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DETERMINAÇÃO POR TITULAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO ACÉTICO EM VINAGRES COMERCIAIS COLETADOS EM CASTANHAL-PA DETERMINACIÓN POR TÍTULO DEL CONTENIDO DE ÁCIDO ACÉTICO EN VINAGRES COMERCIALES RECOGIDOS EN CASTANHAL-PA DETERMINATION BY TITLE OF ACETIC ACID CONTENT IN COMMERCIAL VINEGARS COLLECTED IN CASTNHAL-PA Apresentação: Pôster Leandro José de Oliveira Mindelo; Bruno Santiago Glins ; Cleidson Barbosa Favacho ; Tatiana Cardoso Gomes; Adriano Rocha INTRODUÇÃO A Associação nacional das Indústrias de vinagre (ANAV) define que vinagre, ou vinagre de vinho é o produto obtido através da fermentação acética do vinho e deve conter uma acidez volátil mínima de 40 gramas por litro expresso em ácido acético (4%). A sua graduação alcoólica não pode ultrapassar a 1°GL e deve ser obrigatoriamente pasteurizado. ANAV estabelece também um valor mínimo de 7 g/L de extrato seco para vinagres de vinho tinto e rosados e 6 g/L para vinagres de vinho branco e para o teor de cinzas um valor mínimo de 1 g/L. MAPA 2012, ainda cita as seguintes características organolépticas para os vinagres, como possuir aspecto límpido e sem depósito, coloração de acordo com a matéria-prima que lhe deu origem, cheiro característico, sabor ácido e próprio (SPINOSA, 2002). O vinagre é considerado um condimento, pois a sua principal finalidade é atribuir gosto e aroma aos alimentos, também é utilizado para conservar vegetais e outras substâncias, atribuindo-lhes gosto agradável, apresentando também utilidade como amaciante de carnes temperadas e legumes em conservas (BORTOLINI et al., 2001). Além disso o vinagre pode apresentar propriedades estimulantes e benéficas ao organismo como favorecer a secreção do suco gástrico, aumentando a ação dissolvente e a ação de regulação da glicose sanguínea (JOHNSTON; BULLER, 2005), controle da pressão arterial, estimulante de apetite e promoção da absorção de cálcio. A acidez volátil corresponde ao teor de ácido acético que é o componente mais importante do vinagre. Ele provém da oxidação do álcool do vinho no processo de acetificação. O vinagre para consumo deve ter entre 4% e 6% de ácido acético. A legislação brasileira 745, de 24 de outubro de 1977. 745, de 24 de outubro de 1977, estabelece em 4% o teor mínimo de ácido acético para vinagre. O grau alcoólico do vinagre representa o resíduo do processo de acetificação. Todo vinagre deve ter um pouco de álcool, caso contrário as bactérias acéticas, na ausência de um substrato alcoólico, podem degradar o ácido acético produzido com prejuízo para o próprio vinagre. A legislação brasileira estabelece em 1,0% v/v o teor alcoólico máximo para o vinagre. Dessa forma o objetivo desse trabalho foi determinar o teor de ácido acético e compara com o descrito em rotulo e a legislação vigente. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O vinagre é uma solução diluída de ácido acético, elaborada de dois processos consecutivos: a fermentação alcoólica, representada pela conversão de açúcar em etanol (álcool) e da fermentação acética, que corresponde à transformação do álcool em ácido acético por determinadas bactérias, conferindo o gosto característico de vinagre (MARQUES,2008). A bactéria acética exemplar é a aquela na qual pode resiste à elevada concentração de álcool e de ácido acético, com pouca condição nutritiva e com uma excelente velocidade de transformação do álcool em ácido acético, ótimo rendimento de transformação, sem hiperoxidar o ácido acético criado, além de conferir boas características de gustação ao vinagre (EMBRAPA, 2006). Há fatores que podem interferir na fermentação acética de vinagres. Entre eles estão o pH, a temperatura e aqueles pertinentes a microorganismos, como espécie, linhagem e concentração da levedura no meio. O que vai caracterizar a composição do vinagre é a matéria-prima que o originou (XAVIER et al., 2009). Além disso, o vinagre é formado basicamente por: - Ácido acético: é o principal componente do vinagre, independente de qual tenha sido o substrato que deu origem a ele. Sua concentração é expressa em graus acéticos (gramas de ácido acético por 100 ml de vinagre) (XAVIER et al., 2009). - Álcool etílico (etanol) residual: quando ocorre a fabricação industrial do vinagre, busca-se obter o maior nível de rendimento na transformação de etanol em ácido acético. Ainda assim, não se deve chegar ao