Buscar

AULA 1 - EAD EMPRESARIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Caracterização do empresário
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, será iniciado o estudo da caracterização do empresário. Serão 
abordadas as características que fazem do empresário uma pessoa regulada pelo Direito de 
forma especial, de modo a identificar a distinção que o sistema jurídico estabelece entre 
empresário e empreendedor. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os elementos essenciais de regulação da atividade empresarial e do empresário.•
Distinguir o empreendedor do empresário.•
Reconhecer o mecanismo de registro do empresário perante o órgão oficial competente.•
INFOGRÁFICO
No infográfico a seguir, há um esquema com as características dos diferentes tipos de 
empresários:
CONTEÚDO DO LIVRO
O conteúdo teórico desta Unidade de Aprendizagem é baseado no capítulo a seguir, 
Caracterização do empresário da obra Direito Empresarial. Leia mais detalhes sobre os 
requisitos para o exercício da empresa, o exercício da empresa pela pessoa jurídica e as 
distinções conceituais.
Boa leitura! 
DIREITO 
EMPRESARIAL
Guérula Mello Viero
Caracterização 
do empresário
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os elementos essenciais de regulação da atividade 
empresarial e do empresário.
  Distinguir empreendedor de empresário.
  Reconhecer o mecanismo de registro do empresário perante o órgão 
oficial competente.
Introdução
Quando uma pessoa pretende empreender, a escolha da formatação 
jurídica é de fundamental importância, pois isso pode definir as 
responsabilidades e os riscos inerentes à atividade empresarial. Nesse 
sentido, optar pela melhor forma de exercer a empresa é uma medida 
de prudência e profissionalismo do empreendedor. 
Neste capítulo, você vai ler sobre o conceito de empresário e como 
se dá a atividade empresarial, ou seja, quais os requisitos necessários 
para se constituir a empresa, visto que há elementos imprescindíveis, 
tanto para ser classificado como empresário quanto para o exercício da 
atividade econômica. Você também vai estudar as características dos 
empreendedores e dos empresários e entender como eles diferem entre 
si. Ainda, irá entender como ocorre o registro das empresas, quais órgãos 
são competentes, como obter a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica (CNPJ), a escolha do nome empresarial, entre outros elementos.
Empresário e atividade empresarial
A defi nição de empresário pode ser encontrada no Código Civil, art. 966, o qual 
dispõe que: “Art. 966 Considera-se empresário quem exerce profi ssionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou 
de serviços” (BRASIL, 2002, documento on-line). 
Assim, dessa conceituação, já se exprimem os requisitos básicos inerentes 
ao desenvolvimento da atividade empresarial. Para ser caracterizado como 
tal, o empresário deve ter profissionalismo, exercer uma atividade econômica 
organizada e que esta tenha o intuito de produzir ou fazer circular bens e/ou 
serviços. Assim, vamos entender cada um desses elementos.
Profissionalismo
O profi ssionalismo é um quesito composto por três ordens para o desempenho 
de uma atividade. Em primeiro lugar, a habitualidade. Alguém que exerce 
uma atividade de forma esporádica, mesmo que haja exploração comercial, 
não é considerado empresário. Logo, é necessário que seja de forma habitual.
O segundo item trata da pessoalidade. Um empresário deve ter empregados. 
O empresário, sendo um profissional, exercerá a atividade empresarial 
pessoalmente, enquanto os empregados irão produzir e circular os bens e 
serviços em nome do empregador.
Em terceiro lugar, e o mais importante, é o monopólio das informações. 
O empresário detém todas as informações sobre o produto ou serviço que é 
objeto de sua empresa. Ou seja, como leciona Coelho (2014), o empresário 
precisa conhecer bem os produtos e serviços que fornece, como as informações 
de uso, qualidade, insumos empregados, defeitos de fabricação que podem 
ocorrer, potenciais riscos à saúde, tanto dos funcionários quanto de seus 
compradores, entre outros.
