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Laminite Equina Inflamação nas lâminas dos cascos devido à diminuição na perfusão capilar no interior do membro. Pode afetar os quatro membros, mas ocorre com mais frequência nos membros anteriores (suporte de 60% do peso). Epidemiologia Maior incidência em pôneis e menor em cavalos machos castrados. Animais atletas possuem maior predisposição (exercício físico repetitivo = lesões em sistema locomotor). Anatomia A parte interna do casco é composta pela derme, que se subdividem de acordo com as regiões anatômicas que se encontram. Dentre elas, se encontra a derme laminar e em contato com a terceira falange e cm contato com as lâminas epidérmicas insensíveis, realizando a fixação e suspensão da falange distal no casco. Laminite Equina Alterações vasculares na derme laminar formam o processo de laminite. Nos processos crônicos ocorre necrose desta porção, desestabilizando a sustentação da terceira falange em relação a parede do casco, assim, ocorrendo rotação da mesma. Laminite Equina Epidemiologia Ingestão de alimentos ricos em glicídios rapidamente fermentáveis; Toxemia/Septicemia; Apoio excessivo sobre o membro; Alterações hormonais. Exercício intenso; Ferrageamento/Casqueamento inadequado; Administração exógena de glicocorticoides de maneira descontrolada. Os fatores predisponentes da laminite são: Fisiopatologia A alteração da perfusão na extremidade distal do membro desencadeia a disfunção metabólica e estrutural laminar; Hipoperfusão por venoconstrição, edema laminar, abertura das anastomoses arteriorvenosas, gerando isquemia, necrose das interdigitações lamelares, falha biomecânica, aumento da pressão hidrostática dos capilares e da resistência vascular, migrando liquido dos capilares para o interstício e aumentando a pressão intersticial, o que causa colapso dos capilares e isquemia. Mecanismos isquêmicos Necrose e separação das lâminas sensíveis e insensíveis Laminite Equina Fenômenos inflamatórios que iniciam a laminite, onde as células endoteliais expressam moléculas de adesão e os leucócitos se aderem e adentram o tecido laminar, liberando citocinas dentre outros mediadores inflamatórios e, assim, gerando dano tecidual e destruição da membrana basal; Mecanismos inflamatórios: Transtornos endócrinos, como hiperglicemia, hiperinsuminemia e resistência à insulina, apresentam-se em equinos obesos, que são tratados por longos períodos com elevadas concentrações de glicocorticoides ou, ainda, afetados pela síndrome de Cushing que, assim, podem ser a causa de quadros de laminite; Mecanismos endócrinos e metabólicos: Causada pela migração de toxinas por via hematógena às lâminas epidérmicas, com consequente enfraquecimento e perdas das junções celulares; Propõe-se que, a desregulação da matriz lamelar é um evento importante na fisiopatologia da afecção em questão, seja dependente ou independente dos processos inflamatórios sistêmicos. Mecanismos enzimáticos: Síndrome de resposta inflamatória sistêmica (como consequências de pleuropneumonias, colites, enterites, peritonites, endometrites e hepatites); Laminite Equina Trauma direto nas lâminas do casco, não decorrente de causas sistêmicas ; São causas mecânicas: trabalho excessivo em piso duro ou após longos treinos ou apoio excessivo no membro contralateral quando um membro apresenta claudicação severa (laminite de suporte / de apoio); Os mecanismos que levam a falha estrutural das lâminas não são bem conhecidos, mas existem hipóteses de como a força excessiva aplicada no membro e, consequentemente, nas interdigitações dérmicas e epidérmicas geram resposta inflamatória exacerbada. Mecanismos traumáticos: Vasoespasmo, aumentando a pressão hidrostática dos capilares