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Endodontia Acesso coronário e localização dos canais radiculares *Permanência do teto da câmara pulpar pode levar ao futuro escurecimento da coroa Princípios básicos a) Radiografia periapical na técnica do paralelismo. b) Verificar a inclinação do dente e das raízes no arco dentário. c) Remoção de toda dentina cariada e das restaurações que impeçam o adequado acesso aos canais radiculares. d) Alisar as superfícies pontiagudas dos dentes, que possam interferir na colocação do lençol de borracha e facilitar a realização do isolamento absoluto. e) Remover todos os planos inclinados da coroa que possam interferir no estabelecimento correto de referências externas, para a futura instrumentação e obturação dos canais radiculares. f) Estabelecer a área de eleição adequada de acordo com as características anatômicas do elemento dentário. g) Localização dos orifícios de entrada dos canais radiculares. Acesso à Câmara Pulpar Esta etapa se inicia com o estabelecimento de uma área de eleição, confecção de uma forma de contorno inicial e direção de trepanação. A área de eleição é o ponto escolhido para ser iniciado o desgaste do dente. Nos incisivos e caninos superiores, fica na face palatina, 1 a 2 mm abaixo do cíngulo nos inferiores, na face lingual, 1 a 2 mm acima do cíngulo; nos pré-molares e molares, na face oclusal, junto à fossa central em ambos os arcos. A forma de contorno da cavidade endodôntica deve ser corretamente configurada e posicionada de maneira a possibilitar acesso direto para a instrumentação, da margem da cavidade ao forame apical. A forma de contorno da cavidade endodôntica está intimamente relacionada com a anatomia interna do dente. Materiais utilizados ● Caneta de alta rotação ● Sonda exploradora n°47 reta ● Sonda exploradora n° 5 ● Pontas esféricas diamantadas 1011,1012,1014,1016 ● Tronco-cônica diamantada (ponta inativa) 3081,3082 ● Endo Z Acesso coronário dos grupos dentais Preparo químico-mecânico dos canais radiculares Objetivos: ● Cortar dentina contaminada ● Ampliação do espaço (formatar) ● Manter a anatomia original do canal *Instrumentação, emprego de substâncias químicas auxiliares e irrigação-aspiração. Limpeza e Desinfecção A limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares visam à eliminação de irritantes como microrganismos, seus produtos e tecido pulpar vivo ou necrosado, criando um ambiente propício para a reparação dos tecidos perirradiculares. Salienta-se que o objetivo de desinfecção se aplica somente aos casos de necrose e de retratamento, nos quais geralmente há infecção do sistema de canais radiculares. Durante o preparo químico-mecânico, a limpeza é lograda pela ação mecânica dos instrumentos endodônticos junto às paredes internas do canal radicular principal. Aliada a essa ação mecânica, uma ação química de limpeza do sistema de canais é obtida pelo emprego de soluções químicas auxiliares de instrumentação. Estas soluções devem ser dotadas de propriedades solventes de matéria orgânica e de atividade antimicrobiana. Também devem apresentar baixa tensão superficial e baixa viscosidade (grande molhabilidade). A ação solvente visa à remoção de tecido pulpar vivo ou necrosado do sistema de canais mecanicamente inacessíveis aos instrumentos endodônticos. Todo tecido pulpar, mesmo vivo e não infectado, deve ser eliminado no momento do preparo do canal, para não servir de substrato a uma proliferação microbiana. A ação antimicrobiana da solução química auxiliar é a responsável pela desinfecção do sistema de canais radiculares em casos de necrose e de retratamento, enquanto em dentes com polpa viva ela pode ser importante para evitar a contaminação dos canais. Ampliação e Modelagem A ampliação e modelagem visam, por meio da instrumentação, à confecção de um canal de formato cônico com o menor diâmetro apical e o maior em nível coronário. Movimento dos instrumentos endodônticos *É importante ressaltar que durante a instrumentação de um canal radicular temos como objetivo a sua ampliação (aumento de volume), o qual pode ser alcançado por meio do movimento de alargamento ou de limagem. Movimento de Remoção - Avanço - Giro à direita - Tração É usado na remoção da polpa dentária, sendo que neste caso a penetração do instrumento deve alcançar o segmento apical do canal radicular. Também é indicado na remoção de detritos livres no interior do canal, bolinhas de algodão e cones de papel utilizados com o medicamento