Atividade
A empresa é uma atividade pela qual são produzidos e circulados os bens 
ou serviços. Destacamos que, muitas vezes, a palavra empresa é empregada 
erroneamente, inclusive no meio jurídico. Coelho (2014, p. 95) menciona 
algumas formas: “[...] a empresa faliu” e “[...] a empresa importou essas 
mercadorias”. 
Nesse sentido, a empresa não pode ser confundida com o sujeito de 
direito, que é o empresário, o qual fale ou seja responsável pela importação 
das mercadorias. A empresa deve ser entendida como um sinônimo de 
empreendimento. 
Ainda, as expressões como “[...] a empresa está pegando fogo” e “[...] a 
empresa foi reformada” também entram no rol de equívoco, uma vez que aqui 
Caracterização do empresário2
há relação entre empresa e local em que a atividade se desenvolve. O correto 
seria nominar como estabelecimento empresarial, visto que este pode pegar 
fogo, ser embelezado, mas não a atividade (COELHO, 2014, p. 96).
Econômica
A atividade é considerada econômica, uma vez que busca lucro para o 
empresário que a explora. O lucro é fundamental para manter o funcionamento 
da empresa, visto que, se as despesas superarem os rendimentos, fi ca 
insustentável. Assim, o lucro pode ser tanto o objetivo da produção ou 
circulação de bens ou serviços quanto pode servir de instrumento para alcançar 
outras fi nalidades.
Organizada 
A empresa é considerada uma atividade organizada, uma vez que o empresário 
articula quatro fatores de produção: “[...] capital, tecnologia, insumos e mão de 
obra” (COELHO, 2014, p. 102). Para ser considerado empresário, é necessário 
que explore esses fatores. 
Vejamos um exemplo: pense em um comerciante que vende perfumes. Se ele mesmo leva os 
produtos até os seus consumidores, ele realiza a circulação de bens, com o intuito de lucro e 
possui habitualidade. Ele será considerado empresário mesmo não possuindo empregado, pois o 
fato de não ter subordinados com vínculo empregatício é irrelevante para a caracterização de 
empresário
No que tange à tecnologia, esta não precisa ser necessariamente de ponta, 
apenas precisa estar inserida no contexto da organização econômica.
Produção de bens ou serviços
A produção de bens ou serviços consiste na fabricação dos produtos ou das 
mercadorias. Como disciplina Coelho (2014), toda atividade industrial é uma 
atividade empresarial. Como exemplos, citamos:
3Caracterização do empresário
  montadoras de automóveis;
  fábricas de eletrodomésticos;
  confecções de roupas. 
A produção de serviços nada mais é do que a prestação de serviços. Nesse 
contexto, podemos listar como exemplos de produtores de serviços: 
  bancos; 
  hospitais; 
  escolas;
  seguradoras; 
  estacionamentos.
Circulação de bens ou serviços
A circulação de bens refere-se à forma originária do comércio, a qual consiste 
em buscar diretamente no produtor o bem e levá-lo até o consumidor. É a 
atividade de intermediar. 
Estão inseridos nesse contexto os supermercados, as lojas de roupas, as 
concessionárias de veículos, entre outros. Já a circulação de serviços diz 
respeito ao ato de intermediar, mas, nesse caso, também os serviços, como 
o trabalho realizado pelas agências de turismo ao montarem um pacote de 
viagem com passagem aérea, hospedagem, entre outros.
Bens e serviços
Até o fi m de 1990, sem a presença da internet, a distinção entre serviços e 
bens não gerava tanta difi culdade. Os bens eram considerados corpóreos, 
enquanto os serviços não possuíam materialidade. “A prestação de serviços 
consistia sempre numa obrigação de fazer” (COELHO, 2014, p. 107). Com a 
intensa utilização do ambiente virtual para a realização de negócios, restaram 
dúvidas sobre como defi nir. 
Os bens virtuais, como um jornal virtual ou os programas de computador, 
seriam incluídos em qualcategoria? Bem ou serviço? No entanto, no que 
diz respeito à caracterização de empresário, o comércio eletrônico, mesmo 
com todas as suas variações, é considerado sim uma atividade empresarial 
(COELHO, 2014).
