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Hadazza_Vitoria PANCREATITE AGUDA: • 19 /100.000 Brasil • 10 % Evolução Grave • 5% Mortalidade Causas: Litíase Biliar (principal causa) Álcool Dislipidemia (Tg > 1000 = alcoolismo) Medicações (Carbamazepina / tricíclicos/azatioprina) Idiopática (10%) CPRE Má Formação (Pancreas Divisum / Anelar) Trauma (crianças – queda) Hipercalcemia FISIOPATOLOGIA: Fisiologia da secreção das enzimas pancreáticas: peptídeos e ácidos graxos dos alimentos estimulam a liberação de CCK, a qual induz a liberação de enzimas pancreáticas para o lúmen duodenal. As células S do duodeno liberam secretina em resposta a acidificação – a secretina induz secreção de HCO3- das células pancreáticas. → Algumas substâncias excretadas pelo pâncreas: amilase, lipase, tripsinogênio (com ação da enteroquinase no duodeno gera tripsina), fosfolipase A2, etc. → As enzimas pancreáticas só são ativadas no meio próprio para a digestão – porém na pancreatite ocorre alguma injúria ao pâncreas (pressão, álcool... causa ambiente inflamado ) que ativa as enzimas dentro do órgão acarretando na sua “autodigestão” principalamente pela ativação do tripsinogênio, gerando mediadores inflamatórios (repercussão sistêmica). → O excesso de mediadores inflamatórios pode ocasionar em uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica = disfunção dos órgãos = morte → → Porém esse processo é autolimitado em até 90% dos casos. → a evolução clínica vai depender da gravidade da síndrome inflamatória sistêmica, haverá sinais de piora clinica decorrente da disfunção orgânica QUADRO CLÍNICO: • Dor epigástrica em barra/faixa no andar superior do abdome com irradiação para dorso + dor periumbilical • Náuseas e vômitos • Dor progressivamente intensa + queda do estado geral • Desidratação, taquicardia e hipotensão • Exame abdominal varia com gravidade • Sinais de Grey Turner e Cullen – GRAVE: hemorragia/necrose do pâncreas • Icterícia • Derrame pleural • Febre (mais raro – deterioração ) • Em situações graves pode haver peritonite Clínica Cirúrgica – Pancreatite Aguda Hadazza_Vitoria DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: DIAGNÓSTICO: AMILASE LIPASE TRIGLICERÍDEOS CÁLCIO ALBUMINA CONTROLE CLÍNICO: 1. Hemograma 2. Ureia 3. Creatinina 4. Glicose 5. TGO / TGP 6. Lactato sérico 7. Gasometria Arterial 8. PróCalcitonina → Alteração enzimática (3x o basal) (sempre maior que 300) → Amilase vr: 115 (>345) → Lipase vr: 240 (>750) → Amilase possui meia vida mais curta (acaba em 3 dias enquanto q a lipase pode continuar elevada por até 7 dias) → Pico em 24 h - Começa a alterar em 06 h. → A amilase é a primeira enzima a ser tocada, a lipase pode demorar mais para aparecer mas é mais específica → Amilase se eleva em inúmeras outras condições (ex: apendicite, colecistite, obstrução do ducto biliar comum, isquemia / obstrução intestinal, gravidez ectópica rota, disordem de glândulas hepáticas, algumas neoplasias, CAD ....) → Hiperglicemia, leucocitose e alteração de enzimas hepáticas. CRITÉRIOS DE BANKS: Presença de 2 dos 3 critérios: clínica positiva, laboratório (amilase, lipase > 3x), imagem. Ajuda “amarrar o diagnóstico (mas a clinica + enzimas aumentadas 3 x já fecham na prática – ex de dúvida: se um paciente está inconsciente ele não saberá relatar a dor, nesse caso a TC será necessaria) EXAMES DE IMAGEM: USG: permite análise de doença biliar, edema, inflamação, etc. Raio x simples : permite visualizar alça sentinela, distensão do transverso (sinal de gobiet) *, derrame pleural *patognomonico de pancreatite TC: permite confirmar diagnóstico, avaliar gravidade, e identificar complicações, edema mínimo, edema de maior volume, coleções líquidas, hemorragias, necrose, etc. Classificação da gravidade de acordo com a TC Pode- se usar o escore de balthazar: Balthazar A = pâncreas normal Balthazar B = edema de pâncreas Balthazar C = coleção líquida