intracanal. Este movimento também é muito usado nos retratamentos endodônticos, na remoção inicial do material obturador (cones de guta-percha e de prata) do interior do canal radicular. Movimento de Exploração ou Cateterismo - Avanço - Giro à direita - Giro à esquerda - Retrocesso É utilizado no cateterismo de canais radiculares amplos. Este procedimento tem como objetivo o conhecimento da anatomia interna, o esvaziamento inicial do canal radicular e a determinação da odontometria. Movimento de Alargamento - Avanço - Giro à direita - Giro à esquerda - Retrocesso Ampliar por meio do corte de um material, o diâmetro de um furo cônico ou cilíndrico preexistente. Movimento de Limagem - Avanço - Tração com pressão lateral Soluções químicas As substâncias químicas auxiliares são empregadas no interior do canal radicular com o objetivo de promover a dissolução de tecidos orgânicos vivos ou necrosados, a eliminação, ou máxima redução possível, de microrganismos, a lubrificação, a quelação de íons cálcio e a suspensão de detritos oriundos da instrumentação. Hipoclorito de sódio O hipoclorito de sódio apresenta uma série de propriedades, como: atividade antimicrobiana, solvente de matéria orgânica, desodorizante, clareadora, lubrificante e baixa tensão superficial. É também detergente, porque promove a saponificação de lipídios. Clorexidina Além de possuir atividade antibacteriana de amplo espectro, a clorexidina apresenta substantividade, isto é, ela se liga à hidroxiapatita do esmalte ou dentina e a grupos aniônicos ácidos de glicoproteínas, sendo lentamente liberada à medida que a sua concentração no meio decresce, permitindo assim um tempo de atuação prolongado. Assim, esta substância pode manter seus efeitos por um longo período de tempo. A clorexidina apresenta atividade antibacteriana contra um grande número de espécies Gram-positivas e Gram-negativas.Em baixas concentrações, a clorexidina é bacteriostática, enquanto, em concentrações mais elevadas, ela é bactericida. *Desvantagens - Não possui solvência de matéria orgânica - Não é clareadora *Não pode ser utilizada associado ao NaOCl, devido ao desenvolvimento de forte pigmentação acastanhada. EDTA (Ácido Etilenodiamino Tetracético Dissódico) -Remoção da porção inorgânica de smear layer -Ação quelante -Utilizado após o preparo *Não deve misturar o EDTA com o hipoclorito de sódio # Princípios fundamentais da irrigação ● Realização concomitante da irrigação -aspiração ● A agulha irrigadora deve-se aproximar do segmento apical do canal ● Deve existir espaço entre a agulha e a parede radicular ● Pressão aplicada sobre o êmbolo da seringa não deve ser excessiva ● Movimentos de vai e vem da agulha ● Quanto maior o volume do líquido empregado, maior a eficiência da limpeza ● Tempo ● A irrigação-aspiração é empregada antes, durante e após o preparo químico-mecânico do canal. Odontometria Radiográfica É a medição do comprimento real do dente e consequentemente de trabalho. A determinação precisa evitar: ● Formação de batentes ● Limpeza inadequada ● Pós-operatório sintomático Fases operatórias 1. Radiografia inicial e planejamento 2. Anestesia 3. Isolamento absoluto 4. Descontaminação coronária e acesso 5. Preparo do terço cervical e médio 6. Odontometria 7. Preparo apical Métodos - Radiográfico - Eletrônico Protocolo 1. Determinar o: CRI CRI = CAD - 2mm. 2. Ajustar o comprimento da NaviTip CNV = CAD - 6mm. Irrigar, aspirar e inundar. 3. Irrigar canal radicular com 10ml de hipoclorito de sódio a 2,5%. 4. Deixar o canal radicular inundado. 5. Explorar os canais com limas #10kou #15k dependendo do diâmetro do canal no CRI com movimentos exploratórios. 6. Escolher para canais amplos a lima #100k, canais acessíveis #80k e canais atrésicos #40k para iniciar o preparo. *Irrigar, aspirar, inundar e repassar a lima #10k/#15k no CRI entre uma Lima e outra *Seguir o preparo em ordem decrescente até alcançar o CRI *Radiografia com a lima que chegar no CRI. 7. Encontrar o DAI -Positivo -nulo -negativo -ideal (+1) ● CRD = CRI +/- DAI ● CRT = CRD - 1 8. Ajustar a medida da NaviTip para CRD - 6mm. 9. Realizar a patência foraminal - lima exploratória no CRD . 10. Escolher a 1° lima que se ajusta ao canal no CRT (IAI). 