Caracterização do empresário4
Segundo o art. 972 do Código Civil, “[...] podem exercer a atividade de empresário 
os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente 
impedidos”. Para entendermos no que consiste a capacidade civil, é necessário 
analisar o art. 5º do Código Civil: “[...] a menoridade cessa aos 18 anos completos, 
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil”. Logo, 
para exercer a atividade empresarial, a pessoa precisa ser maior de 18 anos ou 
ser emancipada, não importando se é homem ou mulher, natural ou estrangeiro 
(BRASIL, 2002, documento on-line).
Empreendedor versus empresário
Ao contrário do que muitos pensam, empreendedor e empresário estão 
longe de serem sinônimos. Ambos possuem papéis distintos e necessitam de 
competências diferentes. Assim, nem todo empresário é um empreendedor 
e nem todo empreendedor é um empresário. Tal confusão ocorre pelo 
desconhecimento das características que devem ser inerentes a cada um.
Conforme Demetrio (2017), muitos empreendedores falham justamente pelo 
fato de não serem empresários. Os empreendedores normalmente possuem a 
ideia, chegam a abrir o negócio, mas, por não apresentarem as características 
necessárias para consolidar seu projeto, acabam frustrados.
O empreendedor é aquele que consegue identificar as oportunidades e, 
a partir delas, gerar riqueza. É aquela pessoa que, com uma simples ideia, 
consegue vislumbrar um negócio e criar uma empresa. Já o empresário é o 
indivíduo que tem a capacidade e competência para fazer essa mesma empresa 
ou negócio se perpetuar no tempo. A partir do que foi concebido, ele faz crescer 
e prosperar (MOREIRA, 2014).
Assim, entendemos que empresário é uma profissão. Como explica Marques 
(2017, documento on-line), o empresário nada mais é do que uma pessoa física 
ou jurídica que, por meio de capital e trabalho, “[...] produz e gerencia bens/
serviços ao mercado, fazendo com que a empresa cresça e tenha lucro”. No 
entanto, para colocar em prática esse papel, é necessário contar com mão de 
obra, dinheiro, equipe qualificada, materiais e equipamento. Há dois tipos de 
empresários (MARQUES, 2017): 
5Caracterização do empresário
  individual, que é quando a pessoa física estrutura a empresa de maneira 
individual; 
  coletivo, quando uma pessoa jurídica se une a pessoas com o mesmo 
objetivo para explorar uma atividade econômica. 
Para tanto, o empresário precisa apresentar algumas características, como: 
  ter vontade de solucionar os problemas das outras pessoas;
  manter um controle financeiro e saber empregar os recursos; 
  compreender as mudanças do mercado e adaptar-se a elas; 
  ter conhecimento administrativo e de gestão de pessoal; 
  possuir espírito de liderança para cooperar com o desenvolvimento do 
projeto e com os resultados.
Os empresários podem ser tanto individuais quanto coletivos. Entre os individuais, 
temos: 
  empresário individual, que exerce em nome próprio uma atividade empresarial 
(por exemplo, médicos); 
  microempreendedor individual (MEI), que consiste no empresário individual com 
receita bruta anual de até R$ 81 mil; 
  empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli), que é a atuação individual, 
sem sócios. 
Já no molde coletivo, temos: 
  sociedade empresarial limitada; 
  anônima; 
  em nome coletivo; 
  em comandita simples e em comandita por ações.
Já o empreendedor não está relacionado diretamente com o quesito 
profissão, mas sim com o comportamento. Os profissionais que possuem essa 
característica são mais valorizados pelas empresas, devido à alta concorrência 
existente no mercado. 
