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2013 J. Armando Pádua Lima Jr. / Suzana A. G. Pádua Lima 04/04/2013 LOGÍSTICA DE TRANSPORTE Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 1 I – Definição Segundo a FIESP transporte é o deslocamento de bens de um ponto a outro da rede logística, respeitando as restrições de integridade da carga e de confiabilidade de prazos. Não agrega valor aos produtos, mas é fundamental para que os mesmos cheguem ao seu ponto de aplicação, de forma a garantir o melhor desempenho dos investimentos dos diversos agentes econômicos envolvidos no processo. Juridicamente falando, transporte é contrato pelo qual uma parte se obriga a levar coisa ou pessoas de um local a outro mediante uma retribuição previamente estabelecida. II – Conceitos Básicos II.1 - Tipos/Modais de Transporte Os principais modais de transporte são: Rodoviário; Ferroviário; Aéreo; Marítimo ou fluvial; Tipo oleoduto (pipeline); Combinações de dois ou mais tipos. No Brasil devido ao modelo de desenvolvimento implantado a partir da década de 50 o transporte de cargas é maciçamente rodoviário, representando de 58 a 65% de toda carga transportada no país. Matriz de Transporte de Cargas – Brasil Modal Milhões (TKU) Participação % Rodoviário 485.625 61,1 Ferroviário 164.809 20,7 Aquaviário 108.000 13,6 Dutoviário 33.300 4,2 Aéreo 3.169 0,4 Total 794.903 100 Fonte CNT – Boletim Estatístico 2005 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 2 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 3 II.2 – Principais Características dos Modais de Transporte Rodoviário Rodoviário Vantagens Desvantagens Flexibilidade; Elevada cobertura geográfica; Manuseio de pequenos e grandes lotes; Muito competitivo para pequenas e médias distâncias; Investimento baixo para o operador; Rápido serviço ponto a ponto; Menores custos de embalagem; Permite comunicação via rádio; Localização por GPS; Sistemas automáticos de carga e descarga; Uso de contentores standard. Cargas limitadas à capacidade do veículo; Dependente das condições de trânsito; Dependente da infraestrutura; Dependente de regulamentação; Dependente das condições climáticas; Caro para longas distâncias; Modal mais agressivo ao meio ambiente. A flexibilidade do modal rodoviário esta ligada a condição de transportar qualquer tipo de mercadoria estando limitada somente às grandes dimensões e pesos. Além disso, somente este modal permite a entrega porta a porta, um diferencial imprescindível para o varejo. Outro fator que faz com este modal seja o mais utilizado no Brasil é o fato de nossa malha rodoviária ser maior do que qualquer outra. Apesar disto, segundo o Ministério dos Transportes em 2008 a malha rodoviária pavimentada no Brasil era de 218.642 km para um total 1.586.244 km de rodovias, o que representa, portanto, um percentual de apenas 13,8% de estradas pavimentadas. Dos 218.642 km pavimentados 61.920 km são de estradas federais (28,3%), 129.379 km são de estradas estaduais (59,2%) e 27.342 km de estradas municipais (12,5%). O Estado de São Paulo, responsável por 33,4% do PIB brasileiro apresenta uma matriz de transporte ainda mais distorcida, com 93,3 % de sua riqueza econômica sendo transportada pelas rodovias, 5,5% pelas ferrovias e 1,2 % pelos outros modais. Em São Paulo são 204 mil quilômetros de rodovias contra apenas 4,7 mil quilômetros de ferrovias e 2,4 mil quilômetros de hidrovias. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 4 Por região temos: Região Pavimentado (km) % Não Pavimentado (km) % Total % Sul 40.388 18,5 294.361 21,5 334.749 21,1 Sudeste 73.258 33,5 455.978 33,3 529.236 33,4 Centro- Oeste 28.273 12,9 159.387 11,6 187.660 11,8 Nordeste 57.731 26,4 363.625 26,6 421.356 26,7 Norte 18.992 8,7 94.251 7,0 113.243 7,0 Total 218.642 100 1.367.602 100 1.586.244 100 Fonte: Ministério dos Transportes – Anuário Estatístico 2009 II.3 - Tipos de veículos de carga: Veículo Urbano de Carga (VUC): O VUC é o caminhão de menor porte, mais apropriado para áreas urbanas. Esta característica de veículo deve respeitar as seguintes características: largura máxima de 2,2 metros; comprimento máximo de 6,3 metros e limite de emissão de poluentes. A capacidade do VUC é de 3 toneladas. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://images.quebarato.com.br/T440x/vendo+hr+08+08+c+bau+isotermico+vuc+iveco+delivery+caminhon+sorocaba+sp+brasil__395680_1.jpg&imgrefurl=http://www.quebarato.com.br/vendo-hr-08-08-c-bau-isotermico-vuc-iveco-delivery-caminhon__395680.html&usg=__PfKWxiS45OnhFBoqcGSQcm8Fx-c=&h=330&w=440&sz=21&hl=pt-BR&start=6&zoom=1&tbnid=VSe0_tS_kI2k6M:&tbnh=95&tbnw=127&ei=PabFTZP8CZKitgfij-GyBA&prev=/search?q=vuc&hl=pt-BR&biw=1362&bih=497&gbv=2&tbm=isch&itbs=1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://images.quebarato.com.br/T440x/vendo+hr+08+08+c+bau+isotermico+vuc+iveco+delivery+caminhon+sorocaba+sp+brasil__395680_1.jpg&imgrefurl=http://www.quebarato.com.br/vendo-hr-08-08-c-bau-isotermico-vuc-iveco-delivery-caminhon__395680.html&usg=__PfKWxiS45OnhFBoqcGSQcm8Fx-c=&h=330&w=440&sz=21&hl=pt-BR&start=6&zoom=1&tbnid=VSe0_tS_kI2k6M:&tbnh=95&tbnw=127&ei=PabFTZP8CZKitgfij-GyBA&prev=/search?q=vuc&hl=pt-BR&biw=1362&bih=497&gbv=2&tbm=isch&itbs=1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://images.quebarato.com.br/T440x/vendo+hr+08+08+c+bau+isotermico+vuc+iveco+delivery+caminhon+sorocaba+sp+brasil__395680_1.jpg&imgrefurl=http://www.quebarato.com.br/vendo-hr-08-08-c-bau-isotermico-vuc-iveco-delivery-caminhon__395680.html&usg=__PfKWxiS45OnhFBoqcGSQcm8Fx-c=&h=330&w=440&sz=21&hl=pt-BR&start=6&zoom=1&tbnid=VSe0_tS_kI2k6M:&tbnh=95&tbnw=127&ei=PabFTZP8CZKitgfij-GyBA&prev=/search?q=vuc&hl=pt-BR&biw=1362&bih=497&gbv=2&tbm=isch&itbs=1 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 5 Toco ou caminhão semipesado: caminhão que tem eixo simples na carroceria, ou seja, um eixo frontal e outro traseiro de rodagem simples. Sua capacidade é de até 6 toneladas, tem peso bruto máximo de 16 toneladas e comprimento máximo de 14 metros. Truck ou caminhão pesado: caminhão que tem o eixo duplo na carroceria, ou seja, dois eixos juntos. O objetivo é poder carregar carga maior e proporcionar melhor desempenho ao veículo. Um dos eixos traseiros deve necessariamente receber a força do motor. Sua capacidade é de 10 a 14 toneladas, possui peso bruto máximo de 23 toneladas e seu comprimento é também de 14 metros, como no caminhão toco. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.soluctionexpress.com.br/image/CAMINHATOCO.JPG&imgrefurl=http://www.soluctionexpress.com.br/locacao.htm&usg=__GUIrDNz96Adh3k3Mc_oI396QcFA=&h=258&w=378&sz=16&hl=pt-BR&start=5&zoom=1&tbnid=QcDfSofKF-0PrM:&tbnh=83&tbnw=122&ei=lKfFTYe1IIKWtweHm72UBA&prev=/search?q=caminh%C3%A3o+toco&hl=pt-BR&biw=1362&bih=497&gbv=2&tbm=isch&itbs=1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://images04.olx.com.br/ui/3/47/88/52933988_3.jpg&imgrefurl=http://jundiai.olx.com.br/caminhao-truck-14170-iid-52933988&usg=__t8hqTFLUyeMLK5r6KHfurTtjA-U=&h=469&w=625&sz=45&hl=pt-BR&start=6&zoom=1&tbnid=TznxSEdPlo1usM:&tbnh=102&tbnw=136&ei=NKnFTb_tJNOitgfFpYmMBA&prev=/search?q=caminh%C3%A3o+truck&hl=pt-BR&biw=1362&bih=497&gbv=2&tbm=isch&itbs=1 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Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 6 Carretas: são uma categoria em que uma parte possui a força motriz (motor), rodas de tração e a cabine do motorista e a outra parte recebe a carga. A parte motriz recebe o nome de cavalo mecânico, e este pode ser acoplado a diferentes tipos de módulos de carga, chamados de semirreboque. Veja abaixo alguns modelos: Cavalo Mecânico ou caminhão extrapesado: é o conjunto formado pela cabine, motor e rodas de tração do caminhão com eixo simples (apenas 2 rodas de tração). Pode ser engatado em vários tipos de carretas e semirreboques, para o transporte. Cavalo Mecânico Trucado ou LS: tem o mesmo conceito do cavalo mecânico, mas com o diferencial de ter eixo duplo em seu conjunto, para poder carregar mais peso. Assim o peso da carga do semirreboque distribui-se por mais rodas, e a pressão exercida por cada uma no chão é menor. