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Página 1 de 160 ARC – Administração e Relacionamento com o Cliente Sumário Módulo de Boas-Vindas .................................................................... 02 Módulo de Apresentação da Disciplina e Bibliografia ............................. 05 Módulo 01 – Clientes: Definições e Entendimentos ............................... 10 Módulo 02 – Clientes como início e fim dos Processos Organizacionais ..................................................................................................... 19 Módulo 03 – Segmentação de Mercado e Definição de Clientes-Alvo ..................................................................................................... 27 Módulo 04 – Introdução aos Atributos Valorizados Pelos Clientes ..................................................................................................... 41 Módulo 05 – Riscos ao Ouvir o Cliente ................................................ 67 Módulo 06 – Canais de Acesso Oferecidos aos Clientes ......................... 77 Módulo 07 – Requisitos Exigidos dos que Interagem com os Clientes .................................................................................................... 102 Módulo 08 – A Compra racional, por impulso e a dissonância cognitiva .................................................................................................... 122 Cases: Mercado Personalizado + Wal-Mart ........................................ 129 Textos Complementares Para Estudo ................................................ 137 Página 2 de 160 Módulo de Boas-Vindas Caro Aluno(a), Seja bem vindo(a)! Nesta nossa disciplina de Administração do Relacionamento com o Cliente (ARC) trataremos de assuntos como a definição e o entendimento do que vêm a ser cliente e consumidor, segmentação de mercado e identificação de clientes alvo, atributos valorizados pelos clientes, instrumentos para ouvir os clientes, canais de acesso dos clientes às organizações, padronização do atendimento, compra por impulso, dissonância cognitiva, dentre outros, com o objetivo principal de levar você, a saber, como definir quem são os clientes de uma organização e quais são suas necessidades e expectativas, saber como se relacionar com eles e como avaliar sua satisfação, e com isso, auxiliar no processo de tomada de decisão e na atingimento de resultados mutuamente benéficos (para os clientes e para as organizações). Portanto, é nossa expectativa que você aprenda bastante. Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, a sugestão é que dedique ao menos “10” horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de auto- avaliação. Uma boa forma de você fazer isso é planejar o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresento na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo você deverá buscar entender muito bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, na medida em que acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos. Quadro 1 - Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas Assuntos / Módulos Leituras Sugeridas Fundamental Complementar - 1 - Clientes: definições e entendimentos. · Clientes internos (Livro texto: cap.3) · Necessidades dos clientes internos (Kotler, 2009: cap.7) - 2 - Origens do Clicentrismo e as Ondas da Qualidade. · Processos internos (arquivo anexado ao assunto 02) · - 3 - Segmentação de Mercado e Definições de Clientes- Alvo. - 4 - Atributos Valorizados pelos Clientes. - 5 - Risco ao Ouvir os Clientes Página 3 de 160 e como Selecioná-los. - 6 - Canais de Acesso dos Clientes às Organizações. - 7 - Requisitos Exigidos dos que Interagem com os Clientes. - 8 - Compra Racional, Compra por Impulso e a Dissonância Cognitiva. Nota: ver as Referências para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas. Avaliações Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário das mesmas e de fazer a marcação das datas das suas provas (agendamento de provas), dentro dos períodos especificados. É importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizar os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a repetição dos exercícios da auto-avaliação. Para sua orientação, é informado na tabela a seguir, os assuntos que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito: Quadro 2 - Conteúdos a serem exigidos nas avaliações Avaliações Assuntos Exercícios de auto- avaliação relacionados NP1 Do assunto 1 até o assunto 4. Todos os exercícios dos módulos 1, 2, 3 e 4. NP2 Do assunto 5 até o assunto 8. Todos os exercícios dos módulos 5, 6, 7 e 8. Substitutiva Toda a matéria Todos os exercícios. Exame Toda a matéria Todos os exercícios. Referências Bibliográficas Referência principal: Silva, Fábio Gomes; Zambon, Marcelo S. (0rg). Gestão do relacionamento com o cliente. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. Página 4 de 160 _____________. (0rg). Gestão do relacionamento com o cliente. São Paulo: Thomson Learning, 2006. Outras referências: Sheth, Jagdish N.; Mittal, Banwari; Newman, Bruce I. Comportamento do cliente: indo além do comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2001. Solomon, Michael R. Comportamento do Consumidor. (5 ed). Porto Alegre: Bookman, 2002. Página 5 de 160 Módulo de Apresentação MERCADO DE CAPITAIS Caro Aluno Seja bem-vindo. Por favor, leia atentamente as informações a seguir, para que você possa tirar o máximo proveito da disciplina, nesta modalidade on line. Nesta nossa disciplina estaremos tratando de assuntos, tais como: Um breve histórico do Sistema Financeiro Nacional – (SFN), abordando o sistema normativo e operativo. A abertura de capital de empresas. A segmentação do mercado financeiro e os títulos encontrados nesse mercado. Modalidades operacionais do mercado acionário. Operações no mercado de derivativos; fundos de investimentos em ações e os principais índices do mercado acionário brasileiro. Com isso a disciplina pretende atingir os seguintes objetivos específicos: Apresentar e discutir os conceitos fundamentais sobre o mercado de capitais com a finalidade de propiciar ao aluno uma visão geral do tema e de sua importância para a criação de valor econômico das empresas e a promoção do desenvolvimento social do País. Contribuir para a compreensão dos indicadores do mercado acionário brasileiro e seus efeitos na economia. Estabelecer análise de investimentos no mercado, considerando aspectos como políticas econômicas e formação de preços do mercado de ações. Desenvolver a capacidade de acompanhar e interpretar as variações de preços nas bolsas, a partir da composição das carteiras e análise da macroeconomia. Atingindo esses objetivos a disciplina espera contribuir para que você desenvolva as seguintes competências: Senso crítico: por meio do fomento de uma visão questionadora dos métodos e processos em uso nas organizações, a partir dos vários insumos fornecidos pelas correntes de pensamento administrativo. Capacidade de contextualização: através do exercício do relacionamento das propostas teóricas das correntes depensamento administrativo com o momento histórico em que foram apresentadas e com a sua possível aplicação contemporânea. Visão estratégica: pela discussão dos pontos fracos e fortes de cada teoria, das ameaças que podem enfrentar e das oportunidades que podem aproveitar no contexto das organizações. Orientação para resultados: pela ênfase no entendimento de que o pensamento administrativo só faz sentido na medida em que permite o atingimento dos objetivos organizacionais. Desenvolvimento pessoal, comunicação e expressão e trabalho em equipe: pelo desenvolvimento de atividades que permitam, desde Página 6 de 160 as reflexões pessoais até a formação de consenso, pelo exercício da comunicação e expressão adequadas. Assim sendo, levando em conta todos esses aspectos, nossa expectativa é que você consiga aproveitar o máximo possível. Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos quatro horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de autoavaliação. A administração do tempo é fundamental para que você possa concluir seus estudos sobre a disciplina, por isso, planeje o que estudar, semana a semana. INFORMAÇÕES IMPORTANTES: A – CONTEÚDOS (ASSUNTOS) E LEITURAS RELACIONADAS Nossa disciplina está estruturada em 8 (oito) MÓDULOS, cada um deles cobrindo um assunto ou conteúdo próprio, conforme tabela a seguir. Para facilitar seu trabalho, estão apresentados esses assuntos (ou conteúdos) que deverão ser estudados na disciplina e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida, retirada da seguinte fonte: TEXTO DE LEITURA FUNDAMENTAL EXIGIDA Mercado de Capitais – Fundamentos e Técnicas Autor: Juliano Lima Pinheiro 5ª. Edição – 2009 Editora: Atlas MÓDULOS CONTEÚDO 1 O Sistema Financeiro Nacional ( S.F.N.): · Subsistema Normativo: Conselho Monetário Nacional - CMN · Entidades Supervisoras: Banco Central - Bacen; Comissão de Valores Mobiliários - CVM; · Operadores: Instituições financeiras; Bolsas de Valores; Bolsa de Mercadoria e Futuros; Bancos de Câmbio e Outros intermediários. 2 Abertura de Capital de Empresas: · Companhia Aberta – Conceito Legal; · Desenvolvimento das Sociedades Anônimas; · Abertura de capital na estratégia empresarial. 