O empreendedor está mais ligado “[...] à identificação de oportunidades, 
proatividade, criatividade e vontade de agregar valor por meio da entrega de 
produtos/serviços inovadores” (MARQUES, 2017, documento on-line). Esse 
perfil empreendedor está atrelado à motivação. “Não basta ter uma ideia 
Caracterização do empresário6
excepcional, é necessário [...] assumir responsabilidades, trabalhar, estudar, 
assumir riscos, ter iniciativa e construir um networking para auxiliar o alcance 
do sucesso” (MARQUES, 2017, documento on-line).
Para tanto, há três perfis de empreendedores: 
  o individual — aquele que atua com uma empresa própria; 
  o digital — a pessoa que se utiliza da internet para disponibilizar um 
produto/serviço, que seria o perfil do e-commerce; 
  o social — aquele que se preocupa com os problemas da sociedade e 
trabalha em prol de soluções e mudanças; este perfil está mais associado a 
organizações não governamentais e instituições integrantes do terceiro setor. 
Assim, o empreendedor precisa contar com algumas características para 
ter destaque no mercado, quais sejam: 
  ser organizado e possuir habilidade de planejamento; 
  ter conhecimento e apreço pela área em que irá atuar; 
  estar sempre em busca de novidades e soluções para o projeto que está 
desenvolvendo; 
  ter facilidade de comunicação; 
  ser um visionário.
Registro do empresário
Entre as obrigações do empresário para exercer uma atividade econômica 
organizada, com o intuito de produzir ou circular bens/serviços, o registro 
perante os órgãos competentes é fundamental para dar início ao seu negócio, 
pois, para uma empresa entrar em funcionamento, ela precisa estar legalmente 
registrada (COELHO, 2014):
  na prefeitura;
  na administração regional da cidade;
  no Estado;
  na Receita Federal;
  na Previdência Social. 
O objetivo do registro é “[...] tornar público os atos jurídicos, o estado e a 
capacidade das pessoas, estabelecendo a autenticidade, a segurança e a validade 
7Caracterização do empresário
das obrigações e de certas relações de direito passíveis de tutela legal e sujeita 
à transferência, modificação ou extinção” (SILVA, 2002, p. 1). 
No entanto, o registro não é essencial para se caracterizar um empresário, 
visto que tal caracterização ocorre por meio do exercício da atividade 
empresarial, independentemente de registro, como dispõe o art. 966 do Código 
Civil. Contudo, é necessário que haja inscrição no Registro Público de Empresas 
Mercantis na cidade onde desenvolve a atividade, como preconiza o art. 967 
do Código Civil (BRASIL, 2002).
Órgãos de registro das empresas
O Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem) é formado 
por dois órgãos: 
  o Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei);
  as Juntas Comerciais. 
O Drei, órgão federal, é o responsável por normatizar e fi scalizar os atos 
de registro. Entre suas funções, quatro merecem destaque (BRASIL, 1994, 
documento on-line):
  define com exclusividade as normas do registro;
  fiscaliza as Juntas Comerciais;
  soluciona as dúvidas sobre a interpretação das leis e normas 
administrativas no que se refere ao registro público;
  organiza o cadastro nacional das empresas mercantis, que funcionam 
no País, em conjunto com as Juntas Comerciais.
Já as Juntas Comerciais são órgãos estaduais, que realizam o registro das 
empresas mercantis e as atividades afins. Como disciplina o art. 32, II, da 
Lei nº. 8.934, de 18 de novembro de 1994, uma das principais atividades das 
Juntas Comerciais é arquivar: 
Documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de 
firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; dos atos 
relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº. 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976; dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras 
autorizadas a funcionar no Brasil; das declarações de microempresa; e) 
de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao 
Caracterização do empresário8
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daquelesque possam interessar ao empresário e às empresas mercantis (BRASIL, 
1994, documento on-line).
A inscrição empresarial será feita mediante requerimento, a qual conterá 
sua qualificação (nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o 
regime de bens, o capital, o objeto e a sede da empresa — conforme art. 968 do 
Código Civil) (BRASIL, 2002). Ainda, se, por ventura, o empresário individual 
constituir sociedade, ele poderá solicitar ao Registro Público de Empresas 
Mercantis a transformação de seu registro de empresário, atentando para as 
normas existentes no § 3º do referido artigo.
