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Unidade I ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE PROJETOS DE ENSINO FUNDAMENTAL Profa. Eliana Chiavone Delchiaro Para começar a reflexão “Somos sempre aprendizes da profissão e estagiários da vida.” (Alves Franco). Estágio e docência, de Selma Garrido Pimenta e Maria do Socorro Lucena Lima. São Paulo: Cortez, 2010 (página 125) Objetivos da disciplina Esta disciplina caracteriza-se por: Articular teoria e prática no que diz respeito ao cotidiano das escolas de Ensino Fundamental. Entender o estágio de observação e aEntender o estágio de observação e a participação nas práticas educativas como possibilidades de compreensão da escola como cenário principal, relacionando-os às teorias educacionais. Objetivos da disciplina Constituir um campo de conhecimento que se produz na interação entre a formação inicial, a universidade e a instituição escolar. O estágio é uma articulação entre o currículo do curso de Pedagogia e a realidade escolar, problematizando-a, compreendendo suas raízes, oferecendo, assim, condições para que os acadêmicos possam constituir suas identidades como futuros professoresidentidades como futuros professores. Unidade I O conceito de docência, a atuação do acadêmico nos estágios de observação, seus desafios e dificuldades. Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, Resolução nº 4, de 13/07/2010, e ao lado elencar os objetivos do Ensino Fundamental, comentando algumas concepções imprescindíveis como criança, currículo e aprendizagem. Estágio e docência “Estágio é pra gente observar como os alunos são, pra avaliar a nossa capacidade de observar a sala de aula e transformar essa observação em relatório.” “A escola tem tantos problemas! Não vejo como ajudar! Sendo estagiário a gente nem é aluno eajudar! Sendo estagiário, a gente nem é aluno e nem é professor... Temos a impressão de que os alunos nos olham diferente, eles têm mais liberdade conosco.” “Como serei recebido na escola em que vou estagiar?” “Deve haver bastante aprendizado quando a gente leva a sério o estágio!” Estágio e docência, de Selma Garrido Pimenta e Maria do Socorro Lucena Lima. São Paulo: Cortez, 2010 (página 103 à 105). Fundamentação legal do curso de Pedagogia O Conselho Nacional de Educação (CNE) define as diretrizes curriculares para os cursos de graduação no país Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006 art. 3º “Parágrafo único. Para a formação do licenciado em Pedagogia é central:em Pedagogia é central: I. o conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania; II. a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de interesse daresultados de investigações de interesse da área educacional; III. a participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino.” Fundamentação legal do curso de Pedagogia Artigo 2º, inciso 1: “As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos ”previstos conhecimentos pedagógicos.” (grifo nosso) Fundamentação legal do curso de Pedagogia – Art. 2º Conceito de docência como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos princípios e objetivos daconceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e deaprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo. O papel do estágio Estágios e formação inicial Estágios e articulação teórico-prática O processo de aprender o ofício de ser professor é contínuo amplia o conceito da formação inicial como um ç conjunto de conhecimentos formais adquiridos na universidade e suficientes para o exercício da profissão. A escola como instituição social e organização de trabalho é o local adequado para uma formação no seu lócus onde os acadêmicos poderão recuperar a teoria apreendida e perceber o quanto a dominam ou não. A escola pode ajudar ou dificultar as atividades do estagiário Do atendimento ao acompanhamento, até a participação em reuniões e horários coletivos. Segundo Ostetto (1997), a entrada dos estagiários na instituição escolar é uma conquista, como ela mesma diz: tudo depende de “como se entra”, “pedindo licença ou invadindo”, e do quanto estamos dispostos a lidar com as novas experiências que iremos vivenciar. Observação Observar não é invadir o espaço do outro, sem pauta, sem planejamento nem devolução, e muito menos sem encontro marcado. Observar uma situação pedagógica é olhá-la, fitá-la, mirá-la, admirá-la, para ser iluminada por ela. Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por l li id d d t ã dela, na cumplicidade da construção do projeto, na cumplicidade pedagógica. (Madalena Freire, 1996, p. 14) O estagiário é um profissional em formação Ao observar a realidade, poderá confrontar as observações registradas com os conhecimentos teóricos adquiridos e ainda discuti-los com seus orientadores, colegas de curso, com os tutores de todas as disciplinastutores de todas as disciplinas. As disciplinas têm fundamentos teóricos que devem se articular à prática. Em outras palavras, caracteriza-se por um momento rico, no qual se aprende a pensar sobre a ação: teoria e práticapensar sobre a ação: teoria e prática tornam-se aliadas. A escola será o nosso cenário de reflexão De acordo com Pimenta (2002), é indiscutível a importância da reflexão no exercício da docência para a valorização da profissão docente, dos conhecimentos dos professores, do seu trabalho coletivo e das próprias escolas como espaço de formação.próprias escolas como espaço de formação. Valer-se também de vários documentos da escola: o Plano Escolar, o Projeto Político-Pedagógico, a Organização Curricular, os Planos de Aula, os Planos de Utilização dos Recursos Financeiros e os Registros das Discussões dos HoráriosRegistros das Discussões dos Horários Coletivos, que muito contribuirão para um entendimento do processo educativo como um todo. Eles são a história, a memória e a vida da escola. As observações e o registro As observações e experiências do estagiário nas instituições devem ser registradas, o que podemos chamar de registro da prática observada – o registro das atividades que serão acompanhadas e que num primeiro momentoe que, num primeiro momento, representam a narração dos fatos e a descrição dos acontecimentos a partir das observações feitas. Num segundo momento, se transformam em reflexões contextualizadas à luz dosem reflexões contextualizadas à luz dos conhecimentos adquiridos e das discussões realizadas nas oficinas, nos seminários das práticas na universidade ou nos fóruns de discussão. Escola: local de aprendizagem para o acadêmico O educador é: Leitor no sentido amplo, aquele que lê a realidade, os outros e a si próprio, interpretando, buscando seus significados. Escritor queregistra seu fazer pedagógico, questionando-o, perguntando-se sobre as hipóteses do seu pensar. Este aprendizado do registro é o maisEste aprendizado do registro é o mais poderoso instrumento da consciência pedagógica e política do educador. (Madalena Freire, 1996, p. 6) Interatividade O principal objetivo do estágio é: a) Registrar tudo o que acontece durante a observação de uma aula. b) Corrigir os cadernos dos alunos para colaborar com a professora da classe.colaborar com a professora da classe. c) Dar uma aula na ausência da professora da classe. d) Articular teoria e prática, constituindo um campo de conhecimento. e) Uma exigência legal sem fundamento, já que não conduz a boa experiência. Resposta O principal objetivo do estágio é: a) Registrar tudo o que acontece durante a observação de uma aula. b) Corrigir os cadernos dos alunos para colaborar com a professora da classe.colaborar com a professora da classe. c) Dar uma aula na ausência da professora da classe. d) Articular teoria e prática, constituindo um campo de conhecimento. e) Uma exigência legal sem fundamento, já que não conduz a boa experiência. Modalidades de estágios a) Aprendizagem pela observação e imitação. b) Aprendizagem pelo uso de técnicas. c) Aprendizagem como prática investigativa.investigativa. Aprendizagem pela observação e imitação Conforme visto em Pimenta e Lima (2010, p. 35), a aprendizagem pela imitação tem sido chamada por alguns autores de artesanal, pois é caracterizada por um modo tradicional da atuação docente tendo comoda atuação docente, tendo como fundamento considerar a realidade do ensino imutável e também a realidade da escola. Aprendizagem pela observação e imitação A prática de aprendizagem pela imitação e observação é limitada se não for acompanhada de uma recriação e reflexão. O estágio que tem por objetivo tão somente a observação e a imitação irá formar um