11. Realizar o batente apical com o IM (IAI + 2 instrumentos) no CRT. 12. Obturação ou medicação intracanal. Protaper Manual *Memória de forma *Rotação contínua à direita -Limas S : Shaping -Limas F: Finishing Shaping files -Modelagem do terço cervical e médio Lima Sx Realiza o preparo do terço cervical ● Cor do cabo: laranja ● Comprimento total: 19mm ● Parte ativa: 14mm ● Diâmetro da ponta: 0,19mm ● Conicidade crescente Lima S1 Realiza o preparo do terço cervical e médio ● Cor do cabo: roxo ● 21,25,31 ● Parte ativa: 16mm ● Diâmetro da ponta: 0,18mm ● Conicidade crescente Lima S2 Realiza o preparo do terço cervical e médio ● Cor do cabo: branco ● 21, 25, 31 ● Parte ativa: 16mm ● Diâmetro da ponta: 0,29mm ● Conicidade Crescente Finishing flies -Modelagem do terço apical Lima F1 ● Cor do cabo: amarelo ● 21,25,31 ● Parte ativa: 16mm ● Diâmetro da ponta: 0,20mm ● Conicidade decrescente 7% Lima F2 ● Cor do cabo: vermelho ● 21,25,31 ● Parte ativa: 16mm ● Diâmetro da ponta: 0,25mm ● Conicidade decrescente 8% Lima F3 ● Cor do cabo: azul ● 21,25,31 ● Parte ativa: 16mm ● Diâmetro da ponta: 0,30mm ● Conicidade decrescente 9% Lima F4 ● Cor do cabo: preto ● 21,25,31 ● Parte ativa: 16mm ● Diâmetro da ponta: 0,40mm ● Conicidade decrescente 6% Lima F5 ● Cor do cabo: amarelo ● 21,25,31 ● Parte ativa: 16mm ● Diâmetro da ponta: 0,50mm ● Conicidade decrescente 5% Técnica de rotação contínua Protocolo 1. Medir CAD *Cúspide mais saliente - vestibular *Raiz mais curta - palatina -Se não conseguir diferenciar as raízes ou só tiver 1, porém, com dois canais, utilizar o mesmo CAD para os dois. 2. Determinar o CRI 3. Ajustar agulha de irrigação Irrigar, aspirar, inundar 4. Irrigar canal radicular com 10ml de hipoclorito de sódio a 2,5%. 5. Deixar o canal radicular inundado. 6. Explorar os canais com limas #10k ou #15k dependendo do diâmetro do canal no CRI com movimentos exploratórios. 7. Realizar o preparo do terço cervical -Sx -CPT (comprimento provisório de trabalho) -CAD - 4 8. Odontometria com limas tipo K (CRI) 9. Realizar o preparo do terço cervical e médio -Utilizar lima S1 no CRT *Movimento de ¼ de volta à direita e esquerda até que o instrumento consiga realizar o giro completo à direita *Irrigar, aspirar, inundar e repassar a lima 10k ou 15k no CRD entre uma lima e outra 10. Realizar o preparo do terço cervical e médio -Utilizar a lima S2 no CRT 11. Realizar o preparo do terço apical -Utilizar a lima F1 no CRT 12. Medicação ou obturação Obturação Nesta fase, o objetivo é a eliminação de espaços vazios, originalmente ocupados pela polpa dental, que podem servir de nichos para a proliferação de microrganismos que resistiram ao preparo do canal (infecção persistente), ou que, em momento posterior, possam ganhar acesso a estes espaços (infecção secundária). Os materiais obturadores mais comuns, utilizados em diferentes técnicas, são a guta-percha e o cimento endodôntico. Quando pode obturar? - Preparo completo - Ausência de exsudato - Ausência de sintomatologia - Ausência de odor Guta-percha Vantagens ● Adaptam-se facilmente às irregularidades do canal quando utilizados em várias técnicas de obturação. ● São bem tolerados pelos tecidos perirradiculares. ● São radiopacos. Podem ser facilmente plastificados por meios físicos e químicos, de acordo com variações de técnicas. ● Possuem estabilidade dimensional nas condições de uso. ● Não alteram a cor da coroa do dente quando usados no limite coronário adequado da obturação do canal. ● Podem ser facilmente removidos do canal radicular. Desvantagens ● Apresentam pequena resistência mecânica à flexo compressão (rigidez), o que dificulta o seu uso em canais curvos e atresiados. ● Apresentam pouca adesividade, o que exige a complementação da obturação com cimentos endodônticos. ● Podem ser deslocados pela pressão, provocando sobreobturação durante os processos de compactação. Cimentos endodônticos A guta-percha é considerada um material impermeável, mas ela não adere às paredes dentinárias. Por essa razão, torna-se imperioso o emprego do cimento juntamente com a guta-percha para a obturação do sistema de canais radiculares. Embora a guta-percha deva ser em volume o principal constituinte da massa obturadora, cimentos endodônticos são usualmente empregados para reduzir a interface existente entre a guta-percha e as paredes do canal. Além disso, quando do emprego da técnica de compactação lateral, o cimento também atua reduzindo a interface entre os cones de guta-percha, tornando a obturação mais homogênea. O cimento endodôntico ideal deveria apresentar as seguintes propriedades: ● Ser de fácil inserção e remoção no canal radicular. ● Ter bom tempo de trabalho. ● Promover o selamento tridimensional do sistema de canais