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QUEIXA-CRIME

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1 
14 
Sumário 
QUEIXA-CRIME ................................................................................................................................................... 3 
1 - Conceito .................................................................................................................................................... 3 
2 - Base legal .................................................................................................................................................. 3 
3 - Identificação.............................................................................................................................................. 3 
4 - Legitimidade.............................................................................................................................................. 3 
5 - Prazo da ação penal privada ..................................................................................................................... 3 
6 - Requisitos da queixa-crime ....................................................................................................................... 4 
6.1 - Descrição do fato em todas as suas circunstâncias ........................................................................... 4 
6.2 - Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua identificação ................ 4 
6.3 - Classificação jurídica do fato ............................................................................................................. 4 
6.4 - Rol de testemunhas ........................................................................................................................... 5 
6.5 - Pedido de condenação....................................................................................................................... 5 
6.6 - Pedido de fixação do valor indenizatório mínimo ............................................................................. 5 
7 - Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal............................................................. 5 
8 - Endereçamento ......................................................................................................................................... 5 
9 - Estrutura da peça ...................................................................................................................................... 6 
10 - Modelo da peça ...................................................................................................................................... 6 
11 - Peça resolvida ......................................................................................................................................... 7 
Queixa-crime subsidiária – ação penal privada subsidiária da pública ........................................................... 12 
1 - Cabimento da ação privada subsidiária .................................................................................................. 12 
2 - Base legal ................................................................................................................................................ 12 
2.3 - Identificação ......................................................................................................................................... 13 
2.4 - Prazo .................................................................................................................................................... 13 
 
 
 
2 
14 
2.5 - Modelo de peça ................................................................................................................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
14 
QUEIXA-CRIME 
1 - Conceito 
A ação penal privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de seu representante legal 
Trata-se, em síntese, da petição inicial da ação penal privada e da ação penal privada subsidiária da pública. 
É a petição inicial acusatória formalizada por advogado, com poderes especiais, contratado pela vítima ou, 
em caso de sua impossibilidade, por seus representantes legais. 
Para identificar as infrações penais que serão processadas mediante queixa-crime, deve estar expressa na 
lei (no tipo penal, no capítulo onde está localizado o artigo, ou até mesmo ao final do Título da Parte Especial) 
a afirmação: “somente se procede mediante queixa”. 
2 - Base legal 
Artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º, do Código Penal 
3 - Identificação 
O ofendido/vítima de um crime de ação penal privada procura advogado para adotar a medida cabível. 
Exemplo da peça queixa-crime do XV Exame da OAB: “[...] Enrico procurou seu escritório de advocacia e 
narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo”. 
4 - Legitimidade 
A queixa-crime é ajuizada por um advogado contratado pelo ofendido ou seu representante legal, 
detentores da legitimidade para ajuizar a ação penal privada. 
Se o ofendido morre ou é declarado ausente, o direito de oferecer queixa, ou de dar prosseguimento à 
acusação, passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31 do CPP), ressalvados os casos do art. 
236, parágrafo único, do CP. 
5 - Prazo da ação penal privada 
O prazo para o oferecimento da queixa-crime é de seis meses, contados a partir da data do conhecimento 
da autoria do crime pelo ofendido ou seu representante legal (arts. 38 do CPP e 103 do CP). 
 
 
 
