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Métodos de controle de estoques Na administração dos estoques, existem inúmeros recursos que aumentam a eficiência e a eficácia no controle e no planejamento dos estoques, que são fundamentais nas tomadas de decisões estratégicas da organização. Portanto, conhecer esses métodos, suas estratégias e ferramentas é fundamental para as funções do técnico em logística, que muitas vezes fará uso desse conhecimento no desempenho de suas atividades. Just in time Um dos métodos mais conhecidos e utilizados pelas organizações é o Just in time. Ele pode ser classificado como uma meta, uma técnica ou, ainda, como uma filosofia de gestão, que tem como origem um modo japonês de administrar, surgido na década de 1950. O Japão é um país pequeno e com poucos recursos, com uma forte tradição milenar e um povo muito disciplinado, o que influenciou na criação de uma filosofia de administração baseada nessa carência de espaço e recursos, tendo como característica a tentativa de evitar desperdícios e a otimização do espaço disponível. Expressão vindo do inglês, Just in time ou simplesmente JIT, significa no tempo certo, que traduz exatamente o que a filosofia diz. O método em si é atribuído a uma indústria automobilística japonesa, a Toyota Motor Company, que em meados da década de 1970 buscava um sistema que auxiliasse na necessidade de suprir algumas demandas específicas na montagem dos automóveis, como cor, acessórios, entre outros itens. Era uma mudança de paradigma em que a fábrica “puxava” a produção a partir da demanda e, desse modo, se apenas o necessário era produzido. Nasceu, assim, uma nova maneira de gerir os processos de administração de estoques, com a adoção de práticas gerenciais que, embora tenham origem oriental, podem ser aplicadas em qualquer empresa, em qualquer parte do mundo. No Brasil não foi diferente, inúmeras empresas adotaram essa filosofia na prática diária de suas gestões. Esse método envolve os mais variados aspectos ligados a inúmeros processos dentro da organização, tais como: Projeto de fabricação do produto Arranjo físico da fábrica Administração de materiais Gestão de qualidade Organização e planejamento de trabalho Gestão dos recursos humanos Baseadas na filosofia original do Japão, que visava a evitar desperdício de recursos e espaço, ou seja, qualquer tipo de perda, as principais ações do método são: Eliminar estoques: o objetivo é o estoque zero. Os estoques ocupam muito espaço e sua manutenção é muito cara. Eliminar desperdícios: todos os desperdícios devem ser suprimidos. Os desperdícios ocorrem por diversos motivos: pelo excesso de produção, evitado pela identificação da demanda real, por defeitos no processo de produção, entre outros. Para evitar desperdícios, a meta é o erro zero, e todos os recursos de qualidade devem ser aplicados em todas as etapas do processo, principalmente na administração dos estoques. A filosofia JIT se caracteriza por métodos e processos contínuos de melhorias contínuas, resolução de problemas e, por consequência, melhoria em todos os processos dentro da empresa. As principais vantagens na aplicação do método são: Mais qualidade Menor preço exigido Menor manuseio Menos desperdícios Satisfação do cliente Apesar dessas vantagens, o método só se aplica no caso de demandas previsíveis, só funciona com eficiência com um número reduzido de fornecedores e que tenham alto nível de estabilidade no fornecimento de materiais, assim como não funciona bem no processo de produção de muitos itens. Kanban O Kanban é um subsistema da filosofia JIT, que também é conhecido como um sistema de gestão essencialmente visual, principalmente por utilizar cores, que determinam a urgência de cada cartão, já que esses cartões controlam o fluxo de matérias em toda a organização. O termo Kanban pode ser traduzido para nós como um registro ou placa visível, e é caracterizado pela utilização de cartões, os chamados cartões de Kanban, que são os instrumentos principais do sistema visual proposto pelo método. Esses cartões devem ter as orientações do funcionamento do Kanban, ou seja, sobre o que, quanto e quando o colaborador deve iniciar a produção de um determinado produto. Figura 1 – Quadro de Kanban Fonte: <http://isoflex.com.br/produtos/kanban-2/quadro-kanban-de-estoque-3/>. Esse método é muito difundido no Brasil desde 1980, quando foi implantado especialmente nas indústrias de gestão e controle de peças. Vantagens: Reduz estoque Reduz refugos e retalhos Evita a produção de itens não requisitados Reduz lead time Controla os estágios de produção de forma eficiente Identifica com facilidade a origem dos problemas no processo de produção Utiliza mecanismos de administração mais simples O método utiliza dois tipos de cartões Kanban: de movimentação e de produção. Também conhecido como Kanban de transporte, utiliza um cartão que autoriza a movimentação de peças do fornecedor ao cliente, ou autoriza a movimentação interna de um setor para o outro, atendendo seu cliente interno, e evita desperdícios de transporte e estoque parado. Esses Kanbans são utilizados para iniciar a produção de uma determinada quantidade de um item ou produto. O cartão deve apresentar, de forma clara e visível, informações como nome do produto a ser fabricado, código de identificação atribuído ao item, processo a ser realizado a seguir, garantindo, assim, a produção do item correto na quantidade exata e no momento certo. O método do sistema Kanban é bastante flexível, pois se adapta às características de cada organização em que é implantado, possibilitando mudanças, mas sempre