radiculares. Apresentar estabilidade dimensional nas condições de uso. ● Ter bom escoamento. ● Ser radiopaco. ● Não manchar a estrutura dentária. ● Apresentar adesividade às paredes do canal. ● Apresentar força coesiva. ● Ser insolúvel nos fluidos teciduais e na saliva. ● Ser solúvel ou reabsorvível nos tecidos perirradiculares. ● Ser impermeável no canal. ● Apresentar biocompatibilidade. ● Ter atividade antimicrobiana. *Cimentos à base de óxido de zinco-eugenol *Cimentos resinosos *Cimentos à base de ionômero de vidro *Cimentos à base de silicone *Cimentos contendo hidróxido de cálcio ***Descontaminação dos cones de guta-percha -imersão dos cones em hipoclorito de sódio. Técnica da compactação lateral 1. Seleção do espaçador 2. Seleção do cone principal 3. Inspeção visual, tátil e radiográfica 4. Secagem do canal 5. Preparo do cimento obturador 6. Colocação do cone principal 7. Compactação lateral 8. Radiografia 9. Corte dos cones, e condensação 10. Teste da pinça 11. Radiografia final Diagnóstico Exame subjetivo - Anamnese •Queixa principal •História médica e odontológica Exame objetivo - Exame clínico •Inspeção •Inspeção bucal -presença de tumefação (edema), existência de fístula e sua parúlide (furúnculo gengival) •Palpação -Utilizando-se a ponta do dedo indicador, os dedos indicador e médio, ou com auxílio do polegar, deve -se apalpar a região da face que será examinada, buscando fazê-lo também bilateralmente, estabelecendo, assim, as semelhanças e as diferenças entre o lado direito e esquerdo do paciente, investigando alterações •Palpação apical -Consiste em se tatear a região apical do elemento dentário examinado, fazendo-o delicadamente com a ponta do dedo indicador, verificando se há alguma resposta dolorosa ou, pelo tato, a presença de alterações patológicas de sua forma. •Percussão horizontal e vertical -A percussão vertical positiva tem sido associada à inflamação de origem endodôntica; enquanto a dor relacionada com percussão horizontal diz respeito a alterações periodontais. •Mobilidade dentária -O método de avaliação da mobilidade dentária envolve um procedimento clínico simples, empregando-se dois instrumentos metálicos apoiados com firmeza na superfície dentária ou utilizando um instrumento metálico e um dedo. Aplica-se uma força em uma tentativa de movimentar o elemento dentário em todas as direções (a mobilidade patológica ocorre, com mais frequência, no sentido vestibulolingual). Dessa maneira, gradua-se a mobilidade da seguinte maneira: Grau 1: ligeiramente maior que a normal; Grau 2: moderadamente maiorque a normal; Grau 3: mobilidade grave vestibulolingual e mesio distal, combinada com deslocamento vertical. A presença de uma mobilidade patológica pode ser causada por diversos fatores: perda de suporte ósseo do dente, sobrecarga dentária, trauma, hipofunção do dente, extensão de um processo inflamatório no tecido gengival ou na região perirradicular, após cirurgia periodontal e nos processos patológicos dos maxilares que resultam em destruição do osso alveolar ou das raízes dentárias. Além disso, tem sido verificado também aumento da mobilidade dos dentes durante a gravidez, associado ao ciclo menstrual ou ao uso de anticoncepcionais. •Sondagem periodontal -Durante o diagnóstico de dentes portadores de enfermidade de interesse endodôntico, não se pode abrir mão de realizar a sondagem periodontal, verificando, com essa manobra, se há ou não a normalidade do periodonto. O dente deve ser verificado nas suas proximidades, pelo menos em três regiões por vestibular e por lingual, não se esquecendo de verificar a região da furca. •Exames complementares •Exame Radiográfico •Exploração cirúrgica •TESTES CLÍNICOS PULPARES -Frio -Quente -Elétrico -Anestesia seletiva -Teste da cavidade -Teste da mordida •Diagnóstico Pulpar -Polpa normal A polpa dentro desta categoria de diagnóstico está livre de sinais e sintomas e responderá positivamente aos testes pulpares térmicos e elétricos, reagindo aos estímulos com resposta dolorosa de intensidade compatível com a excitação provocada. -Pulpite reversível Os dentes classificados como reversíveis apresentam uma sintomatologia provocada por portadores de pulpite e resposta um pouco mais intensa que na polpa normal. Os resultados objetivos e subjetivos devem levar o profissional a acreditar que a inflamação pulpar regridirá após ter sido instituída a terapêutica apropriada. Nestes dentes, o desconforto pulpar é experimentado quando um estímulo, como