3 Segmentação do Mercado Financeiro: · Mercado monetário; · Mercado de crédito; · Mercado de Câmbio; · Mercado de capitais. Página 7 de 160 4 Títulos do Mercado de Capitais: · Ações; · Debêntures; · Commercial Paper. Modalidades Operacionais do Mercado Acionário: · Operações no Mercado à vista. 5 Conceituações dos Índices do Mercado Acionário Brasileiro: · Índice da Bolsa de Valores de São Paulo – IBOVESPA; · Índice Brasil – IBX. Conceituações dos Índices do Mercado Acionário Internacional: · Índice Dow Jones - Bolsa de Valores de Nova Iorque (N.Y.S.E); · Índice S&P 500 - Bolsa de Valores de Nova Iorque (N.Y.S.E); · Índice Composto Nasdaq; · Índice Nikkei – Bolsa de valores de Tókyo; · Índice Financial Times – Bolsa de Valores de Londres. 6 Operações no Mercado de Derivativos: · Conceitos; · Mercado a Termo; · Mercado de Opções. 7 Fundos de Investimento em Ações: · Conceitos; · Tipos de fundos de investimento em ações. 8 Análise fundamentalista: · Conceitos; · Formação do preço justo de uma ação; · Principais indicadores fundamentalista; · Aspectos a serem observados na análise de uma empresa. LEITURA COMPLEMENTAR SUGERIDA: INDICAÇÃO DE MATERIAL È recomendável que você busque entender muito bem o conteúdo da leitura fundamental exigida, já designada acima. Porém, é evidente que sua compreensão será maior, se você explorar a bibliografia complementar sugerida como leitura adicional. Para tanto, escolha na relação que aparece no item C- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, logo abaixo, dentre os títulos apresentados, aqueles que lhe sejam mais acessíveis, para essa complementação de estudos. B – AVALIAÇÕES Como é de sua ciência, segundo o regulamento da Universidade, você precisa realizar uma série de avaliações para as quais existe um calendário que fica sob sua responsabilidade conhecer. Página 8 de 160 Você deve tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados. Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de autoavaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que as avaliações a que você terá que se submeter não repetirão esses exercícios disponibilizados no site da disciplina on line, uma vez que estes são considerados como um apoio para seus estudos: constarão de questões inéditas. Para sua orientação a tabela a seguir mostra os assuntos que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito, bem como os respectivos exercícios de auto- avaliação para seu apoio: CONTEÚDOS A SEREM EXIGIDOS NAS AVALIAÇÕES (CONFORME DESCRITOS EM TABELA ACIMA ESPECIFICADA) AVALIAÇÕES ASSUNTOS ou CONTEÚDOS EXERCÍCIOS DE AUTOAVALIAÇÃO RELACIONADOS PARA ESTUDO NP1 MÓDULOS: 1, 2, 3 e 4 EXERCÍCIOS APRESENTADOS NAS AULAS, QUE VÃO DO MÓDULO 1 AO MÓDULO 4 NP2 MÓDULOS: 5, 6, 7 e 8 EXERCÍCIOS APRESENTADOS NAS AULAS, QUE VÃO DO MÓDULO 5 AO MÓDULO 8 SUBSTITUTIVA E EXAME CONTEÚDOS DE TODOS OS MÓDULOS, OU SEJA: DO 1 AO 8 TODOS OS EXERCÍCIOS DOS 8 MÓDULOS C – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRAFIA BÁSICA · PIHNEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais. 5 ed..São Paulo: Atlas, 2009. · CAVALCANTI, Francisco, MISUMI, Jorge Yoshie, RUDGE, Luiz Fernando.Mercado de Capitais. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. · LAGIOIA, Umbelina Cravo Teixeira. Fundamentos do Mercado de Capitais. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: · CERBASI, Gustavo. Investimentos Inteligentes. 1 ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008. Página 9 de 160 · GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12 ed. São Paulo: Pearson, 2010. Bons estudos! Líder da disciplina Página 10 de 160 Unidade I MÓDULO 1 CLIENTES: DEFINIÇÕES E ENTENDIMENTOS Objetivo resumido desse módulo Ao final desse módulo, você será capaz de compreender termos como cliente, comprador, cliente final, consumidor etc., objetivando que não ocorram interpretações errôneas, uma vez que, embora muitos dos termos sejam semelhantes, não são sinônimos e, uma boa identificação dos casos estudados requer saber exatamente ‘quem é quem’ no contexto dos clientes e das organizações. Além disso, poderá entender, de maneira breve, porque o comportamento do consumidor é visto como um processo. 1. Definições básicas e entendimentos Aqui são apresentadas algumas das principais definições e entendimentos para o termo cliente. Esse conhecimento servirá de apoio para que haja entendimento em cada um dos módulos desta disciplina, sendo assim, compreende-los é fundamental. São eles. 1.1 Cliente É possível compreender o cliente como aquele que é o destinatário de um produto, entendendo-se como produto o resultado de um processo e, entendendo-se como processo um conjunto de atividades inter-relacionadas que transformam entradasem saídas. Neste sentido, é valido compreender que um produto tanto pode estar relacionado a uma mercadoria (tangível) como a um serviço (intangível). O termo cliente, portanto: “Designa uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha papel no processo de troca ou transação com uma empresa ou organização. (...) O terno cliente refere-se a pessoas que assumem diferentes papéis no processo de compra, como o especificador, o influenciador, o comprador, o pagante, o usuário ou aquele que consome o produto”. (Bretzke, apud Dias, 2003, p.38). “Constituinte, em relação ao advogado, ou procurador. Divididos em mercado-alvo, podem ser: consumidores, industriais, revendedores, empresas governamentais e internacionais. 2. Forma pela qual os publicitários designam os anunciante, os empresários em geral, quando vinculados a uma agencia de propaganda.” [Moreira; Pasquale; Dubner. 1999, p.89] ”Deve-se considerar o cliente como o destinatário dos produtos da organização. Pode ser uma pessoa física ou jurídica. É quem adquire Página 11 de 160 (comprador) e/ou que utiliza o produto (usuário / consumidor).” (FPNQ, 2004: p.50). “Designa uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha papel no processo de troca ou transação com uma empresa ou organização. (...) O termo cliente refere-se às pessoas que assumem diferentes papéis no processo de compra, como o especificador, o influenciador, o comprador, o pagante, o usuário ou aquele que consome o produto, (...).” (Dias, 2003: p.38). 1.2 Marketing e Marketing de Relacionamento Marketing é visto, dentre outras possibilidades, como um conjunto de processos humanos, sociais e administrativos por meio dos quais se estabelece e se facilita a troca de produtos e serviços de valor entre compradores e vendedores, os quais segundo Kotler e Keller (2006) e Pinheiro e Gullo (2011) estão em busca da satisfação de suas necessidades, desejos e objetivos. Os estudos sobre o cliente, principalmente o comportamento de compra, a satisfação e a fidelização, estão no cerne da área de Marketing, da qual emana o Marketing de Relacionamento, que visa estabelecer – por meio de ferramentas específicas com o composto de marketing, dentre outras – relacionamentos duradouros e mutuamente vantajosos para os compradores (clientes) e os vendedores (organizações). 1.3 Compostos de Marketing O composto de marketing, também conhecido como mis de marketing, em inglês marketing mix, ou simplesmente como 4Ps, compreende, principalmente, a abordagens sobre o produto, o preço, a praça e a promoção, condição que leva o composto a ser chamado, corriqueira e simplesmente de ‘4Ps’. Os 4Ps representam a visão que a empresa vendedora tem das ferramentas de marketing disponíveis para influenciar compradores. Do ponto de vista de um comprador, cada ferramenta de marketing é projetada para oferecer um benefício ao cliente. Robert Lauterborn (1990) sugeriu que os 4Ps do vendedor correspondem aos 4Cs dos clientes. Quadro 1 - A correlação sugerida por Robert Lauterborn: Produto Cliente (requerem soluções) Preço Custo (para o cliente) Praça Conveniência Promoção Comunicação Fonte: Adaptados de Lautenborn (1990). A correlação sugerida por Lauterborn (1990) ajuda a compreender que o foco do marketing é o cliente e para tanto é preciso proporcionar Página 12 de 160 conveniência, comunicar essas conveniências, sempre ao menor custo para não pesar no orçamento do cliente. Já que estamos falando sobre clientes, os 4Cs não podem ser deixados de lado, pois, servem para demonstrar que toda medida de uma organização (com ou sem fins lucrativos) está ligada aos seus clientes e/ou consumidores, pois, sabem que para existir precisam deles, bem como os mesmos sabem que os produtos que compram facilitam suas vidas, solucionam problemas cotidianos etc. Para reflexão: Discuta a frase: “Não há pior cliente que cliente nenhum.” Ou seja, é melhor ter todos os piores clientes, desde que sejam de fato clientes ativos, pois sem eles não existe organização. Veja o quadro, a seguir, que a apresenta a relação dos 4Cs com os clientes, ou seja, com a relação que se estabelece com os clientes. Quadro 2 – Dos 4Cs aos clientes Clientes Conveniência Comunicação Custos Necessidade e Desejos dos clientes Produtos / Serviços Fonte: Desenvolvido pelo autor. 1.4 Consumidor O termo consumidor trata do “indivíduo que compra bens ou serviços para consumo próprio.” [Moreira; Pasquale; Dubner. 1999, p.103] 1.5 Comprador Trata-se da pessoa que faz a compra. 2. Do indivíduo que adquire o produto ou serviço. [Moreira; Pasquale; Dubner. 