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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Cefaleias Cefaleia: todo processo doloroso referido no segmento cefálico; pode originar-se em qualquer das estruturas faciais ou cranianas; “Dor: experiência emocional desagradável relacionada a um dano tecidual real ou potencial”; Exames: TC, angiografia digital, líquor, angiotomografia, angiografia por ressonância magnética; Suspeita de síndrome por vasoconstrição → padrão- ouro: angiografia digital; Epidemiologia 90% dos homens e 95% das mulheres; 90% benignas: enxaqueca, tensional ou em salvas; 25% têm crises incapacitantes recorrentes; 4% sofrem de cefaleias crônicas diárias Cefaleia tensional é a mais comum; Classificação Primárias: recorrentes, sem distúrbios associados → 90% (enxaqueca, cefaleia tensional, cefaleia em salvas; não têm alterações estruturais que justifiquem o aparecimento dessas cefaleias); Secundárias: doenças orgânicas. Primárias x secundárias Padrão temporal; Primária: de longa evolução; crises agudas com recorrência; Secundária: piora gradual; aguda intensa não preexistente (hemorragia subaracnoide); Sinais de alerta Início após 50 anos; Início súbito (pico de intensidade); Primeira ou pior cefaleia da vida; Piora progressiva apesar do tratamento adequado; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Mudança no padrão de dor (intensidade/frequência); Doença sistêmica (HIV/CA); Papiledema, sinais neurológicos focais ou sinais de doença neurológica (exceto presença de aura típica); Dor associada à tosse, atividade física ou sexual; Fisiopatologia Depressão alastrante cortical: o É uma atividade cerebral anormal associada à aura e outros sintomas; o Pode ativar o sistema trigeminovascular e induzir à cefaleia; Ativação do sistema trigeminovascular: o Regula neuropeptídios pró inflamatórios e indutores de dor; o Tem papel central na patogênese da enxaqueca; Disfunção de centros de controle da dor: o Mecanismo em paralelo; o Pode fazer o cérebro interpretar erroneamente estímulos normais em paciente enxaquecoso; Depressão alastrante cortical → Ativação do sistema trigeminovascular → Vasodilatação/inflamação → Cefaleia Cefaleias primárias Enxaqueca ou migrânea 18% das mulheres; 6% dos homens; Primeiras 3 décadas de vida; Clássica ou com aura; comum ou sem aura; Ocorre mais pela manhã; Classificação: o Migrânea; Migrânea sem aura; Migrânea com aura: migrânea com aura típica; migrânea om aura de tronco encefálico; migrânea hemiplégica; Migrânea crônicas; Complicações da migrânea: estado migranoso; aura persistente sem infarto; infarto migranoso (diagnóstico diferencial para eventos isquêmicos); migraplesia (entra como diagnóstico diferencial de epilepsia0; Critérios diagnósticos de migrânea sem aura: A. Pelo menos 5 crises preenchendo os critérios B-D; B. Crises de dor com duração de 4-72 horas; C. Cefaleia com 2 ou mais das seguintes características: 1. Unilateral; 2. Pulsátil; 3. Intensidade moderada à severa; 4. Agravada pela atividade física. D. Durante a crise, pelo menos um dos seguintes: 1. Náusea e/ou vômito; 2. Fonofobia e/ou fotofobia. E. Não atribuída à outra causa. Critérios diagnósticos de migrânea com aura A. Pelo menos 2 crises preenchendo os critérios B e C; B. Um ou mais dos seguintes sintomas de aura: Visual, Sensitivo, Fala, Motor, Tronco, Retiniano C. Pelo menos 2 de 4 características: 1. Pelo menos 1 sintoma de aura que evolui em > 5 min, e/ou 2 ou mais sintomas em sucessão; 2. Duração da aura de 5-60 minutos; 3. Pelo menos uma aura unilateral; 4. Aura acompanhada ou seguida em 60 minutos por cefaleia; D. Não atribuída à outra causa e excluído AIT. Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo AURA Fenômeno neurológico focal que antecede ou acompanha a cefaleia; 5-60 minutos; Visual (mais comum), sensitiva (segunda mais frequente), motora, linguagem, de tronco; Pode ocorrer de forma isolada; Aura motora está relacionada à migrânea hemiplégica familiar; Enxaqueca com aura visual brilhosa: diagnóstico diferencial com epilepsia temporal que causa aura com pontos coloridos – PROVA!!! Tratamento: sintomático e profilático; Tratamento sintomático AINEs; Analgésicos: dipirona e paracetamol; Associação cafeína + analgésicos; AINEs + Triptano (Sumaxpro → Sumatriptano + Naproxeno); Triptanos (agonistas seletivos dos receptores Serotoninérgicos 5-HT1); Alcalóides do Ergot (agonistas não seletivos): ergotamina e diidroergotamina; Leve: Analgésicos, Antieméticos; Moderada: AINE, Ergotamina, Triptano; Forte ou incapacitante: o Triptano + AINEs; o AINE IM ou EV; o Metoclopramida 10 mg EV; o Dipirona 1 g + Dexametasona 4 mg/ml (2 ml) EV; o Clorpromazina EV (0,1 mg/kg em ml de SF em 2 horas). Limitar o uso de analgésico para 2 x/semana a fim de prevenir a cefaleia de rebote que resulta do uso excessivo de medicações abortivas de crise; Associação do Triptano + AINE pode aumentar a eficácia e diminuir a recorrência; A eficácia aumenta com o início precoce da droga; Pode repetir em 2 h; Evitar fatores desencadeantes: pouco ou muito sono; jejum prolongado; álcool; aditivos alimentares; claridade e odores; estresse; Tratamento não farmacológico: exercício físico; alimentação regular; manutenção do sono; relaxamento; psicoterapia. Tratamento profilático Reduzir a frequência, duração e intensidade das crises; melhor eficácia e menos efeitos adversos; contemplar as comorbidades; Iniciar com baixa dose e aumentar gradualmente; Evitar abuso de analgésicos; 2 a 3 meses para avaliar a eficácia; Duração: 6 meses a 1 ano; Indicações: o 3 ou mais crises de cefaleia moderada a grave por mês, causando limitação funcional ao paciente e que não seja consistentemente responsiva ao tratamento agudo; o Pelo menos 6 a 8 dias de cefaleia por mês mesmo que o tratamento agudo seja efetivo; o Contraindicação ao tratamento agudo; o Sintomas particularmente intensos mesmo que infrequentes (ex migrânea hemiplégica, migrânea com aura de tronco); o Quando a dor tem grande impacto na rotina do paciente modificando o estilo de vida; o Paciente com risco de desenvolver abuso de analgésico; Betabloqueadores Propranolol (40 a 240 mg em 2 ou 3 doses/dia); Metoprolol (100 a 200 mg em 1 ou 2 doses/dia); Atenolol (50 a 200 mg em 1 ou 2 doses/dia). HAS, ansiedade e tremor essencial; Efeitos adversos: fadiga, intolerância ao exercício, tontura, insônia, depressão; Contraindicações: asma, DPOC, Doença de Reynaud e DM insulino dependente, pacientes que tenham braquicardia ou hipotensão Antidepressivos Tricíclicos: Amitriptilina (10 a 200 mg/d) (muito sono, resseca a boca), Nortriptilina (10 a 150 mg/d) (prof usa mais a Nortriptilina); Distúrbios do humor e do sono; Efeitos adversos: boca seca, ganho de peso, constipação, retenção urinária; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Contraindicação: glaucoma de ângulo fechado, distúrbios da condução cardíaca, prostatismo, retenção urinária; ISRS: pouco efetivo; Venlafaxina – não é bom utilizar em crianças; Bloqueadores dos canais de sódio Flunarizina - Vertix (5 a 10 mg ao deitar); Crianças e enxaqueca com aura; Efeitos adversos: sedação, ganho de peso, parkinsonismo (se usar a medicações por anos); Anticonvulsivantes Ácido Valproico (250 mg a 1500 mg/d); o Efeitos adversos: ganho de peso, queda de cabelo, tremor, sedação, hepatotoxicidade, pancreatite; Topiramato (25 a 200 mg 1 a 3x/dia); ótimo medicamento adjuvante; o Efeitos adversos: perda de apetite, parestesias,memória; Cefaleia tensional Cefaleia primária mais comum; Infrequente: < 1 dia por mês; Frequente: 1-14 dias por mês; Crônica: > 15 dias por mês; Prevalência: 30-78%; Mais em mulheres; 2ª década de vida; Depressão, ansiedade, síndrome do pânico; Critérios diagnósticos: A) Pelo menos 10 crises preenchendo os critérios B- D; B) Crises de dor com duração de 30 minutos a 7 dias; C) Cefaleia com 2 ou mais das seguintes características: 1. Localização bilateral; 2. Caráter em pressão/aperto (não pulsátil) 3. Intensidade leve ou moderada 4. Não é agravada por atividade física rotineira como caminhar ou subir degraus D) Ambos os seguintes: 1. Ausência de náusea ou vômito (anorexia pode ocorrer) 2. Ou fotofobia ou fonofobia (apenas uma delas está presente) E) Não ser atribuída a outro distúrbio Tratamento: Analgesia na crise com AINE; Sono, alimentação e exercício físico regular; relaxamento; psicoterapia; acupuntura. Tratamento profilático: se 3 ou mais crises por semana; 6-12 meses; Tricíclicos (Amitriptilina, Nortriptilina, Clomipramina); Tizanidina; Mirtazapina (aumenta muito o apetite); Venlafaxina (não pode ser usado