nas células 
do endométrio 
• Redução da contratilidade do musculo liso uterino 
prevenindo promoção s 
• Promoção da secreção de líquidos ricos em nutrientes 
pelo epitélio das tubas uterinas que sustentam o zigoto 
antes da promoção 
• Promoção do desenvolvimento dos alvéolos das mamas 
Somatotropina Coriônica Humana 
É um terceiro hormônio placentário 
Secretado durante a 5º semana de gestação 
Função permanece desconhecida 
Ele reduz a sensibilidade a insulina e diminui a utilização de 
glicose (pode resultar em diabetes gestacional) 
Promove liberação de ácidos graxos dos estoques de gordura 
Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados de 
várias maneiras. 
Reconhecem-se dois grupos principais: 
I - Reversíveis. 
II - Definitivos. 
OS MÉTODOS REVERSÍVEIS SÃO: 
1 - Comportamentais. 
2 - De barreira. 
3 - Dispositivos intrauterinos. 
4 - Hormonais. 
5 - De emergência. 
OS MÉTODOS DEFINITIVOS SÃO OS CIRÚRGICOS: 
1 - Esterilização cirúrgica feminina. 
2 - Esterilização cirúrgica masculina 
Comportamentais: 
São métodos que exigem disciplina e planejamento, pois 
depende do reconhecimento do período fértil da mulher para 
obter ou evitar a gravidez. Também são conhecidos como 
métodos de abstinência periódica ou métodos naturais. 
Vantagens: estes métodos podem ser eficazes quando 
usado de forma correta e consistente; são mais simples e de 
baixo custo. 
Desvantagens: não protegem contra as IST/HIV/AIDS; são 
pouco eficazes no uso rotineiro ou habitual, apresentando uma 
taxa de gravidez de 20 em 100 mulheres no primeiro ano de 
uso; não estão indicados para mulheres cuja gravidez constitui 
risco de vida 
 
São eles: 
Muco cervical: auto-observação para identificar o período 
fértil através das mudanças do muco cervical e da sensação 
de umidade na vagina ao longo do ciclo menstrual 
Tabelinha: Para realização deste método, a mulher deve 
marcar em um calendário o primeiro dia de cada 
menstruação, durante seis meses, para verificar a duração 
(número de dias) de cada ciclo menstrual 
Coito interrompido: Neste método o homem retira o 
pênis da vagina um pouco antes da ejaculação e o sêmen é 
depositado longe dos genitais femininos. A possibilidade de 
falha é muito grande, pois o líquido que sai pouco antes da 
ejaculação já pode conter espermatozoides. Por isso, não é 
recomendado como único método anticoncepcional. Apenas 
em situações em que não há outro método contraceptivo 
disponível e não é possível evitar a relação sexual 
Temperatura ou curva térmica basal: Este método 
se baseia nas alterações da temperatura basal (temperatura 
do corpo em repouso) que ocorrem na mulher ao longo do 
ciclo menstrual. A temperatura basal corporal, antes da 
ovulação, permanece num determinado nível baixo; após a 
ovulação, se eleva ligeiramente e permanece nesse novo nível 
até a próxima menstruação. Ao mensurar diariamente a 
temperatura basal, é possível determinar a fase infértil pós-
ovulatória 
Barreira: 
Preservativos 
Vantagens: não faz mal à saúde; oferece grande segurança 
quando usado corretamente. 
Desvantagens: muitas pessoas se queixam de que o 
método interfere na relação sexual, mas a camisinha pode ser 
usada como um meio de aproximar e estimular a intimidade 
entre os parceiros 
Emergência: 
Conhecido como “pílula do dia seguinte”. Este método deve 
ser usado somente em situações emergenciais, para evitar 
uma gravidez indesejada após relação sexual desprotegida, e 
não de forma regular para substituir outro método 
anticoncepcional. Também está indicado para os casos em 
que ocorreu falha na utilização de algum método 
anticoncepcional, como: ruptura do preservativo, 
esquecimento de pílulas ou injetáveis, deslocamento do DIU 
ou do diafragma. A pílula apresenta compostos hormonais 
concentrados e é utilizada por alguns dias após a relação 
sexual. Está disponível na Atenção Básica. A sua eficácia está 
relacionada entre o tempo em que ocorreu a relação sexual 
e a sua administração. 
Hormonais: 
Os anticoncepcionais hormonais combinados (AHCs) podem 
ser administrados por várias vias, sendo o contraceptivo oral 
combinado (COC) o mais conhecido deles e o mais utilizado 
no Brasil e em quase todo o mundo. 