4 
14 
O prazo é decadencial, conforme o art. 10 do CP, computando-se o dia do começo e excluindo-se o dia final. 
Do mesmo modo, não se prorroga em face de domingo, feriado e férias. Assim, se o termo final do prazo 
cair em sábado, domingo ou feriado, o ofendido ou seu representante não poderá aguardar o primeiro dia 
útil para propor a ação penal, devendo fazê-lo no último dia útil antes do fim do prazo. 
Assim, se, por exemplo, o ofendido do crime de calúnia toma conhecimento da autoria do fato no dia 12 de 
março de 2015, a queixa-crime deverá ser oferecida até o dia 11 de setembro de 2015, sob pena de 
decadência e consequente extinção da punibilidade. 
No caso de morte ou ausência do ofendido, o prazo decadencial de seis meses começará a correr a partir da 
data em que qualquer dos sucessores elencados no art. 31 tomar conhecimento da autoria (art. 38 do CPP), 
exceto se quando a vítima morreu já tinha se operado a decadência. 
Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de seis meses a contar do encerramento do 
prazo para o Ministério Público oferecer a denúncia (arts. 29 do CPP e 100, § 3º, do CP). 
6 - Requisitos da queixa-crime 
6.1 - Descrição do fato em todas as suas circunstâncias 
Descrever o fato de forma clara e objetiva, mencionando o autor da ação (querelante) e o ofensor 
(querelado), a data, o local do fato, os meios e instrumentos empregados, a forma como foi praticado o 
crime e o motivo. 
Mencionar que a conduta do querelado constitui crime de ação penal privada, destacando e descrevendo, 
ainda, eventuais agravantes, qualificadoras ou causas de aumento de pena. 
Na hipótese de concurso de agentes, a queixa deve especificar a conduta de cada um. Assim, no caso de 
coautoria e participação, deverá ser descrita, individualmente, a conduta de cada um dos coautores e 
partícipes. 
6.2 - Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem 
sua identificação 
Qualificar é apontar o conjunto de qualidades pelas quais se possa identificar o querelado, distinguindo-o 
das demais pessoas: nome, nacionalidade, estado civil, RG, data de nascimento, filiação. 
Na prova da OAB, colocar na qualificação única e exclusivamente os dados fornecidos no enunciado da 
questão, sob pena de ter a peça zerada (podem interpretar que o candidato esteja se identificando). 
6.3 - Classificação jurídica do fato 
O autor deverá indicar o dispositivo (artigo) que se aplica ao fato imputado, não bastando a simples mençãoao nome da infração. 
 
 
 
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6.4 - Rol de testemunhas 
O momento adequado para arrolar testemunhas, consoante o disposto no art. 41, é o da propositura da 
ação, não podendo a omissão ser suprida depois, por ter incidido a preclusão. 
6.5 - Pedido de condenação 
6.6 - Pedido de fixação do valor indenizatório mínimo 
Além do pedido expresso de condenação, o querelante deve, ainda, formular pedido de fixação do valor 
mínimo para a indenização da vítima, nos termos do art. 387, IV, do CPP. 
7 - Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código 
Penal 
Arts. 138 (calúnia), 139 (difamação) e 140 (injúria), ressalvada a hipótese do art. 145 e parágrafo único, bem 
como disposto na Súmula 714 do STF. 
Art. 161, § 1º, I e II – Alteração de limites (se não usar de violência e a propriedade for particular). 
Art. 163, caput, IV do parágrafo único e art. 164 c/c o art. 167 (crime de dano). 
Art. 179 e parágrafo único – fraude à execução. 
Art. 184, caput – violação de direito autoral. 
Art. 236 – induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento. 
Art. 345 (exercício arbitrário das próprias razões – VIII Exame da OAB). 
Na peça, importante mencionar que a queixa-crime está instruída com instrumento de procuração com 
poderes especiais (art. 44 do CPP). 
8 - Endereçamento 
a) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de... (se crime da 
competência da Justiça Estadual). 
b) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal da Seção Judiciária de... (se crime da 
competência da Justiça Federal). 
c) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do... Juizado Especial Criminal da Comarca de... (se a infração 
for de menor potencial ofensivo – Lei n. 9.099/95). 
 
 
 
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14 
9 - Estrutura da peça 
a) Endereçamento: 
b) Identificação das partes: querelante e querelado. 
c) Nome da ação e fundamento legal: QUEIXA-CRIME. Arts. 30, 41, 44, todos do Código de Processo 
Penal, e 100, § 2º, do Código Penal. Jamais esquecer de fazer expressa referência à procuração com 
poderes especiais, nos termos do art. 44 do CPP. 
d) Narrativa dos fatos (“Dos Fatos”) 
e) Fundamentação (“Do Direito”) 
f) Pedido: 
• recebimento da queixa-crime; 
• citação do querelado; 
• produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; 
• a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas dos artigos 
... do CP; 
• a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do art. 387, IV, do CPP. 
g) Fechamento da peça: data, local, Advogado, OAB..., n. ... . 
10 - Modelo da peça 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... (SE CRIME 
DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... 
(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE... 
(SE A INFRAÇÃO FOR DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO – LEI N. 9.099/95) 
(6 a 10 linhas) 
FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil, profissão, RG..., residente e domiciliado..., por seu 
procurador infra-assinado, mediante procuração com poderes especiais, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME, com base nos arts. 30, 41 e 44 do Código de 
Processo Penal, e art. 100, § 2º, do Código Penal, contra CICLANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., 
profissão..., RG..., residente e domiciliado..., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I – DOS FATOS 
1º parágrafo: localizar (data, hora, local) e verbo nuclear do tipo. 
2º parágrafo: descrever como foi praticado o delito. 
3º parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras. 
II – DO DIREITO 
Mencionar o fato e atribuir o respectivo tipo penal. 
III – PEDIDO 
Ante o exposto, requer o querelante: 
 