professor incapaz de refletir e pensar sobre sua prática de uma forma mais crítica e fundamentada teoricamente. Com isso, mantém-se uma concepção tradicional do ensino em que a atividade docente se restringe a um modelo pronto (PIMENTA e LIMA, 2010). Aprendizagem pela observação e imitação A forma de aprender a profissão a partir da imitação pode ser uma etapa na formação do professor, que precisa partir de um modelo. Nunca partimos do nada! Não existe ação educativa que não prescinda de modelos, parâmetros. Isso é válido para um primeiro movimento, como ela fundamenta. Porém, espera-se que o aprendiz avance e possa recriar. (Madalena Freire 2008)(Madalena Freire, 2008). Aprendizagem pela observação e imitação “Aprender é superar modelos, recriando-os, e ao mesmo tempo, construindo o seu próprio. Superação que se constitui num longo e permanente processo de aprendizagem de imitação: copiando re(a)presentandode imitação: copiando, re(a)presentando, para depois recriar [...]. Superamos modelos reconhecendo o quanto foram importantes e fundadores de nosso saber atual, para avançarmos, ampliarmos nosso conhecimento naampliarmos nosso conhecimento, na construção de nosso voo (pensamento), tão próprio, único, original como o próprio choro ao nascer [...]” (Madalena Freire, 2008, p. 73). Aprendizagem pelo uso de técnicas Aprendizagem de técnicas, ou seja, a instrumentalização de técnicas para executar determinadas ações. A atividade de estágio, nessa visão, se resume ao “como fazer”, ao desenvolvimento de habilidades para controlar a classe, ao preenchimento de planilhas e fichas de observação, técnicas de atuação, ao repasse de atividades elaboradas por técnicos. Aprendizagem pelo uso de técnicas Conforme Pimenta (2010) reforça, o mito das técnicas e das metodologias não está presente somente no universo dos professores, mas também na instituição escolar e nas políticas dos governos. Ela chama esse movimento de pedagogiachama esse movimento de pedagogia compensatória, presente nas formações dos docentes de “treinamentos”, que visam à apresentação de pacotes prontos, de métodos e técnicas que buscam solucionar todos os problemasbuscam solucionar todos os problemas educacionais. Aprendizagem pelo uso de técnicas Outras vezes, os estagiários são utilizados como mão de obra “barata” na confecção de material didático e pedagógico para suporte de aulas. Essa atividade desvinculada de um aporte teórico também de nada contribui parateórico também de nada contribui para sua formação. É a simples aprendizagem da confecção de materiais. Teoria e prática no cenário escolar A ideia proposta é superar os modelos de estágio que dividem a atividade prática da atividade teórica, pois, ao diferenciarmos o conceito de ação (praticada pelos sujeitos) e o conceito de prática (que diz respeito às instituições) a concepção de estágio ganhainstituições), a concepção de estágio ganha um novo entendimento. O acadêmico precisa se aproximar da realidade em que vai atuar, mas só isso não basta. É preciso ir além, entendê-la, contextualizá-la, transformá-la, propor , , p p encaminhamentos, ou seja, será uma atividade teórica instrumentalizadora pela práxis docente. Será no cotidiano escolar, dos sistemas educacionais de ensino, que a práxis acontecerá. Aprendizagem como prática investigativa O exercício de pensar sobre a prática como objeto de reflexão constitui a formação de um professor que pensa no que faz e enquanto faz – é o exercício da reflexão. Dessa forma, o professor desenvolve seu pensamento na medidadesenvolve seu pensamento na medida em que constrói o conhecimento por meio da prática. O que se propõe é a busca de um novo conhecimento, confrontando as explicações existentes com as novasexplicações existentes com as novas possibilidades advindas da pesquisa estágio como campo de conhecimento investigativo. Aprendizagem como prática investigativa A formação será de um professor reflexivo aquele que é capaz de construir conhecimento por meio da reflexão, da prática, e com isso abre-se a perspectiva para o professor pesquisador, uma vez que ele vai buscar outras situações paraque ele vai buscar outras situações para responder às necessidades que emergem no cotidiano escolar. Há uma forte valorização da prática nesta perspectiva – uma