Os CHCs produzem múltiplas ações contraceptivas. A mais 
importante é a inibição da ovulação por supressão dos fatores 
liberadores de gonadotrofina hipotalâmica, o que impede a 
secreção hipofisária do hormônio folículo-estimulante (FSH) e 
do hormônio luteinizante (LH). O componente estrogênico age 
inibindo o pico FSH e, com isso, evita a seleção e o 
crescimento do folículo dominante. Além disso, ele age para 
estabilizar o endométrio e potencializar a ação do 
componente progestagênio, por meio do aumento dos 
receptores de progesterona intracelulares. Os progestogênios 
inibem a ovulação suprimindoo pico pré-ovulatório do LH, 
evitando assim a ovulação, além de produzirem espessamento 
do muco cervical para retardar a passagem dos 
espermatozoides, exercerem efeito antiproliferativo no 
endométrio, tornando-o desfavorável à implantação, e 
alterarem a secreção e a peristalse das tubas uterinas. 
Podem ser classificados de acordo com sua forma de 
administração: 
Injetável: usado mensalmente 
Anel vaginal contraceptivo: libera esteroides quando em 
contato com a vagina. O uso preconizado é que após a 
inserção seja mantido por três semanas e, então, removido 
por uma semana, e um novo anel deve ser recolocado. 
Adesivo transdérmico: patch aplicado uma vez por 
semana 
Via Oral: pode ser de 21 dias ou 28 dias 
Implante contraceptivo subdérmico: uma capsula 
que libera diariamente hormônios; ata impedindo a liberação 
do óvulos, alterando a espessura do muco e dificulta passagem 
de espermatozoides 
Dispositivos Intrauterinos (DIU): 
Os DIUs podem ser classificados em três grupos principais: 
• não medicados (DIU de Cobre) 
• hormonais contendo levonorgestrel (Mirena e 
Kyleena) 
Não Hormonal/Cobre: Os dispositivos intrauterinos têm 
múltiplos mecanismos de ação, o principal é a prevenção da 
fertilização. O DIU não medicado depende de uma reação de 
corpo estranho para sua ação contraceptiva, trata-se de 
reação inflamatória estéril que produz lesão tecidual mínima, 
porém suficiente para ser espermicida. O DIU de cobre 
consiste em um fio de prata corado com cobre. A presença 
 
de um corpo estranho e de cobre na cavidade endometrial 
causa mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, 
além de produzir modificações no muco cervical. O DIU de 
cobre é associado à resposta inflamatória aumentada com 
acréscimo de citocinas citotóxicas. Também tem efeito na 
motilidade dos espermatozoides. 
Hormonal: A ação é principalmente na cavidade uterina. 
Acredita-se que o principal mecanismo de ação do dispositivo 
intrauterino é a transformação do ambiente uterino em um 
ambiente hostil aos espermatozoides, evitando a sua chegada 
até as trompas ou tendo efeito espermicida 
Cirúrgicos: 
Ligadura das trompas 
A ligadura das trompas (laqueadura ou ligadura tubária) 
consiste em uma obstrução mecânica desta para impedir que 
os espermatozoides migrem ao encontro do óvulo, impedindo 
a fertilização. 
Vantagens: é um método muito eficaz e permanente. 
Desvantagens: não protege contra as IST/HIV/AIDS; é um 
procedimento definitivo e nem todos tem acesso a cirurgia de 
reversão, além disso, nem todos poderem realizá-la, e nem 
sempre alcança sucesso. 
Vasectomia 
A vasectomia é um procedimento cirúrgico simples, seguro e 
rápido. Consiste na ligadura dos canais deferentes, que leva a 
interrupção do fluxo de espermatozoides em direção à 
próstata e vesículas seminais para constituição do líquido 
seminal. Este procedimento não altera a vida sexual do 
homem. Apesar do esperma ejaculado não conter mais 
espermatozoide, a quantidade e o aspecto do esperma não 
se alteram. 
Vantagens: é um método muito eficaz, permanente, mais 
simples e de baixo custo. 
Desvantagens: não protege contra as IST/HIV/AIDS; é 
definitivo, nem todos tem acesso a cirurgia de reversão, e 
nem todos podem realizá-la. 
A adolescência, compreendida entre 10 e 19 anos de acordo com 
a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma fase de 
constantes mudanças e adaptações. Nas últimas duas décadas, a 
gravidez na adolescência se tornou um importante tema de 
debate e alvo de políticas públicas em todo o mundo. No Brasil, 
um em cada cinco bebês nasce de uma mãe com idade entre 
10 e 19 anos. 