 
 
7 
14 
a) o recebimento da queixa-crime; 
b) a citação do querelado; 
c) produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas dos artigos... 
do CP; 
e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do art. 387, IV, do CPP. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
ROL DE TESTEMUNHAS: (somente dados fornecidos no enunciado) 
1. Nome... 
2. Nome... 
Obs. 1: Se for ajuizada a queixa-crime perante o Juizado Especial Criminal, formular pedido 
também de designação de audiência preliminar ou de conciliação, conforme constou no 
XV Exame, quando caiu queixa-crime. 
Obs. 2: Como regra, a competência para processar e julgar os crimes contra a honra será 
do Juizado Especial Criminal (pois a pena máxima é a do crime de calúnia e não supera 2 
anos), seguindo o rito lá disposto. 
Obs. 3: Contudo, havendo concurso de crimes entre calúnia e difamação e/ou injúria será 
excedida a competência do JECRIM (a pena máxima superará 2 anos), devendo o processo 
seguir o rito estabelecido nos arts. 519 e seguintes do CPP. 
Obs. 4: Em caso de injúria racial (art. 140, § 3º, do CP), a pena máxima de 3 anos retira 
do JECRIM a competência para processar o fato. 
Obs. 5: Jamais esquecer de apresentar o rol de testemunhas (sem inventar nomes e dados. 
Colocar somente os fornecidos pelo enunciado). 
11 - Peça resolvida 
 (XV Exame) Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma 
das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, 
parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos 
profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo. 
No dia 19-4-2014, sábado, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com 
parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio 
de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, 
publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. 
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada 
nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador 
 
 
 
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pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma 
mensagem no perfil pessoal de Enrico. 
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: “não 
sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem 
vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua 
reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava 
bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que 
trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. 
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, 
recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil 
pessoal. 
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que estavam 
ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas 
perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Enrico 
procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à 
autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na 
Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu 
escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico,deve assisti-lo. 
Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais 
Criminais. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, 
redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as 
teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00 pontos) 
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE 
NITERÓI/RJ 
ENRICO, nacionalidade, estado civil, engenheiro, RG..., do CPF..., residente e domiciliado na Rua..., 
por meio do seu procurador infra-assinado, mediante procuração com poderes especiais em anexo, 
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente QUEIXA-CRIME, com base 
nos arts. 41 e 44 do Código de Processo Penal e art. 100, § 2º, do Código Penal, c/c o art. 30 do Código 
de Processo Penal, contra HELENA, nacionalidade, estado civil, profissão, RG..., do CPF..., residente na 
Rua..., pelos fatos a seguir expostos 
I – DOS FATOS 
No dia 19 de abril de 2014, a querelada Helena difamou e injuriou o querelante, imputando-lhe fato 
ofensivo à sua reputação, ofendendo, ainda, sua dignidade e o decoro. 
Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede 
social e está adicionada nos contatos de seu ex, por meio de seu computador pessoal, instalado em sua 
residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou no perfil pessoal de Enrico o seguinte 
comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, 
 
 
 
9 
14 
irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de 
trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, que “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 
10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário 
do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. 
Imediatamente, o querelante, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio 
de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena 
em seu perfil pessoal. 
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões injuriosas e difamantes, no 
perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou a divulgação da difamação e injúria, 
incidindo, por isso, a causa de aumento de pena prevista no art. 141, III, do Código Penal. 
II – DO DIREITO 
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha, a 
querelada praticou o crime de injúria, previsto no art. 140 do Código Penal. 
Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10 do mês passado, ele 
cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a 
empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo, a querelada praticou o crime 
de difamação, previsto no art. 139 do Código Penal. 
Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, mediante única publicação, com 
desígnios autônomos, em concurso formal imperfeito de crimes, nos termos do art. 70, segunda parte, 
do Código Penal. 
Sendo assim, percebe-se que houve uma única conduta de Helena, qual seja, uma única publicação, 
sendo certo que em tal publicação, com desígnios autônomos, Helena praticou dois crimes, a saber: 
injúria e difamação. 
III – DO PEDIDO 
Assim agindo, a querelada HELENA praticou os delitos previstos nos arts. 139 e 140, c/c o art. 141, 
III, n/f art. 70, todos do CP, razão pela qual requer o querelante: 
a) a designação de audiência preliminar ou de conciliação; 
b) a citação da querelada; 
c) o recebimento da queixa-crime; 
d) a oitiva das testemunhas arroladas; 
e) a procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada nas penas dos arts. 139 e 
140 c/c o art. 141, III, n/f com o art. 70, todos do CP; 
f) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do art. 387, IV, do CPP. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1) CARLOS; 
2) MIGUEL; 
3) RAMIREZ 
Já caiu na OAB 
(XV Exame de Ordem Unificado) Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui 
um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato 
 