prática refletida, reconhecendo o professor como produtorreconhecendo o professor como produtor de conhecimento, não separando teoria e prática, uma vez que se espera um permanente diálogo entre o conhecimento pessoal, a ação e a busca de novos encaminhamentos. Para Pimenta e Lima (2010, p. 88), o professor é: “Um profissional humano que contribui para o desenvolvimento pessoal e intersubjetivo do aluno, sendo um facilitador de seu acesso ao conhecimento, é um ser de cultura que domina sua área de especialidadedomina sua área de especialidade científica e pedagógico-educacional e seus aportes para compreender o mundo; um analista crítico da sociedade, que nela intervém com uma atividade profissional; um membro de umaprofissional; um membro de uma comunidade científica, que produz conhecimento sobre sua área e sobre a sociedade.” Para Madalena Freire (2010): Um dos pilares centrais na formação de um professor é o desenvolvimento da sua capacidade de reflexão. Esse exercício pode ser motivado pelo resgate da sua identidade. A autora sugere que o professor pode iniciar a suaprofessor pode iniciar a sua “realfabetização” pelo registro da sua própria história, ao reavivar suas lembranças, sentimentos e vivências, e com isso poderá recriar e refazer suas experiências, associando-as aosexperiências,associando as aos contextos sociais, pessoais e profissionais do momento. Consciência política do educador Alfabetizar o educador significa torná-lo um leitor da prática pedagógica, exercitando sua capacidade de entender o que está por trás daquilo que está vendo. O professor torna-se um decifrador do mundo, dando significados ao que ouve e ao que vê, ao registrar e tomar seu registro como um exercício de estudo teórico e prático, num processo contínuo e reflexivo do seu cotidianoe reflexivo do seu cotidiano. Madalena Freire (1996, p. 39) afirma: “O ato de refletir é libertador porque instrumentaliza o educador no que ele tem de mais vital: o seu pensar”. Ao refletir fundamentado pela teoria, o professor conduz o seu pensamento para uma ação transformadora, que gera um compromisso com o ato de ensinar. O professor deve saber o que ensinar, como ensinar e o seu planejamento. Registro: deixar marcas O aprendizado de observar, escrever, compartilhar, socializar suas dúvidas e valer-se de fundamentos teóricos formará um professor escritor, protagonista, autor de sua prática, recuperando seu papel de intelectual querecuperando seu papel de intelectual que estuda e tem capacidade para criar, em parceria com seus alunos, o conhecimento. Ciência da educação A observação, o registro e a reflexão tornam o professor escritor de sua prática, intelectual da educação, alguém que pode se reconhecer como um sujeito capaz de intervir e transformar a realidade em que atua buscandorealidade em que atua, buscando, pesquisando, se educando. É uma tarefa difícil, mas talvez seja a resposta para construirmos uma educação transformadora, ao tornar a reflexão uma possibilidade de se fazerreflexão uma possibilidade de se fazer ciência, ciência da educação (FREIRE, 2010). Interatividade Escolha a alternativa que se reporta ao estágio fundamentado na prática da observação, registro, reflexão e pesquisa: a) Aprendizagem pela observação e imitação. b) Aprendizagem pelo uso de técnicas. c) Aprendizagem como prática investigativa. d) Aprendizagem pela orientação e supervisãosupervisão. e) Aprendizagem pela elaboração de um projeto. Resposta Escolha a alternativa que se reporta ao estágio fundamentado na prática da observação, registro, reflexão e pesquisa: a) Aprendizagem pela observação e imitação. b) Aprendizagem pelo uso de técnicas. c) Aprendizagem como prática investigativa. d) Aprendizagem pela orientação e supervisãosupervisão. e) Aprendizagem pela elaboração de um projeto. O registro e os relatórios dos estágios Espaço do estágio como lugar de troca e interlocução de ensino e aprendizagem 1. Roteiro do estágio: a) observação e registro; b) participação; c) registro. 2. Registro do estágio: dados e caracterização da instituição; registro comentado das atividades vivenciadas; análise do Projeto Politíco-Pedagógico e da Proposta Curricular; considerações finais. 