Segundo a coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde da 
Mulher, Criança e Adolescente, Vanessa Vieira, a gravidez na 
adolescência é um problema de saúde pública. “Os riscos à saúde 
da mãe e bebê são muitos, como prematuridade, anemia, aborto 
espontâneo, eclâmpsia, depressão pós-parto, entre outros”, 
completa. 
Em Santa Catarina, no ano de 2018, houve 10.632 nascimentos de 
crianças filhas de mães com idade entre 15 e 19 anos, o que 
corresponde à taxa de 43,9 nascimentos para cada mil 
adolescentes nesta faixa etária, sendo inferior a taxa mundial, com 
46 nascimentos. 
De acordo com dados do Sistema de Informação sobre Nascidos 
Vivos (Sinasc), há uma diminuição de partos de mães 
adolescentes de 2014 (15%) para 2018 (11%) em Santa Catarina. 
“Esse fato ainda requer atenção do setor de saúde, pois são 
essenciais as ações de combate a gravidez na adolescência de 
forma preventiva e educativa para baixarmos ainda mais esses 
índices”, explica Carmen Lucia Martins, responsável pela área 
técnica da Saúde do Adolescente. 
No Brasil e no mundo 
Embora o número de gestações na adolescência venha caindo 
no país – passando de 721.564 (em 2000) para 434.573 (em 
2018) –, o Brasil ainda possui taxa de 68,4 nascimentos para cada 
mil adolescentes e jovens mulheres entre 15 e 19 anos. O índice 
é elevado em comparação com a taxa mundial, de 46 
nascimentos, e fica acima da média latino-americana (65,5 
nascimentos). 
O estudo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 
parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 
publicado em 2018, aponta que a gravidez na adolescência ocorre 
com maior frequência entre as meninas com menores 
escolaridade, renda e acesso a serviços públicos, além das que 
estão em situação de maior vulnerabilidade social. 
A Lei nº 13.798 sancionado dia 3 de janeiro de 2019, instituiu a 
Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência a 
ser realizada anualmente na semana que incluir o dia 1° de 
fevereiro. O objetivo é disseminar informações sobre medidas 
preventivas e educativas que contribuam para a redução da 
incidência da gravidez na adolescência. 
Educação para prevenir 
A desinformação e a falta de orientação sexual na família e na 
escola trazem sérios problemas e riscos aos adolescentes que 
vão além da gravidez não planejada. A evasão escolar, a rejeição 
familiar, a não realização do pré-natal, o aborto em condições 
inseguras, o aborto espontâneo, a mortalidade materna e 
nascimento prematuro estão entre os problemas gerados. 
Por isso é necessário a articulação de parcerias intersetoriais com 
o desenvolvimento de ações educativas em promoção de saúde, 
saúde sexual e reprodutiva, facilitando o acesso de adolescentes 
às unidades de saúde, como ocorre no Programa Saúde na 
Escola (PSE). 
Em Santa Catarina, o PSE atinge 294 municípios catarinenses. 
Em 2019 foram desenvolvidas ações em 3.589 escolas. “As ações 
têm papel fundamental ao oferecer informação sobre prevenção 
da gravidez na adolescência dentro da linha de ação sobre 
Direitos Sexuais e Reprodutivos e Prevenção das Infecções 
Sexualmente Transmissíveis e HIV/Aids”, explica Carmen Lucia. 
Ações da Atenção Primária à Saúde 
 
As Equipes de Saúde da Família da Atenção Primária a Saúde 
(ESF/APS) prestam toda orientação necessária sobre métodos 
contraceptivos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). São 
eles: injetável mensal e trimestral; pílula do dia seguinte; pílula 
combinada; puerpério; dispositivo intra uterino (DIU); aspiração 
manual intra-uterina (Amiu); e diagrama. 
Aliado a isso, a APS desenvolve ações de proteção integral à 
mãe adolescente. “É dado atendimento e acolhimento adequado 
para as meninas, adolescentes e jovens mulheres em relação às 
suas carências, bem como aos seus planos e expectativas de 
vida”, explica Vanessa Vieira. 
O atendimento é individualizado e leva em conta o momento de 
vida da adolescente, com abordagem do crescimento e 
desenvolvimento, discussão sobre o plano de vida, saúde sexual, 
planejamento familiar, saúde reprodutiva, pré-natal e seguimento 
ao longo da vida.

Continue navegando