 
 
10 
14 
com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet 
para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo. 
No dia 19-4-2014, sábado, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com 
parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio 
de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, 
publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. 
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada 
nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador 
pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma 
mensagem no perfil pessoal de Enrico. 
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: “não 
sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem 
vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua 
reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava 
bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que 
trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. 
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, 
recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil 
pessoal. 
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que estavam 
ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas 
perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Enrico 
procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à 
autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na 
Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu 
escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo. 
Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais 
Criminais. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, 
redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as 
teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00 pontos) 
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. 
 
O examinando deve redigir uma queixa-crime (ação penal de iniciativa privada, exclusiva ou propriamente 
dita), com fundamento no art. 41 do CPP ou no art. 100, § 2º, do CP, c/c o art. 30 do CPP, dirigida ao Juizado 
Especial Criminal de Niterói. Os crimes contra a honra narrados no enunciado são de menor potencial 
ofensivo (art. 61 da Lei n. 9.099/95). Não obstante a incidência de causa especial de aumento de pena e do 
concurso formal, a resposta penal nãoultrapassa o patamar de dois anos. Ainda em relação à competência, 
segue o entendimento da 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que, no caso de crime 
 
 
 
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contra a honra praticado por meio da internet, em redes sociais, ausentes as hipóteses do art. 109, IV e V, 
da CF/88, sendo as ofensas de caráter exclusivamente pessoal, e a conduta, dirigida a pessoa determinada 
e não a uma coletividade, afastam-se as hipóteses do dispositivo constitucional e, via de consequência, a 
competência da Justiça Federal. No campo do processo penal, como é cediço, o direito de punir pertence ao 
Estado, que o exerce ordinariamente por meio do Ministério Público. Extraordinariamente, porém, a lei 
autoriza que o ofendido proponha a ação penal (ação penal privada); nesse caso, o direito de punir não deixa 
de ser do Estado, que apenas transfere ao particular o exercício do direito de ação, como no caso dos crimes 
contra a honra (art. 145 do CP). Nesse sentido, entende-se que a queixa-crime deve apresentar as condições 
para o regular exercício do direito de ação. Como petição inicial de uma ação penal, assim como o é a 
denúncia, deve conter os mesmos requisitos que esta (art. 41 do CPP). Como principal diferença, destaca-se 
que, enquanto a denúncia é subscrita por membro do Ministério Público, a queixa-crime será proposta pelo 
ofendido ou seu representante legal (querelante), patrocinado por advogado, sendo exigida para esse ato 
processual capacidade postulatória, de tal sorte que, da procuração, devem constar poderes especiais (art. 
44 do CPP). O examinando, deveria, assim, redigir a queixa-crime de acordo com o art. 41 do Código de 
Processo Penal, observando, necessariamente, os requisitos ali estabelecidos, a saber: “a exposição do fato 
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se 
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”. Quanto à 
qualificação, deveria o examinando propor a queixa-crime em face da querelada, Helena. Em relação à 
estrutura, deveria o examinando, ainda, apresentar breve relato dos fatos descritos no enunciado, com 
exposição dos fatos criminosos (injúria e difamação) e todas as suas circunstâncias (causa de aumento de 
pena), bem como a tipificação dos delitos, praticados em concurso formal (arts. 139 e 140, c/c o art. 141, III, 
n/f art. 70, todos do CP). 
Ao final, o examinando deveria formular os seguintes pedidos: a) a procedência do pedido, com a 
consequente condenação da querelada nas penas dos arts. 139 e 140 c/c o art. 141, III, n/f com o art. 70, 
todos do CP; b) a citação da querelada; c) a oitiva das testemunhas arroladas; d) a condenação da querelada 
ao pagamento das custas e demais despesas processuais; e e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos 
termos do art. 387, IV, do CP. O examinando deveria apresentar o rol de testemunhas (indicando as 
testemunhas Carlos, Miguel e Ramirez) e datar a peça, observado o prazo decadencial de seis meses para 
propositura da queixa-crime (art. 103 do CP, c/c o art. 38 do CPP), independentemente da conclusão do 
inquérito policial, se conhecida a autoria e havendo prova da materialidade, como no caso em comento. 
 
