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Caracterização do empresário APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem, será iniciado o estudo da caracterização do empresário. Serão abordadas as características que fazem do empresário uma pessoa regulada pelo Direito de forma especial, de modo a identificar a distinção que o sistema jurídico estabelece entre empresário e empreendedor. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os elementos essenciais de regulação da atividade empresarial e do empresário.• Distinguir o empreendedor do empresário.• Reconhecer o mecanismo de registro do empresário perante o órgão oficial competente.• INFOGRÁFICO No infográfico a seguir, há um esquema com as características dos diferentes tipos de empresários: CONTEÚDO DO LIVRO O conteúdo teórico desta Unidade de Aprendizagem é baseado no capítulo a seguir, Caracterização do empresário da obra Direito Empresarial. Leia mais detalhes sobre os requisitos para o exercício da empresa, o exercício da empresa pela pessoa jurídica e as distinções conceituais. Boa leitura! DIREITO EMPRESARIAL Guérula Mello Viero Caracterização do empresário Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os elementos essenciais de regulação da atividade empresarial e do empresário. Distinguir empreendedor de empresário. Reconhecer o mecanismo de registro do empresário perante o órgão oficial competente. Introdução Quando uma pessoa pretende empreender, a escolha da formatação jurídica é de fundamental importância, pois isso pode definir as responsabilidades e os riscos inerentes à atividade empresarial. Nesse sentido, optar pela melhor forma de exercer a empresa é uma medida de prudência e profissionalismo do empreendedor. Neste capítulo, você vai ler sobre o conceito de empresário e como se dá a atividade empresarial, ou seja, quais os requisitos necessários para se constituir a empresa, visto que há elementos imprescindíveis, tanto para ser classificado como empresário quanto para o exercício da atividade econômica. Você também vai estudar as características dos empreendedores e dos empresários e entender como eles diferem entre si. Ainda, irá entender como ocorre o registro das empresas, quais órgãos são competentes, como obter a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), a escolha do nome empresarial, entre outros elementos. Empresário e atividade empresarial A defi nição de empresário pode ser encontrada no Código Civil, art. 966, o qual dispõe que: “Art. 966 Considera-se empresário quem exerce profi ssionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” (BRASIL, 2002, documento on-line). Assim, dessa conceituação, já se exprimem os requisitos básicos inerentes ao desenvolvimento da atividade empresarial. Para ser caracterizado como tal, o empresário deve ter profissionalismo, exercer uma atividade econômica organizada e que esta tenha o intuito de produzir ou fazer circular bens e/ou serviços. Assim, vamos entender cada um desses elementos. Profissionalismo O profi ssionalismo é um quesito composto por três ordens para o desempenho de uma atividade. Em primeiro lugar, a habitualidade. Alguém que exerce uma atividade de forma esporádica, mesmo que haja exploração comercial, não é considerado empresário. Logo, é necessário que seja de forma habitual. O segundo item trata da pessoalidade. Um empresário deve ter empregados. O empresário, sendo um profissional, exercerá a atividade empresarial pessoalmente, enquanto os empregados irão produzir e circular os bens e serviços em nome do empregador. Em terceiro lugar, e o mais importante, é o monopólio das informações. O empresário detém todas as informações sobre o produto ou serviço que é objeto de sua empresa. Ou seja, como leciona Coelho (2014), o empresário precisa conhecer bem os produtos e serviços que fornece, como as informações de uso, qualidade, insumos empregados, defeitos de fabricação que podem ocorrer, potenciais riscos à saúde, tanto dos funcionários quanto de seus compradores, entre outros. Atividade A empresa é uma atividade pela qual são produzidos e circulados os bens ou serviços. Destacamos que, muitas vezes, a palavra empresa é empregada erroneamente, inclusive no meio jurídico. Coelho (2014, p. 95) menciona algumas formas: “[...] a empresa faliu” e “[...] a empresa importou essas mercadorias”. Nesse sentido, a empresa não pode ser confundida com o sujeito de direito, que é o empresário, o qual fale ou seja responsável pela importação das mercadorias. A empresa deve ser entendida como