esgotamento desse substrato, pois as bactérias acéticas, na ausência de álcool etílico, são capazes de promover a degradação do ácido acético produzido. - Extrato seco: é composto por substâncias não voláteis presentes no produto, tais como glicerina, substâncias pécticas, substâncias nitrogenadas, entre outras. Teores muito baixos ou muito elevados de extrato seco no produto podem indicar fraudes no processo de produção. - Cinzas: o teor de cinzas determina os minerais contidos no produto, e pode também determinar fraudes no processo de produção, caso tenha seus níveis ou muito alto ou muito baixo (XAVIER et al., 2009). A acidez volátil corresponde ao teor de ácido acético que é o componente mais importante do vinagre. Ele provém da oxidação do álcool do vinho no processo de acetificação. O vinagre para consumo deve ter entre 4% e 6% de ácido acético, a legislação brasileira estabelece em 4% o teor mínimo de ácido acético para vinagre. Todo vinagre deve ter um quantitativo de álcool, caso contrário as bactérias acéticas, na ausência de um substrato alcoólico, podem degradar o ácido acético produzido com prejuízo para o próprio vinagre. METODOLOGIA No presente estudos, foram realizados experimento com o objetivo de confirmar o teor de acidez volátil de vinagres comercializados e se os mesmo condizem com o registrado pela legislação vigente. Os testes foram realizados com 6 (seis) amostras escolhidas de forma aleatória de diferentes marcas de vinagres (álcool) identificadas como A, B, C, D, E e F, encontrados e comercializados em supermercados na cidade de Castanhal – Pará, no período de junho a julho de 2019. As amostras coletadas foram testadas no Laboratório de Engenharia de alimentos no setor Físico-química do IFPA – Campus Castanhal – Pará. Cada uma das amostras foram conservadas em recipiente hermeticamente fechados e longe do abrigo de luz e calor. E por seguinte feita a titulação das amostras. Acidez total A acidez total é uma análise feita para encontrar o valor de ácido acético em g/100 mL ou g% de vinagres. A acidez total dos mostos foi conduzida em triplicatas determinada pelo método da titulação volumétrica com solução de NaOH padronizada a 0,092 mol/L, utilizando-se como indicador três gotas de solução alcoólica de fenolftaleína a 1%. A solução foi titulada com solução de hidróxido de sódio 0,086 mol L-1 (padronizada previamente) até o aparecimento de coloração rósea (BACCAN, 2001). O teor de ácido acético nas amostras de vinagre foi determinado multiplicando a concentração da solução de hidróxido de sódio pelo volume de solução de hidróxido de sódio, massa molar do ácido acético e pelo fator de diluição. Por fim, divide-se o resultado obtido pela densidade do vinagre e pelo volume de amostra utilizado. RESULTADOS E DISCUSSÕES O vinagre contém ácido acético como seu principal constituinte ácido. A determinação da concentração deste ácido é feita por titulação de neutralização com solução de NaOH , o processo de titulação é descrito pela reação: C2H4O2 + NaOH → NaC2H3O2 + H2O. Anotou-se o volume de solução de hidróxido de sódio usado em cada uma das seis amostras, e com esses valores, pôde-se calcular o teor de acidez, ou seja, a porcentagem de ácido acético presente no vinagre, e os valores encontrados foram registrados na tabela 1. Tabela 1. Análise das amostras de vinagre Amostras A B C D E F Acidez %(m/v) do rótulo 4% 4% 4% 4% 4% 4% Acidez %(m/v) da análise 4 , 4 % 3,1% 4,4% 4,5% 4,3% 4,5% Fonte: autores, 2019. Contudo, foram realizadas quatro titulações com uma solução padrão de base forte NaOH, representadas na Tabela 1. Calculou-seo volume de NaOH consumido na titulação de acordo com os valores expressos na Tabela 1, a partir das formulas calculou-se a massa do ácido e o teor de acido acético%. O teor do ácido acético encontrado nas amostra de vinagre variou de 3,1% a 4,5%. A legislação brasileira exige um mínimo de 4,00% de ácido acético em vinagres (BRASIL, 1999), de forma que a difusão comercial e a aceitação dos produtos devem embasar-se no conhecimento de suas propriedades sensoriais, as quais contribuem para valorizar e proteger a genuinidade destes produtos (GRANADA et al., 2000). Das amostras analisadas, somente a amostra de vinagre B apresentou valor de acidez abaixo do padrão estabelecido, os demais vinagres apresentaram valores de acidez total em conformidade com a legislação. Segundo a comparação entre os dados fornecidos