1999, p.97] É a pessoa que está presente no ato da compra executando-a. 1.6 Pagante É quem paga pelo produto ou serviços adquirido, podendo, portanto não ser a mesma pessoa do comprador ou mesmo do consumidor. (Porém, direta ou indiretamente o pagante pode ser considerado como cliente). Nota, o pagante não precisa estar presente no fechamento da compra, pois, ele pode ter enviado o dinheiro, cheque ou cartão por exemplo. Página 13 de 160 1.7 Cliente Externo “É, geralmente, aquele que paga pelos produtos e serviços sem participar do processo de produção e realização do mesmo. Ele sobre o impacto dos produtos e serviços oferecidos sem fazer parte da organização.” (Bogmann. 2000, p.36) Em outras palavras, o cliente externo é genericamente o ‘cliente’, porém, o termo ‘externo’ remete ao fato que ele (cliente externo) não faz parte da organização, não trabalha nela e nem possui qualquer tipo de relação profissional com a mesma. Este é um termo importante porque há clientes internos, e é importante para as organizações diferenciá-los. 1.8 Cliente Interno É aquele que faz, ou deixa de fazer, o que é necessário para que a expectativa do cliente final seja satisfeita e positivamente superada. É a peça principal na qualidade total em serviços. De acordo com Bognmann (2009, p.39) o cliente interno é a pessoa que trabalha em nossa empresa e influencia o processo produtivo e de fornecimento de serviços. Para Meireles (2003, p.191) dentro de uma empresa acontecem várias situações nas quais os departamentos ou as pessoas fornecem produtos uns aos outros, essa visão do autor sugere que se estabelece uma relação clientelística entre os envolvidos, portanto, os receptores (das atividades internas) são denominados clientes internos. De certa forma é possível explicar que o cliente interno é o mais esquecido dentre os tipos de clientes e, não por acaso, o primeiro em qualquer processo de vendas. Sugestão de leitura: Estude o capítulo 16, ‘Clientes Internos’, do livro Gestão do Relacionamento com o Cliente, da editora Cengage, 2012, para maior aprofundamento sobre esse assunto. 1.9 Cliente Pessoal “É aquele que influencia nossas vidas e nosso desempenho no trabalho. O termo ‘cliente pessoal’ remete ou é formado pelas pessoas que amamos: a esposa, o marido, os filhos, os amigos e todos aqueles que convivem conosco, alimentado nossas necessidades emocionais e sociais”. [Bogmann. 2000, p.38] Clientes pessoais, são importantes porque muitas vezes, compram em determinados estabelecimentos apenas porque tem afinidade conosco (pessoa – funcionário daquele estabelecimento). Ou seja, os clientes pessoais são levados pelas relações de amizade. 1.10 Cliente da Concorrência Página 14 de 160 É o cliente externo que não compra de nossa empresa, mas sim, dos nossos concorrentes. A soma dos nossos clientes externos com os clientes da concorrência forma a massa de clientes ativos que chamamos de mercado atual. O número de clientes externos que temos em relação ao mercado atual determinaa nossa participação no mercado em um determinado território definido.” [Bogmann. 2000, p.39] De certa forma o cliente da concorrência é o cliente que queremos para nós, pois, por algum motivo ele prefere fazer negócio com outro (nosso concorrente). 1.11 Cliente Lucrativo É uma pessoa, residência ou empresa que, ao longo do tempo, rende um fluxo de receita que excede por margem aceitável o fluxo de custos de atração, venda e atendimento da empresa relativa a ele. [Kotler, 2000. p.77]. 1.12 Então, o que é um cliente? · Um Cliente é a “pessoa mais importante do mundo nesse escritório...” quer ele se comunique pessoalmente ou por carta etc. · Um Cliente não depende de nós... nós é que dependemos dele. · Um Cliente não interrompe nosso trabalho... é a finalidade dele. · Não estamos fazendo um favor em servi-lo... ele está nos fazendo um favor dando a oportunidade de fazê-lo. · Um Cliente não é alguém com quem discutir ou debater. Ninguém jamais venceu uma discussão com um Cliente. · Um Cliente é uma pessoa que nos traz seus desejos. É nossa obrigação lidar com eles de maneira lucrativa, para eles e para nós. [Kotler, 2000. p.71] - - - - - - - - - - - - - - - - - MOMENTO DE REFLEXÃO - - - - - - - - - - - - - - - - - Atividade: Reflita sobre as 4 questões propostas a seguir. 1 - Explique qual a diferença entre cliente e consumidor? 2 - Já que, os papéis de um cliente, dentre outros, podem ser (a) comprador, (b) consumidor e (c) pagante, explique cada um deles. 3 - O que diferencia um cliente externo de um cliente interno? 4- Como você entende cliente lucrativo? Nota sobre a atividade: Todas as questões para reflexão propostas acima são encontrados nesse material, pois, cada uma delas refere-se a um item diretamente abordado. Página 15 de 160 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1.13 Clientes: outras reflexões e entendimentos e o comportamento do consumidor visto como processo Em geral, um cliente é uma pessoa ou uma unidade organizacional que desempenha um papel na consumação de uma transação com o profissional de marketing ou com uma entidade. Os clientes de uma empresa podem estar atuando como membros de uma família ou representantes de outra empresa. Por sua vez, o termo consumidor tem sido usado para se referir apenas aos mercados de bens de consumo. O termo correspondente para o mercado industrial tem sido cliente (Sheth; Mittal; Newman, 2001, p.29). Mas, lembre-se que, por definição, consumidor é quem consome, também entendido como cliente final, já os clientes tendem a ser aqueles ligados ao processo de relacionamento (como compradores, pagantes ou usuários em caso de empresas). Logo, o cliente e o consumidor podem ser a mesma pessoa, mas também podem não ser, veja o exemplo: Eu vou ao supermercado comprar iogurte para meu filho. Questiona-se: · Quem é o cliente em relação ao supermercado e quem é o consumidor (em relação ao produto)? Resposta: · Eu sou o cliente por ativar o processo de negociação para aquisição do produto iogurte (resumo do processo: ir ao supermercado, identificar o produto, passar no check-out, pagar, embalar, voltar para casa). – Por sua vez, meu filho ao consumir o iogurte será identificado como sendo o ‘consumidor’ do produto (igual a cliente final). Qual a importância de saber este tipo de diferenciação? Ela serve, por exemplo, para descrever corretamente um planejamento estratégico de marketing quando se descreve a quem se direciona a campanha (aos clientes ou consumidores) dado que podem não ser as mesmas pessoas... É bom lembrar, Lembre-se, por exemplo, que as propagandas televisivas de brinquedos infantis podem ter dois públicos distintos, (a) a criança potencial consumidora do produto ou (b) os pais, potenciais compradores (pagantes). Para cada uma deles a propaganda apresentará um tipo de orientação, pois, a linguagem que atinge cada um dos públicos é diferente. 1.14 O Comportamento do Consumidor é um Processo Em seus estágios iniciais de desenvolvimento, a área (comportamento do consumidor) com frequência era chamada de comportamento do comprador, o que refletia uma ênfase na interação entre consumidores e produtores no momento da compra. A maioria dos profissionais de Página 16 de 160 marketing reconhece agora que o comportamento do consumidor é um processo contínuo, e não só o que acontece no instante em que um consumidor entrega dinheiro ou apresenta seu cartão de crédito e, em troca, recebe uma mercadoria ou serviço. (Solomon, 2002, p.24) O processo é muito maior e interativo do que simplesmente realizar o processo de comercialização entre um ofertante e um demandante. A troca, uma transação em que duas ou mais organizações ou pessoas dão e recebem algo de valor, é uma parte integrante do marketing [e, portanto, processo de relacionamentos entre pessoas e organizações]... Embora a troca continue sendo uma parte importante do comportamento do consumidor, a visão mais abrangente enfatiza todo o processo de consumo, o que inclui as questões que influenciam o consumidor antes, durante e depois da compra. (ibid: 24) 1.15 O Comportamento do Consumidor envolve muitos atores diferentes Geralmente se pensa no consumidor como uma pessoa que identifica uma necessidade ou desejo, faz uma compra correspondente a tal necessidade/desejo e, então, dispõe do produto/serviço. Em muitos casos, no entanto, deferentes pessoas podem estar envolvidas nessa sequência de eventos. O comprador e o usuário de um produto podem não ser a mesma pessoa, como quando um pai escolhe roupas para um adolescente (e faz escolhas que podem resultar em um “suicídio da moda” na visão do adolescente). Em outros casos, outra pessoa pode agir como influenciador, fazendo recomendações a favor ou contra certos produtos sem realmente comprá-los ou usá-los. Por exemplo, a “cara feia” de um amigo quando alguém experimenta uma calça nova pode influenciar mais do que qualquer coisa que os pais possam fazer. Finalmente, os consumidores podem tomar a forma de organizações ou grupos. Uma ou várias pessoas podem tomar decisões envolvidas na compra de produtos que serão utilizados por muitos, como quando um encarregado de compras encomenda material de escritório para a empresa. Em outras situações organizacionais, as decisões de compra podem ser tomadas por um grande número de pessoas – por exemplo, contadores, designers, engenheiros, equipes de vendas e outros –, todas elas com algo a dizer em cada fase do processo de consumo. (Solomon, 2002, p.25) 1.16 A Estrutura Organizacional deve atender aos clientes As organizações atuais precisam revisar a estrutura que desenvolveram para então avaliar se estão adequadas as expectativas de seus clientes ou não. Se não estiverem, é preciso saber o que causa esta circunstância e como resolvê-la? Muitas organizações tradicionais, ainda hoje, são estruturadas com base em departamentos que, por sua vez, tendem a se concentrar quase que exclusivamente no que realizam, sem se preocuparem com o que sucede nas outras áreas. O mesmo não acontece com organizações mais modernas e mais atentas que buscam se estruturar na forma de processos como Página 17 de 160 modo de atender às necessidades dos clientes (externos e internos) (Silva e Zambon, 2006, p.11). Sugestão: Faça pesquisas em livros e na internet sobre o tema “comportamento do consumidor”, assim, outras abordagem poderão ser estudadas, enriquecendo-se sua formação. Uma leitura que pode ser útil é “Comportamento do Consumidor: fatores que influenciam o comportamento de compra e suas variáveis”, disponível em: < http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/comportamento-do-consumidor-fatores-que-influenciam-o-comportamento- de-compra-e-suas-variaveis/47932/# > (publicado em 07 de setembro de 2010). 