O empresário também pode constituir filial em Estado diverso ao que atua. 
Para isso, há necessidade de registro e averbação do estabelecimento secundário 
no registro público local, como preconiza o art. 969 do Código Civil: 
Art. 969 O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito 
à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá 
também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. 
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento 
secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis 
da respectiva sede (BRASIL, 2002, documento on-line).
A Lei nº. 8.934/1994 traz, em seu rol de disposições, a estruturação para o 
Registro Público de Empresas Mercantis e atividades afins. Como dispõe seu 
art. 1º, o registro é exercido em todo o território nacional, por órgãos estaduais 
e federais, com a finalidade de:
Art. 1º [...]
I — dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos 
jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei;
II — cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no 
País e manter atualizadas as informações pertinentes;
III — proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao 
seu cancelamento (BRASIL, 1994, documento on-line).
A referida lei dispõe que o Número de Identificação do Registro de Empresas 
(Nire) da empresa será atribuído a todo ato constitutivo de empresa, bem como 
deve ser compatibilizado com os demais números constantes nos cadastros 
federais. O Nire possui o número adotado no ato de registro da empresa, o 
qual é feito pela Junta Comercial ou pelo cartório. 
9Caracterização do empresário
Em posse do Nire, a empresa deve regular sua atividade com o registro 
do CNPJ na Receita Federal, passando ao status de contribuinte — a não ser 
que tenha aderido ao sistema do Simples Nacional. Com o CNPJ, a empresa 
está apta a adquirir seu alvará de funcionamento, que é fundamental para 
seu funcionamento. Ainda, em até 30 dias, a empresa precisa realizar seu 
cadastro na Previdência Social, bem como no seu aparato fiscal na Secretaria 
da Fazenda do Estado em que está localizado seu estabelecimento.
Atos de registro das empresas
Os atos de registro de empresa são compostos por três etapas: 
  Matrícula — “A matrícula é o nome do ato de inscrição dos 
tradutores públicos, intérpretes comerciais, leiloeiros, trapicheiros e 
administradores de armazéns-gerais” (COELHO, 2014, p. 219). 
  Arquivamento — o arquivamento é o nome de registro levado à Junta 
Comercial para que a empresa possa ser constituída, alterada, dissolvida 
ou extinta.
  Autenticação — consiste no registro dos instrumentos de escrituração 
do empresário, ou seja, o registro dos livros empresariais e das fichas 
escriturais.
Nome empresarial
O nome empresarial nada mais é do que a fi rma ou a denominação adotada 
para a atividade empresarial. Como dispõem os arts. 1.155 e 1.163 do 
Código Civil, deve ser equiparada à denominação das sociedades simples, 
associações e fundações e, ainda, distinguindo-se de outra empresa inscrita 
no mesmo registro. São nomes empresariais (BRASIL, 2002, documento 
on-line):
  Empresário individual — a firma será constituída por seu nome, seja 
completo ou abreviado, inserindo a designação de sua pessoa ou ramo 
de atividade, se quiser (art. 1.156 do Código Civil).
  Eireli — nesse caso, é obrigatória a inclusão da expressão Eireli após 
a firma ou denominação social (art. 980-A, § 1º, do Código Civil).
  Sociedade limitada — a firma deve ser composta pelo nome de um ou 
mais sócios, a denominação precisa descrever o objeto da sociedade, 
Caracterização do empresário10
sendo acompanhada, ao final, da palavra limitada ou de sua abreviação 
(art. 1.158, §§ 1º a 3º, do Código Civil).
  Sociedade anônima — a firma pode conter ou não o nome do fundador 
ou acionista, a denominação do objeto social, junto com a expressão 
sociedade anônima ou companhia, também aceitas em suas formas 
abreviadas (art. 1.160 do Código Civil).