3. Reflexão e socialização da vivência de estágio. Pimenta e Lima (2010, p. 118) listaram diferentes aprendizagens durante os estágios Aprendizagens: a) do contexto; b) de chegada; c) de aprofundamento; d) do Projeto Político-Pedagógico; e) sobre a vida dos professores; f) formas de organização do processo de ensino-aprendizagem; g) sobre a sala de aula;g) sobre a sala de aula; h) sobre os saberes de investigação. Entendendo um pouco mais a escola, nosso cenário Escola como lugar de aprendizagens. Escola como um ambiente agradável, lúdico, convidativo ao estudo e à pesquisa. Escola como espaço que garante oEscola como espaço que garante o direito das crianças a viverem uma infância saudável. Quais são as concepções que embasam a escola? Qual a função social da escola? Qual a função social da escola? O Ensino Fundamental: objetivos e fundamentação legal A educação básica é um direito universal e indispensável para o exercício da cidadania. Há uma urgência na consolidação desse direito e da construção de uma escola cidadã, inclusiva solidária que possa organizarinclusiva, solidária, que possa organizar, estruturar significativamente formas de ensinar e aprender na efetivação dos direitos definidos na Constituição Federal de 88, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA 1990), na LDBENdo Adolescente (ECA 1990), na LDBEN (1996) e em vários dispositivos legais complementares que consagram ao cidadão o direito a uma educação de qualidade. LDBEN “Art. 21. A educação escolar compõe-se de: I. educação básica, formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e médio; II. educação superior.II. educação superior. Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredire fornecer lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.” Diretrizes Nacionais Gerais para a Educação Básica (DCNEB): “Art. 21. São etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento educacional: I. a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com duração de 2 (dois) anos. II. o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, é organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais.” Cuidar e educar no EF “Art. 23 [...] Parágrafo único. No Ensino Fundamental, acolher significa também cuidar e educar, como forma de garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir seque lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens.” Mais tempo para aprender Com a aprovação da Lei 11.274/2006, em 06/02/2006, que instituiu o Ensino Fundamental de nove anos de duração, ocorrerá a inclusão de um maior número de crianças no sistema educacional, portanto deve se observar não sóportanto, deve-se observar não só ingresso das crianças de seis anos no Ensino Fundamental, organizado em duas fases, como também observar que, no parágrafo único, ressalta-se que as mesmas deverão ser acolhidas no seumesmas deverão ser acolhidas no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Como posso favorecer a vivência de uma infância brincante e rica de aprendizagens? Concepções devem ser discutidas: de criança; de professor; de ensino; de aprendizagem. Para a implantação de uma proposta d ó ipedagógica. O confronto entre a realidade e o ideal As condições da realidade das escolas públicas brasileiras causam impacto a muitos acadêmicos ao confrontarem o apresentado nos discursos oficiais com os fundamentos teóricos aprendidos na universidade e o que está acontecendouniversidade e o que está acontecendo na prática da sala de aula. Por outro lado, não são divulgadas as experiências bem-sucedidas. Depoimento: “Quando cheguei à escola, não sabia analisar o que via. Era uma escola pública e eu nunca tinha vivido uma situação daquelas. Faltou merenda escolar! No meio daquela confusão, eu sentia um misto de pânico esentia um misto de pânico e incompetência, além de ver-me completamente perdido. Tinha vontade de sair correndo daquele lugar. No outro dia, eu estava doente na hora de ir para o estágio.”estágio. (PIMENTA e LIMA, 2010, p. 103) Educação: um ato político! A educaçãoé uma ação política; não é neutra, há de buscar uma coerência entre o que pensamos e o que fazemos. Não cabem mais atitudes individuais e salvacionistas, mas sim ações para enfrentar a situação agindo de formaenfrentar a situação, agindo de forma coerente entre aquilo que se acredita (ideal) e o que se pratica (realizável