1.17 Exemplo de Exercício Resolvido Veja a seguir um exemplo de exercício para seu estudo, com a resposta correta e, com o comentário sobre o mesmo. Questão: Partindo do entendimento de que a palavra shopper da língua inglesa, na língua portuguesa é compreendida como “comprador”, fica fácil compreender porque empresas como Coca-Cola e Lego fazem o que pode para chamar atenção do shopper no ponto de venda. Tal objetivo, chamar a atenção do comprador, está relacionado? 1. Ao comportamento de compra do consumidor. 2. Ao comportamento de venda da empresa. 3. Ao comportamento de Coca-Cola e da Lego em seu âmbito cultural e organizacional. 4. Ao sistema de fechamento de venda adotado pela empresa. 5. As pessoas que atendem aos clientes. Resposta correta: Letra “A”. Comentário: Assim como o texto apresenta no parágrafo de número 1, o objetivo de chamar a atenção do shopper (comprador) está relacionado ao comportamento de compra do consumidor, isso ocorre porque a empresa as empresas sabem que alguns segundos a mais de atenção dos consumidores para com seus produtos pode significar vender mais, afinal, quando mais atenção os compradores dão a determinado produto, por exemplo, mais interessem poderem desenvolver pelo mesmo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/comportamento-do-consumidor-fatores-que-influenciam-o-comportamento-de-compra-e-suas-variaveis/47932/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/comportamento-do-consumidor-fatores-que-influenciam-o-comportamento-de-compra-e-suas-variaveis/47932/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/comportamento-do-consumidor-fatores-que-influenciam-o-comportamento-de-compra-e-suas-variaveis/47932/ Página 18 de 160 Básicas: SILVA, Fábio Gomes; ZAMBON, Marcelo Socorro. Gestão do relacionamento com o cliente. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. Complementares: BOGMANN, Itzhak Meir. Marketing de Relacionamento: estratégias de fidelização e suas implicações financeiras. São Paulo: Nobel, 2000. MEIRELES, Manuel & PAIXÃO, Marisa. Teorias da Administração: Clássicas e Modernas. São Paulo: Futura, 2003 MOREIRA, Júlio César Tavares; PASQUALE, Perrotti Pietrangelo; DUBNER, Alan Gilbert. Dicionário de Termos de Marketing: definições, conceitos e palavras-chaves de marketing, propaganda, pesquisa, comercialização, comunicação e outras áreas correlatas a estas atividades. São Paulo: Atlas, 1999. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. 764p. DIAS, Sergio Roberto (coord) – Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. FPNQ – Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade. Caso para Estudo “Hospital Taquaral”. São Paulo: FPNQ, 2000. SHETH, Jagdish N.; MITTAL, Banwari; NEWMAN, Bruce I. Comportamento do Cliente. São Paulo: Atlas, 2001. SILVA, Fábio Gomes; ZAMBON, Marcelo Socorro. Gestão do relacionamento com o cliente. São Paulo: Thomson Learning Edições, 2006. SOLOMON, Michael R. Comportamento do Consumidor: comprando, possuindo e sendo. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. Página 19 de 160 Unidade I MÓDULO 2 CLIENTES COMO INÍCIO E FIM DOS PROCESSOS ORGANIZACIONAIS Objetivo Ao final desse módulo, você vai ser capaz de compreender porque os clientes podem ser vistos como inicio e fim dos processos organizacionais, o sentido do clicentrismo (clientocentrismo), e as ondas da qualidade. 2. Definições Iniciais Todas as definições desse item foram extraídas do glossário dos Critérios de Excelência/2004, da FPNQ. 2.1 Processo Conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas). Essa transformação deve agregar valor na percepção dos clientes do processo e exige certo conjunto de recursos. Os recursos podem incluir pessoal, finanças, instalações, equipamentos, métodos e técnicas, numa sequência de etapas e ações sistemáticas. O processo poderá exigir que a sequência de etapas seja documentada por meio de especificações, de procedimentos e de instruções de trabalho, bem como que as etapas de medição e controle sejam adequadamente definidas. 2.2 Processos Relativos ao Produto Processos diretamente relacionados à criação de valor para os clientes. Estão associados, diretamente, tanto à manufatura de bens como a prestação de serviços necessários para atender as necessidades dos clientes e da sociedade. Compreendem, normalmente, os processos de projeto, processos de produção (fabricação de bens ou prestação de serviços), processos de execução e de entrega do produto (expedição, transporte e distribuição de bens ou conclusão de um serviço) e os processos-fim ou finalísticos (prestação de serviços públicos) 2.3 Processos de Apoio Processos que dão suporte aos processos relativos ao produto (projeto, produção e entrega de produtos) e que são usualmente projetados em função de necessidades relacionadas à estrutura e aos fatores internos à organização. Os processos de apoio dependem do perfil e do ramo de Página 20 de 160 atividades da organização, podendo incluir, dentre outros, pesquisa e desenvolvimento, manutenção e utilidades, vendas, marketing, controle da qualidade, suprimentos, logística, desenvolvimento da tecnologia da informação. 2.4 Produto Resultados de atividades ou processos. Considere que: · O termo produto pode incluir serviços, materiais e equipamentos, informações ou uma combinação desses elementos. · Um produto pode ser tangível (como por exemplo, equipamentos ou materiais) ou intangível (por exemplo, conhecimento ou conceitos), ou uma combinação dos dois. · Um produto pode ser intencional (por exemplo, oferta aos clientes), ou não intencional (por exemplo, um poluente de efeitos indesejáveis). 2.5 Atributos do Produto Propriedades importantes para um desempenho adequado do produto que, na percepção do cliente, possa exercer influência na sua preferência ou na sua fidelidade. Essas são características que normalmente diferenciam os produtos da organização em relação aos dos concorrentes, entre as quais se incluem preço e valor para o cliente. 2.6 Desenho do Processo Organizacional Para as organizações (empresas, governos e Terceiro Setor) tudo o que se realiza faz parte de um processo ou grupo de processos, ou ainda subprocessos organizacionais. Por exemplo, para que se emita um documento qualquer, existe todo um grupo de processos, que por sua vez exigem um conjunto de insumos interligados e atuantes para que possa se realizar. Quando aprendemos a dirigir o mesmo ocorre, ou seja, demandamos um conjunto de variáveis, processo para que algo ocorra. Se as organizações, realmente, conhecerem muito bem cada um de seus processos elas poderão melhorar sua capacidade competitiva, melhorar sua relação com o mercado (cliente) e obter mais lucros. 2.7 Os Clientes e os Projetos de Produtos e Projetos de Processos A definição dos projetos de produtos e projetos de processos é fundamental para a melhor compreensão da inter-relação entre os processos (de qualquer projeto). 2.7.1 Projeto de produtos Projetar produtos significa projetar-se aquilo que vai ser produzido (formato, cor, tamanho, funções, embalagem, desempenho etc). Regra geral o que se admite é que, pensando-se em clientes externos, um produto Página 21 de 160 terá mais chances de ter sucesso no mercado se for produzido a partir das necessidades que se deseja atender, isto é, dos clientes. Uma coisa é uma empresa identificarnecessidades não atendidas e desenvolver produtos (bens ou serviços) que possam atendê-las, outra coisa é produzir algo que já se sabe fazer, para depois se verificar se existem clientes para o produto. Quem tiver interesse poderá investigar o volume de novos produtos lançados a cada ano que não tem sucesso no mercado. Feita essa investigação talvez valha a curiosidade de se verificar se os produtores de tais produtos mal sucedidos identificaram previamente os clientes que desejariam atender e quais suas respectivas necessidades. Muito provavelmente não o fizeram. 