pelos fabricantes apresentado no rótulo do produto e os dados obtidos experimentalmente demonstrados na Tabela 1, nenhuma das amostras de vinagre obteve o teor de ácido acético conforme a rotulagem. O fator determinante para a escolha do vinagre foi o preço, pois concluíram que todas as marcas estavam de acordo com a legislação, portanto como consumidores puderam optar pelo preço ou pela preferência em relação ao sabor, uma vez que, não foram discutidos aspectos relacionados à saúde. Segundo as informações retiradas do regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para vinagres do Ministério da Agricultura (BRASIL, 1999), podemos perceber que os vinagres testados durante o presente estudo, se enquadram na classificação de fermentados acético simples, com acidez volátil entre 4,62 e 4,78 g/100 mL, como mostra a tabela 02. Tabela 02. Teor de ácido para classificação dos vinagres. Fonte: autores, 2019. Para saber o momento final dessa titulação foi necessária a utilização de um indicador ácido-base, utilizou-se a fenolftaleína - apresenta uma viragem menos gradativa e que induz um menor erro de titulação – pois, a zona de viragem desse indicador nessa análise obteve o pH maior que 7, devido a hidrólise do íon acetato. No rotulo do vinagre ao qual foi retirada a amostra, o grau de acidez volátil correspondia a 4%, nesse momento correspondendo às expectativas de qualidade. A amostra analisada teve um resultado de 4,8%, ou seja, um resultado diferente ao qual estava exposto na embalagem do vinagre. Alguns critérios poderiam responder a essa diferença de 0,8% como um erro na hora de determinar o ponto de equivalência na titulação; uma alteração do próprio fabricante do vinagre, nesse caso, contrariando a legislação brasileira de qualidade alimentícia, a qual implica um teor de acidez para o vinagre de 4%, e da própria oxidação do vinagre, já que ela é dada através de bactérias presentes no ar. CONCLUSÕES Desse modo a verificação das características físico-químicas do vinagre comercializado na cidade de Castanhal – Pará, apresentou-se em sua maioria um teor satisfatório ao valor mínimo de ácido acético, ainda que somente uma das amostras tenham apresentado um valor de 3,1% no qual é fora dos padrões da legislação, como resultado obtido pode-se dizer que todos os demais estão no padrão minimo indicado, entretanto, nenhuma das amostras foram fiel a sua rotulagem em relação ao teor de ácido acético, desse modo com a exclusão de uma das amostras, as demais estão indicadas para o consumo, conforme a legislação brasileira Art. 45. Referências JUVINO, D, S; COSTA, J, N; ALMEIDA, J, P; OLIVEIRA, V, P; JUNIOR, H, L; Controle de Qualidade de Vinagres Comercializados na Cidade de Rolim de Moura – RO disponível em: https://facsaopaulo.edu.br/wp-content/uploads/sites/16/2018/05/ed5/8.pdf acessado em: 28/ 09/ 2019. BACCAN, N., ANDRADE, J. C., GODINHO, O. E. S., BARONE, J. S. Química analítica quantitativa elementar. 3. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. Associação Nacional das Industrias de Vinagre (ANAV): Conheça mais sobre o vinagre. Disponível em: http://www.anav.com.br/. Acesso em: 29 de setembro de 2019. SPINOSA, W. A. Isolamento, seleção, identificação e parâmetros cinéticos de bactérias acéticas provenientes de indústrias de vinagre. Tese (Doutorado em Ciências de Alimento) - Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP; Campinas, 2002. BORTOLINI, F.; SANT’ANNA, E. S.; TORRES, R. C. Comportamento das fermentações alcoólica e acética de sucos de kiwi (Actinida deliciosa): composição dos mostos e métodos de fermentação acética. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2001. XAVIER, L. et al. Produção do vinagre de maçã. 2009. Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar, Universidade Federal de Campina Grande, Pombal, 2009. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAT1AAA/producao-vinagre-maca. Acesso em: 29 de setembro de 2019. RIZZON, L, A. Sistema de Produção de Vinagre. Embrapa- Uva e Vinho 2006. Disponívelem:https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Vinagr e/SistemaProducaoVinagre/composicao.htm. Acessado em 29 de setembro de 2019. JOHNSTON, C. S.; BULLER, A. J. Vinegar and peanut products as complementary foods to reduce postprandial glycemia. Journal of the American Dietetic Association, v. 105, n. 12, p. 1939-1942, 2005.
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