frio ou doce, é aplicado, havendo o aparecimento de uma dor brusca, que tenderá a desaparecer poucos segundos após a sua remoção. Assim, a dor nesses casos é sempre provocada e nunca espontânea. Situações frequentes em que a pulpite reversível ocorre são a dentina exposta (sensibilidade dentinária), a cárie ou as restaurações profundas. Vale lembrar que, em cavidades cariosas, é comum o paciente relatar dor persistente após a ingestão de doces e alimentos gelados, muitas vezes porque esses fatores de agressão ficam retidos nas lesões de cárie. Quando removidos pela escovação dental ou bochecho, costumam referir o alívio imediato.A radiografia periapical é em tudo semelhante à de um elemento dental com polpa normal. Frequentemente o paciente informa não ter sentido necessidade de buscar medicação analgésica para o desconforto experimentado. Um tratamento de rotina dentro dos princípios que regem a abordagem em dentística, com remoção de tecido cariado e restauração apropriada, leva à completa remissão dos sintomas evidenciados. -Pulpite irreversível sintomática Trata-se de um diagnóstico com base em achados subjetivos e objetivos de que a polpa inflamada vital é incapaz de se recuperar e retornar à sua higidez após a remoção dos fatores que levaram a esta condição inflamatória, sendo indicado o tratamento endodôntico não conservador: pulpectomia ou, quando indicada, a pulpotomia. As características desta entidade patológica podem incluir dor aguda após estímulo térmico (demorando a cessar após a remoção do estímulo, geralmente 30 segundos ou mais), dor espontânea (dor não provocada) e dor irradiada (também chamada dor referida ou dor reflexa). Em algumas situações, o paciente pode relatar aumento da dor com aplicação de frio e seu alívio quando entra em contato com uma substância quente. Outras vezes é exatamente o contrário que ocorre (alívio com frio e dor com o quente), o que já foi atribuído ao fato de a fase de pulpite irreversível pode ser inicial ou tardia, mas o que se poder concluir, clinicamente, é que ambas caracterizam a necessidade de uma intervenção com remoção total ou parcial da polpa envolvida (pulpectomia ou pulpotomia). -Pulpite irreversível assintomática Trata-se de um diagnóstico clínico que se baseia funda mentalmente em respostas aos exames subjetivo e objetivo, que indicam que a polpa está inflamada e incapaz de retornar à sua condição de normalidade. Contudo, muitas vezes não há neste caso uma queixa clínica do lorosa importante descrita pelo paciente. Ao contrário, elementos portadores de pulpite irreversível assintomática costumam responder normalmente ou de forma bastante moderada aos testes térmicos, podendo ter sofrido agressão ou cárie profunda, cuja remoção frequentemente leva à exposição da polpa. Quando existente, a dor costuma ser intermitente (não contínua), sobretudo por compressão. -Necrose pulpar Trata-se de um diagnóstico clínico que indica a necrose da polpa dental, quadro em que será necessário o tratamento endodôntico radical. Sabe-se que a necrose do tecido pulpar está fortemente associada à presença de microrganismos, mesmo nos casos em que a causa da necrose teve origem em fatores não microbianos, como o traumatismo dental. Em resposta à agressão e à necrose da polpa dental, o organismo desencadeia processos inflamatórios agudos ou crônicos de defesa na região perirradicular, podendo resultar na formação de cistos e granulomas perirradiculares e, eventualmente, no surgimento de coleções purulentas (abscessos). Não haverá sensibilidade ao se realizar esse teste no paciente. -Previamente tratado Um dente previamente tratado é o diagnóstico clínico que indica que ele recebeu tratamento endodôntico e os canais foram obturados com algum material definitivo, e não somente preenchidos com medicação intracanal. Elementos dentários nesta categoria não respondem aos testes térmicos ou elétricos. O exame radiográfico ajudará a elucidar este diagnóstico, pela presença do material radiopaco preenchendo os canais radiculares, mas deve-se assegurar de que não seja uma medicação intracanal à qual se tenha agregado material dotado de radiopacidade. -Terapia previamente iniciada Consiste em um diagnóstico clínico no qual a polpa dental recebeu somente uma terapêutica endodôntica parcial, como uma pulpotomia ou uma pulpectomia. Dependendo do estágio em que encontra o tratamento instituído, os dentes que se enquadram nesta classificação podem ou não responder aos