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.rema.com.br/imagens/cavalo_mecanico_.jpg&imgrefurl=http://www.rema.com.br/cavalo_mecanico.html&usg=__OnX-fVz1pv6xMU1haR699vexdBw=&h=1944&w=2592&sz=2139&hl=pt-BR&start=1&zoom=1&tbnid=pa1v7TYR0hIvQM:&tbnh=113&tbnw=150&ei=uqnFTZurBMrAtgexxoCiBA&prev=/search?q=cavalo+mecanico&hl=pt-BR&biw=1362&bih=497&gbv=2&tbm=isch&itbs=1http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://images01.olx.com.br/ui/5/70/25/1269113103_81826525_1-cavalo-mecanico-osasco.jpg&imgrefurl=http://barueri.olx.com.br/pictures/cavalo-mecanico-iid-81826525&usg=__Irna0ReScM7ZKquP_1j3inAuzs0=&h=469&w=625&sz=37&hl=pt-BR&start=22&zoom=1&tbnid=VRh-AXayiP3UVM:&tbnh=154&tbnw=258&ei=yqnFTZ6cOIGjtges4LSdBA&prev=/search?q=cavalo+mecanico&hl=pt-BR&biw=1362&bih=497&gbv=2&tbm=isch&itbs=1&iact=rc&dur=858&page=3&ndsp=10&ved=1t:429,r:7,s:22&tx=60&ty=100 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Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 7 Carreta 2 eixos: utiliza um cavalo mecânico e um semirreboque com 2 eixos cada. Possui peso bruto máximo de 33 toneladas e comprimento máximo de 18,15 metros. Carreta 3 eixos: utiliza um cavalo mecânico simples (2 eixos) e um semirreboque com 3 eixos. Possui peso bruto máximo de 41,5 toneladas e comprimento máximo de 18,15 metros. Carreta cavalo trucado: utiliza um cavalo mecânico trucado e um semirreboque também com 3 eixos. Possui peso bruto máximo de 45 toneladas e comprimento máximo também de 18,15 metros. Bitrem ou treminhão: é uma combinação de veículos de carga composta por um total de sete eixos, que permite o transporte de um peso bruto total de 57 toneladas. Os semirreboques dessa combinação podem ser tracionados por um cavalo-mecânico trucado. Rodotrem: é uma combinação de veículos de carga (dois semirreboques) composta por um total de 9 eixos que permite o transporte de um peso bruto total de 74 toneladas. Os dois semirreboques dessa combinação são interligados por um veículo intermediário denominado Dolly. Essa combinação só pode ser tracionada por um cavalo-mecânico trucado e necessita de um trajeto definido para obter Autorização Especial de Trânsito (AET). Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 8 O bitrem é um conjunto que possui duas articulações (quinta-roda do caminhão e a quinta- roda do semirreboque dianteiro) e o rodotrem é um conjunto que possui três articulações (quinta-roda do caminhão, engate dianteiro do dolly e quinta-roda do dolly). PESO BRUTO MÁXIMO AUTORIZADO PELO CONTRAN De acordo com a legislação brasileira estes são os pesos brutos por tipo de caminhão. Figura Tipo de Caminhão Peso Bruto máximo Toco 16.000 kg Truck 23.000 kg Carreta 2 eixos 33.000 kg Carreta Baú 41.500 kg Carreta 3 eixos 41.500 kg Carreta Cavalo Truckado 45.000 kg Carreta Cavalo Truckado Baú 45.000 kg Bi-trem(Treminhão) - 7 eixos 57.000 kg Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 9 CARROCERIAS Medidas internas compr. (m) larg. (m) altura (m) Carroceria tipo sider tamanho padrão 7,650 2,460 3,000 Carroceria tipo sider semi reboque - tamanho externo 15,10 m 14,860 2,510 3,000 Carroceria tipo baú para capacidade de 4.000 kg 5,320 2,080 2,200 Carroceria tipo baú para capacidade de 6.000 kg 7,320 2,480 2,630 Carroceria tipo baú semi reboque - tamanho externo 15,10 m 14,940 2,480 2,730 II.4 - Maiores Desafios na Utilização do Modal Rodoviário 1 - Má conservação das estradas De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2010, 14,7% das rodovias avaliadas são classificadas como ótimas, 26,5% como boas, 33,4% são regulares, 17,4% estão ruins e 8%, péssimas. Em 2009, a Pesquisa CNT de Rodovias analisou 89.552 km. O percentual de rodovias ótimas foi de 13,5% e de boas, de 17,5%. As regulares somaram 45%. E os índices de ruins ou péssimas foram de 16,9% e 7,1%, respectivamente. Comparativamente ao ano de 2009, é possível observar uma melhoria na extensão do pavimentoclassificado como ótimo ou bom de 8,3 pontos percentuais. Com relação à sinalização, também houve melhoria na extensão dos trechos classificados como ótimos ou bons de 5,7 pontos percentuais. Com a privatização de 5,5 mil quilômetros, sob o regime de concessão, as condições de alguns trechos melhoraram, de forma significativa, no que diz respeito à segurança, sinalização e estado do piso. Mesmo com as melhoras levantadas a situação de nossas estradas ainda não podem ser consideradas como boas conforme poderemos observar nos dados da Pesquisa CNT 2010 a seguir: Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 10 Pavimento: Condições de superfície, acostamento. Sinalização: Faixas centrais e laterais, visibilidade e legibilidade das placas. Geometria: Tipo de rodovia: pista simples, dupla, Faixa adicional de subida, condição de pontes e viadutos, acostamento. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 11 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 12 Impactos causados pelas condições das rodovias a) Tempo de viagem A velocidade em rodovias com buracos, em média, causam uma perda de 8,5 km/h e nas rodovias com pavimento em péssimas condições de pavimentação chegam a causar perdas de até 31,8 km/h. Com menor velocidade de circulação maior será a demora na entrega das cargas e menor a produtividade do caminhão. b) Custo Obviamente as condições das estradas impactam no custo operacional dos veículos, maiores quantidades de acelerações e frenagens levam a um aumento no consumo de combustíveis, maior desgaste de pneus, freio, câmbio e motor nas pistas com pavimentação deficiente. c) Emissão de Poluentes / Consumo de Combustível O aumento no gasto de combustível pelas acelerações e frenagens constantes citadas no item anterior, também trazem aumento na emissão de poluentes. Estima-se que uma rodovia em bom estado de conservação resulte em até 5% de economia de combustível em relação a uma rodovia mal conservada. d) Acidentes Os custos decorrentes de acidentes envolvendo veículos de carga tiveram um aumento de 41,7% nas estradas federais entre 2004 e 2009. Esse assunto pela sua importância será discutido mais adiante em detalhes. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 13 2 - Idade da frota dos caminhões no Brasil Dados da ANTT indicam que 46% dos veículos de carga no Brasil pertencem a autônomos e possuem em média, 18,8 anos de uso. A idade avançada da frota de caminhões gera inúmeros problemas, que passam pelo aumento das emissões de poluentes, por maior número de acidentes, alto índice de quebras e portanto, mais congestionamentos nas cidades, além dos impactos desfavoráveis na eficiência das operações logísticas e custos do transporte. Além disso, a tecnologia obsoleta nos veículos antigos implica em menor produtividade e maior consumo de combustível. Do total da frota brasileira, 45% têm mais de 20 anos de uso, o que representa cerca de 600 mil caminhões. E dentre eles, 270 mil estão com mais de 30 anos de uso. Há estimativas de que os veículos novos, com tecnologia desenvolvida, cheguem a emitir entre 80% e 90% menos poluentes do que aqueles fabricados até 1993. E 53% dos caminhões que circulam hoje no Brasil foram produzidos antes deste ano. Idade Média dos Veículos Tipo Autônomo Empresa Cooperativa Total Utilitário Leve (0,5 a 1,49T) 14,0 5,8 6,5 8,8 Camionete / Furgão (1,5 a 3,49T) 10,2 5,6 7,7 7,8 Caminhão Leve (3,5 a 7,99T) 18,6 7,8 12,9 13,1 Caminhão Simples (8 a 29 T) 22,3 10,2 16,8 16,4 Reboque 17,4 12,8 15,8 15,3 Semirreboque 13,1 7,9 11,6 10,8 Semirreboque com 5ª roda/ bitrem 7,0 4,1 2,9 4,7 Veículo operacional de apoio 22,8 14,2 7,2 14,7 Caminhão Trator / Cavalo Mecânico 16,4 6,9 15,1 12,8 Cam. Trator Especial / Cavalo Mec. Trucado 14,7 5,2 16,0 12,0 Total 18,8 8,2 13,8 13,1 Fonte: ANTT 2010 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 14 Tipo de Veículo x Quantidade Tipo Autônomo Empresa Cooperativa Total Utilitário Leve (0,5 a 1,49T) 9.560 5.168 110 14.838 Camionete / Furgão (1,5 a 3,49T) 24.373 16.895 129 41.400 Caminhão Leve (3,5 a 7,99T) 82.475 35.165 338 117.978 Caminhão Simples (8 a 29 T) 316.529 175.553 2.378 494.460 Reboque 9.694 20.012 156 29.862 Semirreboque 96.336 291.235 4.104 391.675 Semirreboque com 5ª roda/ bitrem 739 1.318 47 2.104 Veículo operacional de apoio 1.673 3.563 25 5.261 Caminhão Trator / Cavalo Mecânico 113.943 203.509 3.317 320.769 Cam. Trator Especial / Cavalo Mec. Trucado 451 606 16 1.073 Total 655.973 753.751 10.649 1.420.373 Fonte ANTT 2010 A combinação de uma frota de veículos de carga muito velha e as condições das estradas brasileiras resulta em uma perversidade sobre os custos do transporte (manutenção e consumo de combustíveis) e riscos de acidentes. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 15 Os caminhões antigos... possuem tecnologias obsoletas. apresentam defeitos mecânicos proporcionalmente a sua idade. necessitam de maior manutenção. apresentam problemas que afetam a segurança. consomem mais combustível e insumos. comprometem o desempenho das movimentações. emitem mais poluentes atmosféricos. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 16 3 – Acidentes O número de acidentes com veículos de carga atingiu o número de 86.700 (32%) em 2010 de um total de 270.092 acidentes com a categoria do veículo informada. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 17 Do levantamento realizado duas observações devem ser destacadas. A primeira é que os veículos com mais de nove anos são responsáveis por 38,7 do total de acidentes com veículos de carga. E que 26,4% dos acidentes ocorrem com veículos até 3 anos de uso. Em transporte de cargas, enquanto o roubo de mercadoria gera prejuízos de R$ 1 bilhão por ano, os acidentes com caminhões têm um custo muito maior: R$ 10 bilhões informa a Pamcary, que gerencia cerca de 500 mil viagens por mês e atende na estrada cerca de 5 mil acidentes por ano. Segundo o banco de dados da corretora, de cada 100 mil viagens, 64 resultam em acidentes. Tombamentos, capotagens e colisões lideram o ranking e também geram os piores prejuízos. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o número de acidentes com produtos químicos aumentou 25% em 2007 nas rodovias brasileiras, segundo a entidade. Cerca de 60% das 46 milhões de toneladas de produtos químicos fabricados no país, anualmente, são transportadas pelo modal rodoviário. A média de idade da frota dos veículos usados para essa finalidade é de 12 anos. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, entre 60% e 70% dos caminhões com cargas perigosas apresentam algum tipo de irregularidade ao deixar de cumprir exigências de órgãos ambientais e de transportes. Segundo estatísticas levantadas durante a fiscalização Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 18 em diversas estradas federais e estaduais, infrações desde pneus carecas até falta de licenças e de capacitação de motorista para conduzir veículos estão entre as principais causas de acidentes com carga perigosa. Mas é a fadiga do motorista a grande vilã. “As más condições das estradas são um sério problema, mas uma estrada em condições ruins de conservação até segura mais o motorista, que acaba dirigindo mais devagar”, diz Centoducato. Segundo as estatísticas da Pamcary e também da Abiquim, o índice de acidentesé bem menor entre os motoristas que são funcionários das transportadoras. “Esta estatística mostra a diferença de investir no treinamento e qualificação dos profissionais”. Acidentes mais frequentes e mais graves: tombamento e capotagem. Causas principais: velocidade incompatível, fadiga. Fatores contribuintes: curva fechada, pista mal conservada. Faixa etária dos motoristas mais frequentemente envolvidos: de 18 a 25 anos. Veículos mais vulneráveis: articulado, ou sobrecarregado. Hoje, o seguro representa em torno de 10% a 12% do valor do caminhão, o que para muitas empresas inviabiliza sua contratação. Uma transportadora verificando o custo do seguro para sua frota verificou que seu custo seria equivalente ao custo de 2 caminhões por ano, o que fez com que a mesma não contratasse o seguro e passasse a correr o risco. Acidentes com veículos de carga em São Paulo A malha viária pavimentada do Estado de São Paulo tem um total de 35 mil quilômetros – sendo 22 mil estaduais, 1.050 federais e mais de 12 mil de estradas vicinais pavimentadas. Esse sistema possibilita que mais de 90% da população do Estado esteja a menos de 5 km de uma rodovia pavimentada. De toda a carga movimentada no Estado, 93% é transportada por esse modal. http://zoabonito.com/fotos/fotos-acidente-caminhoes/attachment/fotos-acidente-caminhoes http://zoabonito.com/fotos/fotos-acidente-caminhoes/attachment/fotos-acidente-caminhoes Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 19 Segundo pesquisa anual realizada pela CNT – Confederação Nacional do Transporte (2010), São Paulo possui a melhor malha rodoviária do País. As dezoito melhores estradas brasileiras estão localizadas em território paulista. O instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou uma pesquisa a pedido da polícia Rodoviária Federal e chegou a números mais assustadores. Divulgada em meados de 2007 temos: R$ 22 bilhões de perdas financeiras com acidentes gerais nas rodovias; Estes custos incluem a perda de produção da pessoa que fica sem trabalhar, inválida ou morta, a remoção do veículo, o translado da carga, além de danos à propriedade pública e privada; Custo médio de um acidente com caminhão (Ipea): Sem feridos = R$ 1.200,00 Com ferido = R$ 38.200,00 Com vítima fatal = R$ 281.200,00 A pesquisa realizada ainda levantou que a cada 100 mil viagens, 64 resultam em acidentes sendo que tombamentos, capotagens e colisões lideram o ranking e também geram os maiores prejuízos. No transporte de cargas perigosas a porcentagem de acidentes é menor sendo estimada em 22 para cada 100.000 viagens. Isto se deve ao maior rigor nos controles e legislação e ao treinamento exigido dos motoristas. Embora em menores quantidades, o acidente com cargas perigosas apresenta consequências muito mais devastadoras pois pode causar danos à segurança pública, ao meio ambiente, e à saúde das pessoas. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 20 4 – Roubo de Cargas Embora o roubo de cargas tenha diminuído ao longo dos últimos anos, estima-se que ele represente atualmente perdas da ordem de 1 bilhão de reais/ano em todo o Brasil. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 21 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 22 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 23 Concentrando nossos estudos no Estado de São Paulo, os gráficos a seguir demonstram como o furto de cargas se distribuiu em 2011 (Fonte: Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo / Sindicato das Empresas de Transporte de São Paulo / Federação das Empresas de Transporte de cargas do Estado de São Paulo). Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 24 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 25 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 26 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 27 De acordo com a Fenseg (Federação Nacional dos Seguros Gerais), a situação é tão grave que algumas seguradoras têm saído da área ou se recusado a fazer apólices de empresas de setores como eletroeletrônicos, celulares e medicamentos. 5 - Excessivo número de empresas no setor, o que provoca acirramento da competição e perda no poder de barganha junto aos clientes. Estima-se que sejam cerca de 72.500 empresas atualmente, sendo 12.000 delas com mais de 5 funcionários. O mercado está saturado; estima-se que 85% das cargas existentes estejam terceirizadas. E como não há barreiras legais ou econômicas para a entrada de novos competidores, a situação tende a piorar. Muitas empresas do setor sucumbirão diante dos desafios, mas outras novas empresas surgirão numa velocidade muito maior! Os serviços de transporte passam por um processo de “comoditização”, ou seja, praticamente não existem diferenças significativas entre as opções existentes e as decisões da grande maioria dos clientes baseiam-se única e exclusivamente no custo. Essa saturação com crescente número de empresas acaba levando a dois efeitos que são antagônicos. O primeiro deles é a diminuição do custo do frete de maneira geral, pois sempre haverá alguém disposto a cobrar menos para sobreviver no mercado. O segundo efeito é decorrente desse barateamento suicida, pois sem rentabilidade, as empresas não investem em novos veículos, nem em tecnologia (rastreamento e roteirização) o que acaba por empobrecer a qualidade do serviço. Tradicionalmente muitas transportadoras ao disputarem uma prestação de serviço cotam seus serviços a baixo custo para poderem ganhar o negócio, mas, após alguns meses, iniciam os pleitos para correção dos valores dos fretes. Uma boa maneira de se defender desse problema é realizar semestralmente ou anualmente licitação para o serviço de transporte necessário à sua empresa. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 28 6 - Pesada Carga Tributária Para operar em alguns segmentos, a transportadora tem que pagar também diversas taxas, como a taxa Suframa, cobrada para operações na Zona Franca de Manaus. No campo estadual, há o IPVA, as taxas de licenciamento dos caminhões, além do ICMS. No campo municipal, tem o ISS e o IPTU, já que as empresas de transportes trabalham com grandes armazéns, para guardar cargas e caminhões. Ainda há as taxas municipais de fiscalização e da Polícia Federal. A conta dá mais de 50% do faturamento das empresas. Impostos e Taxas: IRPJ - Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas CSL - Contribuição Social sobre o Lucro PIS - Programa de Integração Social COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social INSS - Previdência Social ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e Comunicação. ISS - Imposto sobre Serviços TFE- Taxa de Fiscalização de Estabelecimento FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço Pedágios OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Saiba também que sua empresa deverá cumprir ainda uma série de obrigações acessórias exigidas pelas legislações fiscais, trabalhistas, previdenciárias e empresariais, tais como: a) Escrituração e Registro dos Livros Fiscais e Contábeis; b) Levantar Balanços Patrimonial e de Resultado Econômico; c) Escriturar os Livros Empresariais; Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 29 d) Emissão de Notas Fiscais; e) Emissor de Cupom Fiscal; f) Entrega da Declaração do Impostode Renda da Pessoa Jurídica; g) Entrega da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS); h) Entrega do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED); i) Instituir o Programa de Prevenção a Acidentes (CIPA); j) Realizar Exames Médicos nos empregados (PCMSO), análise do Meio Ambiente do Trabalho (PPRA), e elaborar relatório final (PPP); k) Livro de Inspeção do Trabalho; l) Adotar Livro, Fichas ou Sistema Eletrônico para controle da jornada de trabalho. 7 - Pouca carga de retorno A concorrência entre as empresas e a falta de uma visão sistêmica do processo logístico, faz com que os sindicados e federações de transporte não tenham até hoje, criado uma central que organize cargas de retorno. As empresas fazem o transporte para seus clientes e quanto muito retornam apenas quando é o caso, com embalagens vazias e devoluções. Quantos caminhões dirigem-se às capitais para seu abastecimento e retornam vazios? Observe o caso dos cegonheiros no transporte de carros. Caminhões que carregam carros da FIAT não levam para Minas, carros da VW nem da GM e FORD. Assim sendo, enquanto as indústrias se empenham em cada vez mais reduzir seus custos internos, as transportadoras ainda se encontram fora deste ambiente de melhoria. 8 - Altos tempos de espera para carga e descarga e liberação em postos fiscais Um veículo de carga esta faturando quando esta transportando mercadorias. Esta é a sua finalidade e não ficar esperando em uma fila para descarregar ou carregar. Porém, a Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 30 realidade não é esta e inúmeras vezes nos deparamos com notícias de caminhões que levam horas para efetuar o carregamento ou descarga em empresas, portos, aeroportos, etc. Além disso esta é uma situação desumana para o motorista que muitas vezes fica aguardando horas em locais sem estrutura como banheiros, alimentação, sombra, etc. Em muitos postos fiscais e empresas de grande porte a prostituição e tráfico de drogas rondam os motoristas durante parte do dia pondo em risco a vida, a saúde e integridade da carga. Essa morosidade pode ainda, ocasionar acidentes, uma vez que o motorista ao ser liberado, pode muitas vezes querer compensar a perda de tempo, aumentando a velocidade até o destino final. Evidentemente, esse fato leva à perda de dinheiro por parte das transportadoras que ficam muitas vezes sem veículos para atender os demais clientes. Algumas empresas ao negociarem o valor do frete estão negociando junto, um valor adicional (“pênalti”) a partir de um determinado tempo de espera na operação de carga e descarga, uma vez que a ineficiência do cliente em realizar esse trabalho, não pode ser simplesmente transferida ao prestador de serviços. Outra forma de se evitar o problema é adotar com os clientes janelas de entrega pré- programadas de forma a se ter tempo controlado para a coleta ou descarga de mercadorias. · Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 31 III – Custos no Transporte Rodoviário Classificação de custos por tipo de carga (ANTT) Carga itinerante: Despachos de cargas fracionadas entre 1 e 4.000 kg. sujeitos a prazos de entrega e distribuição capilar por todo o país. Carga urgente: Despachos de cargas fracionadas entre 1 e 4.000 kg. sujeitos a prazos de entrega Carga comum: Despachos de cargas fracionadas entre 1 e 4.000 kg, não sujeitos a prazos de entrega. Carga industrial: Despachos de mais de 4.000 kg constituídos por cargas predominantemente industriais, (como aços, peças, componentes, máquinas, equipamentos, tintas em recipientes, componentes de móveis etc.), não sujeitas a prazos de entrega. Grandes massas: Transporte de grandes quantidades de produtos com as seguintes características gerais: Produtos primários ou em fase intermediária de um processo de transformação; Transportado a granel, sem a embalagem final; Transportadas em veículo de grande capacidade (25 t ou mais); Compostos de um único tipo de mercadoria; Não devem requerer equipamento especial para contenção de carga. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 32 Fertilizantes, componentes e granéis sólidos: Grandes quantidades de fertilizantes e seus componentes, bem como granéis sólidos, que não requerem tratamento especial necessitando, porém de equipamento especial de contenção de carga. O transporte deve utilizar composições pesadas, com capacidade superior a 22 t. Containers: Movimentação de cofres de carga em ciclos de viagens redondas (ida e volta). Outros serviços: Serviços de transporte rodoviário de cargas com características específicas ou especializadas. Por exemplo: veículos zero quilômetro, transporte frigorífico, carga líquida, bebidas, produtos perigosos, cargas volumosas etc. Composição da tarifa: A tarifa de transferência do transporte é composta basicamente de cinco parcelas, que buscam ressarcir, de forma equilibrada, o transportador das despesas realizadas com a prestação do serviço: Frete-peso Frete-valor GRIS Taxas Pedágio Frete-peso É a parcela da tarifa que tem por finalidade remunerar o transporte do bem entre os pontos de origem e de destino. Inclui tanto custos diretos quanto custos indiretos, como custos operacionais do veículo, despesas administrativas e de terminais, custos de gerenciamento de riscos, custos de capital e taxa de lucro operacional. A soma destes constitui o custo operacional, que é específico para cada transportadora e para cada tipo de serviço realizado. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 33 Frete Valor: Comumente chamado de ad-valorem, o frete valor, outro componente tarifário, é fundamental para o equilíbrio entre custos e receitas. Proporcional ao valor da mercadoria transportada, tem como finalidade resguardar o transportador dos riscos de acidentes e avarias envolvidos em sua atividade. Tais riscos são proporcionais ao tempo que o bem fica em poder da empresa durante a operação de transporte. Gerenciamento do Riscos (GRIS): Trata-se de um alíquota sobre o valor da mercadoria, necessários para cobrir despesas relacionadas com o gerenciamento de riscos ligados ao roubo de cargas, inclusive o seguro facultativo de desvio de carga. Taxas: Destinam-se a remunerar os serviços adicionais necessários à prestação dos serviços. São cobradas apenas quando os serviços correspondentes são efetivamente prestados. Em alguns, casos, variam com o peso transportado. No serviço fracionando, é cobrada também uma taxa de despacho, coleta e entrega. No Norte, Nordeste e Zona Franca, devem ser cobrados tributos estaduais e federais específicos. Em rodovias sujeitas a pedágio, a lei no 10.209 tornou obrigatório o fornecimento de vale -pedágio ao carreteiro e o pagamento desta despesa ao embarcador. FRETE-PESO O frete-peso compõe-se basicamente de: Custos operacionais Taxa de lucro Os custos operacionais são determinados por meio de estudos técnicos e variam de uma empresa para outra. Daí a importância de se levantar tais despesas de maneira precisa, pois somente assim será possível realizar a análise realista do desempenho da empresa por tipo de serviço realizado. A taxa de lucro é introduzida por um fator maior do que 1, pelo qual se multiplicam os custos operacionais para se chegar ao frete-peso. O mercado trabalha com 11% sobre o custo. Mas, cabe a cada empresa, baseada na competição de mercado, determinar a taxa que deve aplicar em cada caso Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página34 CUSTOS OPERACIONAIS Os custos operacionais de uma empresa de transporte de cargas compõem-se de duas parcelas principais: Custo de transferência Despesas administrativas e de terminais (DAT) Os custos de transferência correspondem às despesas ligadas à operação do veículo. As despesas administrativas e de terminais estão ligadas à estrutura da empresa e à operação dos terminais. Custos de transferência Os custos de transferência correspondem às despesas do transporte de cargas entre dois terminais. Divide-se em: Custos fixos Custos variáveis III.1 - Custos fixos: Correspondem às despesas operacionais do veículo que não variam com a distância percorrida, isto é, continuam existindo, mesmo com o veículo parado. Geralmente, são calculados por mês. O custo fixo de operação do veículo é composto das seguintes parcelas: Remuneração mensal do capital empatado (RC) Salário do motorista (SM) Salário de oficina (SO) Reposição do veículo (RV) Reposição do equipamento (RE) Licenciamento (LC) Seguro do veículo (SV) Seguro do equipamento (SE) Seguro de responsabilidade civil facultativo (RCF) Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 35 Remuneração mensal do capital (RC): Corresponde ao ganho no mercado financeiro caso o capital não tivesse sido usado para adquirir o veículo. Também chamado de custo de oportunidade (Cop). O coeficiente 0,13 corresponde à taxa anual de juros de 12% mais 1% ao ano para remunerar o capital empatado em peças de reposição. Também pode ser calculado como: Salário do motorista (SM): Corresponde às despesas mensais com salário de motorista e horas extras, se houver, acrescidas dos encargos sociais, correspondentes a 96,14%. O salário do motorista deve incluir as horas extras. Tratando-se de ponte rodoviária (hot eat), que usa mais de um motorista por veículo, o salário deve ser multiplicado pelo número de condutores. Se o veículo usar ajudantes, deve ser aberto um item adicional para este custo, sob o título Salário de Ajudantes (SA). Usualmente se utiliza multiplicar por 2 os salários. RC = Valor do veículo completo x 13/12 Cop = Valor do veículo completo x taxa de juros mensais SM = 1,9614 x salário do motorista Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 36 Salários de oficina (SO): Cobre as despesas com pessoal de manutenção e seus encargos sociais. Seu custo mensal é obtido multiplicando-se o salário médio do pessoal de oficina pelo coeficiente de encargos sociais e dividindo-se o resultado pela relação entre o número de caminhões e o número de funcionários do setor (n). Este valor n varia com a classe do veículo. As planilhas atuais da NTC (março 2.010) adotam os seguintes valores para n: Veículo Caminhões/mecânico (n) Caminhões pesados = 3 Caminhão semipesados e médios = 4 Caminhões leves / utilitários = 5 Reposição de veículo (RV): Representa a quantia que deve ser destinada mensalmente a um fundo para comprar um novo veículo zero quilômetro quando o atual completar seu ciclo de vida útil econômica. Considera-se que, no fim deste período (VV, em meses), é possível obter como valor de revenda 20% do valor do veículo novo. Assim, será necessário distribuir os 80% restantes pelo período (VV = vida útil). Este cálculo também é conhecido como taxa de amortização. A atual planilha da NTC admite como vida útil 84 meses para caminhões pesados, 72 meses para caminhões