2.7.2 Projeto de processos Projetar processos significar projetar-se como fazer o produto (bem ou serviço) que irá ser produzido. Define os recursos necessários (mão de obra, matérias primas, equipamentos etc.) e a sequência das atividades necessárias para a produção. Aqui também se admite que os envolvidos no processo produtivo precisam estar preocupados em gerar produtos compatíveis com as necessidades dos clientes. 2.7.3 Clientes como início e fim dos processos As explicações acima parecem ser suficientes para sugerir que um bom processo deve começar com o projeto do produto e este, por sua vez, deve estar baseado nas necessidades de clientes que se deseja atender. Em outros termos, um bom processo deve começar a partir das necessidades dos clientes. Um processo somente terá sentido se dele saírem produtos que atendam as necessidades dos clientes, o que nos leva a dizer que os clientes constituem-se o fim de quaisquer processos. 2.7.4 Pense nisso: os processos a partir dos clientes Dentre as justificativas de se estudar o cliente como início e fim dos processos organizacionais, destaca-se o fato de que, quanto mais se conhece cada cliente, maiores serão as chances de se realizar atividades que de fato atendam a suas necessidades e desejos, o que tende a proporcionar maior rentabilidade do processo total de negociação (lucro) para as partes (organizações e clientes). Conhecendo cada processo é mais fácil descrever o posicionamento que a organização possui ou devo possuir para cada contingência enfrentada, por exemplo, as ligadas a suporte técnico, garantias etc.; além disso, torna a organização homogênea no que tange as informações transmitidas aos clientes, ou seja, diminui o risco de erros provenientes de informações desencontradas ou inacabadas etc. Os clientes tendem a retornar e realizar novas compras nas organizações que os atendem com coerência, prontidão, exatidão, gentileza, dentre outros. Isso equivale a dizer que, o produto e/ou serviço certo, no lugar certo, pelo preço certo, com a negociação certa, com a Página 22 de 160 entrega certa são valorizados pelos clientes, sejam ou não clientes finais (consumidores). 2.8 Origens do Clicentrismo e as Ondas da Qualidade Em seguida são apresentadas e explicadas as origens do clicentrismo (cliente no centro ou cliente como foco) e as ondas da qualidade. 2.8.1 Origens do Clicentrismo O que justifica nossa preocupação com o entendimento claro do significado da palavra clientes e com o entendimento de que processos são estruturados para atender necessidades de clientes é o fato de que, cada vez mais nossas organizações devem ser ‘clicentristas’, isto é, centradas em clientes. (Maiores detalhes sobre esse tema podem ser encontrados na obra de Meirelles: Sistemas administrativos clicentristas: organizações com foco no cliente, 2001). Talvez, atualmente, pareça algo óbvio pensar que as organizações concentrem-se no atendimento das expectativas dos clientes. Do mesmo modo, parece estar claro que as organizações estão preocupadas com a questão da qualidadedaquilo que fazem, só que isto nem sempre foi assim. Para o Prof. Marco Cesar Goldbarg, autor do livro Qualidade Substantiva, o movimento de qualidade pode ser dividido em ondas, sendo a primeira onda, surgida no final da década de 1950, centrada no controle de qualidade e a segunda onda, que começa dar seus primeiros passos na década de 1970, centrada no cliente. O movimento ou linha de pensamento clicentrista, ajuda muito as organizações ainda pouco engajadas nos clientes a desenvolver relacionamento sustentado no conhecimento de quem são os clientes, seus perfis e preferências etc. Para as organizações que já seguem esta linha, existem ainda mais benefícios, pois, valorizam sobremaneira as pessoas com as quais fazem negócios. 2.8.2 As Ondas da Qualidade São duas as ondas da qualidade apresentadas aqui. Cada uma representando um momento importante do reconhecimento do que é qualidade e a relação dela com o cliente. Em outras palavras, o que é qualidade, remete para o fato de haver pelo menos uma visão técnica (estruturada e desenvolvida pela indústria por determinadas especificações metódicas ou técnicas – do que é qualidade de um produto) e a visão do cliente (reconhecimento do que ele pensa ‘ser de qualidade’ ou ‘ter qualidade’, variando de pessoa para pessoa e não, necessariamente, regulado pela técnica). 2.8.3 Primeira onda da qualidade total Na abordagem de Goldbarg (2000), a essência da primeira onda da qualidade é a preocupação com a conformidade daquilo que é produzido, entendendo-se conformidade como a produção de bens conforme, isto é, de acordo, com as especificações planejadas. Página 23 de 160 Nas palavras desse autor “...na dimensão da técnica com o conceito de Qualidade apontando para a conformidade, o foco do processo produtivo só poderia acabar centrado no bem produzido. Fabricar um bem isento de defeitos, cumprir plenamente as especificações, eliminar desperdícios etc., são ações perfeitamente contempladas pelas técnicas da Qualidade Cartesiana. As normas e especificações incidem, via de regra, sobre o produto. Na dimensão da implementação prática os procedimentos de melhoria contínua e normalização, bem como a promoção da participação e do comprometimento da força de trabalho permitiram que a conformidade fosse perseguida de forma metódica.” A origem da conformidade é evidenciada pelos princípios de Philip B Crosby: · Qualidade é definida como conformidade a requisitos. · A medida da qualidade é o preço da não conformidade. · O sistema que leva a qualidade é a prevenção. · O padrão de execução é o zero defeito. A primeira onde da qualidade se notabilizou pela mentalidade voltada para a prática de técnicas e o uso de ferramentas que permitissem um alto grau de higidez [saúde] do tecido organizacional. Uma organização otimizada em seus processos, sendo capaz de produzir com confiabilidade exatamente aquilo que desejava produzir.” (Goldbarg, 2000, p.79) 2.8.4 Segunda onda da qualidade total Ainda citando Goldbarg (2000), a busca da conformidade foi suficiente como uma resposta no cenário do após guerra. O mundo, contudo, continuava girando e novos desequilíbrios foram produzidos na relação das organizações produtivas com seu ambiente. A visão do Controle da Qualidade Total (TQC) primitivo estava principalmente voltada para dentro da organização e para a solução de problemas de racionalização da produção. A década de 1970 produz uma silenciosa revolução nessa dimensão. Nasce lentamente e sem alardes, uma nova figura de comprador, cada vez menos consumidor e cada vez mais cliente. Na medida em que essa figura passou a demandar por atenção e não somente por produtos adequados a determinadas necessidades específicas, a situação foi se complicando para o produtor ou prestador de serviços desatento. Dentro desse [novo] padrão de exigência: · Cabe ao cliente e não a um setor técnico definir o que venha a ser qualidade. · O cliente pode não ter sempre razão, mas deve ser sempre ouvido. · É muito mais barato preservar um cliente antigo do que buscar um cliente novo. · Clientes são parceiros e não apenascompradores. · Um bom cliente é bem mais raro que um bom produto. O antigo entendimento sobre o que seria qualidade pouco a pouco vai tornando-se inadequado para proporcionar uma solução ao problema da sobrevivência organizacional. Cumpre redesenhá-lo. Na segunda onda o conceito de qualidade incorpora o atendimento das necessidades e das expectativas do cliente. A nova definição, além de colocar o cliente como Página 24 de 160 foco do esforço organizacional, utiliza a visão sistêmica de compreender o então denominado ‘processo produtivo’. Nessa definição de qualidade tanto o produto como o processo de atendimento estão contemplados. A satisfação do cliente é realizada pela ausência de ‘defeitos” ou atributos negativos e pela presença de atributos positivos ou utilidade do produto ou serviço oferecido.” (Gobdbarg, 2000, p.80-88) Compreender as ondas da qualidade ajuda a compreender o movimento de transformação que redefiniram a realidade das organizações a partir do que os clientes passaram a pensar sobre os produtos e/ou serviços. Muitas das alterações ocorridas advieram das próprias posturas competitivas das organizações (buscando diferenciais e superação sobre os concorrentes) e advieram dos clientes que passaram a esperar por melhoramentos no processo de relacionamento, como facilidade de acesso aos produtos, comparação entre produtos similares, diferentes formas de pagamento e crédito etc. Sugestão: Sempre que possível estude a literatura disponível na bibliografia desse material, mas não fica restrito a ela, existem outros livros e fontes interessantes que poderem ampliar se conhecimento sobre o conteúdo dessa disciplina. Acesse o site da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) para maiores informação sobre a mesma e sobre suas respectivas publicações: < http://www.fnq.org.br/ > - - - - - - - - - - - - - - - - - MOMENTO DE REFLEXÃO - - - - - - - - - - - - - - - - - Atividade: Reflita sobre as questões propostas a seguir. 1 - Explique o que é um ‘projeto de produto’. 2 - Explique o que é um ‘projeto de processo’. 3 - Por que os clientes podem ser vistos como início e fim dos processos organizacionais? 4 - Explique a primeira e a segunda, ondas da qualidade. 5 - Como se entende o clicentrismo? 6 - Por que o movimento clicentrista é importante para a organização e para os clientes da mesma? 