Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Procedimentos e normas de descarte de materiais e produtos É muito importante fazer o descarte correto de todos os materiais e produtos. Nesse tópico, estudaremos sobre os procedimentos e as normas de descarte de produtos e resíduos químicos e de resíduos sólidos, assim como também veremos um pouco sobre o descarte do lixo eletrônico. Antes de comentar sobre os procedimentos e as normas de descarte de materiais e produtos, vamos entender um pouco sobre sustentabilidade e logística reversa, que também estão inseridas nesse contexto. Dentro da logística empresarial, a logística reversa tem como principal objetivo a operacionalização do retorno dos produtos oriundos da pós-venda e a preocupação com o destino deles no pós-consumo. A logística reversa devolve os produtos para o seu tratamento, para disposição final ou ainda para a reciclagem. Ela está completamente relacionada à sustentabilidade, não apenas por dar destino adequado aos produtos no pós-consumo, mas por controlar os resíduos gerados nas organizações. Já a sustentabilidade “tem uma missão e uma visão muito mais ampla, global e de longuíssimo prazo, por meio de produtos e processos sustentáveis. A sustentabilidade tem como princípio orientar a inovação na concepção de produtos (novas matérias-primas), na fabricação (processos mais limpos), no uso e na destinação final do material de maneira que haja reaproveitamento e/ou não agressão ao meio ambiente e, consequentemente, a toda a vida no planeta” (SALGADO, 2014, p. 136). A logística reversa e a destinação do pós-consumo Conforme o quadro abaixo, observamos quais os motivos de retorno e de destino dos materiais tanto no pós-venda quanto no pós-consumo. Toque sobre a tabela abaixo para ampliá-la em uma nova aba. (img/tabela.png)Figura 1 – Quadro com os motivos dos retornos e destinação Fonte: SALGADO, Tarcísio Tito. Logística: práticas, técnicas e processos de melhoria. São Paulo: Senac São Paulo, 2014. p. 141. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8692657-dt-content-rid-209323084_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TLO/UC04/conteudos/13/img/tabela.png Nesse quadro (figura 1), é importante observar o destino final dos produtos. Dentre os destinos, temos aterros, lixões, reciclagem, retorno à própria indústria. Se observarmos na imagem abaixo (figura 2), temos a comparação do descarte correto e incorreto na logística reversa. Toque sobre as imagens para ampliá-las em uma nova janela. Para Salgado (2014), existem três fatores que estimulam o retorno dos produtos, que são: Cada vez mais consciência da população para a reciclagem e preocupação com o meio ambiente. Melhores tecnologias capazes de reaproveitar componentes e aumentar a reciclagem. Questões legais, que é quando a legislação obriga que as empresas recolham e deem destino apropriado aos produtos após o uso. (img/esquema01.png) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8692657-dt-content-rid-209323084_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TLO/UC04/conteudos/13/img/esquema01.png (img/esquema02.png)Figura 2 – Descarte das lâmpadas: descarte correto e incorreto (logística reversa). Fonte: <https://ufbaconquista.wordpress.com/2016/01/26/5-descarte-de-lampadas-na-ufba-conquista/ >. Acesso em: 19 maio 2017. Descarte de produtos e resíduos químicos De acordo com a Resolução nº 33 da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os resíduos químicos são classificados como Grupo B, ou seja, como “resíduos contendo substâncias que apresentem risco à saúde pública ou ao meio ambiente, independente de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade” (BRASIL, 2003). Os resíduos químicos podem ser divididos em oito categorias: https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8692657-dt-content-rid-209323084_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TLO/UC04/conteudos/13/img/esquema02.png B1 Resíduos dos medicamentos ou dos insumos farmacêuticos quando vencidos, contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados, e demais medicamentos impróprios para consumo, que oferecem risco. B2 Resíduos dos medicamentos ou dos insumos farmacêuticos quando vencidos, contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados, e demais medicamentos impróprios para consumo, que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem risco. B3 Saneantes, desinfetantes e desinfestantes. B4 Saneantes, desinfetantes e desinfestantes. B5 Substâncias para revelação de filmes usados em Raio