semipesados e médios e 60 meses para caminhões leves/utilitários. O valor o veículo exclui os pneus, que constituem material de consumo, cuja despesa é computada em item específico do custo variável. Os preços fornecidos pelos fabricantes de caminhões SO = 1,9614 x salário médio de oficina/n RV = (0,80 x valor do veículo zero quilômetro sem pneus) /VV Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 37 incluem os pneus. É necessário, portanto subtrair o valor dos pneus antes de realizar o cálculo. Reposição do equipamento (RE): Da mesma forma que se estabelece um fundo para reposição do veículo, deve ser criado outro para a reposição do implemento rodoviário (carroçaria ou carreta). Considera-se que, no final da vida útil econômica do equipamento (VE, em meses), seu valor de revenda é de 5% do valor de um equipamento novo. Os 95% restantes devem ser rateados pela vida útil econômica do equipamento: O valor do equipamento exclui os pneus, que constituem material de consumo, cuja despesa é computada em item específico do custo variável. Geralmente, os preços fornecidos pelos fabricantes de carretas já deixam de fora os pneus, tornando desnecessária a subtração desse valor antes de realizar o cálculo. Licenciamento (LC): Este item reúne os tributos fiscais que a empresa deve recolher antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas. É composto por: Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); Seguros por danos pessoais causados por veículos automotores (DPVAT); Taxa de licenciamento (TL) paga ao Detran. Geralmente, o IPVA é um percentual sobre o valor do veículo. No caso do Estado de São Paulo, este percentual é de 1,5% para caminhões a diesel. Os valores corretos do IPVA para cada veículo podem ser obtidos em sites especializados. Já o DPVAT e a TL constituem despesas de baixo valor. RE = (0,95 x valor do equipamento novo sem pneus) / VE LC = (DPVAT) + IPVA + TL) / 12 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 38 Seguro do veículo (SV): Representa um fundo mensal que deve ser formado para pagar o seguro ou para “bancar” eventuais sinistros (colisão, incêndio, roubo etc.) ocorridos com o veículo. Estas despesas são determinadas conforme normas estabelecidas pelas companhias de seguro. O chamado Prêmio (valor total a ser pago à seguradora) é obtido somando-se uma parcela calculada com base no Prêmio de Referência (valor básico a ser pago à seguradora) com outra calculada com base na Importância segurada (valor do veículo segurado). Todos os valores são fornecidos pelas seguradoras. V1 = Prêmio de Referência x C1 V2 = Importância segurada x C2 C1 = Coeficiente que varia com o tipo de utilização do veículo C2 = Coeficiente que faria com o tipo de utilização do veículo 1,07 = Coeficiente para adição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) Seguro do equipamento (SE): Representa um fundo mensal que deve ser formado para pagar o seguro ou para “bancar” eventuais sinistros (colisão, incêndio, roubo etc.) ocorridos com o equipamento. Estas despesas são determinadas conforme normas estabelecidas pelas companhias de seguro. O chamado Prêmio (valor total a ser pago à seguradora) é obtido somando-se uma parcela calculada com base no Prêmio de Referência (valor básico a ser pago à seguradora) com outra calculada com base na Importância segurada (valor do veículo segurado). Todos os valores são fornecidos pelas seguradoras. V3 = Prêmio de Referência x C3 V4 = Importância segurada x C4 SV = [V1 + V2 + custo da apólice x 1,07]/12 SV = [V3 + V4 + custo da apólice x 1,07]/12 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 39 C3 = Coeficiente que varia com o tipo de utilização do equipamento C4 = Coeficiente que faria com o tipo de utilização do equipamento 1,07 = Coeficiente para adição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo (RCF): É a despesa mensal correspondente ao Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo (RCF), destinado a cobrirdanos materiais e a complementar os danos pessoais causados a terceiros (o valor da cobertura do seguro DPVAT é bastante limitado). PRDP = Prêmio relativo a danos pessoais PRDM = Prêmio relativo a danos materiais 1,07 = Coeficiente para adição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) Custo fixo mensal: O custo fixo mensal resulta da soma das nove parcelas RCF = [(PRDM + PRDM + Custo da Apólice) x 1,07] / 12 CF = RC + SM + SO + RV + RE + LC + SV + SE + RCF Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 40 III.2 - Custos Variáveis Correspondem as despesas que variam com a distância percorrida pelo veículo, ou seja, que inexistem caso o veículo permaneça parado. O custo variável é composto das seguintes parcelas: Peças, acessórios e material de manutenção (PM) Despesas com combustível (DC) Lubrificantes (LB) Lavagem e graxas (LG) Pneus e recauchutagens (PR) Peças, acessórios e material de manutenção (PM): Corresponde à previsão de mensais com peças, acessórios e material de manutenção do veículo. Uma vez apuradas, essas despesas devem ser divididas pela quilometragem mensal percorrida, para se obter o valor por quilômetro. Corresponde a 1% do valor do veículo completo e sem pneus, por mês. Cabe a cada empresa determinar o valor mais preciso e adequado para este parâmetro. DM = Distância mensal percorrida pelo veículo (km) Combustível (DC): São as despesas efetuadas com combustível para cada quilômetro rodado pelo veículo. PC = Preço do combustível (R$/litro) RM = Rendimento do combustível (km/litro) PM = [(Valor do veículo completo sem pneus) x 0,01] / DM DC = PC / RM Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 41 Lubrificantes (LB) e Lubrificantes do motor (LM) São as despesas com a lubrificação interna do motor. Além da reposição total do óleo, admite-se uma determinada taxa de reposição a cada 1.000 km. PLM = Preço unitário do lubrificante do motor (R$/litro) VC = Volume do cárter (litros) QM = Quilometragem de troca de óleo do motor VR = Taxa de reposição (litros/1000 km) Lubrificantes da transmissão (LT): São as despesas realizadas para efetuar a lubrificação da transmissão do veículo (diferencial e câmbio). Para determinar o volume de óleo consumido, somam-se as capacidades do diferencial e do câmbio. Esta soma é multiplica pelo preço unitário do lubrificante (R$/litro), e o resultado é dividido pela quilometragem de troca de óleo. VD = Capacidade da caixa e diferencial (litros) VCC = Capacidade do câmbio (litros) PLT = Preço unitário do lubrificante da transmissão (R$/litro) QT = Quilometragem de troca da transmissão custo total de lubrificação será: LM = PLM x ((VC/QM) x (VR/1000)) LT = (VD +VCC] x PLT/QT LB = LM + LT Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 42 Lavagem e graxas (LG): São as despesas com lavagem e lubrificação externa do veículo. O custo por quilômetro é obtido dividindo-se o custo de uma lavagem completa do veículo pela quilometragem recomendada pelo fabricante para lavagem periódica. PL = Preço da lavagem completa do veículo QL = Quilometragem recomendada pelo fabricante do veículo Pneus e recauchutagem (PR): São as despesas resultantes do consumo dos pneus utilizados no veículo e também no equipamento, quando se tratar de reboque ou semirreboque. Admite-se uma perda prematura de 20% das carcaças, ou seja, de cada cinco pneus, apenas quatro permitem recuperação. Admite-se, além disso, que cada pneu possa ser recapado apenas uma vez, ao longo da sua vida útil. P = Preço do pneu novo C = Preço da