em criança); Cefaleia trigêmio autonômica Dor unilateral, severa, com sintomas autonômicos; Cefaleia em salvas/ cluster headache; Hemicraniana paroxística (acontece mais em mulheres) episódica e crônica; Síndrome SUNCT (hiperemia e rinorreia, lacrimejamento e dor de cabeça) e SUNA (ou é rinorreia ou é o lacrimejamento + a cefaleia intensa associado em regiões do nervo oftálmico do trigêmeo); Hemicrania contínua. Mulheres têm mais crises, porém costumam ser mais curtas; Cefaleia em salvas Crises frequentes de dor unilateral nas regiões orbitais, supraorbitais ou temporal, com duração de 15 a 180 minutos quando não tratadas; Durante a cefaleia, pelo menos uma das seguintes manifestações: o Hiperemia conjuntival e/ou lacrimejamento unilateral; o Congestão nasal e/ou rinorreia ipsilateral; o Edema palpebral ipsilateral; o Sudorese na fronte e face ipsilateral; o Miose e/ou ptose ipsilateral; o Sensação de inquietação ou agitação; Frequência das crises variável; Tipo mais doloroso de cefaleia primária; Mais em homens (4:1); Periodicidade circadiana, paroxismos (1-3 crises/dia); Salvas: 2 a 12 m; remissão: 6 m a 2 anos; A ingestão de álcool desencadeia crise; Tratamento: o Tratamento sintomático com inalação de O2 (7- 10L/min) ou Sumatriptano SC/spray nasal; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo o Tratamento profilático: Verapamil, Ácido Valproico, Lítio, Topiramato; o Terapia transicional (crises mais intensas): corticoide; o Lamotrigina, Topiramato e Gabapentina como tratamento profilático na SUNA e na SUNCT; Cefaleia crônica diária Duração de 4 horas/dia, 15 ou mais dias por mês, por pelo menos 3 meses; Cefaleia crônica tensional; Migrânea transformada por abuso de analgésico; Hemicrania contínua; Prevalência: 1,7 – 4,0% (50% dos casos: migrânea) Fatores de risco: obesidade, sexo feminino, ingesta de cafeína em excesso, distúrbios do sono (ronco até SAOS), doenças psiquiátricas, uso frequente de analgésico, fatores genéticos; Tratamento: Toxina botulínica: pontos de aplicação de acordo com a queixa do paciente; bom controle da dor; o 1ª linha para migrânea crônica; o 2ª linha pra pacientes resistentes; o 2-3 ciclos com intervalo de 12 semanas (porque pode causar botulismo se realizada em intervalo menor); o Faixa etária: 18 a 65 anos; o Cuidado nas aplicações: nas regiões temporais e do trapézio pode causar queda frontal da cabeça; na face pode causar assimetria da musculatura; o Indicações: Mais de 18 anos de idade; Incapaz de tolerar os efeitos colaterais ou tiver resposta inadequada a um tempo de utilização de 6 semanas de, ao menos, duas das seguintes terapias preventivas: ◦ Topiramato; Divalproato ou Valproato de Sódio; Betabloqueadores; Antidepressivos Tricíclicos ou dual de acordo com os guidelines da AAN ou SAC. Cefaleias secundárias Decorrem de lesões estruturais, distúrbios metabólicos ou processos infecciosos; Suspeita na presença dos sinais de alerta; Cefaleia por abuso de analgésicos; Hipertensão intracraniana idiopática; Cefaleia por abuso de analgésico Analgésico em excesso pode transformar a dor episódica em cefaleia crônica (mais de 15 dias/mês); Uso de um analgésico por mais de 10 dias por mês, em geral por mais de 3 meses (opioides); Mecanismo de facilitação central da dor; Medicamentos sintomáticos e profiláticos menos eficazes; Modifica as características da cefaleia primária; Retirada do abuso; Tratamento profilático: corticoide; Hipertensão intracraniana idiopática Irritabilidade e inquietação; Pseudotumor cerebral/ hipertensão intracraniana benigna; Dor intermitente, holocraniana, pulsátil e associada a náuseas e vômitos, escurecimento visual transitório, papiledema; Mais em mulheres jovens, obesas; Sem sinais focais, exceto paresia bilateral do VI NC; Líquor com pressão de abertura > 25 cm de água, sem alteração da celularidade ou química. Imagem (Angiorressonância): retificação do polo posterior dos olhos; dilatação das tortuosidades dos nervos ópticos; sela túrcica vazia; estenose de um ou ambos seios transversos venosos cerebrais; Tratamento: o Perda de peso; o PL; o Inibidor da anidrase carbônica (Acetazolamida 1-2g/d); o Topiramato; o Fenestração do nervo óptico; o Derivação ventrículo peritoneal; o Stent no seio transverso;
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