um sinônimo de empreendimento. Ainda, as expressões como “[...] a empresa está pegando fogo” e “[...] a empresa foi reformada” também entram no rol de equívoco, uma vez que aqui Caracterização do empresário2 há relação entre empresa e local em que a atividade se desenvolve. O correto seria nominar como estabelecimento empresarial, visto que este pode pegar fogo, ser embelezado, mas não a atividade (COELHO, 2014, p. 96). Econômica A atividade é considerada econômica, uma vez que busca lucro para o empresário que a explora. O lucro é fundamental para manter o funcionamento da empresa, visto que, se as despesas superarem os rendimentos, fi ca insustentável. Assim, o lucro pode ser tanto o objetivo da produção ou circulação de bens ou serviços quanto pode servir de instrumento para alcançar outras fi nalidades. Organizada A empresa é considerada uma atividade organizada, uma vez que o empresário articula quatro fatores de produção: “[...] capital, tecnologia, insumos e mão de obra” (COELHO, 2014, p. 102). Para ser considerado empresário, é necessário que explore esses fatores. Vejamos um exemplo: pense em um comerciante que vende perfumes. Se ele mesmo leva os produtos até os seus consumidores, ele realiza a circulação de bens, com o intuito de lucro e possui habitualidade. Ele será considerado empresário mesmo não possuindo empregado, pois o fato de não ter subordinados com vínculo empregatício é irrelevante para a caracterização de empresário No que tange à tecnologia, esta não precisa ser necessariamente de ponta, apenas precisa estar inserida no contexto da organização econômica. Produção de bens ou serviços A produção de bens ou serviços consiste na fabricação dos produtos ou das mercadorias. Como disciplina Coelho (2014), toda atividade industrial é uma atividade empresarial. Como exemplos, citamos: 3Caracterização do empresário montadoras de automóveis; fábricas de eletrodomésticos; confecções de roupas. A produção de serviços nada mais é do que a prestação de serviços. Nesse contexto, podemos listar como exemplos de produtores de serviços: bancos; hospitais; escolas; seguradoras; estacionamentos. Circulação de bens ou serviços A circulação de bens refere-se à forma originária do comércio, a qual consiste em buscar diretamente no produtor o bem e levá-lo até o consumidor. É a atividade de intermediar. Estão inseridos nesse contexto os supermercados, as lojas de roupas, as concessionárias de veículos, entre outros. Já a circulação de serviços diz respeito ao ato de intermediar, mas, nesse caso, também os serviços, como o trabalho realizado pelas agências de turismo ao montarem um pacote de viagem com passagem aérea, hospedagem, entre outros. Bens e serviços Até o fi m de 1990, sem a presença da internet, a distinção entre serviços e bens não gerava tanta difi culdade. Os bens eram considerados corpóreos, enquanto os serviços não possuíam materialidade. “A prestação de serviços consistia sempre numa obrigação de fazer” (COELHO, 2014, p. 107). Com a intensa utilização do ambiente virtual para a realização de negócios, restaram dúvidas sobre como defi nir. Os bens virtuais, como um jornal virtual ou os programas de computador, seriam incluídos em qualcategoria? Bem ou serviço? No entanto, no que diz respeito à caracterização de empresário, o comércio eletrônico, mesmo com todas as suas variações, é considerado sim uma atividade empresarial (COELHO, 2014). Caracterização do empresário4 Segundo o art. 972 do Código Civil, “[...] podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”. Para entendermos no que consiste a capacidade civil, é necessário analisar o art. 5º do Código Civil: “[...] a menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil”. Logo, para exercer a atividade empresarial, a pessoa precisa ser maior de 18 anos ou ser emancipada, não importando se é homem ou mulher, natural ou estrangeiro (BRASIL, 2002, documento on-line). Empreendedor versus empresário Ao contrário do que muitos pensam, empreendedor e empresário estão longe de serem sinônimos. Ambos possuem papéis distintos e necessitam de competências diferentes. Assim, nem todo empresário é um empreendedor e nem todo empreendedor é um empresário. Tal confusão ocorre pelo desconhecimento das características que devem ser inerentes a cada um. Conforme Demetrio (2017), muitos empreendedores falham justamente pelo fato de não serem empresários. Os empreendedores normalmente possuem a ideia, chegam a abrir o negócio, mas, por não apresentarem as características necessárias para consolidar seu