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Entrevista Ana Hellen, Ianca e Silvana 2

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UNIAVAN - CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS
CURSO DE PEDAGOGIA
ESTÁGIO III – GESTÃO ESCOLAR
Polo: Balneário Camboriú
Disciplina: Estágio III – Gestão Escolar
Curso: Pedagogia 7N
Tutora: Adriana de Freitas
Acadêmicas: Ana Hellen, Ianca Graziele e Silvana Souza.
ENTREVISTA 
Gestor Escolar no século XXI: desafios e possibilidades 
	1. Qual sua formação acadêmica? E quando começou a trabalhar na Rede Municipal de Ensino?
R: Iniciei na educação como professora em 1987 no Estado do Paraná, e em Balneário Camboriú no ano de 2008. Sou formada em Pedagogia, Pós graduações sendo em Educação Infantil, Anos Iniciais, Gestão, Orientação e Supervisão Escolar, e tenho mestrado em Educação.
2. De acordo com o seu tempo de atuação no núcleo, em sua opinião, quais foram suas maiores realizações no campo pedagógico?
R: Apesar do pouco tempo de atuação na unidade por estar como gestora interina já pude realizar atividades pedagógicas onde podemos ter momentos com toda a equipe relatando sobre as necessidades básicas dentro do contexto da educação infantil. Tivemos a oportunidade também de prestigiar uma especialista na reunião falando sobre o autismo, que é um campo que está crescendo muito na educação. Na educação especial, o autismo vem acelerando. Na palestra podemos perceber também que podemos ajustar no dia a dia algumas mudanças para essas crianças que é deixar as crianças mais no pátio externo, brincar mais, socializar mais, interagir mais, comer no refeitório, então isso são pequenos detalhes que no dia a dia a gente está colocando não como mudança, mas sim com os ajustes que está dando um resultado.
3. Como é a rotina da equipe de gestão? Segue algum cronograma das demandas mais urgentes?
R: Sim por ser uma unidade grande que atende 333 crianças, e muitos funcionários, se nós não tivermos um cronograma de trabalho e organização não funciona, mesmo com toda essa organização, ainda sim às vezes ainda precisa de mais ajuda.
 
4. Quais os principais desafios enfrentados na Gestão Escolar?
R: Os desafios são diários, hoje o maior desafio na gestão desta unidade é a quantidade de crianças com necessidades de um apoio de educação especial. Esse sim é um dos maiores desafios porque temos muitas crianças com laudo e sem esse profissional nós não temos com quem contar, por não estarem contratando. Nosso segundo grande desafio se não for o maior, é a quantidade de atestados e a falta de funcionários no dia a dia da educação infantil. A gente não fecha um dia com o quadro de funcionários completo, então sempre está faltando professor, sempre está faltando funcionários, então a gente está sempre tirando daqui para arrumar lá, quadro incompleto serviço incompleto.
5. Como a gestão do núcleo tem direcionado sua prática para valorizar os direitos de aprendizagem na Educação Infantil (Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar e Conhecer-se), o planejamento, as vivências propostas às crianças e a avaliação? 
R:Na hora atividade dos professores, dois dias são só direcionados para esses planejamentos, agora estamos organizando a semana da criança, resgatando as brincadeiras antigas com as brincadeiras atuais. Esse trabalho pedagógico precisa ser muito bem organizado. São todos os dias que ele funciona? Não. Porque priorizamos muito o pátio, porém chove muito, e por estarmos com um espaço limitado, por esta em construção do muro, então essas dificuldades sempre aparecem no decorrer dessa organização. Por isso priorizar as interações e as brincadeiras precisam ser muito bem estruturadas, direcionadas e cobradas para que isso aconteça.
6. Na sua opinião, quais os pontos mais fortes de sua gestão e o que precisa melhorar no que diz respeito às três esferas da gestão: administrativa, financeira e pedagógica?
R: Enquanto interina já é um desafio sem tamanho, pois assumi um lugar de uma gestora que foi exonerada, e que tinha um vínculo muito grande com toda a equipe. Por ela está aqui há muito tempo administrando essa unidade, também trouxe uma insegurança para o administrador que já achou que ele seria é devolvido a secretaria de educação. Então as duas primeiras semanas foram de turbulências, mas turbulência por conta desses fatos. Com mais ou menos 10 a 15 dias de trabalho eu consegui unir a equipe e falar para eles que eu não estou aqui para tirar o lugar de ninguém, eu não estou aqui para apontar ou elogiar, eu estou aqui para estar à frente dessa unidade e o que está certo será aplaudido e elogiado e o que está errado será arrumado. E dessa forma nosso trabalho começou, mas sempre se pautando nas leis, e dessa forma não há dificuldade de trabalho quando você conversa com o teu público e direciona conforme está garantido em lei, então essa é a minha função, e precisamos cumprir. Assim que cheguei aqui estava um pouco desorganizado por falta de funcionários, então organizamos tudo, e hoje eu posso dizer que eu estou muito bem vista e bem aceita mesmo em tão pouco tempo. Então estamos criando um vínculo de amizade bem grande, mas principalmente de profissionalismo. É importante frisar que administrar uma escola sem se pautar em leis não funciona, porque cada função tem a sua atribuição então quando você direciona dentro do documento legal tua atribuição, você não arruma inimizade, você não cobra nada além daquilo que é para eles fazer.