e desejável). O estagiário deve perceber que a escola é uma organização social que suaé uma organização social, que sua estrutura e organização estão previstas legalmente num sistema de ensino e que suas ações não acontecem no improviso – têm intencionalidade. Será possível construir uma escola com uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano? Interatividade É preciso recuperar a escola como instituição social formadora e transformadora, comprometida com o desenvolvimento de um aluno cidadão. Para tanto, é indispensável a figura do: a) Político, na elaboração de políticas publicas. b) Diretor de escola, na gestão da instituição. c) Professor, na construção de conhecimentos e fundamentos.conhecimentos e fundamentos. d) Conselho de Escola, na constituição de uma sociedade democrática. e) Secretário de Educação, garantindo políticas educacionais locais. Resposta Resposta correta: c) Professor, na construção de conhecimentos e fundamentos. Para legitimar nossas ações, é preciso recuperar a escola como instituiçãorecuperar a escola como instituição social formadora e transformadora, o papel do professor como profissional indispensável à educação e apropriar-se de conhecimentos e fundamentos que possam se transformar em força motriz para as mudanças. Concepções imprescindíveis Pensar criticamente algumas concepções que fundamentam a prática pedagógica, isto é: entender e saber colocar em prática o que é ser criança, seus direitos, qual o papel do professor, o significado do que é conhecimentoo significado do que é conhecimento, ensino, aprendizagem e o conceito de currículo são exigências para a concretização de uma prática docente crítica e condizente com as mudanças necessárias para a construção de umanecessárias para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária, inclusiva e democrática. Concepção de criança e de professor Os conceitos de criança e infância são construções históricas. O que mudou na infância de hoje? E de ontem? Pense um pouquinho em como é aPense um pouquinho em como é a infância das crianças hoje. Como foi a sua? E a de suas avós? Sem nostalgia e nem saudosismo, procure listar vantagens e desvantagens em ser criança hoje e ontemem ser criança hoje e ontem. Binômio educar e cuidar O que significa isso na prática? Integrar esses conceitos num único objetivo. Há autores que denominam as ações de cuidado como aquelas que se referem ao respeito às necessidades integrais das crianças, tais como conforto, alimentação, socialização e descanso, como também as que envolvem as necessidades emocionais e características individuais como respeito à sua identidade racial cultural e deà sua identidade racial, cultural e de gênero. Binômio educar e cuidar Há outros autores que abordam o cuidado pelo viés da ética, ou seja, como um dever que faz parte, de forma integral, de qualquer nível de ensino. Independentemente da faixa etária envolvida todos nós devemos serenvolvida, todos nós devemos ser cuidados (CAMPOS, 2009). Direito de ser criança O primeiro direito da infância e da adolescência é o de viver a especificidade desses tempos de vida, viver seu tempo humano. Esse reconhecimento avança em diferentes documentos, tais como a Convenção sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do Adolescente. O respeito à especificidade da vivência desses tempos está sendo alvo de estudos políticas e programasalvo de estudos, políticas e programas governamentais. Direito de ser criança Para Campos (2009), os primeiros anos de vida são importantes para a aprendizagem e socialização das crianças. Ao se aproximarem dos seis anos, elas se mostram curiosas e interessadas em aprender detendointeressadas em aprender, detendo condições para uma programação mais voltada às áreas do conhecimento. No entanto, isso não deve significar uma escolarização precoce. A passagem da criança aos seis anosA passagem da criança aos seis anos para o Ensino Fundamental deve ocorrer de forma harmoniosa, sem representar rupturas, e os conteúdos e métodos devem ser ajustados às suas características e potencialidades. Papel do professor No que se refere ao pensamento sobre o papel do professor, há muito já superamos a associação a uma figura maternal. Precisamos do profissional que conheça a criança, as fases