projeto, acabam frustrados. O empreendedor é aquele que consegue identificar as oportunidades e, a partir delas, gerar riqueza. É aquela pessoa que, com uma simples ideia, consegue vislumbrar um negócio e criar uma empresa. Já o empresário é o indivíduo que tem a capacidade e competência para fazer essa mesma empresa ou negócio se perpetuar no tempo. A partir do que foi concebido, ele faz crescer e prosperar (MOREIRA, 2014). Assim, entendemos que empresário é uma profissão. Como explica Marques (2017, documento on-line), o empresário nada mais é do que uma pessoa física ou jurídica que, por meio de capital e trabalho, “[...] produz e gerencia bens/ serviços ao mercado, fazendo com que a empresa cresça e tenha lucro”. No entanto, para colocar em prática esse papel, é necessário contar com mão de obra, dinheiro, equipe qualificada, materiais e equipamento. Há dois tipos de empresários (MARQUES, 2017): 5Caracterização do empresário individual, que é quando a pessoa física estrutura a empresa de maneira individual; coletivo, quando uma pessoa jurídica se une a pessoas com o mesmo objetivo para explorar uma atividade econômica. Para tanto, o empresário precisa apresentar algumas características, como: ter vontade de solucionar os problemas das outras pessoas; manter um controle financeiro e saber empregar os recursos; compreender as mudanças do mercado e adaptar-se a elas; ter conhecimento administrativo e de gestão de pessoal; possuir espírito de liderança para cooperar com o desenvolvimento do projeto e com os resultados. Os empresários podem ser tanto individuais quanto coletivos. Entre os individuais, temos: empresário individual, que exerce em nome próprio uma atividade empresarial (por exemplo, médicos); microempreendedor individual (MEI), que consiste no empresário individual com receita bruta anual de até R$ 81 mil; empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli), que é a atuação individual, sem sócios. Já no molde coletivo, temos: sociedade empresarial limitada; anônima; em nome coletivo; em comandita simples e em comandita por ações. Já o empreendedor não está relacionado diretamente com o quesito profissão, mas sim com o comportamento. Os profissionais que possuem essa característica são mais valorizados pelas empresas, devido à alta concorrência existente no mercado. O empreendedor está mais ligado “[...] à identificação de oportunidades, proatividade, criatividade e vontade de agregar valor por meio da entrega de produtos/serviços inovadores” (MARQUES, 2017, documento on-line). Esse perfil empreendedor está atrelado à motivação. “Não basta ter uma ideia Caracterização do empresário6 excepcional, é necessário [...] assumir responsabilidades, trabalhar, estudar, assumir riscos, ter iniciativa e construir um networking para auxiliar o alcance do sucesso” (MARQUES, 2017, documento on-line). Para tanto, há três perfis de empreendedores: o individual — aquele que atua com uma empresa própria; o digital — a pessoa que se utiliza da internet para disponibilizar um produto/serviço, que seria o perfil do e-commerce; o social — aquele que se preocupa com os problemas da sociedade e trabalha em prol de soluções e mudanças; este perfil está mais associado a organizações não governamentais e instituições integrantes do terceiro setor. Assim, o empreendedor precisa contar com algumas características para ter destaque no mercado, quais sejam: ser organizado e possuir habilidade de planejamento; ter conhecimento e apreço pela área em que irá atuar; estar sempre em busca de novidades e soluções para o projeto que está desenvolvendo; ter facilidade de comunicação; ser um visionário. Registro do empresário Entre as obrigações do empresário para exercer uma atividade econômica organizada, com o intuito de produzir ou circular bens/serviços, o registro perante os órgãos competentes é fundamental para dar início ao seu negócio, pois, para uma empresa entrar em funcionamento, ela precisa estar legalmente registrada (COELHO, 2014): na prefeitura; na administração regional da cidade; no Estado; na Receita Federal; na Previdência Social. O objetivo do registro é “[...] tornar público os atos jurídicos, o estado e a capacidade das pessoas, estabelecendo a autenticidade, a segurança e a validade 7Caracterização do empresário das obrigações e de certas relações de direito passíveis de tutela legal e sujeita à transferência, modificação ou extinção” (SILVA, 2002, p. 1). No entanto, o registro não é essencial para se caracterizar um empresário, visto que tal caracterização