obedecendo as diretrizes e as metodologias já estabelecidas, ou seja, os preceitos básicos devem ser respeitados de forma metódica. Assim, os cartões devem ser agrupados em um quadro formado por um sistema de cores que determinam o nível de ordem da produção. Funciona como um sinal de trânsito em que o verde significa que não devem ser enviados para a produção. Já os amarelos significam que devem ser enviados para a produção assim que possível. Por fim, os vermelhos indicam que devem ser produzidos urgentemente, pois correm o risco de parar a fabricação. Algumas organizações utilizam, como complemento dessa ferramenta, o código de barras para agilizar ainda mais os processos internos. Pode-se usar, em vez dos cartões, um sistema eletrônico, o que torna o processo muito mais dinâmico. A seguir, vamos trazer mais algumas metodologias para organizar os estoques de equipamentos, materiais e produtos utilizados por boa parte das organizações, independentemente do seu segmento de negócio. Clique ou toque no nome de cada metodologia para visualizar o conteúdo. PEPS ( FIFO) Primeiro que entra, primeiro que sai (PEPS), em inglês, first in, first off (FIFO), esse método é baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito pela ordem de entrada do material na empresa, assim, o primeiro que entrou será o primeiro que sairá. E assim utilizaremos seus valores na contabilização do estoque. Muito utilizado por empresas que têm produtos com data de validade, este método requer um estoque organizado. Geralmente, isso significa adicionar produtos novos no fundo das prateleiras, deixando os mais antigos na frente, para ficarem mais visíveis para os clientes. UEPS (LIFO) Último que entra, primeiro a sair (UEPS), em inglês, last in, first off (LIFO), é outro método utilizado nos registros de controle de estoque e na arrumação dos itens a serem armazenados. Também é baseado na cronologia das entradas e saídas, e considera que o primeiro a sair deve ser o último que entrou em estoque, portanto sempre teremos uma valorização do saldo baseada nos últimos preços. É um procedimento mais utilizado em economias inflacionárias, facilitando a contabilização dos produtos para definição de preços de venda e refletindo custos mais próximos da realidade de mercado. Contudo, esse métodonão é muito utilizado no controle do estoque pelas organizações. Seja qual for o método utilizado, FIFO ou LIFO, a avaliação do estoque final influi diretamente no custo dos bens vendidos ou das matérias-primas utilizadas na produção. Qualquer variação no valor do estoque repercute de imediato nos custos operacionais e, consequentemente, no lucro. PVPS Esse método é baseado no primeiro que vence é o primeiro que sai. Apesar da semelhança com os outros métodos, já que ele considera a data do vencimento dos itens – e não a data em que foram recebidos pelo estoque –, o maior ganho é que ele ajuda a reduzir, com muita eficiência, o índice de perdas por validade ou obsolescência. Podemos citar como exemplo prateleiras com uma pequena inclinação para frente, nas quais os produtos vão descendo por gravidade, de forma que os primeiros a saírem sejam os que vencem antes. Custo médio Já o custo médio está mais voltado para o custeio dos itens do estoque. Assim, o valor do estoque é recalculado sempre que entram novos insumos, considerando a média ponderada de todos os valores que movimentam o estoque. Essa classificação é uma excelente forma de ajudar nas decisões na gestão dos estoques, tornando o processo de aquisições mais acurado. Assim, sabe-se qual é o lugar ideal para se investir o capital de giro. Exemplificando: O método do custo médio utiliza uma lógica um pouco diferente para atualizar o valor dos estoques. A principal característica deste método é que sempre que ocorre um novo recebimento, o valor unitário dos produtos é atualizado como uma média aplicada a todas às unidades. Assim, não há necessidade de registrar separadamente o saldo em estoque por ordem de recebimento. Software para controle de estoque O investimento em tecnologia tem se tornado uma imposição cada vez mais obrigatória, dada a necessidade de controlar os dados referentes às informações operacionais e aumentar a agilidade nos processos. Com essa eliminação dos trabalhos manuais, é possível aumentar o controle sobre as operações e obter uma base sólida que auxilie no processo de tomada de decisão. Podemos citar como exemplo um sistema de recebimento de materiais que registra a movimentação dos itens. Ou seja, registra entrada e saída de cada componente. Automação em todos os processos Aumento da produtividade com eficiência Redução do índice de desperdícios, erros e retrabalhos Mais agilidade na execução das atividades Suporte à gestão da organização Kardex O kardex é um esquema simples de gerenciamento de estoques e um dos mais antigos. Por ser baseado em fichas, gera uma visualização mais fácil. Seu conceito é que cada produto tenha a sua ficha, e em cada uma delas é anotado todo o histórico do item. Nas fichas são anotadas entradas, saídas, transferências, empréstimos etc. Esta metodologia de controle para organizar os estoques está praticamente caindo em desuso, sendo substituída por controles informatizados, bem mais confiáveis e eficientes. Dentro desse contexto está o papel do técnico em logística, que deve buscar por soluções que aumentam a eficiência e a eficácia no controle e no planejamento dos estoques, otimizando custos e resultados. Conhecer esses métodos, suas estratégias e ferramentas é fundamental para as funções do técnico em logística
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