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11 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Conceitos introdutorios

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Crimes contra a Administração Pública
Capítulo I – Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral (arts. 312 a 327)
Capítulo II – Dos crimes praticados por particular contra a Administração em geral (arts. 313 a 337-A)
Capítulo II-A – Dos crimes praticados por particular contra a Administração Pública estrangeira (arts. 337-B a 337-D)
Capítulo III – Dos crimes contra a Administração da Justiça (arts. 338 a 359)
Capítulo IV – Dos crimes contra as finanças públicas (arts. 359-A a 359-H)
Titulo XI – Crimes contra a Adm. Pub.
Crimes funcionais: pois são praticados por funcionários públicos, no exercício de suas funções ou em razão dela. Dividem-se em dois prismas:
Funcionais próprios (puros ou propriamente ditos): na falta de qualidade de funcionário publico ao autor, o fato é atípico (atipicidade absoluta). 
Ex.: prevaricação (art.319) “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de oficio, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. 
Obs: ao retirarmos a qualidade de funcionário público do sujeito ativo da prevaricação, não há qualquer incidência penal na conduta de praticar um ato de oficio. 
Funcionais impróprios (impuros ou impropriamente ditos ou mistos): na falta de qualidade de funcionário público do autor, desaparece o crime funcional, mas o fato se subsume (adequa) a outro tipo penal (atipicidade relativa). 
Ex.: peculato próprio (art.312) “apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”. 
Obs: caso venha a ser retirada do dispositivo a qualidade de funcionário público, teremos aqui o crime de apropriação indébita, e não de peculato. 
Titulo XI – Funcionário Público 
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Trata-se de uma norma penal interpretativa. 
Cargo público está previsto no art.3, 2° da lei n.8.112/90. Já o emprego aqui se relaciona com a CLT. E a função pública se trata de qualquer pessoa que exerça qualquer tipo de função de natureza pública, remunerada ou não. 
Não são considerados funcionário públicos para fins penais quem exerce encargos públicos atribuídos por lei (múnus públicos), a exemplo de tutores, curadores, administradores judiciais, defensores dativos e depositário judicial (HC 402949/SP). 
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
Obs: entidades paraestatais são: serviços sociais autônomos, ongs, entidades de apoio, oscips, etc...
A equiparação do conceito de funcionário público previsto no art.127,1° aplica-se a este somente na qualidade de sujeito ativo da infração penal ou também quando figura como sujeito passivo?
Teoria restritiva: somente na função de sujeito ativo (crime de injuria). 
Teoria extensiva (ampliativa): tanto quanto for sujeito ativo quanto for sujeito passivo (crime de desacato). 
Obs: a teoria majoritária é a extensiva (ampliativa).
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
Ocupante de cargo em comissão ou de função de direção ou assessoramento de autarquia poderá ser responsabilizado com a causa de aumento de pena?
“No rol de incidência da causa especial de aumento de pena, entre os entes da Administração Pública indireta, não há menção às autarquias. Analogia para entender que os servi- dores ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou de assessoramento das autarquias também estariam sujeitos à majorante. Pelo princípio da legalidade penal estrita, inadmissível o aproveitamento da analogia in malam partem. Recorrentes que não poderiam ter apena majorada em um terço, na forma prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal.” (STF, Ação Originária n.º 2093/RN, julgada em 03/09/2019).
É possível ao particular praticar crimes funcionais?
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Obs: condição de funcionário público é o próprio caráter elementar para o crime. 
Logo, é possível, desde que:
1. Presente o concurso de pessoas, uma vez que a condição de funcionário público é uma elementar dos crimes funcionais e se comunica aos particulares que tiverem concorrido para a pratica de crime. 
2. A condição de funcionário público seja de conhecimento do particular. Princípio da insignificância nos crimes contra a Administração. 
Obs: no CPB, não se admite a responsabilidade penal objetiva. Ou seja, o agente somente pode responder por um delito que se tem conhecimento. 
STJ: não admite: 
Súmula n. 599-STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública. (Aprovada em 20/11/2017)
Exceção: crime de descaminho (até 20k).
STF: admite (analise casuística). 
Disposições gerais – Extraterritorialidade 
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I – os crimes: (...) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, deTerritório, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (...) 
Art. 33. (...) § 4ª O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
“Em matéria de crimes contra a administração pública, a parte verdadeiramente severa da pena, a ser executada com rigor, haveria de ser a de natureza pecuniária. Esta, sim, teria o poder de funcionar como real fator de prevenção, capaz de inibir a prática de crimes que envolvessem apropriação de recursos públicos”. (STF, EP 22 ProgReg-AgR/DF, Plenário, Informativo 772, julgado em 17/12/2014)
Efeitos da condenação 
Art. 92. São também efeitos da condenação: I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (...) Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Obs: processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos : arts. 513 a 518 do CPP.

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