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Processo Penal I 1- Concurso de jurisdição por prerrogativa de função: Aquele que possui a prerrogativa de função será julgado pelos tribunais superiores assim como a constituição federal estabelece ou a constituição estadual, ou lei orgânica do município. Foro por prerrogativa de função sempre se dará em 2ª instância, orientação que prevalece no STF. Sobre a competência constitucional do tribunal do júri, assenta-se que em um conflito entre uma competência constitucional e outra igualmente constitucional do outro lado, prevalecerá a competência por prerrogativa de função. 2- Competência do Tribunal do Júri: Em caso de concurso entre a competência do Júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do Júri. 3- Atribuições do Ministério Público: O MP deve promover e fiscalizar a execução da lei, deve ser um órgão de lei e não escravizado à lei, sendo responsável pela sua execução. Tem como responsabilidade a manutenção da ordem jurídica no Estado e a fiscalização do Poder Público em varias esferas. (Incondicionada- iniciada pelo ministério público não depende de condição nenhuma. Condicionada- poder ser iniciada pelo ministério público, mas depende da vítima fazer a denúncia e requisitar o início de um processo.). - Qual o prazo de encerramento do inquérito policial? Regra geral Art. 10, CPP. - 10 dias (indiciado preso) - Improrrogável; - 30 dias (indiciado em liberdade) – Prorrogável (art. 10, §3º, CPP); Policia Federal - Lei 5.010/66, art. 66. - 15 dias (indiciado preso) – prorrogável por apenas mais 15 dias; - 30 dias (indiciado em liberdade) – Prorrogável (art. 10, §3º, CPP, pois a Lei 5.010 nada menciona esta possibilidade); Lei de Drogas - 30 dias (indiciado preso) - prorrogável por mais 30 dias; - 90 dias (indiciado em liberdade) - prorrogável por mais 90 dias; Crimes contra a economia popular - Lei 1.521/51. - 10 dias (indiciado preso ou solto); Inquérito policial militar - CPPM - Decreto Lei 1.002/69, art. 20. - 20 dias (indiciado preso); - 40 dias (indiciado solto) - prorrogável por mais 20 dias; O Prazo do Inquérito Policial e a prisão temporária nos crimes hediondos Art. 10, CPP X art. 2º, §4º, Lei 8.072/90. Nos casos de prisão temporária em crimes hediondos o prazo é de 30 dias admitindo uma prorrogação, o que ultrapassa e muito o prazo de encerramento do inquérito policial que é de 10 dias, segundo a regra geral prevista no CPP. Em razão deste aparente conflito convencionou-se que o prazo de encerramento do inquérito policial nos casos indicados será o mesmo da prisão temporária. A regra geral (art. 10, CPP) determina 10 dias para encerramento do IP, mas a Lei 8.072, que é mais nova, determina 30 dias, podendo, inclusive, ser prorrogado. Neste conflito aparente de norma será mantido a regra da Lei 8.072, ou seja, 30 dias. - Fale sobre o arquivamento implícito, indicando se é aceito pelo ordenamento pátrio. Ocorre quando o Ministério Público, ao propor a denúncia, se omite com relação a um dos investigados (subjetivo) ou com relação a um dos fatos investigados (objetivo), recebendo o juiz a peça acusatória sem se pronunciar quanto a omissão. A maioria da doutrina e da jurisprudência não admitem o arquivamento implícito, o que autoriza a mudança da peça pelo Ministério Público. Aceitar tal tese significa burlar o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública, pois não poderá haver arquivamento sem requerimento ministerial e decisão expressa da autoridade judiciária competente. - Arquivamento implícito subjetivo: Quando quem ficou de fora da ação é um ou mais suspeitos; - Arquivamento implícito objetivo: Quando o que ficou de fora da ação é um ou mais fatos. - Fale sobre a norma processual no tempo e no espaço, indicando os princípios pertinentes. Em relação ao espaço, o legislador adotou o princípio da territorialidade como regra em nosso ordenamento jurídico, ou seja, ressalvadas as exceções trazidas pelos incisos do artigo 1° do CPP, sempre que houver uma demanda penal tramitando nos órgãos judiciários brasileiros, aplicar-se-á o CPP. No nosso direito, em relação ao tempo, foi adotado o princípio da aplicação imediata das normas processuais, sem efeito retroativo. “A lei processual penal aplicar-se-á desde, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Não há efeitos retroativos na lei processual, somente na lei penal (material) quando mais benéfica. - Denúncia anônima pode servir de base para instauração de inquérito policial? O entendimento majoritário é no sentido de que um inquérito policial não pode ser iniciado exclusivamente com base em uma denúncia anônima, visto que o art. 5°, IV CF/88 veda o anonimato. Todavia, isso não significa que essa comunicação de autoria oculta não possa originar maiores investigações. Dessa forma, é inconcebível que seja instaurado inquérito policial tendo como único elemento uma denúncia anônima, mas nada impede que, após as devidas diligências que confirmem a comunicação sem autoria, seja instaurado o inquérito policial.
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