testes pulpares. •Diagnóstico apical (ou perirradicular) -Tecidos Apicais (Perirradiculares) Normais Tecidos apicais normais não apresentam resposta dolorosa ao teste da percussão e palpação e radiograficamente a lâmina encontra-se intacta, bem como o espaço periodontal está uniforme. Assim como no caso dos testes pulpares, o exame de palpação e percussão deve ser comparativo, iniciando-se por dentes cuja resposta se espera normal. -Periodontites Apicais (Lesões Perirradiculares) As periodontites apicais (ou lesões perirradiculares) são processos inflamatórios reversíveis, que podem ocorrer tanto em dentes portadores de polpa viva inflamada quanto em elementos dentários com polpa necrosada, tendo várias e distintas causas. -Periodontite Apical (Lesão Perirradicular) Sintomática Esta classificação refere-se à inflamação do periodonto apical, em que ocorrem sintomas clínicos de dor à mordida e/ou percussão e palpação apical. Poderá estar ou não acompanhada de alteração radiográfica, pois, dependendo do estágio da doença, haverá ou não espessamento do espaço periodontal ou radiolucidez perirradicular apical. Uma resposta severamente dolorosa à percussão/palpação é altamente indicativa de processo degenerativo pulpar e o tratamento de canal faz-se necessário. -Periodontite Apical (Lesão Perirradicular) Assintomática A periodontite apical assintomática consiste na inflamação e na destruição do periodonto apical de origem pulpar, sendo que, nestes casos, não há dor ou é muito discreta. Como este quadro está relacionado com dentes portadores de necrose pulpar, os testespulpares apresentam resposta negativa, bem como não há desconforto importante como resposta à palpação e à percussão, Radiograficamente, manifesta-se a radiolucidez apical. -Abscessos Apicais (Perirradiculares) Abscessos são cavidades circundadas por paredes de tecido fibrótico ou de granulação, que contêm pus em seu interior.O aspecto radiográfico dos abscessos apicais dependerá do tempo de evolução do caso, podendo apresentar um espessamento do espaço periodontal e/ou uma imagem perirradicular difusa, mal-definida, neste caso com perda da continuidade da lâmina dura. Poderá também ocorrer o aspecto radiográfico da lesão crônica original, com ou sem radiolucidez difusa associada. -Abscesso Apical (perirradicular) Crônico Caracteriza-se por processo inflamatório em que a formação de pus se dá lentamente, sem desconforto importante para o paciente. Pode estar acompanhado de fístula, sinal patognomônico desta entidade patológica. Quando presente, o trajeto da fístula pode ser rastreado radiograficamente, procedimento conhecido como fistulografia. -Abscesso Apical (Perirradicular) Agudo Os abscessos apicais agudos costumam ser bastante sensíveis às manobras de percussão, palpação e pressão sobre o dente, estando sempre associados à presença de polpa necrótica e infectada, na qual o dente não responde mais a quaisquer testes térmicos pulpares. O quadro costuma ser doloroso, pela pressão do pus e tumefação dos tecidos moles, frequentemente acompanhadas de manifestações sistêmicas, como prostração, febre, enfartamento ganglionar, podendo haver trismo. O inchaço existente pode ser intra e/ou extrabucal e a infecção poderá progredir para a cortical ou espaços medulares do osso - o que caracteriza a osteomielite - ou se difundir pelos tecidos moles como uma celulite, sendo duas formas consideradas notada mente perigosas: a angina de Ludwig e a trombose do seio cavernoso. -Osteíte Condensante A osteíte condensante, também chamada osteomielite esclerosante focal, osteomielite crônica esclerosante focal ou osteíte esclerosante, é o crescimento patológico dos ossos maxilomandibulares acompanhado de sintomas clínicos discretos. Endodonticamente, a osteíte condensante se traduz como uma resposta dos tecidos ósseos perirradiculares a uma agressão de baixo estímulo inflamatório ou microbiano," ambos com origem na polpa dental, caracterizada por crescimento ósseo periódico. Clinicamente, as áreas de esclerose óssea aparecem associadas a ápices de dentes com pulpite e grandes lesões cariosas, restaurações coronárias profundas, em dentes portadores de necrose pulpar e em casos de tratamento endodôntico inapropriado. No Medicação intracanal Objetivos a) Eliminar microrganismos que sobreviveram ao preparo químico-mecânico. b) Atuar como barreira físico-química contra a infecção ou reinfecção por microrganismos da saliva. c) Reduzir a inflamação perirradicular