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Transtornos de Ansiedade

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1 Psiquiatria 
 
Transtornos de Ansiedade 
 
Ansiedade Normal x Patológica 
 
 Decisão subjetiva de quem avalia; 
 Ansiedade patológica: 
o Sem uma ameaça externa 
óbvia ou resposta excessiva à 
ameaça; 
o Medo extremo associado a um 
certo grau de deterioração na 
vida psíquica do sujeito; 
o Doenças médicas, uso de 
medicamentos, abstinência ou 
fissura de álcool e/ou drogas 
ilícitas; 
o Transtornos de ansiedade ou 
transtornos mentais; 
o Sintomas desproporcionais em 
intensidade, duração, 
interferência com o 
desempenho das funções 
sociais. 
 
Sintomas de ansiedade 
 
Somáticos: 
 Autonômicos: taquicardia, sudorese, 
diarreia, taquipnéia, piloereção, 
midríase; 
 Musculares: dores pelo corpo, 
contraturas, tremores; 
 Cenestésicos: parestesias, calafrios, 
adormecimentos; 
 Respiratórios: sensação de falta de ar 
ou sufocação; 
 
Psíquicos: 
 Tensão, nervosismo, apreensão, mal-
estar indefinido; 
 Sensação de estranheza, dificuldade 
de concentração; 
 Insegurança, medos, 
despersonalização-desrealização; 
 
Transtorno de Ansiedade Generalizada – 
TAG 
 
 Inicia-se no começo da idade adulta: 
o Mais frequente em mulheres 
 Transtorno mental bastante comum: 
o 
 
o Mais prevalente na prática 
médica geral do que na prática 
psiquiátrica 
 Frequente nas Unidades Básicas de 
Saúde! 
 Características gerais: 
o Personalidade inibida ou 
dependente. 
o Diagnóstico varia ao longo do 
tempo. 
o Episódios depressivos ao longo 
da vida. 
o Padrão crônico de ansiedade, 
medo ou preocupação. 
o Pode ocorrer na ausência de 
acontecimentos relevantes. 
 
Diagnóstico (DSM V) 
 
A. Ansiedade e preocupação excessivas 
(expectativa apreensiva), ocorrendo 
na maior parte dos dias por seis 
meses, com diversos eventos ou 
atividades (desempenho escolar ou 
profissional). 
B. O indivíduo considera difícil 
controlar a preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão 
associadas com 3 ou mais dos 
seguintes sintomas, nos últimos 6 
meses: 
 
1 – Inquietação ou “nervos à flor da pele” 
2 – Fatigabilidade 
3 – Dificuldade de concentração ou 
“branco na mente” 
4 – Irritabilidade 
5 – Tensão muscular 
6 - Perturbações do sono. 
 
D. A ansiedade, a preocupação ou os 
sintomas físicos causam sofrimento 
clinicamente significativo ou 
prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
E. A perturbação não se deve aos efeitos 
fisiológicos de uma substância 
psicoativa ou outra condição médica. 
 
 
2 Psiquiatria 
 
 F. A perturbação não é mais bem 
explicada por outro transtorno mental. 
 
Diagnóstico diferencial e Comorbidades 
mentais 
 
 Diagnóstico diferencial 
o Depressão maior 
o Medo ou preocupações 
persistentes 
o TOC; síndrome do pânico; 
transtornos somatoformes; 
transtornos paranoides; 
anorexia nervosa; transtornos 
de personalidade 
 Comorbidades 
o Depressão é uma comorbidade 
frequente. 
o Outros transtornos ansiosos: 
TOC, síndrome do pânico 
o Transtornos de personalidade: 
obsessivo-compulsiva, 
esquizoide, histriônica. 
 
Conduta terapêutica 
 
 Exames clínicos complementares 
para excluir qualquer comorbidade 
orgânica e tranquilização do paciente; 
 Combinação do uso de medicamentos 
psicotrópicos com alguma forma de 
psicoterapia; 
 O tratamento farmacológico 
psicotrópico reduz os sintomas físicos 
da ansiedade e diminui a reatividade 
fisiológica ao estresse; 
 Antidepressivos Inibidores Seletivos 
de Recaptação de Serotonina e 
Inibidores conjuntos da Recaptação 
de Serotonina e Noradrenalina 
(“duais”) que possuem maior 
segurança clínica e melhor 
tolerabilidade que os tricíclicos. 
 