7 - Por que as ondas da qualidade são importantes para as organizações e para os clientes? Nota sobre a atividade: Todas as questões para reflexão propostas acima são encontrados nesse material, pois, cada uma delas refere-se a um item diretamente abordado. http://www.fnq.org.br/ Página 25 de 160 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2.9 Exemplo de Exercício Resolvido Questão: Como, resumidamente, você explicaria o significado da expressão “o processo de decisão de compra do cliente”, para um amigo ou familiar que pediu ajuda a você na busca por maior entendimento sobre o assunto? A resposta correta deve considerar / conter: O processo de decisão de compra do cliente trata-se dos elementos pessoais, emocionais e técnicos que um cliente utiliza para chegar a uma decisão de compra que, nesta condição, poderá estar baseada na razão (necessidades) ou na emoção (desejo), portanto, o processo de decisão de compra é o entendimento e análise das condições e justificativas que um cliente utiliza-se para decidir-se pela compra ou não e em que condições isso poderá ocorrer. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Básicas: SILVA, Fábio Gomes; ZAMBON, Marcelo Socorro. Gestão do relacionamento com o cliente. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. Complementares: BOGMANN, Itzhak Meir. Marketing de Relacionamento: estratégias de fidelização e suas implicações financeiras. São Paulo: Nobel, 2000. FPNQ – Fundação Prêmio Nacional da Qualidade. Critérios de Excelência 2004. São Paulo: FPNQ, 2004 GOLDBARG, Marco Cesar. Qualidade substantiva: aplicações à educação. RJ: BookMark, 2000. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. 764p. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. Página 26 de 160 LAUTERBORN, Robert. (1990). New marketing litany: 4P’s passé; c- words take over.Advertising Age, (October 1), p. 26. MEIRELES, Manuel; PAIXÃO, Marisa. Teorias da Administração: clássicas e modernas. São Paulo: Futura, 2003. MEIRELES, Manuel. Sistemas administrativos clicentristas: organizações com foco no cliente. São Paulo: Arte & Ciência Villipress Editora, 2001. MOREIRA, Júlio César Tavares; PASQUALE, Perrotti Pietrangelo; DUBNER, Alan Gilbert. Dicionário de Termos de Marketing: definições, conceitos e palavras-chaves de marketing, propaganda, pesquisa, comercialização, comunicação e outras áreas correlatas a estas atividades. São Paulo: Atlas, 1999. Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). <http://www.fpnq.org.br/> PINHEIRO, Duda; GULLO, José. Fundamentos de Marketing: suporte às estratégias de negócios das empresas. São Paulo: Atlas, 2011. SILVA, Fábio Gomes; ZAMBON, Marcelo Socorro. Gestão do relacionamento com o cliente. São Paulo: Thomson Learning Edições, 2006. http://www.fpnq.org.br/ Página 27 de 160 Unidade II MÓDULO 03 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO E DEFINIÇÃO DE CLIENTES-ALVO Objetivos Ao final desse módulo, você deverá ser capaz de compreender o sentido, uso e importância da segmentação de mercado. Além disso, compreenderá os tipos de segmentação de mercado e, o que é e, para que serve a diferenciação. 3. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO E DEFINIÇÃO DE CLIENTES-ALVO 3.1 A Segmentação de Mercado O conceito de segmentação de mercado, considerado uma das ferramentas mais importantes do marketing, começou a projetar-se no meio acadêmico e gerencial a partir da segunda metade do século passado, quando surgiram os trabalhos de Wendell Smith (1956) e de Engel, Fiorillo e Cayley (1972). Seu objetivo era claro: diante da impossibilidade de atingir todos os consumidores, seja devido à heterogeneidade de necessidades, valores, dispersão geográfica, gênero ou padrões culturais, as organizações direcionaram seus esforços para grupos específicos de consumo. Por meio dessa filosofia empresarial, fragmenta-se o mercado total em inúmeros micromercados, cada qual englobando consumidores que apresentam particularidades que os fazem semelhantes em termos de atitudes, comportamentos, valores, localização, etnia, sexo, uso e emprego dos produtos. (Parente, 2003, p.234). No Brasil, o assunto foi abordado pela primeira vez em 1972 por meio de uma tese de doutoramento de Geraldo L. Toledo da Universidade de São Paulo. A partir daí, as atenções para a segmentação aumentaram significativamente e velozmente. Em 1991, foi definitivamente incorporada nas opções estratégicas brasileiras através da obra de Richers e Lima (Segmentação: opções estratégicas para o mercado brasileiro). Resumidamente, para Churchill Jr. e Peter (2000, p.207), a estratégia de segmentação consiste na utilização do marketing diferenciado, isto é, o uso de ações de marketing projetadas especificamente para cada grupo de clientes identificados. Um exemplo de segmentação: “Durante os anos 1980, a American Express tentou crescer com aquisições, Página 28 de 160 passando a oferecer vários tipos de serviços financeiros. A Amex aumentou de tamanho, mas os lucros diminuíram e seu valor de mercado caiu mais de 50% entre 1987 e 1991. No início dos anos 1990, um novo time de executivos comandado por Harvey Golub e Ken Chenault passou a segmentar e a sub-segmentar continuamente seus clientes em grupos cadavez menores e, a partir daí, criou tipos diferentes de cartão e de programas de fidelidade para cada um desses grupos, como cartões para professores, para executivos em viagens, grandes ou pequenas empresas etc. Eles dobraram o tamanho da companhia por meio de uma estratégia que envolve basicamente dois pontos: segmentação de mercado e foco na venda de serviços mais sofisticados com a meta de aumentar o valor médio de venda por cliente. A American Express repetiu essa fórmula por cerca de oito anos. Nesse período cresceu muito mais do que a média do seu mercado” (Zook, 2004, p.80). Quando a organização adota a perspectiva do marketing de segmento, decide atender grupos de clientes que têm entre si algumas características em comum, com produtos e serviços dirigidos a esses públicos. Boa parte das empresas, atualmente, investem elevadas somas para identificar esses grupos e suas preferências, para elaborar produtos que agradem à média dos clientes. (Betanho. Segmentação de Mercado e identificação de Clientes-alvo. _In.: Gestão do Relacionamento com o Cliente. 2006). 3.2 Significado de Segmentação de Mercado No livro “Gestão de Marketing” publicado em 2003 e de autoria dos professores do Departamento de Mercadologia da FGV-EAESP e convidados, o capítulo 2, de autoria do Prof. Sergio Roberto Dias, trata de “Analise de Mercado”. A maior parte desse capítulo é destinada ao estudo do tema segmentação de mercado. Sem dúvida é mais uma boa fonte de pesquisa. Na abordagem de Dias (2003), “Se você está pensando em desenvolver seu próprio negócio, ou em lançar um novo produto no mercado, ou, ainda, se foi recentemente contratado para se responsabilizar pelo marketing de alguma empresa, então uma das perguntas que deverá fazer a sim mesmo, antes de qualquer coisa, é: · A quem interessa este produto? · Quem pode estar interessado em receber este benefício que meu produto (ou serviço) oferece? · Quem é o meu cliente? Além dessas questões, algumas outras podem muito contribuir para o mesmo entendimento e fazem com que saibamos um pouco mais sobre os clientes. São elas: · Qual é o perfil do meu cliente potencial? · Que tipo de pessoa e de consumidor ele é? · Quais são seus hábitos de compra? · Qual seu estilo de vida? Página 29 de 160 Esse é o ambiente da segmentação de mercado. Então, o que vem a ser isso (segmentação de mercado)? O autor Art Weinstein (no livro Segmentação de Mercado), define a segmentação de mercado como o processo de dividir os mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características semelhantes entre si, e que, provavelmente terão comportamentos de compras semelhantes”. (Weinstein apud Dias, 2003, p.18) Para Churchill Jr. e Peter. “segmentação de mercado é o processo de dividir um mercado em grupos de compradores potenciais com necessidades, desejos, percepções de valores ou comportamentos de compra semelhantes”. (2000, p.204). É importante lembrar que os profissionais de marketing não criam segmentos; sua tarefa é identificá-los e decidir em quais vão se concentrar. ( Kotler e Keller *2006, p.237). A aplicação prática da segmentação requer competente visão estratégica no contexto (perfil) da organização. 