 
 
 
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QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA – AÇÃO PENAL PRIVADA 
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
1 - Cabimento da ação privada subsidiária 
A ação penal privada subsidiária é proposta nos crimes de ação pública, condicionada ou incondicionada, 
quando o Ministério Público deixar de oferecer denúncia no prazo legal. O MP, via de regra, tem o prazo de 
cinco dias, réu preso, e 15 dias, réu solto, para oferecer a denúncia, conforme o art. 46 do CPP. 
É a única exceção prevista no próprio art. 5º, LIX, da CF, à regra da titularidade exclusiva do MP sobre a ação 
penal pública. 
O ofendido ou seu representante legal tem o lapso de seis meses para intentar a ação penal subsidiária por 
meio de queixa substitutiva, contados a partir do dia em que se esgotou o prazo para o promotor de justiça 
iniciar a ação penal pública (art. 38, parte final, do CPP, e art. 103, in fine, do CP). 
Não tem cabimento nos casos de arquivamento do inquérito policial ou das peças de informação ou, ainda, 
quando o promotor público requer a devolução dos autos à autoridade policial, requisitando a realização de 
diligências imprescindíveis para o oferecimento da denúncia. 
Portanto, a ação privada subsidiária só pode ser intentada no caso de inércia do órgão do Ministério Público, 
ou seja, quando o promotor de justiça ou procurador da República (se Justiça Federal), no prazo que lhe é 
concedido para oferecer a denúncia, não a apresenta, não requer diligência nem requer o arquivamento do 
inquérito policial. 
Dicas: 
1. Na parte do preâmbulo, destacar os fundamentos da ação penal privada subsidiária da pública 
(arts. 41, 44 c/c o art. 100, § 3º, do CP, art. 29 do CPP e art. 5º, LIX, da CF/88. 
2. A estrutura da queixa-crime subsidiária segue as mesmas sugestões expostas para queixa-crime da 
ação penal privada, com a ressalva de que se deve destacar num parágrafo específico o cabimento da 
ação penal privada subsidiária da pública (inércia do MP). 
3. Pedido: recebimento e autuação da queixa; citação do réu para apresentar resposta escrita, ser 
processado e ao final condenado; notificação das testemunhas do rol indicado para depor em juízo. 
2 - Base legal 
Artigo 5º, LIX, da CRFB/88; artigos 29, 41 e 44 do CPP c/c o art. 100, § 3º, do CP 
 
 
 
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2.3 - Identificação 
Verificando-se a inércia do Ministério Público, ou seja, que o Ministério Público, dentro do prazo do art. 46 
do CPP, não ofereceu denúncia, não promoveu pelo arquivamento do inquérito policial e não requisitou 
diligências, o ofendido/vítima de um crime de ação penal pública procura advogado para adotar a medida 
cabível. 
2.4 - Prazo 
O ofendido ou seu representante legal tem o lapso de 6 meses para intentar a ação penal subsidiária por 
meio de queixa substitutiva, contados a partir do dia em que se esgotou o prazo para o Promotor de Justiça 
iniciar a ação penal pública (art. 38, parte final, do CPP, e art. 103, in fine, do CP). 
2.5 - Modelo de peça 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE... (SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... 
(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL)30 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO... JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA 
DE... (SE A INFRAÇÃO FOR DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO – LEI N. 9.099/95) 
(6 a 10 linhas) 
FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., residente e domiciliado..., por seu 
procurador infra-assinado, mediante procuração com poderes especiais, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA, com base nos arts. 29, 41 e 44, 
todos do Código de Processo Penal, art. 100, § 3º, do Código Penal e art. 5º, LIX, da CF/88, contra 
CICLANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., residente e domiciliado..., pelos 
fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I – DOS FATOS 
1º parágrafo: localizar e verbo nuclear do tipo; 
2º parágrafo: descrever como foi praticado o delito; 
3º parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras. 
II – DO DIREITO 
Mencionar o fato e atribuir o tipo penal respectivo. 
III – PEDIDO 
Ante o exposto, requer o querelante: 
 
 
 
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a) o recebimento da queixa-crime; 
b) a citação do querelado; 
c) produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas dos artigos ... 
do CP; 
e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do art. 387, IV, do CPP. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
ROL DE TESTEMUNHAS: (somente dados fornecidos no enunciado)1. Nome… 
2. Nome...

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