ocorre por meio do exercício da atividade empresarial, independentemente de registro, como dispõe o art. 966 do Código Civil. Contudo, é necessário que haja inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis na cidade onde desenvolve a atividade, como preconiza o art. 967 do Código Civil (BRASIL, 2002). Órgãos de registro das empresas O Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem) é formado por dois órgãos: o Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei); as Juntas Comerciais. O Drei, órgão federal, é o responsável por normatizar e fi scalizar os atos de registro. Entre suas funções, quatro merecem destaque (BRASIL, 1994, documento on-line): define com exclusividade as normas do registro; fiscaliza as Juntas Comerciais; soluciona as dúvidas sobre a interpretação das leis e normas administrativas no que se refere ao registro público; organiza o cadastro nacional das empresas mercantis, que funcionam no País, em conjunto com as Juntas Comerciais. Já as Juntas Comerciais são órgãos estaduais, que realizam o registro das empresas mercantis e as atividades afins. Como disciplina o art. 32, II, da Lei nº. 8.934, de 18 de novembro de 1994, uma das principais atividades das Juntas Comerciais é arquivar: Documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976; dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; das declarações de microempresa; e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Caracterização do empresário8 Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daquelesque possam interessar ao empresário e às empresas mercantis (BRASIL, 1994, documento on-line). A inscrição empresarial será feita mediante requerimento, a qual conterá sua qualificação (nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens, o capital, o objeto e a sede da empresa — conforme art. 968 do Código Civil) (BRASIL, 2002). Ainda, se, por ventura, o empresário individual constituir sociedade, ele poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário, atentando para as normas existentes no § 3º do referido artigo. O empresário também pode constituir filial em Estado diverso ao que atua. Para isso, há necessidade de registro e averbação do estabelecimento secundário no registro público local, como preconiza o art. 969 do Código Civil: Art. 969 O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede (BRASIL, 2002, documento on-line). A Lei nº. 8.934/1994 traz, em seu rol de disposições, a estruturação para o Registro Público de Empresas Mercantis e atividades afins. Como dispõe seu art. 1º, o registro é exercido em todo o território nacional, por órgãos estaduais e federais, com a finalidade de: Art. 1º [...] I — dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; II — cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; III — proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento (BRASIL, 1994, documento on-line). A referida lei dispõe que o Número de Identificação do Registro de Empresas (Nire) da empresa será atribuído a todo ato constitutivo de empresa, bem como deve ser compatibilizado com os demais números constantes nos cadastros federais. O Nire possui o número adotado no ato de registro da empresa, o qual é feito pela Junta Comercial ou pelo cartório. 9Caracterização do empresário Em posse do Nire, a empresa deve regular sua atividade com o registro do CNPJ na Receita Federal, passando ao status de contribuinte — a não ser que tenha aderido ao sistema do Simples Nacional. Com o CNPJ, a empresa está apta a adquirir seu alvará de funcionamento, que é fundamental para seu funcionamento. Ainda, em até 30 dias, a empresa precisa realizar seu cadastro na Previdência Social, bem como no seu aparato fiscal na Secretaria da Fazenda do Estado em que está localizado seu estabelecimento. Atos de registro das empresas Os atos de registro de empresa são compostos por três etapas: Matrícula — “A matrícula é o nome do ato de inscrição dos tradutores públicos, intérpretes comerciais, leiloeiros, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais” (COELHO, 2014, p. 219). Arquivamento — o arquivamento é o nome de registro levado à Junta Comercial para que a empresa possa ser constituída, alterada, dissolvida ou extinta. Autenticação — consiste no registro dos instrumentos de escrituração do empresário, ou seja, o registro dos livros empresariais e das fichas escriturais. Nome empresarial O nome empresarial nada mais é do que a fi rma ou a denominação adotada para a atividade empresarial. Como dispõem os arts. 1.155 e 1.163 