3.3 Formas ou Critérios para a Segmentação Veja o quadro a seguir, extraído da obra de Dias, que resume forma e critérios de segmentação de mercado. Segmentação demográfica É o processo de identificar segmentos de mercado com base nas características da população” ( tais como: faixa etária, sexo, estado civil etc.). Segmentação socioeconômica É o processo de identificar segmentos de mercado com base nas características sociais e econômicas da população, como renda, posse de bens, escolaridade, classe social e ocupação profissional. Segmentação geográfica É o processo de identificar segmentos de mercado com base em critérios geográficos, como localização e densidade populacional. Segmentação por benefícios É o processo de identificar segmentos de mercado com base nos benefícios procurados pelos clientes (status, desempenho etc.). Segmentação por grau de utilização É o processo de identificar segmentos de mercado com base no nível de consumo. Segmentação psicográfica É o processo de identificar segmentos de mercado com base no modo como as pessoas pensam (autoconceito, personalidade, valores) e levam suas vidas (estilo de vida, atividades, interesses e opiniões). Página 30 de 160 Fonte: Dias, 2003, p.20-23. Seguindo a mesma linha de raciocínio do quadro anterior, como outra forma de explicar a segmentação (mercado de clientes finais) na visão de outros importantes autores, temos: a. Demografia: independentemente das unidades geográficas, o que importa são as características distintivas básicas de grupos sociais. Assim, idade e ciclo de vida, tamanho da família, sexo, renda, ocupação, grau de instrução, raça, geração, nacionalidade e classe social podem ser utilizados em conjunto ou separadamente para entender as orientações atitudinais e comportamentais de grupos de clientes (Kotler e Keller, 2006; Churchill Jr. e Peter, 2000). b. Geografia: divisão do mercado em unidades geograficamente distintas. É possível definir o mercado com respeito a blocos econômicos, continentes, países, regiões, estados, cidades e bairros (Kotler e Keller, 2006). c. Benefício: esta variável consiste no agrupamento de clientes de acordo com os benefícios que buscam nos produtos e serviços, como economia de tempo ou dinheiro, serviços agregados, funcionalidade entre outros, enfim, os motivos básicos pelos quais os clientes são atraídos por diferentes ofertas (Sheth, Mittal e Newman, 2001; Hooley, Saunders e Piercy, 2005; Churchill Jr. e Peter, 2000; Richers, 1991). d. Psicografia: os compradores são separados em grupos com base em seu estilo de vida, personalidade, valores e envolvimento com o produto – portanto, baseado em características psicológicas dos clientes (Kotler e Keller, 2006; Sheth, Mittal e Newman, 2001). Um dos critérios de classificação psicográfica é o VALS 2, que estuda os clientes de acordo com a auto-orientação (princípio, status e ação) e seus recursos (renda, instrução, autoconfiança, saúde, desejo de comprar, inteligência e energia pessoal) (Churchill Jr. e Peter, 2000). e. Comportamento: os clientes podem ser agrupados de formas diferentes se a atenção do pesquisador de marketing se voltar aos conhecimentos acumulados, à atitude do cliente, ao uso que ele faz dos produtos, ocasiões de consumo e seu perfil de resposta. Os papéis de compra e a forma como são exercidos podem afetar o Página 31 de 160 comportamento do cliente. Dividi-los em função do nível de uso (contumazes, medianos e leves) pode ajudar a estabelecer estratégias para a atração e retenção dos clientes mais rentáveis (Kotler e Keller, 2006; Churchill Jr. e Peter, 2000). 3.4 Algumas Vantagens da Segmentação Veja a seguir algumas das principais vantagens da segmentação referentes à relação cliente e organização: · É possível conhecer melhor cada cliente, seu perfil e características. · É possível servir melhor o cliente que se conhece mais. · É possível quantificar (contar) com maior exatidão quem são os clientes. · É possível cuidar melhor do tipo e da intensidade da distribuição dos produtos e serviços oferecidos. · É possível utilizar melhor os recursos de propaganda. · É possível pesquisar melhor. · É possível planejar melhor. As vantagens são muitas, e muito maiores do que o custo de sua não aplicação. Segmentar é conhecer melhor o mercado em que se atua ou se pretende atuar, é tornar-se mais ágil para reagir às mudanças, em especial as mudanças de comportamento do consumidor e econômicase, é a capacidade de concentrar esforços em grupos cujo potencial de retorno é mais elevado. - - - - - - - - - - - - - - - - - MOMENTO DE REFLEXÃO - - - - - - - - - - - - - - - - - Atividade: Reflita sobre as questões propostas a seguir. 1 - O que é segmentação de mercado? 2 - Qual a importância da segmentação de mercado? 3 - Por que as organizações mais desenvolvidas em ferramental de segmentação tendem a conhecer melhor seus clientes? 4 - Quais os principais tipos (ou formas) de segmentação? Explique cada um deles. 5 - Disserte sobre as principais vantagens da segmentação de mercado. 6 - Disserte sobre os fatores que você imagina serem os principais desafios de um processo de segmentação de mercado. Nota sobre a atividade: Todas as questões para reflexão propostas acima são encontrados nesse material, pois, cada uma delas refere-se a um item diretamente abordado, mas não se restrinja ao item na hora de estudar. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Página 32 de 160 Informações adicionais É fundamental estudar o capítulo 02 (Segmentação de Mercado e Identificação de Clientes-alvo) do livro da bibliografia básica. E, faça os exercícios sugeridos para maior fixação dos conceitos. 3.5 Características da Segmentação de Mercado: principais variáveis da segmentação do mercado consumidor Veja a seguir as principais variáveis apresentadas por Kotler, quanto as principais variais de segmentação para os mercados consumidores e para os mercados industriais. Principais variáveis de segmentação para os mercados consumidores. VARIÁVEIS DESDOBRAMENTOS TÍPICOS GEOGRÁFICAS Região Tamanho do Município Tamanho da Cidade ou da Área Metropolitana Concentração Clima DEMOGRÁFICA Idade Sexo Tamanho da família Ciclo de vida da família Renda Ocupação Educação Religião Raça Pacífico, Montanhas, Noroeste Central, Sudoeste Central, Nordeste Central, Sudeste Central, Atlântico Sul, Atlântico Médio, Nova Inglaterra. A, B, C, D. Abaixo de 5.000; 5.000 - 20.000; 20.000 - 50.000; 50.000 - 100.000; 100.000 - 250.000; 250.000 - 500.000; 500.000 - 1.000.000; 1.000.000 - 4.000.000; 4.000.000 ou mais. Urbana, suburbana, rural. Norte, Sul. --- Abaixo de 6 anos; 6 - 11; 12 - 19; 20 - 34; 35 - 49; 50 - 64; 65 ou mais. Masculino, feminino. 1 a 2; 3 a 4; 5 ou mais. Jovem solteiro; jovem casado sem filhos; jovem casado com filho ou mais novo abaixo de 6 anos; jovem casado com filho mais novo acima de 6 anos; meia idade, casado, com filhos; meia idade, casado, sem filhos menores; idosos solteiros; outros. Abaixo de $5.000; $5.000 - $10.000; $10.000 - $15.000; $15.000 - $20.000; $20.000 - $25.000; $25.000 - $30.000; $30.000 - $50.000; $50.000 ou mais. Liberal e técnico; gerentes, funcionários públicos e proprietários; funcionários de escritórios e vendedores; artesãos e encarregados; operários; fazendeiros; aposentados; estudantes; donas de casa; desempregados. 1º grau completo; 1º grau incompleto; 2º grau completo; 2º grau incompleto; universitário completo; universitário incompleto; pós-graduado. Católica, protestante, judaica, outras. Branca, negra, oriental. Página 33 de 160 Nacionalidade PSICOGRÁFICA Classe Social Estilo de Vida Personalidade COMPORTAMENTAL Ocasiões Benefícios Condição de usuário Taxa de uso Grau de lealdade Estágio de aptidão Atitude relativa ao produto Norte-americana, britânica, francesa, alemã, sueca, italiana, latino-americana, japonesa, outras. Miseráveis; pobres; classe operária; classe média; classe média-alta; classe alta e classe alta-alta. Metódicos; impulsivos; intelectuais. Compulsiva; sociável; autoritária; ambiciosa. Normais; especiais. Qualidade; serviço; economia. Não usuário; ex-usuário; usuário em potencial; usuário principiante; usuário habitual. Pequena; média e grande. Nenhum; médio; forte; completo. Inconsciente; consciente; informado; interessado; desejoso; disposto a comprar. Entusiástica; positiva; indiferente; negativa, hostil. Fonte: Kotler, 1995, p.241. Além de conhecermos as principais variáveis ou características dos tipos de segmentação de mercado é importantes, lembrar que – genericamente – existem algumas variáveis principais para a segmentação de mercados industriais. As principais variáveis de segmentação para os mercados industriais são: · Variáveis demográficas; · Variáveis operacionais; · Abordagens de compra; · Fatores situacionais; e · Características pessoais. Lembrando que quando tratamos de um mercado industrial, ou simplesmente indústria, não estamos falando apenas de uma organização, mas sim, da soma de todas as organizações que atuam e competem no mesmo segmento. Por exemplo, indústria farmacêutica compostas por todos os laboratórios farmacêuticos existentes. Mas atenção: que fique claro que cada indústria possuía, a partir de seus produtos e clientes, segmentos de atuação dentro de seu contexto industrial maior, por exemplo, fabricação de medicamentos que tratam de problemas pulmonares ou medicamentos que tratam de problemas do coração. Veja a seguir, as principais variáveis de segmentação para os mercados industriais de acordo com Kotler (1995: p.247): Variáveis Demográficas · Setor industrial: Quais indústrias devemos focalizar? Página 34 de 160 · Tamanho da empresa: Qual o tamanho das empresas que devemos focalizar? · Localização: Quais áreas geográficas devem ser focalizadas? Variáveis Operacionais · Tecnologia: Que tecnologias de cliente devem ser focalizadas? · Status de usuário/não usuário: Devem ser focalizados grandes, médios, pequenos usuários ou não usuários? · Capacidade do cliente: Devemos focalizar os clientes que necessitam de muitos ou de poucos serviços? Abordagens de Compra · Organização da função compra na empresa: Devemos focalizar as empresas com departamentos de compras altamente centralizados ou descentralizados? · Estrutura de poder: Devemos focalizar as empresas orientadas para engenharia, finanças etc.? · Natureza dos relacionamentos existentes: Devemos focalizar as empresas com as quais temos forte relacionamento ou, simplesmente, ir atrás daquelas mais desejáveis? · Política geral de compras: Devemos focalizar as empresas que estão procurando qualidade, serviços ou preço? Fatores Situacionais · Urgência: Devemos focalizar as empresas que precisam de entregas ou serviços rápidos e repentinos? · Aplicação específica: Devemos focalizar em certas especificações de nosso produto, em vez de em todas? · Tamanho do pedido: Devemos focalizar em grandes ou em pequenos pedidos? Características Pessoais · Similaridade entre comprador-vendedor: Devemos focalizar as empresas cujo pessoal e valores sejam similares aos nossos? · Atitudes em relação a riscos: Devemos focalizar os clientes que assumem risco ou evitá-los? · Lealdade: Devemos focalizar as empresas que demonstram alta lealdade a seus fornecedores? 