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Re�isã� de Enf�mag�m �m Saúde d� Tra�a�had� DIREITO DO TRABALHO (princípios) • A aplicação dos princípios é imprescindível para a tutela do trabalhador. • Não há consenso doutrinário sobre quais são os princípios do Direito do Trabalho, pois varia de um autor para o outro. Pr�ncí�i� da ��teçã� O princípio da regra mais favorável busca equilibrar a relação existente entre o trabalhador e o empregador. A condição mais vantajosa diz respeito ao fato de que as condições mais vantajosas estabelecidas no contrato de trabalho ou no regulamento da empresa serão incorporadas definitivamente ao contrato. Busca garantir mecanismos de proteção aos direitos mínimos estampados na legislação trabalhista. Pr�ncí�i� da ��mazia da rea�idade Se houver um confronto entre a verdade real (fatos) e a verdade formal (evidências), a primeira prevalecerá. Esse princípio está consagrado no artigo 9º da CLT, que prevê a nulidade dos atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos. Pr�ncí�i� da �na�t�a���idade c�n�ratual lesi�a O princípio da inalterabilidade contratual prejudicial também se aplica aos contratos de trabalho. A proibição de alterações contratuais desfavoráveis ao trabalhador está prevista no art. 468, da CLT. O princípio se aplica a todos os contratos de trabalho, não apenas aos que envolvem empregador e empregado. Pr�ncí�i� da �ntangi���idade salarial Em regra, o trabalhador tem direito a receber o seu salário de forma integral, sem sofrer qualquer desconto abusivo, salvo os descontos legais, como, por exemplo, a dedução do imposto de renda ou o pagamento de pensão alimentícia. Pr�ncí�i� da �rredu�i���idade salarial Veda-se ao empregador diminuir o valor “numérico” que paga a seus funcionários, salvo previsão expressa em acordo ou convenção coletiva de trabalho. O referido postulado encontra-se previsto no art. 7o, VI, da CF/88. Pr�ncí�i� da �rr�nun�ia���idade d�s d�r��t�s �ra�a�histas (�u �ndis��ni���idade, �u �nd�r�ga���idade) Os direitos trabalhistas não podem ser renunciados ou transacionados, devido à natureza imperativa das normas trabalhistas. Flexibilizar, no campo trabalhista, significa tornar maleável a rigidez dos direitos trabalhistas. A flexibilização de direitos por meio de acordo coletivo ou acordo coletivo é uma forma de negociação coletiva. Pr�ncí�i� da c�n��nuidade da r�laçã� de �m�eg� O princípio da continuidade da relação de trabalho determina que a regra é que os contratos de trabalho sejam celebrados por tempo indeterminado. A exigência de que os contratos sejam sempre escritos é a base da regra. A regra é garantir que os contratos sejam sempre escritos. O princípio da continuidade do relacionamento funcionário é a base da regra. Pri�i�i�s �e�u�iares d� d�r��t� ��cessual d� �ra�a�h� ● Princípio da simplicidade ● Princípio da informalidade ● Princípio do jus postulandi ● Princípio da oralidade ● Princípio da subsidiariedade ● Princípio da celeridade RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO Conceito Relação de trabalho De acordo com Maurício Godinho Delgado, relação de trabalho é “toda relação jurídica caracterizada por ter sua prestação essencial centrada em uma obrigação de fazer consubstanciada em labor humano” (RESENDE, 2020). A relação de trabalho é toda e qualquer forma de contratação da energia de trabalho humano que seja admissível frente ao sistema jurídico vigente (RESENDE, 2020). Doutrinariamente, relação de trabalho corresponde ao gênero do qual define como espécie a relação de emprego, na medida em que a abrangência da relação de trabalho envolve tanto a prestação de serviços subordinada quanto aquela realizada com autonomia (FREDIANI, 2011). Relação de emprego é a relação de trabalho subordinado, é o vínculo de trabalho humano sob subordinação (RESENDE, 2020). Porém, a subordinação não é o único requisito para a caracterização da relação de emprego. Também o são a prestação de trabalho por pessoa física, a pessoalidade, a onerosidade e a não eventualidade (RESENDE, 2020). Em�egad� Art. 2o Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos de atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços (CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT E NORMAS CORRELATAS, 2017). ● Profissionais liberais ● Instituições de beneficência ● Associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados Em�egad� Art. 3o Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário (CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT E NORMAS CORRELATAS, 2017). Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual (CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT E NORMAS CORRELATAS, 2017). Empregado é a pessoa física (pessoa natural) que presta serviços a outrem, serviços estes caracterizados pela pessoalidade, não eventualidade, onerosidade, subordinação e alteridade (RESENDE, 2020). Requisito para a caracterização da relação de emprego Pess�a�idade A prestação de serviço deve ser feita com pessoalidade, isto é, trata-se de uma relação intuitu persone, em que existe a necessidade de que os serviços sejam sempre prestados pessoalmente pelo empregado. Nesse caso, o empregado não pode se fazer substituir por outra pessoa. Su��d�naçã� Trata-se do elemento mais característico da relação de emprego. A subordinação consiste, basicamente, na sujeição do empregado ao poder de direção e comando exercido pelo empregador para determinar as condições de utilização da força de trabalho do empregado. Por se tratar de um conceito vago, determinar a presença do elemento em uma relação de trabalho nem sempre é tarefa fácil. Nã�-e��ntua�idade A prestação de serviços deve se dar de modo contínuo para o empregador. O contrato do trabalho é de trato sucessivo, se prolongando no tempo. On��sidade A onerosidade significa a retribuição pecuniária pelo serviço prestado pelo empregado. Quando os serviços são prestados gratuitamente não se caracteriza vínculo de emprego. VIGILÂNCIA EM SAÚDE DIVISÃO OPERACIONAL DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO BRASIL ● Vigilância epidemiológica ● Vigilância sanitária ● Vigilância ambiental ● Saúde do trabalhador Vig�lân�ia ��id�mi�lógica conjunto de ações realizadas para o conhecimento de fatores que influenciam a saúde individual ou coletiva, com o objetivo de prevenir e controlar doenças. Vig�lân�ia san�tária conjunto de ações realizadas para eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, além de intervir nos problemas sanitários ligados ao meio ambiente, meios de produção e serviços relacionados à saúde. Vig�lân�ia am�i�ntal conjunto de ações realizadas para conhecimentos dos fatores ambientais que interferem na saúde do homem, tendo como objetivo o controle dos riscos ambientais. Saúde d� �ra�a�had� conjunto de ações destinadas à promoção, proteção, recuperação e reabilitacao da saude dos trabalhadores expostos a riscos e agravos causados pelas condicoes de trabalho. Pri�i�i�s da Vig�lan�ia �m Saude d� Tra�a�had� Universalidade - Todos os trabalhadores, homens e mulheres, estão sujeitos a VISAT, independentemente do local de trabalho. Sua forma de inserção no mercado de trabalho - formal ou informal, seu vínculo empregatício - público ou privado, autônomo, doméstico, aprendiz, estagiário, ativo, afastado, aposentado e desempregado. Equidade - Serão contemplados nas ações de VISAT, todos os trabalhadores, definindo prioridade para grupos mais vulneráveis, a exemplo dos trabalhadores informais, em situação de precariedade, discriminados, ou em atividades de maior risco para a saúde, dentre outros definidos a partir dos diagnósticos locais, regionais ou nacionais e da discussão com os trabalhadores e outros sujeitos sociais de interesse na saúde dos trabalhadores, buscando superar desigualdades sociais e de saúde, considerando o respeito à éticae dignidade das pessoas, e suas especificidades e singularidades culturais e sociais. Integralidade das ações - A garantia da integralidade nas ações de VISAT inclui a articulação entre as ações individuais com ações coletivas, entre as ações de planejamento e avaliação com as práticas de saúde, e entre o conhecimento técnico e os saberes, experiências e subjetividade dos trabalhadores e destes com as respectivas práticas institucionais. Integração interinstitucional - deve ser compreendida como o exercício da transversalidade entre as políticas de saúde do trabalhador e outras políticas setoriais, como Previdência, Trabalho e Meio Ambiente, educação e justiça e aquelas relativas ao desenvolvimento econômico e social, nos âmbitos federal, estadual e municipal. Plurinstitucionalidade - Articulação, com formação de redes e sistemas, entre as instâncias de vigilância em saúde, incluindo as de saúde do trabalhador, a rede de atenção à saúde, as universidades, os centros de pesquisa e demais instituições públicas com responsabilidade na área de saúde do trabalhador, consumo e ambiente. Integração intrainstitucional - Pressupõe a integração das instancias do SUS na ação de vigilância em rede, incorporando o apoio matricial e as ações solidárias e complementares entre regiões, estados e municípios aos componentes da Vigilância em Saúde, das redes de atenção à saúde, da promoção da saúde e da educação em saúde. Responsabilidade Sanitária - Pressupõe assumir um princípio ético-político da ação em Vigilância em Saúde do Trabalhador, que compreende o entendimento de que o objetivo e a justificativa da intervenção é a melhoria das condições de trabalho e saúde. Direito do trabalhador ao conhecimento e à participação – O conhecimento e a participação dos trabalhadores são essenciais aos processos de identificação das situações de risco presentes nos ambientes de trabalho e das repercussões sobre a sua saúde, bem como na formulação, no planejamento, acompanhamento e avaliação das intervenções sobre as condições geradoras de riscos e agravos relacionados ao trabalho. Controle e participação social - Pressupõe a garantia de participação dos trabalhadores ou seus representantes na formulação, no planejamento, no acompanhamento e na avaliação das políticas e execução das ações de VISAT, nas instâncias constituídas no SUS, especificamente nos conselhos de saúde, CIST e conselhos de gestão participativa e fóruns, comissões e outras formas de organização além das constituídas no SUS. Comunicação/publicização - Refere-se à garantia de transparência das ações da VISAT, com a divulgação das informações e ações para a sociedade, preservados o anonimato e a confidencialidade das informações dentro dos princípios éticos. Hierarquização e Descentralização - Compreende a consolidação do papel do município como instância efetiva de desenvolvimento das ações de vigilância em saúde do trabalhador, integrado e apoiado pelos níveis regional, estadual e federal do Sistema Único de Saúde, em função de sua complexidade e considerando sua organização em redes e sistemas solidários. Interdisciplinaridade - Compreende os campos disciplinares distintos de saberes técnicos, com a concorrência de diferentes áreas do conhecimento e fundamentalmente o saber do trabalhador. Princípio da precaução - Compreende prevenir possíveis agravos à saúde dos trabalhadores causados pela utilização de processos produtivos e tecnologias, uso de substâncias químicas, equipamentos e máquinas entre outros, que mesmo na ausência da certeza científica formal da existência de risco grave, ou irreversível à saúde requer a implantação de medidas que possam prevenir danos, ou por precaução, a tomada de decisão de que estas tecnologias não devam ser utilizadas. Caráter transformador - Pressupõe processo pedagógico que requer a participação dos sujeitos e implica em assumir compromisso ético em busca da melhoria dos ambientes e processos de trabalho, com ações que contenham caráter proponente de mudanças, de intervenção e de regulação sobre os fatores determinantes dos problemas de saúde relacionados ao trabalho, num processo de negociação no sentido da promoção da saúde.