Os antidepressivos são as escolhas 
terapêuticas de 1ª linha: 
 Eficácia clínica no controle no 
controle dos sintomas físicos e 
psíquicos da ansiedade; 
 Perfil favorável de efeitos colaterais, o 
que proporciona conforto ao paciente 
no tratamento de manutenção; 
 Não estão associados ao risco de 
abuso ou dependência, não causando 
sedação ou prejuízo cognitivo-motor, 
como os Benzodiazepínicos. 
 Altas taxas de comorbidades entre o 
TAG e sintomas depressivos ou 
depressão maior, fazendo com que a 
droga seja eficaz para ambas as 
patologias. 
 
Tratamento farmacológico 
 
Antidepressivos de 1ª escolha: 
 
Inibidores Seletivos da Recaptação da 
Serotonina: 
 Fluoxetina (20-60 mg/d), paroxetina 
(20-60 mg/d), sertralina (50-200 
mg/d), citalopram (20-60 mg/d), 
escitalopram (10-20 mg/d) 
 Ansiedade, inquietação, náuseas, 
vômitos, cefaleia, alterações do 
apetite (ganho/perda de peso) e do 
sono, disfunções sexuais e do trânsito 
intestinal (diarreia) 
Inibidores Seletivos da Recaptação da 
Serotonina e Noradrenalina: 
 Venlafaxina (75-300 mg/d) e 
Duloxetina (30-60 mg/d) 
 Hipertensão arterial, sudorese, 
náuseas, vômitos, cefaleia, alterações 
do apetite e do sono, disfunções 
sexuais e do trânsito intestinal, 
taquicardia, bruxismo, boca seca. 
 
Antidepressivos de 2ª escolha 
 
Tricíclicos: 
 Amitriptilina, clomipramina, 
imipramina, nortriptilina 
 10-300 mg/dia 
 Boca seca, visão turva, retenção 
urinária, taquicardia, constipação, 
ganho de peso, disfunções sexuais, 
hipotensão postural, sedação e 
aumento da pressão intra-ocular 
 Eficácia semelhante aos de primeira 
linha, porém com perfil pior de efeitos 
colaterais e segurança clínica, 
principalmente em idosos e pacientes 
com comorbidades clínicas. 
 
 
 
3 Psiquiatria 
 
Benzodiazepínicos: clonazepam (Rivotril), 
diazepam, alprazolam, bromazepam, 
lorazepam 
 Devem ser usados como sintomáticos 
para o controle rápido de crises 
ansiosas e redução dos sintomas do 
TAG, em associação com os 
antidepressivos; 
 Seu início rápido de ação contrasta 
com a latência para início de resposta 
terapêutica dos antidepressivos; 
 O risco de dependência, efeitos 
sedativos e os prejuízos sobre o 
desempenho cognitivo (atenção e 
memoria) limitam seu uso a longo 
prazo; 
 Devem ser retirados lentamente após 
o controle dos sintomas agudos. 
 
Tratamento psicológico 
 
 Terapia cognitivo-comportamental é 
eficaz e é considerada a primeira 
escolha em psicoterapia; 
 Dessensibilização por autocontrole, 
auto monitoramento de estados 
mentais e físicos e relaxamento 
muscular progressivos; 
 Técnicas de controle respiratório em 
diferentes situações cotidianas são 
úteis; 
 Terapias de grupo, familiar e de casal. 
 
Prognóstico 
 
 Alta tendência à cronificação em 
razão de sua relação com traços de 
temperamento e modelos cognitivos 
que tendem a facilitar recaídas ao 
longo da vida; 
 O uso a longo prazo de antidepressivo 
em doses baixas pode ser benéfico 
como tratamento de manutenção e 
prevenção de recaídas, as quais 
poderiam acarretar novos riscos para 
a saúde, como somatizações, busca 
frequente de atendimento médico e 
realização de exames diagnósticos 
além do necessário; 
 Psicoterapia também é útil em 
prevenir recaídas.

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