câmara nova PP = Preço do protetor novo NP = Número total do pneus do veículo e do equipamento R = Preço da recauchutagem ou recapagem VP = Vida útil total do pneu, incluindo-se uma recauchutagem 1,2 = Coeficiente para computar as perdas de carcaças antes da recauchutagem LG = PL/QL PR = {[1,2 x (P + C + PP) x NP] + (R x NP)} / VP Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 43 Custo variável total: O custo variável total é obtido pela soma das cinco parcelas já relacionadas. CV = Custo variável (R$/km) Despesas indiretas: As despesas indiretas (DI), também conhecidas como despesas administrativas e de terminais (DAT), são aquelas que não estão relacionadas diretamente com a operação do veículo. Não variam, portanto, com a quilometragem rodada, mas sim com a tonelagem movimentada. Assim, seu custo deve ser apurado dividindo-se o seu valor mensal pela tonelagem mensal movimentada. São chamadas também de despesas administrativas e de terminais (DAT). As despesas administrativas e de terminais (DAT) estão divididas em duas grandes parcelas: Salários e encargos sociais do pessoal não envolvido diretamente com a operação dos veículos (pessoal administrativo, de vendas, diretoria, etc.); Outras despesas necessárias ao funcionamento da empresa, como aluguel, impostos, material de escritório, comunicações, depreciação de máquinas e equipamentos, etc. De acordo com a estrutura de custos adotada pela FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas da USP, este item se subdivide em: Salários, ordenados e honorários de Diretoria Salários Honorários Encargos sociais Aluguéis Aluguéis de áreas e imóveis CV = PM + DC + LB + LG + PR Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 44 Aluguéis de equipamentos Tarifas de serviços públicos Água Energia elétrica Correio, telefone, fax , EDI etc. Serviços profissionais Serviços de manutenção, conservação e limpeza Serviços profissionais de terceiros Serviços de processamento de dados Serviços de atendimento ao cliente Impostos e taxas IPTU Imposto de Renda ICMS Cofins Contribuição Social sobre o Lucro Multas Outros impostos Depreciações Depreciação de máquinas e equipamentos Depreciação de móveis e utensílios Outros custos Material de escritório e limpeza Viagens, estadias e condução Despesas legais e judiciais Contribuições e doações Uniformes Despesas com promoções, brindes e propaganda Despesas com conservação de bens e instalações Despesas diversas Refeições e lanches Cópias xerox Paletização de cargas Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 45 A despesa por tonelada calcula-se da seguinte forma: II.6 – Exercícios 1. Uma empresa possui uma frota própria de 5 caminhões do tipo truck. Cada caminhão foi adquirido por R$ 120 mil, que a vida útil de cada um é de 5 anos e o valor residual é de R$ 50 mil. Sabe-se que a empresa mantém um setor exclusivamente responsável pela administração da frota, que gasta, incluindo pessoal, R$ 6.000,00 por mês. A quilometragem percorrida de cada caminhão no mês está representada na tabela a seguir: 1 2 3 4 5 30.000 28.000 12.000 20.000 10.000 Os dados a seguir auxiliam na resolução do problema. Dados externos: Preço do óleo diesel: R$ 2,01 / l Preço do óleo de motor: R$ 8,30 / l Taxa de juros: 1,83% ao mês Preço de um pneu novo: R$ 1.200,00 cada Preço de uma recapagem: R$ 500,00 cada IPVA/Seguro obrigatório: R$ 800,00 por ano Preço da lubrificação/lavagem: R$ 120,00 Dados do veículo: Rendimento do veículo: 3 km / l Intervalo entre as trocas de óleo do motor: 30.000 km Capacidade do tanque de óleo do motor: 30 l Quantidade de pneus no caminhão: 16 Quantidade de recapagens: 1 Vida útil do pneu (incluindorecapagens): 80.000 km Intervalo entre as lubrificações: 3.000 km DAT/tonelada = DAT mensal / tonelagem mensal expedida Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 46 Dados da empresa: Salário e encargos do motorista: R$ 2.500,00 por mês Custos com manutenção: R$ 12.000,00 por mês Taxa de juros: 1,83% ao mês A empresa deseja conhecer seus custos mensais de transporte para analisar algumas estratégias de terceirização. Sabendo disso determine quanto esta empresa está gastando só com o transporte de produtos. 2. Considerando o caso anterior, quanto custa cada quilometro rodado pelos caminhões da empresa? Considere tanto os custos fixos como os custos variáveis. 3. A Transportadora SG está preparando uma proposta para uma fábrica de cerveja localizada em Natal / RN para transportar seus produtos da fábrica até Fortaleza. A SG trabalha com caminhões tipo carreta. Sabendo – se que a cobrança se dá por quilômetro e que a SG está concorrendo com duas empresas que praticam R$ 1,50 e R$ 1,62/Km, calcule o Custo de Transporte da SG, bem como o valor que a empresa gastará cada vez que percorrer a rota. Se você fosse o gerente operacional da SG, quais as providências para tornar a empresa mais competitiva e ganhar essa concorrência, visto que a fábrica de cerveja é um Cliente em Potencial? Dados do Problema: 1. Dados da Empresa: • Salário do motorista: R$ 1.350,00 / mês • Horas trabalhada: 176 h / mês • Custos administrativos: R$ 500,00 / mês • Taxa de juros: 2% a.m. 2. Dados do Veículo: • Consumo de combustível: 2,53 Km / l • Intervalo entre troca de óleo: 5.000 Km • Litros de óleo por troca: 30 l • Número de pneus em um caminhão: 18 unid • Intervalo entre troca de pneus / recapagem: 60.000 km • Número de recapagens: 1 Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 47 • Custos com Manutenção: R$ 0,13 / Km • Intervalo entre lubrificações: 2.000 Km • Velocidade média do veículo na estrada: 60 Km / h 3. Dados externos: • Valor de aquisição do veículo: R$ 165.000,00 • Vida útil do veículo: 120 meses • Valor residual do veículo: R$ 65.000,00 • Preço do óleo: R$ 9,00 / l • Preço do combustível: R$ 2,01 / l • Preço do pneu: R$ 920,00 • Preço da recapagem: R$ 480,00 • IPVA / Seguro obrigatório: R$ 1.200,00 • Preço da lubrificação / lavagem: R$ 80,00 • Distância Natal – Fortaleza: 504 Km Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 48 II.6 – Sistema GPS Décadas de 70 e 80 - solução - Força Aérea dos Estados Unidos desenvolveu um sistema de navegação por satélites denominado GPS (Global Positioning System). Os principais objetivos do GPS são: • Auxílio à radio navegação em três dimensões com elevada precisão nos cálculos de posição, mesmo com usuários sujeitos a altas dinâmicas; • Navegação em tempo real; • Alta imunidade a interferências; • Cobertura global, 24 horas por dia; • Rápida obtenção das informações transmitidas pelos satélites Sistema declarado totalmente operacional apenas em l995 Custo - 10 bilhões de dólares 24 satélites que orbitam a terra a 20.200 km duas vezes por dia e emitem simultaneamente sinais de rádio codificados, sendo a sua pior precisão 15 metros; a melhor, 1 metro. Militares americanos implantaram duas opções de precisão: para usuários autorizados (eles mesmos) e usuários não-autorizados (civis). Os receptores GPS de uso militar têm precisão de 1 metro e os de uso civil, de 15 a 100 metros. Como outros sistemas de rádio navegação, todos os satélites enviam seus sinais de rádio exatamente ao mesmo tempo, permitindo ao receptor avaliar o lapso entre emissão/recepção. A hora-padrão GPS é passada para o receptor do usuário. É a referência de tempo mais estável e exata jamais desenvolvida. GPS emite sinais de rádio especialmente codificados os quais quando processados pelo receptor GPS permitem o cálculo de sua posição, velocidade e tempo. O receptor tem que reconhecer as localizações dos satélites. Uma lista de posições conhecida como almanaque, é transmitida de cada satélite para os receptores. Controles em terra rastreiam os satélites e mantém seus almanaques acurados. