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APG - BRONCOASPIRAÇÃO ALUNO: EDUARDO VINICIUS LINS PEREIRA 1- Revisar a morfofisiologia das estruturas envolvidas na broncoaspiração; 2- Compreender as manifestações clínicas da broncoaspiraçao; 3- Entender os exames para diagnosticar a broncoaspiração; 4- Identificar o tratamento da broncoaspiração; 5- Explicar como evitar a broncoaspiração durante a amamentação; REVISAR A MORFOFISIOLOGIA DAS ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA BRONCOASPIRAÇÃO; A via aérea superior possui localização extratorácica, ou seja, se encontra fora da caixa torácica, e é composta pelas cavidades nasais, faringe e laringe. A função do sistema respiratório é possibilitar ao organismo uma troca de gases com o ar atmosférico, assegurando ermanente concentração de O2 no sangue (necessária para as reações metabó licas) e em contrapartida servindo como via de eliminação de gases residuais, que resultam dessas reações e que são representadas pelo CO2. Esse sistema é constituído pelos tratos respiratório superior e inferior. Funções: hematose, regulação do PH sanguíneo, eliminação de calor e água, olfação, filtração, aquecimento e umedecimento do ar inspirado. · Broncoaspiração consiste na entrada de substâncias estranhas, como alimentos, saliva, líquidos, ou vômito, na via respiratória. Isso se deve a uma falha no mecanismo de defesa, que consiste no fechamento da laringe durante a deglutição. · Em resposta ao estímulo, tem-se o espasmo da laringe ou a tosse na tentativa de expelir a substância estranha. · Processos aspirativos pulmonares são responsáveis por alta morbimortalidade, principalmente, durante os três primeiros anos de vida. · Na broncoaspiração existem dois mecanismos: · A aspiração direta, que ocorre durante a deglutição e o conteúdo da orofaringe atinge as vias aéreas inferiores, provocando obstrução laríngea ou brônquica e sufocação. · Há uma alteração da resposta inflamatória local provocada pela aspiração de partículas estranhas, o que provoca um influxo de leucócitos polimorfonucleares e formação de granulomas. · O refluxo gastroesofágico com aspiração pulmonar, em que ocorre aspiração do conteúdo gástrico refluído. · Quanto mais baixo for o PH do material aspirado, maior serão as alterações provocadas. · A aspiração pulmonar pode ser aguda (acidental), que pode ocorrer desde o período neonatal até a adolescência, ou crônica (habitual), que pode ser em decorrência de um RGE com aspiração do conteúdo gástrico e alimentos, em função de um distúrbio da deglutição. E a granulação e composição do material aspirados são elementos importantes em razão das diferentes reações orgânicas que ocasionam. · Doenças neurológicas (coma e epilepsia), onde são aspirados saliva e conteúdo gástrico, podem levar a casos de aspiração crônica. · Na síndrome adeno-tonsilo-sinusal há a aspiração de secreções infectadas. · Pode ser classificada também de acordo com o tipo de material aspirado em irritativa, infecciosa e obstrutiva. · Como síndrome irritativa temos as pneumonites químicas por ácido, hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e gordura animal. Na infecciosa ocorre aspiração de saliva e secreções contaminadas. Síndromes obstrutivas são causadas por afogamento e aspiração de corpo estranho. · Aspiração de corpo estranho · É comum na primeira infância como uma patologia acidental, e deve ser sempre lembrada pelo pediatra quando estiver diante de uma síndrome bronco-pulmonar de causa incerta. · Criança pequena tende a colocar objetos na boca, e por vezes, acidentalmente, aspira-los, provocando assim desde episódios de engasgo até uma obstrução aguda e fatal das vias aéreas. · A sintomatologia típica é tosse paroxística e apneia em grau variável, com asfixia, levando à morte dependendo das características do material aspirado (volume, capacidade de lesar os tecidos e tamanho das partículas. · Se o material aspirado ficar alojado em faringe ou laringe, os sintomas aparecem em tempo variável após o acidente, podendo demorar para se manifestar. · Quando o objeto ingerido tem calibre superior ao dos brônquios, ele fica livre na traqueia, havendo o risco de o mesmo encravar-se na sub-glote. · Sinais de localização não aparecem, mas há tosse, sibilos e retração, simulando um quadro de laringite. · Em casos que o objeto tem menor calibre, a tendência é que ele se fixe no brônquio, podendo aí se encravar ou mobilizar-se posteriormente. · Sólidos são mais comumente aspirados, dentre eles, brinquedos de materiais plásticos e metálicos, e substâncias alimentícias (vegetais oleosos como amendoim e não oleosos como feijão e milho). · Dentre os líquidos temos leite, material gástrico, mecônio e água doce ou salgada (casos de afogamento). · Como material gasoso tem-se principalmente a aspiração de fumaça. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA BRONCOASPIRAÇAO; · Quadro clínico · É variado com manifestações como broncopneumonia, atelectasia, bronquiectasia, insuficiência respiratória e morte. · Quando acontece aspiração pulmonar, quatro tipos básicos de sintomas podem ocorrer; · Apneia, pneumonia aspirativa aguda, doença pulmonar crônica e distúrbios da deglutição. · Sinais sugestivos de aspiração: · Dificuldade no ato da alimentação, presença de leite na boca ou narinas nos intervalos das mamadas, engasgo, vômitos, regurgitações habituais, tosse noturna, cianose e apneia. · Presença de tosse e chiados é relatado em 80 a 100% dos casos, e por vezes, constituem os únicos elementos da história clínica. · DIAGNÓSTICO · A anamnese é de extrema importância no diagnóstico. · A tríade engasgo, sufocação e tosse está presente em 95% dos casos. · A história de aspiração do corpo estranho é relatada por 85% dos pacientes. No entanto, nem sempre a aspiração vai ser relatada, sendo necessária uma história clínica dirigida. · Como recursos auxiliares no diagnóstico temos: · Radiografia de tórax simples: alterada em 80% dos casos de crianças com corpo estranho radiopaco nas vias aéreas. · Ressonância magnética: possui grande precisão, principalmente na localização de vegetais fragmentados. · Endoscopia: confirma o diagnóstico de aspiração. · Há ainda o tratamento de emergência, que constituem as manobras utilizadas para desengasgar o paciente, melhorar a oxigenação e evitar a disseminação do material aspirado, impedindo que o paciente vá a óbito. · O tratamento se faz através da desobstrução da via aérea, seja pelas manobras de emergência, via endoscópica ou traqueostomia, que é feita quando o objeto é grande demais para ser retirado por endoscopia. · Manobra de Heimlich em bebês (de até 1 ano) e em adultos.
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