e consequente sintomatologia. d) Controlar a exsudação persistente. e) Solubilizar a matéria orgânica. f) Inativar produtos microbianos. g) Controlar a reabsorção dentária inflamatória externa. h) Estimular a reparação por tecido mineralizado. Classificação química dos medicamentos intracanais Derivados fenólicos São potentes agentes antimicrobianos e podem exercer seus efeitos não somente pelo contato direto, mas também através da liberação de vapores. Aldeídos São fixadores teciduais de pronunciada eficácia. São representados pelo formaldeído (usado em combinação com o cresol, conhecido como tricresol formalina ou formocresol) e pelo glutaraldeído. São potentes agentes antimicrobianos, exercendo seus efeitos tanto pelo contato direto quanto pela liberação de vapores ativos. Halógenos São representados pelos compostos que contêm cloro ou iodo. Os compostos que possuem cloro são representados pelo NaOCl, enquanto, nos compostos que possuem iodo, este é encontrado na forma molecular I, ou combinado com o potássio. Apresentam efeitos destrutivos sobre vírus e bactérias. Bases ou hidróxidos Bases são compostos inorgânicos. São representados, para uso endodôntico, pelo hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. O hidróxido de cálcio é um pó branco, alcalino (pH 12,8), inodoro, pouco solúvel em água. É uma base forte, podendo ser usada isoladamente (hidróxido de cálcio p.a.) ou associada a outras substâncias. Corticosteróides São medicamentos que atuam sobre o processo inflamatório, inibindo a ação da enzima fosfolipase A2, envolvida na síntese dos derivados do ácido araquidônico (prostaglandinas e leucotrienos), importantes mediadores químicos da inflamação. Possuem efeito inibitório potente sobre a exsudação e a vasodilatação associadas à inflamação. Em Endodontia são utilizados, por meio de aplicações tópicas para o controle da reação inflamatória, nos casos de periodontite apical aguda de etiologia química ou traumática. Podem também ser utilizados na biopulpectomia, nos casos em que não se realiza a obturação radicular imediata e nas pulpotomias. Os corticosteróides mais empregados em Endodontia são a hidrocortisona, a prednisolona e a dexametasona. Antibióticos Pouco empregado, visto que não são superiores, como medicação intracanal, aos antissépticos comuns. Além de poder causar resistência bacteriana. Veículos Do ponto de vista da atividade antimicrobiana, principal propriedade exigida para um medicamento intracanal, podemos classificar os veículos em inertes e biologicamente ativos. Os veículos inertes caracterizam-se por serem, na maioria das vezes, biocompatíveis, mas sem influenciar significativamente as propriedades antimicrobianas do hidróxido de cálcio. Estes incluem a água destilada, o soro fisiológico, as soluções anestésicas, a solução de metilcelulose, o óleo de oliva, a glicerina, o polietilenoglicol e o propilenoglicol. Os veículos biologicamente ativos conferem à pasta efeitos adicionais aos proporcionados pelo hidróxido de cálcio. Exemplos incluem o PMCC, a clorexidina e o iodeto de potássio iodetado. Do ponto de vista das características físico-químicas, existem dois tipos de veículos: hidrossolúveis e oleosos. Os veículos hidrossolúveis caracterizam-se por serem inteiramente miscíveis em água. Podem ser divididos em aquosos e viscosos. • Inertes - Água destilada, soro fisiológico, solução anestésica, glicerina, polietilenoglicol, propilenoglicol e óleo de oliva; • Biologicamente ativos - PMCC. BIOLOGICAMENTE ATIVOS PARAMONOCLOROFENOL CANFORADO (PMCC) -O PMCC é recomendado como medicação intracanal pois aumenta o seu raio de atuação dentro do sistema de canais. -A adição de Paraclorofenol Canforado (PMCC) ao hidróxido de cálcio (CALEN) não melhorou as propriedades de liberação de íons hidroxila (OH) e fons cálcio (Ca+2) que são responsáveis pelas ações antimicrobiana e biológica. PROPRIEDADES •Liberação gradual de fons hidroxila que fornecem um meio alcalino para propriedades antimicrobianas e fons cálcio para ação biológica; •Possui ação anti-inflamatória, mineralizadora e de dissolução tecidual; •Propriedade inibitória da atividade de células clásticas. Ação antimicrobiana •A maioria dos microrganismos patogênicos para o homem não é capaz de sobreviver em um melo extremamente alcalino. •E. faecalis, Candida albicans e o Actinomyces radicidentis sobrevivem em um pH 11,5. •O pH obtido com o CA(OH)2 é de cerca de 12,8. Mecanismos de atividade antimicrobiana -Perda da integridade da membrana citoplasmática -Dano ao DNA #As pastas de hidróxido de cálcio, quando empregadas como medicamento intracanal, podem desempenhar atividades biológicas, químicas e físicas. *Limitações do hidróxido de cálcio!! RESISTÊNCIA MICROBIANA -Tem sido demonstrado que alguns microrganismos são mais resistentes a seu pH elevado. Esses microrganismos utilizam mecanismos sofisticados que lhes permite regular e manter o pH intracitoplasmático a níveis compatíveis. -E. faecalis e C. albicans São mais comumente encontrados em casos de fracasso endodôntico (infecção secundária). TEMPO 7 a 15 dias para otimizar a desinfecção (canal deve estar completamentepreenchido, pois age por contato direto) _Na clínica deixaremos a medicação por 15 dias! OUTRAS PROPRIEDADES DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO •Solvente de matéria orgânica -Por possuir pH extremamente elevado, o hidróxido de cálcio promove a quebra de ligações iônicas que mantém a estrutura terciária de proteínas, desnaturando-as e tornando-as mais susceptíveis à dissolução. •Inibição da reabsorção radicular externa -Por ser uma base forte, tem sido sugerido que o hidróxido de cálcio promove a elevação do pH do melo, neutralizando doidos e inibindo a atividade enzimática responsável pela reabsorção. #A pasta de hidróxido de cálcio age como barreira física e química (ação de preenchimento), impedindo ou retardando a infecção ou reinfecção por microrganismos provenientes da cavidade oral. LIMITAÇÕES A. Necessidade de contato direto; B. Estudos demonstraram que pastas de hidróxido de cálcio em veículos inertes falharam em inibir o crescimento de várias espécies bacterianas; C. Pouca efetividade contra bactérias presentes nos túbulos dentinários; O QUE FAZER QUANDO O PREPARO MECÂNICO ESTÁ FINALIZADO? -ANTES DE APLICAR O HIDRÓXIDO DE CÁLCIO É NECESSÁRIO REMOVER A SMEAR LAYER -EDTA - Solução irrigante utilizada após a conclusão do preparo mecânico -A água destilada estéril deve ser usada entre as soluções irrigadoras para prevenir a reação química entre elas. -PROPRIEDADES: Atividade antimicrobiana e Ação quelante. -A permanência do EDTA a 17% por 1 minuto (3x de 20s) é suficiente para promover a remoção da smear layer. -A PATÊNCIA FAVORECE O MOLHAMENTO NO TERÇO APICAL. QUAIS OS FATORES QUE INTERFEREM NA EFICIÊNCIA DA IRRIGAÇÃO? -Diâmetro do canal radicular; -Diâmetro interno e externo da agulha; -Pressão na seringa (volume da seringa); -Profundidade de penetração da agulha. PREENCHIMENTO DO CANAL RADICULAR COM PASTA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO PROTOCOLO DE PREENCHIMENTO DO CANAL RADICULAR ● Seringa de Ultracal™ XS ● Secar o canal com pontas de papel absorvente estéreis; ● Acoplar agulha NaviTip ou Injex (0.40) na seringa; ● Entrar com a agulha no canal até 3 mm aquém do CRT; ● Injetar a medicação até aparecer na entrada do canal; ● Remover a agulha com movimentos suaves e lentos de entrada e salda do canal: ● Limpar a câmara pulpar com mecha de algodão e álcool; ● Realizar uma radiografia de prova de qualidade. EXTRAVASAMENTO-Hidróxido de cálcio -Em contato com os tecidos perirradiculares pode gerar necrose superficial e retardo do reparo. - O extravasamento da pasta de hidróxido de cálcio para os tecidos perirradiculares, nos casos em que há lesão periapical, não oferece qualquer benefício. -Em pequenas quantidades não traz maiores consequências, entretanto o exagero, em determinadas situações, pode ter efeitos desastrosos. CONCLUSÃO Concluíram que a inserção do UltracalTM XS deve ser cuidadosa e sua extrusão deve ser evitada. Essa extrusão pode resultar na formação de um material sólido associado com sinais e sintomas de inflamação. DIAGNÓSTICO E INDICAÇÃO DO MEDICAMENTO INTRACANAL Polpa viva ✓Canais que não foram totalmente instrumentados -Otosporin -Hidróxido de cálcio Realizado apenas o acesso coronário e remoção coronária (aplica-se a pasta até onde for possível) Polpa viva ✓Canais que foram totalmente instrumentados -Hidróxido de Cálcio Polpa sem vitalidade (Infecção primária ou secundária) ✓Canais que não foram totalmente instrumentados -Inundar o canal com hipoclorito de sódio; -Inserir na câmara pulpar uma mecha de teflon. Polpa sem vitalidade (infecção primária ou secundária) ✓Canals totalmente instrumentados -Hidróxido de Cálcio SELAMENTO CORONÁRIO •Evitar a contaminação do sistema de canais radiculares. -Materiais •Cotosol
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