única Balthazar D = duas ou mais coleções ou presença de gás. Após o diagnóstico de pancreatite deveremos investigar a causa e verificar a gravidade Hadazza_Vitoria AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE Existem vários critérios que podemos utilizar: Ranson (específico para pancreatite, ajuda também para prognóstico- não levam em consideração os níveis de amilase, lipase ou bilirrubinas) Apache II Marshall SOFA Atlanta (leve, moderadamente grave e grave) Petrov (leve, moderada, grave, crítica) Imediatamente ao avaliar o paciente identificar se há Síndrome da Resposta aguda sistêmica (SIRS): FC > 90, FR > 20, leucocitose > 12.000 ou > 10% de bastões ou leucopenia < 4.000 Buscar sinais de falência orgânica – SOFA (plaquetas, PaO2/FiO2, Bilirrubinas, PAM, gasglow, creatinina ou debito urinário ml/dia) COMPLICAÇÕES: • Coleções líquidas peripancreáticas: ausência de cápsula, febre, leucocitose e dor abdominal – analisar o líquido – punção por agulha fina. • Necrose pancreática: 20% dos casos, área de baixa atenuação à TC com contraste venoso, muito associada aos casos graves, infecção associada ao volume de parênquima acometido (gás à TC) febre alta, piora progressiva e leucocitose ATB + desbridamento cirúrgico Quanto mais precoce o aparecimento, pior o prognóstico. • Ascite • Trombose venosa • Falência renal • Encefalopatia • Hipocalemia • Pseudocisto pancreático (extravasamento líquido do suco pancreático ) • Etc SINAIS DE COMPLICAÇÕES: Proteína C reativa > 150 mg/L- DOSAGEM 48 H APÓS A DOR - 80% DE CHANCE DE NECROSE APACHE II >8 RANSON >/= 3 TRATAMENTO: Estabilizar + compensar o paciente (JEJUM + HIDRATAÇÃO + ANALGESIA) ✓ Jejum absoluto ✓ Hidratação ✓ Ofertar O2 ✓ Analgesia ✓ Uso racional de antibiótico ✓ CPRE em caso de pancreatite biliar grave, colangite e obstrução biliar mantida (icterícia + aumento de FA, GGT, TGO, TGP, bilirrubina direta) ✓ Colecistectomia VPL ✓ Necrosectomia (aguardar organização do tecido, per cutânea, endoscopia, cirúrgica) Observações: jejum inicial, com retorno da dieta assim que possível (enteral ou parenteral) Hidratação venosa, vigorosa (monitorização central) é muito importante pois na pancreatite a desidratação e a perda de volume para o terceiro espaço são intensas, ela evita que o pâncreas evolua para necrose, ou caso haja necrose, preserve sua “zona de penumbra”, evitando aumento do volume necrótico. Controle de sintomas com analgesia + antieméticos A depender da gravidade, além da oferta de O2 serão necessários também serão necessárias medidas de suporte avançado de vida. Casos leves = enfermaria Moderados ou graves = CTI Grande maioria das pancreatites apresentam sinais de melhora em 3 dias e se resolvem em 7. Hadazza_Vitoria Se no terceiro dia com suporte ele não apresentar nenhuma melhora é sinal que pode haver complicações. (fazer TC + conduta conservadora se for só coleção) Se piora após o sétimo dia = TC – provável SIRS reativa – conduta conservadora A infecção na pancreatite aguda é um evento tardio – após 10º - 14º dia de curso da doença o paciente está sujeito a infecções locais da necrose ou da coleção periprancreática. – tto : inicia com antimicrobianos → após 48 h sem melhora → drenagem percutânea ou endoscópica transgástrica → falhou? → drenagem cirúrgica minimamente invasiva → falhou? Necrosectomia pancreáticacirúrgica aberta - cirurgia de ALTA morbimortalidade. NECROSECTOMIA: aguardar organização (ela é adiada por mais tempo possível – quanto mais precoce mais chances de complicações) o ideal é agurdar no mínimo 6 semanas. Pode ser por via per-cutânea, endoscópica, cirúrgica COLECISTECTOMIA: feita na alta do paciente. PANCREATITE AGUDA: FISIOPATOLOGIA: QUADRO CLÍNICO: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: EXAMES DE IMAGEM: AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE COMPLICAÇÕES: TRATAMENTO:
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