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Logística Documentos de carga Sabemos que, no recebimento e na entrada de produtos no armazém, precisamos ter atenção na conferência das cargas e verificar com atenção a nota fiscal (NF) de compra, assim como outros documentos referentes aos procedimentos da empresa. A mesma coisa ocorre quando acompanhamos a movimentação de materiais no estoque e a sua saída: devemos estar atentos aos documentos pertinentes. A elaboração da NF e do conhecimento de transporte (CT-e) não é tarefa do encarregado do estoque. Esses documentos são providenciados pelas áreas fiscal e de transporte da empresa. Se esta tiver frota própria, além da NF da mercadoria, ela mesma emitirá o CT-e. Mas é muito comum esse serviço ser feito por uma transportadora contratada. Em casos como esse, o CT-e é emitido pela transportadora. Entre os documentos necessários para o transporte de cargas, estão o manifesto de carga e o romaneio. Manifesto de carga O manifesto de carga é um documento que agrupa vários CT-es (ou seja, é uma lista) e todos os itens que estão sendo transportados, independentemente de serem entregues em um ou mais destinos. Portanto, um caminhão parte levando várias cargas, várias NFs e também vários CT-es. O responsável pelo transporte agrupa as informações de todos conhecimentos no manifesto, como dados dos documentos de CT-e (número do documento, local de pagamento, valor); dados do motorista (nome, CPF); dados do veículo (placa, local de emplacamento, origem, destino, horário de partida e de chegada); e dados da NF (número, origem, destino, peso, volume, valor). Como sabemos, com relação ao CT-e, se a empresa tem frota própria, é ela quem emite o manifesto. Se o serviço for terceirizado, a emissão é feita pela transportadora contratada. Mesmo que você não seja o responsável por elaborar o manifesto de carga, é importante conhecer a sua existência, pois se trata de um documento importante no processo. O manifesto auxilia na fiscalização do material em uma atividade de transporte e permite rapidamente conhecer todo o carregamento de um veículo na área de recebimento em que a carga é entregue. Além disso, possibilita um controle maior da saída dos produtos. Romaneio de embarque O romaneio é um documento que aborda a arrumação dos materiais na saída do armazém. O seu objetivo é organizar a composição da carga no compartimento de armazenagem do veículo que fará o transporte. O romaneio de cargas pode ser definido como o documento utilizado em transporte que lista a carga transportada. É a relação dos volumes enviados com descrição do conteúdo de cada um. Seu objetivo é concentrar em um único arquivo todos os volumes de um dado transporte. Isso facilita o processo de conferência – tanto no embarque quanto no desembarque – e ajuda a agilizar o processo de fiscalização da carga. A emissão do romaneio de carga é importante uma vez que ajuda a prevenir erros durante a entrega aos clientes e até mesmo auxilia na prevenção de possíveis roubos e furtos de cargas durante o transporte. O romaneio é composto pelos números do CT-e, pelo peso e pelo volume das cargas, por informações de remetente e de destinatário, por horários de saída e chegada e por dados do veículo e do motorista. O técnico em logística deve saber para que serve e por que existe esse documento para entender melhor seu próprio trabalho. Documentos e sua relação com o EDI A tecnologia da informação (TI) é uma ferramenta importante na automatização das áreas do gerenciamento das operações logísticas, e os seus avanços constituem um significativo aumento da eficiência no gerenciamento de compras e vendas. Para se adaptarem às constantes mudanças no ambiente global, as empresas estão procurando integrar-se com outras empresas na expectativa de melhorar os seus serviços. Essa integração é possível com a utilização da TI, especialmente no uso do Eletronic Data Interchange (ou intercâmbio eletrônico de dados), mais conhecido pela sigla EDI. O EDI é uma tecnologia de informação que depende exclusivamente da transmissão eletrônica de arquivos. As informações trafegam e são compartilhadas entre as empresas por meio de redes de telecomunicações. Há regras e padrões de comunicações definidos internacionalmente. Estes são alguns documentos trocados entre empresas: Pedido de compras NF e fatura Romaneio e manifesto de carga CT-e Posição de estoque Quantidade vendida Parâmetros de estoque (mínimo, máximo, ponto de reposição) Transações financeiras (contas a pagar e contas a receber) Esse tipo de padrão de comunicação facilita o intercâmbio das informações entre os parceiros logísticos de qualquer setor ou país. O romaneio e o manifesto de carga auxiliam no controle de cargas, que alimenta os sistemas de rastreamento de envios. Com o seu uso, embarcadores, transportadoras e carreteiros têm uma informação adicional sobre o progresso do envio. Em sistemas mais integrados, as informações referentes ao rastreio das cargas são atualizadas diretamente no site da empresa. Assim, os próprios clientes possam acessá-las a qualquer momento, com poucos cliques. Essa é outra maneira de tornar o processo mais transparente e confiável, fazendo com que os clientes se sintam mais satisfeitos e seguros com relação aos envios, e de aprimorar o relacionamento comercial. Como funciona na prática Cada setor de uma empresa (podem ser os departamentos ou os diversos ramos de atividades) tem um conjunto de informações que são transmitidas conforme a necessidade de cada tipo de documento – autorização para embarque (romaneio/manifesto), as próprias faturas emitidas pelas empresas, encaminhamentos de pedidos, operações de transporte e armazenamento. Vejamos um exemplo. Os distribuidores de produtos acabados podem utilizar o EDI para criar um sistema de distribuição direto a partir do fornecedor. O produto não precisa ser estocado em um armazém de distribuição nem em suas prateleiras. Os clientes recebem os produtos diretamente do fornecedor assim: O cliente comunica ao distribuidor, via EDI, a quantidade desejada de determinado produto e determina o local da entrega. O distribuidor informa aos fornecedores, via EDI, a especificação do produto e a quantidade a ser embarcada. O distribuidor informa ao provedor logístico, via EDI, onde recolher determinado produto nas quantidades desejadas. O distribuidor informa ao provedor logístico, via EDI, onde entregar o produto nas quantidades desejadas. O provedor logístico localiza o produto, separa a quantidade desejada e a prepara para o embarque conforme as determinações do distribuidor. O provedor logístico entrega os produtos aos clientes. Os documentos de carga (como o manifesto e o romaneio) são muito importantes, bem como o EDI, agilizando os processos de transporte de cargas entre as empresas. A falta de documentos obrigatórios ou o preenchimento incorreto de dados pode acarretar o pagamento de impostos em excesso, a apreensão da carga, multa ao transportador e, por fim, prejuízos e atrasos.
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