3.6 A Diferenciação no Contexto da Segmentação de Mercado Antes de segmentar é preciso estar consciente ‘do que é’ e ‘para que serve’ a diferenciar. Para Sheth, Mittal, Newman (2001, p.404), a segmentação de mercado está relacionada à idéia de diferenciação. Sendo que, diferenciação é o modo pelo qual os profissionais de marketing fazem suas ofertas de forma diferente da concorrência, a fim de tornar-se a escolha do cliente. Fazer ofertas de forma diferente implica criar e implementar o composto de marketing (produto, preço, praça e promoção). Para diferenciar-se de seus concorrentes, os profissionais da área de marketingPágina 35 de 160 utilizam três tipos de diferenciação: a genérica, a focalizada e a segmentada (Sheth, Mittal, Newman, 2001: 404). Veja a seguir a explicação de cada uma delas. a. Diferenciação genérica É uma diferenciação global (ou geral), feita em uma base não focalizada, o que significa que a diferenciação não se destina a nenhum grupo específico de clientes. Em vez disso, uma empresa faz uma oferta melhorada para todo o mercado. Esse tipo de diferenciação é adequada para empresas que são capazes de apresentar seus produtos e serviços como superior aos da concorrência em todo o mercado. Por exemplo, foi o que fez Henry Ford, ao perceber que os carros disponíveis em sua época não eram bem-fabricados e, ao mesmo tempo, vendidos a um preço muito alto. Seguindo uma estratégia de diferenciação genérica, Ford criou o sistema de linha de montagem, que produzia um carro mais confiável com produtividade melhorada. Consequentemente, foi capaz de oferecer um produto melhor a um preço mais baixo (600 dólares, quando foi lançado) que os concorrentes. Essa abordagem proporcionou a Ford uma liderança de mercado. b. Diferenciação focalizada Uma abordagem em que a empresa identifica um segmento de mercado específico e, então, cria um programa de marketing para atrair esse segmento. Tal estratégia se opõe à diferenciação genérica, em que um único programa de marketing indiferenciado é oferecido a todos, ou seja, na diferenciação focalizada é oferecido, geralmente, diversos programas de marketing direcionados aos segmentos. As empresas geralmente atuam como agentes de “nicho” nesse tipo de diferenciação. Exemplo: algumas empresas estão formulando produtos específicos para mercados étnicos. Tanto a Revlon quanto a Max Factor têm uma linha de produtos de beleza específicos para a população afro-americana. A base química é diferente para esses cosméticos, refletindo as diferenças de necessidades genéticas e físicas dessa população. Essa estratégia de diferenciação também foi expandida para as populações hispânica e asiática. Naturalmente as populações agradecem produtos adequados ao seu perfil. c. Diferenciação segmentada Esse terceiro tipo de diferenciação, envolve a divisão do mercado total em segmentos que são homogêneos por algumas características dos clientes (como demografia, psicografia e padrões de uso), e depois o tratamento de cada um desses segmentos como um mercado distinto, para o qual todos os elementos do composto de marketing são diferentes. Exemplo: o setor automotivo, pois, basta olhar para os deferentes tipos de soluções que mesmo oferece, por exemplo, carros utilitários, monovolumes etc. Carros compactos, station wagon e sedans etc. As diferentes categorias de preços dos produtos, ligados a marca, ao acabamento e a tecnologia empregada dentre outros. Além disso, o estilo e o perfil do comprador, pois, mesmo quando o poder aquisitivo não está em Página 36 de 160 jogo, há carros para um público mais jovem e talvez, o mesmo casso em outra configuração para um público mais exigente em termos de requinte e conforto etc. Outro exemplo é a Gap, Inc. a empresa começou em 1969 com o nome Gap Stores, vendendo jeans da Levi’s, oferecendo muito mais estilos e tamanhos do que uma típica loja de departamentos. Além disso, ali as mercadorias eram exibidas de forma mais organizada que nas lojas de departamentos. Assim, a loja era em si um exemplo de diferenciação genérica em relação a outras lojas que vendiam jeans. Anos depois, em 1983, a empresa adquiriu a Banana Replublic, vendendo roupas casuais para clientes da classe alta. Mais recentemente, em 1994, abriu outra cadeia de lojas, a Old Navy, dessa vez tendo como alvo clientes de baixa renda. Em 1986, a Gap também inaugurou uma nova divisão a GapKids, tendo como segmento-alvo as crianças. (Sheth, Mittal e Newman, 2001, p.407). Recomendação: Para maiores informações sobre este assunto, recomenda-se o estudo do capítulo 12: Diferenciação e Segmentação de Mercado: respondendo as diferenças dos clientes (Sheth, Mittal e Newman, 2001: 402-437). Mas, você encontrará o tema diferenciação em muitas outras obras, pois, trata- se de um assunto com ampla abordagem. 3.7 Critérios de Segmentação Shet, Mittal e Newmann (2001, p.412), afirmam que existem três bases fundamentais para identificar segmentos em qualquer mercado, são elas: perguntar o quê segmentar, quem (público que será segmentado), e por quê segmentar? A seguir, é apresento um quadro explicativo das três bases para identificação de segmentos de mercado. O mesmo ajuda e entender porque tais perguntas são realmente fáceis de aplicar e compreender. Quadro – Bases da Segmentação de Mercado Bases Tipos de segmentação Características O quê? Segmentação por uso A abordagem costumeira da segmentação por uso é dividir os clientes de acordo com seu nível de uso, isto é, de acordo com a quantidade que consomem. Além disso, podemos incluir a frequência / repetição das compras. Quem? Segmentação demográfica Essa abordagem identifica subgrupos de clientes com base em suas características descritivas (por exemplo, idade, sexo, classe social). Página 37 de 160 Por quê? Segmentação psicográfica Essa abordagem relaciona-se com os motivos pelos quais os clientes se comportam da maneira como o fazem; esses motivos são encontrados nos diferentes benefícios que os clientes buscam em um produto, e nos diferentes estilos de vida que desejam que o produto promova. Fonte: Sheth, Mittal e Newman, 2001, p.412. 3.8 Exemplos de Clientes-alvo de empresas selecionadas As empresas citadas nestes exemplos são vencedoras do Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ) e as informações aqui apresentadas constam dos Relatórios de Gestão por elas apresentados à FPNQ e disponibilizados ao público após o processo de premiação. Tais Relatórios de Gestão constam da bibliografia da disciplina. a. Caterpillar Brasil Ltda. (vencedora PNQ/1999). · Produtos: Motoniveladoras, tratores de esteiras, pás carregadeiras, moto-escrêiperes, compactadores e escavaderias. · Segmentação: “Há três níveis de segmentação básicos: por região (norte, nordeste, exportação etc), por ramo de negócio do cliente (construção, florestal, mineração, agricultura, industrial) e por porte do cliente (pequeno, médio, grande, governo)” (p.15). b. Bahia Sul Celulose (vencedora PNQ/01) · Produtos: Celulose e papel branco de imprimir e escrever não revestido. Veja no quadro a seguir a identificação de clientes alvo: Quadro – Identificação de Cliente-alvo da Bahia Sul Celulose. Segmentação Diretrizes para identificar clientes-alvo Celulose Mercado Externo Solidez financeira e diferenciação mercadológica. Dependência das qualidades da fibra de eucalipto. Características logístico/comerciais que permitam minimizar despesas e problemas com sazonalidades. Disponibilidade para cooperações técnicas e pesquisas. Atuação, preferencialmente, em nichos de mercados diferentes dos da Bahia Sul. Mercado Interno Potencial para absorverem volumes regulares contratados e eventuais “volumes não contratados”. Página 38 de 160 Disponibilidade para cooperações técnicas e pesquisas. Localização geográfica que permita boa logística. Idoneidade creditícia. Papel Mercado Externo Compradores regulares e de longo prazo Disponibilidade para cooperações técnicas e pesquisas Localização geográfica que permita boa logística de fornecimento. Idoneidade creditícia. Mercado Interno Compradores regulares e de longo prazo. Disponibilidade para cooperações técnicas e pesquisas. Localização geográfica que permitam boa logística no fornecimento. Idoneidade creditícia. c. Santa Casa – Complexo Hospitalar – Porto Alegre (vencedora PNQ/2002) ·
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