de seu desenvolvimento, suas necessidades e potencialidades: um profissional da educação. O que se espera do professor é que ele seja capaz de se tornar um gestor do conhecimento, alguém capaz de se responsabilizar pela sua aprendizagem e também de ampliar e desenvolver habilidades e capacidades em seus alunos. Mudar O professor faz leituras da sua realidade, escuta atentamente seu grupo de alunos, pesquisa possibilidades de intervenção, é um aprendiz curioso para a criação de rotas autônomas pautadas em dados relevantes e significativosrelevantes e significativos. O professor em questão observa, reflete, planeja e avalia, num movimento dialético e fundamentado. Em outras palavras, a formação que se inicia na universidade vai percorrer sua trajetóriauniversidade vai percorrer sua trajetória profissional continuadamente, produzindo saberes e tornando-o autor de sua prática. Concepção de currículo e aprendizagem Temos, então, a necessidade de ampliar o entendimento: o que é currículo? Na letra da lei, encontramos a expressão de que os sujeitos dão vida ao currículo e à escola. Isso nos remete a pensar: quem são esses sujeitos?são esses sujeitos? Currículo: um rol de conteúdos organizados hierarquicamente a serem trabalhados com as crianças? O currículo também nos traz a ideia de caminho percorrido, de trajetória? Currículo A palavra currículo, tão familiar, atende a distintas concepções e deriva das mais variadas influências teóricas, que são afetadas pelos fatores socioeconômicos, políticos e culturais. Segundo Moreira e Candau (1995), o currículo deve ser entendido como os conteúdos a serem ensinados, bem como as experiências vividas pelos alunos através de planos elaborados pelos professores escolas e sistemaspelos professores, escolas e sistemas educacionais. Currículo O currículo deve ser compreendido como o conjunto de experiências vivenciadas pelas crianças nas instituições escolares que garantam oportunidades para que elas vivam o tempo da infância e da adolescência emtempo da infância e da adolescência em toda sua plenitude. Os atores envolvidos nessa rica tarefa de construção coletiva, podemos dizer que somos todos nós: alunos (colocados na centralidade da ação pedagógica)centralidade da ação pedagógica), professores, famílias, gestores, comunidade. O currículo, a LDB e as DCNEB Art. 11 das DCNEB: “A escola de Educação Básica é o espaço em que se ressignifica e se recria a cultura herdada, reconstruindo-se as identidades culturais, em que se aprende a valorizar as raízes próprias das diferentes regiões doraízes próprias das diferentes regiões do país. Parágrafo único. Essa concepção de escola exige a superação do rito escolar, desde a construção do currículo até os critérios que orientam a organização do trabalho escolar em sua multidimensionalidade; privilegiaem sua multidimensionalidade; privilegiatrocas, acolhimento e aconchego para garantir o bem-estar de crianças, adolescentes, jovens e adultos no relacionamento entre todas as pessoas.” O currículo e as DCNEB Art. 13: O currículo, assumindo como referência os princípios educacionais garantidos à educação, assegurados no artigo 4º desta Resolução, configura-se como o conjunto de valores e práticas que proporcionam ade valores e práticas que proporcionam a produção, a socialização de significados no espaço social e contribuem intensamente para a construção de identidades socioculturais dos educandos, somando: proposta curricular como experiênciasproposta curricular como experiências escolares; percurso formativo, aberto e contextualizado; concepção do espaço curricular e físico imbricados; O currículo e as DCNEB Art. 13: tempos e espaços ressignificados; escolha da abordagem didático-pedagógica disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar oupluridisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar pela escola, que oriente o Projeto Politico-Pedagógico; compreensão da matriz curricular entendida como propulsora de movimento, dinamismo curricular emovimento, dinamismo curricular e educacional, de tal modo que os diferentes campos do conhecimento possam se coadunar com o conjunto de atividades educativas; O currículo e as DCNEB Art. 13: entendimento de que eixos temáticos são uma forma de organizar o trabalho pedagógico, limitando