7. O que significa uma escola de Educação Infantil de qualidade? Você classifica sua escola como “de qualidade”?
R: Acredito que a maior qualidade que eu classifico a essa escola é esse olhar para a criança como criança, de estar aqui para a criança. Não servir a família, não servir ao poder legislativo ou executivo, por que estamos aqui para a criança. Então o NEI só existe por que tem a criança. Para mim educação de qualidade é quando você está a serviço de para trabalhar para a criança, porque a partir do momento que eu vim aqui, vou fazer um excelente trabalho porém não lembrar que o foco é a criança não adianta de nada. Outro ponto positivo que eu trago educação de qualidade não só para essa unidade, mas também para todas as outras é que trabalhamos com os profissionais já formados e devidamente qualificados, então isso ajuda bastante, um profissional formado e habilitado tem o conhecimento e já sabe da teoria, conhece a proposta curricular, então tudo isso são uns pontinhos que no decorrer do ano são construídos para trazer esse resultado.
8. A comunidade é participativa na instituição? De que forma acontece essa participação? Como a gestão escolar incentiva a participação da comunidade no cotidiano da escola?
R: Apesar de estar a pouco tempo no NEI pude perceber que nem todos os pais são ativos na vida escolar das crianças.
9. Quais as principais dificuldades enfrentadas no trabalho com os professores, mais especificamente no que diz respeito ao suporte e ao acompanhamento do trabalho realizado por eles?
R: Todo professor encontra uma resistência muito grande principalmente quando acontece algo novo. Então na atividade pedagógica relatei com eles que temos um currículo muito novo, ele foi escrito em 2013 e em 2021 fizemos a atualização, então não tem como eu ser uma professora do século 20 com uma criança do século 21. E essa atualização precisa ser constante. Essa resistência encontrada, pois necessita de um novo olhar para essa criança, e por muitas vezes eles acham que podem usar a mesma metodologia sempre, e esquecem que as crianças estão em constante evolução. Precisamos desconstruir para construir novamente, e esse desconstruir e muito difícil para muitos profissionais. Usar novas estratégias ajuda muito, como por exemplo deixar um painel a altura da criança, deixar que eles construam da forma deles. Estou na educação há muito tempo, não tem como usar a mesma metodologia que usei anos atrás e usar a mesma agora, não funciona. Nós professores somos muito apegados, sempre achamos que ainda é bom, que ainda dá certo. Então essa é uma das maiores dificuldades do professor, enquanto equipe gestora.
10. Como a inclusão de novas metodologias pode ajudar na qualidadedo processo de ensino e aprendizagem?
R: Esse é o foco e o canal, quando você traz novas metodologias, inclui estratégias novas e diferenciadas você já diferencia a tua didática e prática no ensino. Só o fato de você trazer algo novo, já desperta a curiosidade da criança, sai do repetitivo diário, então inovar sempre é positivo.
11. Como é realizado o processo de inclusão das crianças com deficiência ou transtorno? Quais os desafios e quais as soluções possíveis?
R: Essa ainda é uma dificuldade encontrada, não só aqui no núcleo, mas enquanto técnica pedagógica da Secretaria Municipal de Educação a gente visualiza isso no município, no estado e no Brasil. Mesmo com a formação continuada, as disciplinas nas graduações o professor sempre acha que não está pronto para receber uma criança com deficiência, independente seja ela qual for. Então à criança com laudo ou não, ainda encontramos alguns profissionais no município indecisos quanto aos cuidados dessas crianças. Esperam que o AEE dê conta de todo esse trabalho, porém essa criança é do professor, então o laudo e somente o AEE não resolve o problema. Ainda não temos essa questão tão construída dentro das nossas práticas pedagógicas, é no dia a dia que encontramos essas dificuldades, esses são os tacos mais encontrados. No caso da criança autista temos os que são muito agressivos ou aquele que não gosta de barulho, imagine uma sala de 20 e 30 crianças e você ser incluída nesse ambiente de barulho sendo que o barulho é o que mais te incomoda, isso já causa dificuldade, pois ele não aceita. Então essa criança não está inserida num ambiente que dê conta para ele, pois ele precisa de outro ambiente adequado para seu desenvolvimento e aprendizado. Então esse e um caso que precisamos estudar muito mais. 
12. E fornecido algum preparo para os pais para lidar com a inclusão dos seus filhos na escola?
R: Ao perceber que essa criança necessita de um olhar diferente, observamos, é feito um estudo de caso interno, encaminhamos essa criança para a psicóloga do departamento da educação infantil, Ao receber a psicóloga ela realiza mais estudos, comparando com o da escola, então acionamos a família para conversar. É feito o encaminhamento para todos os órgãos necessários. 
13. Quais atitudes inovadoras foram tomadas para assegurar o ensino e a aprendizagem com qualidade no contexto da pandemia e da pós pandemia?
R:Na pandemia enquanto a educação infantil foi um desafio muito grande, mantivemos vínculo com as famílias, formamos grupos de Whatsapp, na qual era o maior contato, tínhamos também a sala virtual. Porém na educação infantil não se trabalha com uma atividade, educação infantil necessita de outro olhar, outra organização de trabalho então essa educação remota ela não existe, atividade para mandar para a casa não existe. Então com a pandemia a criança distante da unidade ficou só um vínculo com a família, na pós-pandemia ao retornamos foi bem difícil por conta da insegurança de funcionários e famílias, mas aos poucos fomos vencendo. Iniciamos com meio período e depois foi aumentando. Então de degrau em degrau superamos, acredito que superamos de uma maneira muito plausível por não perder na pandemia essas famílias. Logo ao voltarmos percebemos que as crianças perderam um processo de aprendizagem, como rotina teve muita dificuldade com desfralde, bico, cheirinho, pelo fato também de saírem de um berçário e voltar num maternal, por exemplo, sendo prejudicial para ela, pelo fato da interrupção do processo, sendo necessária uma adequação no trabalho pedagógico.
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