X. B6 Resíduos contendo metais pesados. B7 Reagentes para laboratório, isolados ou em conjunto. B8 Outros resíduos contaminados com substâncias químicasperigosas. É importante lembrar que, para descartar corretamente os resíduos químicos, eles devem ser separados e identificados de acordo com suas características e suas procedências (laboratoriais ou industriais), e os responsáveis por sua destinação final são os geradores desses resíduos. Descarte de resíduos sólidos Resíduos sólidos são todo “material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível” (BRASIL, 2010). Conforme a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, entende-se por coleta seletiva a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição. A destinação final ambientalmente adequada de resíduos inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, dentre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. Já a logística reversa, conforme essa lei, é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) regula o recolhimento e o descarte de todo tipo de resíduos, incluindo os de materiais elétricos, sobretudo pilhas, baterias e lâmpadas. Até então, essas mercadorias eram jogadas no lixo de maneira desordenada e as empresas não se responsabilizavam pelos danos que pudessem causar. Descarte do lixo eletrônico Atualmente, com excessivo uso de equipamentos eletrônicos, o lixo eletrônico é um grande problema para o meio ambiente, pois muitas vezes não sabemos o local adequado para o seu descarte. As pilhas e as baterias podem ser descartadas em postos de atendimento da rede de assistência técnica autorizada e estabelecimentos comerciais, como supermercados e shoppings. Após essa entrega, esse material é repassado aos seus respectivos fabricantes ou importadores para o descarte correto do material tóxico ou para ser reaproveitado na fabricação de novos produtos. As lâmpadas incandescentes não oferecem grandes impactos ambientais. Elas podem ser descartadas no lixo comum ou separadas para a reciclagem – afinal, elas são feitas basicamente de vidro e metal, que são materiais reutilizáveis. Por outro lado, as lâmpadas fluorescentes e mistas são classificadas como resíduos perigosos. Elas contêm metais pesados em sua composição – em especial, o mercúrio. Quanto ao descarte de celulares, todas as operadoras de telefonia no Brasil têm programas de coleta e reciclagem de celulares, smartphones,baterias e acessórios usados. Ao romper-se, uma lâmpada fluorescente libera vapores de mercúrio que podem se acumular no organismo, uma vez que não é possível eliminar esse material. Se forem descartadas em locais inapropriados, essas lâmpadas podem contaminar seres vivos, solo, mananciais e rios usados para o consumo humano e na agricultura. Muito cuidado com esse material. Deposite as lâmpadas em coletores específicos ou leve-as para as empresas credenciadas que realizam o tratamento desse tipo de resíduo. Computadores, tablets, televisores, aparelhos de som, fornos de micro- ondas, eletroportáteis, eletrodomésticos e outros aparelhos, se estiverem em bom estado de conservação e funcionamento, podem ser destinados para as entidades sociais. Quanto aos equipamentos eletrônicos sem utilidade, você não pode jogá-los no lixo comum, pois eles podem conter peças e materiais prejudiciais ao meio ambiente, e seu melhor destino é a reciclagem. Toque sobre a imagem para ampliá-la em uma janela. (img/imagem01.png)Fonte: <http://copperline.com.br/6-cuidados-com-o-descarte-de-materiais-eletricos/>. Acesso em: 19 maio 2017. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8692657-dt-content-rid-209323084_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TLO/UC04/conteudos/13/img/imagem01.png Apresentamos até aqui algumas normas e procedimentos de descarte de materiais e produtos. Cuidar do meio ambiente faz parte da logística, por isso busque sempre instrumentos de estudos para a atualização desse tema. Lembre-se de que a logística reversa está completamente relacionada à sustentabilidade, tanto para dar um destino adequado aos produtos no pós- consumo quanto por controlar os resíduos gerados nas organizações. As empresas também devem ter a consciência do quanto é importante recolher e dar um destino apropriado aos produtos após o uso. Pesquise na internet o texto Logística reversa: acredite, é no Brasil (Revista da ESPM), de Coriolano Xavier. Você encontrará um texto muito interessante de um exemplo de logística reversa por meio do recolhimento de embalagens tóxicas no meio rural aqui no Brasil.
Compartilhar