  Sociedade cooperativa — a firma deve ser acompanhada pelo vocábulo 
cooperativa (art. 1.159 do Código Civil).
  Sociedade em comandita por ações — “a sociedade em comandita 
por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do 
objeto social, aditada da expressão ‘comandita por ações’” (art. 1.161 
do Código Civil).
  Sociedade em conta de participação — uma vez que não possui 
personalidade jurídica, “a sociedade em conta de participação não 
pode ter firma ou denominação” (art. 1.162 do Código Civil).
  Microempresas, empresas de pequeno porte e MEI — o nome 
empresarial deverá vir acompanhado das expressões microempresa 
ou ME; empresa de pequeno porte ou EPP; e microempreendedor 
individual ou MEI.
BRASIL. Lei Federal nº. 8.934, 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro Público 
de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 21 nov. 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/
leis/L8934.htm. Acesso em: 24 jun. 2019.
BRASIL. Lei no. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 24 jun. 2019.
COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial: direito de empresa. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 
2014.
DEMETRIO, D. W. Qual a diferença entre empreendedor e empresário? Sebrae-SC, 
Florianópolis, 13 jun. 2017. Disponível em: https://blog.sebrae-sc.com.br/empreendedor-
e-empresario/. Acesso em: 24 jun. 2019.
MARQUES, J. R. Qual a diferença entre empreendedor e empresário? Portal IBC, [s. l.], 
16 mar. 2017. Disponível em: https://www.ibccoaching.com.br/portal/qual-diferenca-
entre-empreendedor-e-empresario/. Acesso em: 24 jun. 2019.
11Caracterização do empresário
MOREIRA, W. Diferenças entre empreendedor e empresário. Administradores, João 
Pessoa, 4 nov. 2014. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/diferencas-
entre-empreendedor-e-empresario. Acesso em: 24 jun. 2019.
SILVA, A. L. M. Registro público da atividade empresarial. Rio de Janeiro: Editora Forense, 
2002.
Leitura recomendada
SEBRAE. Quais são os tipos de empresas? Sebrae São Paulo, São Paulo, 7 jun. 2018. 
Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/conteudo_uf/
quais-sao-os-tipos-de-empresas,af3db28a582a0610VgnVCM1000004c00210aRCRD. 
Acesso em: 24 jun. 2019.
Caracterização do empresário12
 
DICA DO PROFESSOR
Quando uma pessoa pretende empreender, a escolha da formatação jurídica é de fundamental 
importância, pois isso pode definir as responsabilidades e os riscos inerentes à atividade 
empresarial. Nesse sentido, optar pela melhor forma de exercer a empresa é uma medida de 
prudência e profissionalismo do empreendedor. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) É de suma importância definir quem é o empresário, quais são os sócios e o que vem 
a ser a empresa. Essas definições podem repercutir nas responsabilidades do 
empresário e do sócio, além da correta proteção à empresa. Assim, para o Direito: 
A) O empresário é o único a exercer atividade econômica.
B) O empreendedor será sempre sócio de uma sociedade empresária.
C) A empresa é uma atividade econômica organizadapara a produção ou para a circulação de 
bens ou de serviços.
D) A empresa pode ser uma pessoa jurídica, desde que seja atividade econômica.
E) O empresário individual deve constituir uma pessoa jurídica.
Conforme define o Serviço Brasileiro de Apoio de Micro e Pequenas Empresas 
(SEBRAE), essas são as características do empreendedor: 
 
"Criatividade: Aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de 
2) 
problemas. Liderança: inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, 
formar equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar ideias, ouvir, 
aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas. 
 
Perseverança: Manter-se firme em seus propósitos, sem deixar de enxergar os limites 
de sua possibilidade, buscando metas viáveis até mesmo em situações adversas. 