do Código Civil, deve ser equiparada à denominação das sociedades simples, associações e fundações e, ainda, distinguindo-se de outra empresa inscrita no mesmo registro. São nomes empresariais (BRASIL, 2002, documento on-line): Empresário individual — a firma será constituída por seu nome, seja completo ou abreviado, inserindo a designação de sua pessoa ou ramo de atividade, se quiser (art. 1.156 do Código Civil). Eireli — nesse caso, é obrigatória a inclusão da expressão Eireli após a firma ou denominação social (art. 980-A, § 1º, do Código Civil). Sociedade limitada — a firma deve ser composta pelo nome de um ou mais sócios, a denominação precisa descrever o objeto da sociedade, Caracterização do empresário10 sendo acompanhada, ao final, da palavra limitada ou de sua abreviação (art. 1.158, §§ 1º a 3º, do Código Civil). Sociedade anônima — a firma pode conter ou não o nome do fundador ou acionista, a denominação do objeto social, junto com a expressão sociedade anônima ou companhia, também aceitas em suas formas abreviadas (art. 1.160 do Código Civil). Sociedade cooperativa — a firma deve ser acompanhada pelo vocábulo cooperativa (art. 1.159 do Código Civil). Sociedade em comandita por ações — “a sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão ‘comandita por ações’” (art. 1.161 do Código Civil). Sociedade em conta de participação — uma vez que não possui personalidade jurídica, “a sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação” (art. 1.162 do Código Civil). Microempresas, empresas de pequeno porte e MEI — o nome empresarial deverá vir acompanhado das expressões microempresa ou ME; empresa de pequeno porte ou EPP; e microempreendedor individual ou MEI. BRASIL. Lei Federal nº. 8.934, 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 nov. 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/ leis/L8934.htm. Acesso em: 24 jun. 2019. BRASIL. Lei no. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 24 jun. 2019. COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial: direito de empresa. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. DEMETRIO, D. W. Qual a diferença entre empreendedor e empresário? Sebrae-SC, Florianópolis, 13 jun. 2017. Disponível em: https://blog.sebrae-sc.com.br/empreendedor- e-empresario/. Acesso em: 24 jun. 2019. MARQUES, J. R. Qual a diferença entre empreendedor e empresário? Portal IBC, [s. l.], 16 mar. 2017. Disponível em: https://www.ibccoaching.com.br/portal/qual-diferenca- entre-empreendedor-e-empresario/. Acesso em: 24 jun. 2019. 11Caracterização do empresário MOREIRA, W. Diferenças entre empreendedor e empresário. Administradores, João Pessoa, 4 nov. 2014. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/diferencas- entre-empreendedor-e-empresario. Acesso em: 24 jun. 2019. SILVA, A. L. M. Registro público da atividade empresarial. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2002. Leitura recomendada SEBRAE. Quais são os tipos de empresas? Sebrae São Paulo, São Paulo, 7 jun. 2018. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/conteudo_uf/ quais-sao-os-tipos-de-empresas,af3db28a582a0610VgnVCM1000004c00210aRCRD. Acesso em: 24 jun. 2019. Caracterização do empresário12 DICA DO PROFESSOR Quando uma pessoa pretende empreender, a escolha da formatação jurídica é de fundamental importância, pois isso pode definir as responsabilidades e os riscos inerentes à atividade empresarial. Nesse sentido, optar pela melhor forma de exercer a empresa é uma medida de prudência e profissionalismo do empreendedor. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) É de suma importância definir quem é o empresário, quais são os sócios e o que vem a ser a empresa. Essas definições podem repercutir nas responsabilidades do empresário e do sócio, além da correta proteção à empresa. Assim, para o Direito: A) O empresário é o único a exercer atividade econômica. B) O empreendedor será sempre sócio de uma sociedade empresária. C) A empresa é uma atividade econômica organizadapara a produção ou para a circulação de bens ou de serviços. D) A empresa pode ser uma pessoa jurídica, desde que seja atividade econômica. E) O empresário individual deve constituir uma pessoa jurídica. Conforme define o Serviço Brasileiro de Apoio de Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), essas são as características do empreendedor: "Criatividade: Aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de 2) problemas. Liderança: inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, formar equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar ideias, ouvir, aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas. Perseverança: Manter-se firme em seus propósitos, sem deixar de enxergar os limites de sua possibilidade, buscando metas viáveis até mesmo em situações adversas. Flexibilidade: Controlar seus impulsos para ajustar-se quando a situação demandar mudanças, estar aberto para estudar e aprender sempre. Vontade de trabalhar: Dedicar-se plenamente e de forma entusiasmada ao seu negócio. Automotivação: Encontrar a realização pessoal no trabalho e seus resultados. Formação permanente: Buscar constantemente informações sobre o mercado e atualização profissional sobre novas técnicas gerenciais. Organização: Compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e administrativo de forma lógica e racional, entender as alterações ocorridas no meio ambiente externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com essas mudanças. Senso crítico: Antecipar-se aos problemas principais, analisando-os friamente." Para o Direito, o empreendedor: A) É aquele que, dotado de características tendenciosas à inovação, une-se a outras pessoas e pode constituir uma sociedade. B) É o empresário. C) Não é o empresário. D) Tem personalidade jurídica. E) Não tem personalidade. No "site" do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é possível acompanhar a estatística de criação de empresas e o encerramento dessas atividades. Ainda, "Fornece informações sobre pessoal ocupado e salários e outras remunerações 3) de empresas e unidades locais formalmente constituídas, registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), e que estão ativas no ano-base do levantamento. São consideradas ativas as empresas e unidades locais que apresentam declaração da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), bem como aquelas que se encontram em operação, investigadas nas pesquisas de indústria, construção, comércio e serviços do IBGE, referentes ao ano-base." O registro do empresário, seja ele pessoa física ou jurídica: A) É dispensável, segundo a lei. B) Deve ser feito para prevenir o empresário de todas as responsabilidades. C) É realizado perante a Junta Comercial. D) Se não realizado, impede o empresário de exercer a empresa. E) É dispensável para a EIRELI. 4) É muito muito comum, mas não é técnico dizer: "Eu vou passar na empresa"; "Me ligue na empresa"; "Vou levar a empresa na justiça"; "Essa é uma boa empresa para trabalhar"; "Aquela não foi uma empresa de sucesso". "O ambiente da empresa é saudável". Para o Direito, a empresa: A) É uma atividade econômica organizada. B) É o local para o qual onde as pessoas se dirigem e trabalham. C) É o mesmo que uma firma. D) Tem personalidade jurídica. E) Pode ter, em alguns casos, personalidade jurídica. 5) Após a realização de um negócio no ramo de aviação, a revista EXAME publicou em seu "site": "Depois de anos tentando comprar a TAP, o empresário Germán Efromovich perdeu a disputa para David Neeleman, dono da Azul. Efromovich, dono da Avianca, estava há quase três anos tentando abocanhar a companhia aérea portuguesa, em processo de privatização. A compra seria bem do seu perfil. O dono da Avianca tem um faro especial para empresas quebradas ou em dificuldade." De acordo com o estudado, quem pode ser considerado empresário para o Direito? A) Pode ser uma sociedade, em seu nome próprio, mesmo que sem registro. B) Não pode ser uma sociedade. C) Sempre será uma pessoa jurídica. D) Sempre será uma pessoa física. E) É o sócio da sociedade. NA PRÁTICA As pessoas que exercem atividades informais podem se regularizar utilizando a figura do microempreendedor individual (MEI). MEI é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Direito Empresarial - Empresário, capacidade e registro - Prof. José Humberto Júnior Neste vídeo, o professor José Humberto aborda a conceituação de empresário e a definição de capacidade e registro. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Estatísticas do Cadastro Central de Empresas Fornece informações sobre pessoal ocupado e salários e outras remunerações de empresas e unidades locais formalmente constituídas, registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ, e que estão ativas no ano-base do levantamento. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O que é ser MEI Veja como tornar-se um MEI, dono de um negócio legalizado, com CNPJ, previdência e assessoria do Sebrae. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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