a dispersão do conhecimento, fornecendo o cenário no qual se constroem objetos de estudo, propiciando a concretização da proposta pedagógica centrada na visão interdisciplinar, superando o isolamento das pessoas e a compartimentalização de conteúdos rígidosde conteúdos rígidos. O currículo e os Parâmetros Curriculares Os PCN têm, desse modo, a intenção de provocar debates a respeito da função da escola e reflexões sobre o que, quando, como e para que ensinar e aprender, que envolvam não apenas as escolas mas também pais governo eescolas, mas também pais, governo e sociedade. São essas definições que servem de norte para o trabalho das diferentes áreas curriculares, que estruturam o trabalho escolar + a importância emtrabalho escolar + a importância em trazer para dentro da escola e da sala de aula a discussão e o estudo de questões que preocupam a sociedade brasileira. A força do currículo É através dele que os conteúdos se materializam, ganham corpo conceitual. O professor, nesse processo, é um ator fundamental, uma vez que ele fará a mediação entre o formalmente concebido e o praticado na sala de aula, entre a cultura e a criança. Os currículos devem estar formalmente propostos em documentos que expressam a concepção da escola, daquela comunidade escolar. No entanto, ele vai se concretizando nas relações da prática, no cotidiano da realidade sociocultural em que a proposta se efetiva. Concepções de desenvolvimento humano mais presentes na educação 1. Inatista, apriorista e maturacionista Dá ênfase à maturação do organismo. O conhecimento se dá de dentro para fora. As características físicas e psicológicas As características físicas e psicológicas são herdadas geneticamente e, conforme a criança vai amadurecendo biologicamente, vai desenvolvendo suas potencialidades. Não há preocupação com a avaliação Não há preocupação com a avaliação, uma vez que a criança chegará à “maturação desejada” com o passar do tempo. Concepções de desenvolvimento humano mais presentes na educação 2. Ambientalista – behaveorista – empirismo O desenvolvimento se dá de fora para dentro. Dá ênfase ao treino e à mecanização.Dá ênfase ao treino e à mecanização. A aprendizagem se dá por cópia de modelos, sem recriação, condicionamento, castigos, estímulos e recompensas (prática ainda presente). O aluno é uma tábula rasa O aluno é uma tábula rasa. O professor tem função de observar e registrar os resultados dos alunos. Aprendizagem fragmentada. Concepções de desenvolvimento humano mais presentes na educação 3. Construtivista – interacionista O desenvolvimento se dá na interação do sujeito com o objeto. Enfatiza as relações dialéticas do sujeito com o mundo.com o mundo. A interação com os sujeitos pode gerar confrontos. Aceita o erro que possibilita o questionamento da ação. O conhecimento é visto como um processo de construção através do exercício da reflexão – o repensar e recriar valores, normas e conceitos. Concluindo, esperamos: ter deixado clara a importância de um trabalho que avance na direção de um currículo construído e estruturado numa lógica formadora, que respeite a especificidade de cada tempo de vida; ter contribuído com os fundamentos apresentados nesta unidade para uma melhor compreensão das práticas educativas, que são imprescindíveis para o conhecimento do futuro educador e com certeza permitirão uma observaçãocom certeza permitirão uma observação mais cuidadosa de nossas crianças e do nosso trabalho educativo. Interatividade Dentre as concepções apresentadas de desenvolvimento humano, qual melhor se encaixa com a visão de currículo indicada pelas DCNEB? a) Inatista. b) Behaviorista. c) Apriorista. d) Construtivista-interacionista. e) Ambientalista. Resposta Resposta correta: alternativa “d”. d) Construtivista-interacionista. A concepção interacionista leva em consideração os aspectos biológicos e ambientais para o desenvolvimentoambientais para o desenvolvimento humano, no entanto, os fatores biológicos permitem à criança agir sobre o mundo, que também a influencia na construção de suas características biológicas. É na interação com o mundo e especialmente com as pessoas que a criança construirá seu modo de agir, pensar e se tornar sujeito. ATÉ A PRÓXIMA!
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