Flexibilidade: Controlar seus impulsos para ajustar-se quando a situação demandar 
mudanças, estar aberto para estudar e aprender sempre. Vontade de trabalhar: 
Dedicar-se plenamente e de forma entusiasmada ao seu negócio. Automotivação: 
Encontrar a realização pessoal no trabalho e seus resultados. Formação permanente: 
Buscar constantemente informações sobre o mercado e atualização profissional sobre 
novas técnicas gerenciais. Organização: Compreender as relações internas para 
ordenar o processo produtivo e administrativo de forma lógica e racional, entender 
as alterações ocorridas no meio ambiente externo de forma a estruturar a empresa 
para melhor lidar com essas mudanças. Senso crítico: Antecipar-se aos problemas 
principais, analisando-os friamente." 
 
Para o Direito, o empreendedor: 
A) É aquele que, dotado de características tendenciosas à inovação, une-se a outras pessoas e 
pode constituir uma sociedade.
B) É o empresário.
C) Não é o empresário.
D) Tem personalidade jurídica.
E) Não tem personalidade.
No "site" do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é possível 
acompanhar a estatística de criação de empresas e o encerramento dessas atividades. 
Ainda, "Fornece informações sobre pessoal ocupado e salários e outras remunerações 
3) 
de empresas e unidades locais formalmente constituídas, registradas no Cadastro 
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), e que estão ativas no ano-base do levantamento. 
São consideradas ativas as empresas e unidades locais que apresentam declaração da 
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), bem como aquelas que se encontram 
em operação, investigadas nas pesquisas de indústria, construção, comércio e serviços 
do IBGE, referentes ao ano-base." O registro do empresário, seja ele pessoa física ou 
jurídica: 
A) É dispensável, segundo a lei.
B) Deve ser feito para prevenir o empresário de todas as responsabilidades.
C) É realizado perante a Junta Comercial.
D) Se não realizado, impede o empresário de exercer a empresa.
E) É dispensável para a EIRELI.
4) É muito muito comum, mas não é técnico dizer: "Eu vou passar na empresa"; "Me 
ligue na empresa"; "Vou levar a empresa na justiça"; "Essa é uma boa empresa para 
trabalhar"; "Aquela não foi uma empresa de sucesso". "O ambiente da empresa é 
saudável". Para o Direito, a empresa: 
A) É uma atividade econômica organizada.
B) É o local para o qual onde as pessoas se dirigem e trabalham.
C) É o mesmo que uma firma.
D) Tem personalidade jurídica.
E) Pode ter, em alguns casos, personalidade jurídica.
5) Após a realização de um negócio no ramo de aviação, a revista EXAME publicou em 
seu "site": "Depois de anos tentando comprar a TAP, o empresário Germán 
Efromovich perdeu a disputa para David Neeleman, dono da Azul. Efromovich, dono 
da Avianca, estava há quase três anos tentando abocanhar a companhia aérea 
portuguesa, em processo de privatização. A compra seria bem do seu perfil. O dono 
da Avianca tem um faro especial para empresas quebradas ou em dificuldade." De 
acordo com o estudado, quem pode ser considerado empresário para o Direito? 
A) Pode ser uma sociedade, em seu nome próprio, mesmo que sem registro.
B) Não pode ser uma sociedade.
C) Sempre será uma pessoa jurídica.
D) Sempre será uma pessoa física.
E) É o sócio da sociedade.
NA PRÁTICA
As pessoas que exercem atividades informais podem se regularizar utilizando a figura do 
microempreendedor individual (MEI). MEI é a pessoa que trabalha por conta própria e que se 
legaliza como pequeno empresário.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Direito Empresarial - Empresário, capacidade e registro - Prof. José Humberto Júnior
Neste vídeo, o professor José Humberto aborda a conceituação de empresário e a definição de 
capacidade e registro.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Estatísticas do Cadastro Central de Empresas
Fornece informações sobre pessoal ocupado e salários e outras remunerações de empresas e 
unidades locais formalmente constituídas, registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - 
CNPJ, e que estão ativas no ano-base do levantamento.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O que é ser MEI
Veja como tornar-se um MEI, dono de um negócio legalizado, com CNPJ, previdência e 
assessoria do Sebrae.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Outros materiais