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Clínica Cirúrgica - Abdome Agudo Obstrutivo INTRODUÇÃO: Ausência de trânsito intestinal, causa mecânica ou funcional, delgado ou cólon. Principais causas: aderências, hernias (essas duas são mais comuns) volvo de sigmoide e câncer colorretal. Suboclusão/semioclusão: obstrução parcial INTESTINO DELGADO: aderências por cirurgia ou por inflamação intracavitária recorrente, carcinomatose peritoneal (procurar na história e exame físico, cicatriz) - hénias (história de hernia que evoluiu para encarceramento) INTESTINO GROSSO: os tumores colorretais e o volvo sigmoide são as principais etiologias ( história do tumor: acima de 45 anos, sangramento digestivo , alteração o hábito intestinal) – o toque retal é muito importante para em casos de obstrução baixa- verificar ampola retal vazia ou com massas/tumor retal - volvo: torção do sigmoide sobre o eixo do mesocolon sigmoide – típica em idosos, cronicamente constipados, acamados, institucionalizados QUADRO CLÍNICO: · dor abdominal em cólica, · parada de eliminação de flatos e fezes, · náuseas e vômitos – quanto mais baixa a obstrução maior é a distensão abdominal e quanto mais alta, mais intensos e precoces serão os vômitos · ruídos hidroaéreos presentes · ampola retal vazia (porém pode acontecer de ter fezes falando a favor de um transtorno funcional ou ainda não eliminou as fezes) ID: vômitos precoces, distensão moderada, ruídos hidroaéreos abolidos EXAME FÍSICO: · distensão abdominal, · hipertimpanismo à percussão, · a ausculta abdominal numa obstrução mecânica os ruídos hidroaéreos estão fracamente aumentados (metálicos). Ruídos reduzidos = quadro funcional ou caso mecânico que já progrediu/ evoluiu (perda da viabilidade das alças.) FISIOPATOLOGIA DA OBSTRUÇÃO: 1. Fase inicial: aumento da motilidade + esforço contrátil = peristalse exacerbada 2. Fase tardia: hipotonia/atonia intestinal + esgotamento das tentativas de contração 3. A obstrução intestinal leva ao acúmulo de água, eletrólitos intraluminal e na parede intestinal 4. Esse acúmulo provoca dilatação e desequilíbrios hidroeletrolíticos além de hipovolemia podendo resultar em choque hipovolêmico, sepse ou uremia (a dilatação intestinal pode levar à translocação bacteriana contribuindo para sepse) 5. O acúmulo + a obstrução + a dilatação intestinal, aumentam a pressão abdominal e pode provocar até síndrome compartimental, logo teremos distúrbios de ventilação (devido a pressão). CONDUTA: 1. Jejum 2. Acesso venoso + cateter vesical 3. Reposição hidroeletrolítica: cristaloide/eletrólitos 4. Antibióticos (combater a translocação bacteriana – pensar em um atb que cubra gram negativos e anaeróbicos) 5. Medicamentos: analgésicos/ antiespasmódico 6. Avaliação clínica e Laboratorial 7. Descompressão: cateter nasogástrico / cateter longo Observações: A sonda nasogástrica serve para descomprimir o estomago, controle sintomático, e da distensão das alças (sonda de alto débito à passagem) o quadro de obstrução é altamente desidratante – a hidratação venosa é importantíssima para a compensação inicial do quadro clínico · A resolução clínica ocorre em até 70% dos casos · Pode haver recorrência 8. Dar seguimento com exames laboratoriais e raio x simples de abdômen RAIO X: ID = alças dilatadas ao centro da imagem, empilhamento de moedas. Cólon = alças tem distribuição periférica suas dilatações e níveis hidroaéreos são maiores, haustos colonicos – pregas não circunferenciais, incompletas nas alças. A presença de gás na ampola fecal diz a favor de obstrução mecânica e a ausência favor de transtorno funcional. TC: não solicitar em paciente com sinais de peritonite (vai atrasar, vai agravar), preferir para casos terapêuticos, tumores... TRATAMENTO DEFINITIVO: Depende da topografia da obstrução e da etiologia TRATAMENTO CIRÚRGICO: · Opção de cirurgia aberta ou videolaparoscopia · Incisão mediana ou por cicatriz prévia Procedimentos que podem ser feitos: · Lise de aderências (caso o paciente não melhore em 48 h de jejum + sonda nasogástrica) · Organização e orientação com moldagem · Derivações (anastomoses) · Operação de noble (plicatura) · Ressecções intestinais e anastomoses · Hérnia encarcerada e que obstruiu não reduz e sim retira Casos de neoplasia pode ser feito: · Colostomias, cecostomias ou ileostomias (colostomias e derivação = pacientes graves) · Desvios com entero-anastomoses · Ressecção do tumor e reconstrução (casos não metastáticos) · Operação de Hartmann ( ressecção do segmento colônico doente + colostomia proximal com fechamento do coto distal) Casos de intussuscepção - opções: · Redução e fixação ? · Ressecção com anastomose · Redução, enterotomia com polipectomia Casos de Volvo: · risco de perfuração, conduta não conservadora · Colonocopia com redução (quando não urgente) · Vídeo-laparoscopia com redução · Laparotomia com redução e fixação · Ressecção com anastomose PSEUDO-OBSTRUÇÃO OU SÍNDORME DE OGILVIE (ou íleo adinâmico) : · Obstrução baixa, grande distensão abdominal e menores vômitos, não há ruídos hidroaéreos, presença de fezes ao toque retal, raio x com dilatação predominantemente do ceco e cólon ascendente + gases na ampola retal (diferente dos outros quadros funcionais, mimetiza muito um quadro mecânico !) · Descompressão com cateter nasogástrico · Reposição hidroeletrolítica · Suspender opiáceos e outras drogas · Descompressão colonoscopia? · Parassimpaticomiméticos – neostigmina (2,5 mg IV em 3 min) (estimular peristalse, internar em ambiente intensivo devido risco de bradiarritimia grave – revertercom atropina) · Monitorização (bradicardia) · Cirurgia – ressecção - última opção.(maioria será conservador)
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