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 49 O sistema é composto por três segmentos: 1 - Segmento Espacial (Satélites), O Segmento Espacial consiste de satélites GPS chamados de SV (space vehicles) - constelação padrão - 24 satélites orbitando a terra em ciclos de 12 horas. Altitude – permite que a órbita do satélite repita a mesma cobertura na terra a cada 24 horas (4 minutos mais cedo a cada dia). A constelação permite ao usuário a visibilidade de 5 a 8 SV em qualquer ponto da terra. 2 - Segmento de Controle (Departamento de Defesa, USA), Formado por estações de rastreamento de satélite localizadas em pontos específicos do globo. Controle central - Base de Schriever da Força Aérea Americana no Colorado. As estações de monitoramento medem o sinal transmitido pelos SV e calculam o ephemeris (informação precisa sobre a órbita do satélite) e correções do relógio (clock) para cada SV. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 50 3 - Segmento do Usuário. O segmento do usuário é formado pelos receptores GPS (móveis em geral) e pela comunidade de usuários GPS que utiliza o sistema para localização, navegação, topografia, etc. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 51 Rastreamento de veículos Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 52 O surgimento de várias empresas que comercializam sistemas de rastreamento de frotas utilizando satélite se deve a um simples fato: o aumento ano após ano do número de ocorrências envolvendo roubos de cargas. Inicialmente o sistema foi criado para dar suporte logístico às empresas de transporte de cargas especializadas e expressas (localização e previsão de tempo para a entrega no destino). Caminhões rastreados por satélite: há 30 anos - ficção científica; hoje - necessidade. Antes o volume de cargas transportadas era pequeno, comparado aos níveis atuais e os perigos que rondavam as estradas eram outros. O crescimento da indústria de roubo de cargas aumentou com o passar do tempo com o crescimento do valor agregado transportado, o que elevou muito o prejuízo dos transportadores e embarcadores. O crescimento da indústria de roubo de cargas aumentou com o passar do tempo com o crescimento do valor agregado transportado, o que elevou muito o prejuízo dos transportadores e embarcadores. Crescimento da economia mundial Globalização Mais locais para serem abastecidos Mais mercadorias a serem transportadas Necessidade de atender locais sem tanta infra estrutura Estradas, Polícia, Postos: abastecimento e serviços +$$$ Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 53 Roteirização Conceito: É a técnica de maximizar a eficiência das entregas, partindo das localizações dos depósitos e dos clientes. Premissas da Roteirização: A localização e as demandas dos Clientes são conhecidas; Há uma frota de veículos a ser utilizada. Objetivos da Roteirização: Propiciar um serviço de alto nível; Reduzir custos de operacionais e de capital. Decisão: Elaboração de um grupo de clientes que devem ser visitados por um conjunto de veículos e respectivos motoristas, envolvendo também a programação e o sequenciamentodas visitas. Restrições: São elementos que impedem a decisão ótima de Roteirização. Podendo ser de: Capacidade dos veículos; Tempo de carga e descarga; Janela de tempo; Jornada de trabalho; Trânsito; Proibição de circulação de veículos; etc. Roteirização sem Restrições: O problema consiste em encontrar a sequência de visitas que torne mínimo o percurso no bolsão. Ex.: Caixeiro Viajante. Utiliza - se o método do vizinho mais próximo. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 54 Acrescenta - se à rota o ponto mais próximo, assim por diante. E A B A B F C C D D Anterior Posterior O problema dos cruzamentos nos roteiros: Sempre que ocorrer um cruzamento em um roteiro, pode-se substituí-lo, com vantagem pela ligação cruzada. Isso se deve por que um lado do triângulo é menor ou igual à soma dos outros dois lados. X Y X Y c c Z W Z W Roteirização com Restrições: Nesta ocasião, ocorre simultaneamente a divisão da área em bolsões ou zona de entrega. Métodos usados: Método de varredura; Método de Clarke e Wright. Solução não ideal Cruzamento de percurso Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 55 Método de varredura: Define - se o depósito como centro e define - se um eixo passando por ele. Gira - se o eixo em torno do CD até que a linha inclua um Cliente. Testa se o Cliente pode ser incluído no roteiro em construção, analisando os quesitos da capacidade do veículo e a jornada de trabalho. Se as restrições não forem violadas, o novo cliente pode ser incorporado ao roteiro e o processo continua. Se o novo cliente não puder ser incluído, fecha - se o roteiro e inicia - se um novo roteiro. O processo termina quando todos os clientes são incluídos. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 56 Método de Clarke e Wright Este método baseia - se no conceito de ganho. Parte - se da pior situação, em que o veículo faz uma entrega de cada vez e retorna ao depósito e procura - se obter ganhos à partir daí. A A B B D D L = 2 x dDA + 2 x dDB L1 = dDA + dAB + dBD Ganho = G = L – L1 G = 2 x dDA + 2 x dDB – (dDA + dAB + dBD) G = dDA + dDB – dAB Procedimento: Combina - se todos os pontos que representam os Clientes, dois a dois e calcula - se o ganho (L - L’) para cada combinação. Ordena - se todas as combinações A, B, de forma decrescente segundo os ganhos GAB. Começa - se com a combinação dos dois nós que apresentam o maior ganho. Continua a analisar outras situações sempre obedecendo à sequência decrescente de ganhos. Para um par de pontos tirado da sequência de combinações, verificar se os pontos já fazem parte do roteiro iniciado. a) Se A e B não foram incluídos em nenhum dos roteiros já iniciados, criar então um novo roteiro com estes pontos. Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 57 b) Se o ponto A já pertence ao roteiro, verificar se este é o primeiro ou último deste roteiro. Se sim, acrescentar o par de pontos (A, B) na extremidade apropriada. Fazer a mesma análise com o ponto B. c) Se ambos os pontos fazem parte de roteiros iniciados, mas diferentes, verificar se ambos são extremos dos respectivos roteiros. Se sim, fundir os dois roteiros. d) Se os nós pertencem a um mesmo roteiro, passar para a próxima etapa. Verificar a cada momento que se adiciona um ponto ou funde - se roteiros se as restrições são repetidas. O processo termina quando todos os pontos forem incluídos em um roteiro. Exercício: Faça a roteirização para a situação a seguir. Outros dados: Capacidade do caminhão: 50.000 Kg Jornada de Trabalho: 8 horas / dia Demandas dos Clientes: Da = 5.000Kg Db = 6.000Kg Dc = 3.000Kg Dd = 8.000Kg De = 10.000Kg Logística de Transportes J. Armando Pádua Lima Jr / Suzana A. G. Pádua Lima Página 58 Df = 9.000Kg Dg = 2.000Kg Tempo de viagem entre os pontos: tD,a = 0,38h ta,b = 0,14h ta,c = 0,12h ta,d = 0,20h ta,e = 0,16h ta,f = 0,24h ta,g = 0,30h tD,b = 0,40h tb,c = 0,22h tb,d = 0,06h tb,e = 0,18h tb,f = 0,28h tb,g = 0,24h tD,c = 0,30h tc,d = 0,26h tc,e = 0,12h tc,f = 0,16h tc,g = 0,28h tD,d = 0,38h td,e = 0,20h td,f = 0,28h td,g = 0,18h tD,e = 0,22h te,f = 0,08h te,g = 0,16h tD,f = 0,12h tf,g = 0,16h tD,g = 0,20h