Tipos de Laminite Inicia-se pela atuação dos mediadores e outros fatores que desencadeiam o ciclo fisiopatológico até a manifestação dos primeiros sinais de claudicação (16-24h). Desde o momento em que o animal apresenta os primeiros sinais clínicos até a ocorrência de rebaixamento (afundamento) ou rotação da terceira falange. Grau 1: o cavalo levanta e troca o apoio entre membros com intervalos menores, a claudicação é imperceptível e ocorre o encurtamento da primeira fase de locomoção ao trote. Grau 2: movimentação voluntária ao passo, encurtamento maior da primeira fase de locomoção, neste grau ainda é possível erguer um dos membros sem muita dificuldade Laminite subaguda: Laminite aguda: Laminite Equina Grau 3: o cavalo reluta em iniciar a locomoção e reage, não permitindo qualquer tentativa de erguer um dos membros. Grau 4: só inicia a locomoção quando forçado e em geral projeta os membros anteriores para cima e para frente, ficando apoiado por alguns momentos somente nos membros porteriores. Caracteriza-se pela ausência de resposta ao tratamento nos 7- 10 primeiros dias, sendo um indicativo de degeneração e inflamação lamelar grave. Dessa forma, apresenta mau prognóstico. Rebaixamento ou a rotação da falange distal, ou quando dor de intensidade alta perdurar por mais de 48 horas de forma continua. Laminite refratária: Laminite crônica A forma crônica da laminite advém da evolução do quadro agudo que não foi tratado corretamente, que recebu tratamento tardio ou ineficiente para reverter o processo congestivo. A falange distal sofre a ação do tensão digital comum, compressão da sola no sentido ventro-dorsal e tração do tensão flexor digital profundo, alterando sua relação de paralelismo com a muralha do casco. Sinais Clínicos Locomoção penosa; Claudicação leve a severa; Atitude antialgica; Elevação constante dos membros; Laminite Equina Não deixa erguer o membro do solo; Alteração do comportamento; Conjuntivas congestas; Taquipnéia e taquicardia; Tempo de preenchimento capilar (TPC) elevado; Cascos quentes e sensíveis; Dor ao pinçamento do casco; Pulso arterial digital evidente desde os primeiros sinais de claudicação. Diagnóstico Paralelismo entre muralha e terceira falange; Avaliação anatômica. Anamnese; Inspeção visual; Radiografia: ROTAÇÃO DA FALANGE DISTAL Laminite Equina Avaliação da perfusão capilar; Em estação ou em decúbito; Preparação local (tricotomia e antissepsia); Bloqueio anestésico; Contraste (veia digital palmar lateral); Radiografia (LL e DP). Venografia: Grau de comprometimento metabólico; Acompanhar a evolução; Tratamento adjuvante; Hemograma: Detecção de infecções crônicas, enfermidades hepatica, renais, gastrentericas e cardiovasculares. Hemograma completo; Proteína total (PT); Fibrinogênio; Fosfatase alcalina; Bilirrubinas; Aspartato aminotransferase (AST); Ureia; Creatinina; Sódio; Potássio; Fósforo. Tratamento Fenilbutazona (4,4 mg/kg ); Flunixin meglumine (1,1 mg/kg ); Cetoprofeno (2,2 mg/kg ); Meloxicam (0,6 mg/kg ). Anti-inflamatório não esteroidal; Laminite Equina Acepromazina (0,1 mg/kg); Promazina (1 mg/kg); Clorpromazina (1 mg/kg); Dimetilsulfóxido (DMSO) (1g/kg); Heparina (100 UI/kg). Agentes vasoativos, sedativos, analgésicos ou anticoagulantes: Crioterapia Ferraduras de elevação; Ferraduras de correção de apoio. Ferrageamento corretivo Tenotomia do TFDP; Manejo alimentar. Laminite Equina CARVALHO, B. V. L. Tratamento para laminite equina: uma revisão sistemática. Dissertação (Monografia) Universidade Federal Rural da Amazônia, 2019. LUZ, G. B.; BARBOSA, A. A.; FREITAS, K. C.; SILVEIRA, R.; VIEIRA, L. V.; PIZZI, G. L.; FRANCO, F. A.; MARTINS, C. F. Laminite em equinos: revisão. 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