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2-ALFABETIZAÇÃO-EM-EJA

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	2
BREVE RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS	4
LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO DOS JOVENS E ADULTOS	7
DIFICULDADES ENFRENTADAS NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS	10
O educador e suas dificuldades	13
Desafios para enfrentar as dificuldades	15
Processo de desenvolvimento	18
BIBLIOGRAFIA	20
LEITURA COMPLEMENTAR	21
 (
10
)
1 INTRODUÇÃO
Fonte:www.blogdaluciane.com.br
A educação de Jovens e adultos é uma modalidade de ensino, que sofreu esquecimento, ou mesmo passou despercebida por muito tempo. Todavia, está amparada legalmente e tem por foco pessoas que na idade ou oportunidade apropriada não puderam estudar.
Os alunos da EJA possuem conhecimento próprio. Quando ingressam, a maioria não são alfabetizados, nem letrados, e cabe ao educador regressar as turmas e identificar as capacidades, dificuldades e potencialidades.
O perfil do professor do EJA é muito importante para o sucesso de seus alunos, onde a aprendizagem caminha de mãos dadas com a compreensão, empatia, amizade, solidariedade do educador.
Os alunos do EJA são marginalizados, sofrem preconceito, vergonha, críticas e tais problemáticas estão presentes tanto na vida em comunidade como na família.
Assim, saber educar é muito mais que transmitir um conteúdo de um livro didático, descontextualizado com a realidade do aluno. É muito mais que isso. É compreender a vivencia do aluno, o dia a dia, buscando tanto o crescimento humano, quanto profissional e especialmente o pessoal.
O estudo que envolve jovens e adultos, portanto, foi alcançado pela visão dos educadores e estudiosos, recentemente. Até então a educação fundamental era prioridade das crianças e adolescentes. A alfabetização chegou aos jovens e adultos, mas a dificuldade em ensinar e fazer com que aprendam a ler e a escrever ainda é
grande, todavia, os recursos estão mais disponíveis e as oportunidades cresceram consideravelmente.
A diferença entre saber ler e escrever, ser alfabetizado e saber ler o mundo, ter espírito crítico, ser letrado, é uma dúvida que paira sobre as cabeças de diversos escritores, que se debatem para responder essas questões. E essa é uma das dificuldades enfrentadas pelos alunos, onde assimilar o conteúdo e compreender, ter senso crítico demonstra ser um grande desafio para os educando e educadores.
Os alunos, quanto mais idosos, mais dificuldades possuem em assimilar o que lhes é transmitido, em especial no que diz respeito à alfabetização e ao letramento. Muitos deles decodificam o código escrito, mas não conseguem ler e interpretar a sua leitura. Não abstraem o conteúdo, não compreendem o lido, são os chamados “analfabetos funcionais”.
Ademais, a canseira diária, os problemas cotidianos afetam e muito no desenvolvimento da aprendizagem, interferindo mesmo na permanência do aluno na escola, o que só com muita dedicação e boa metodologia do educador para despertar a vontade e o interesse em participar das aulas e incentivar a prosseguir em busca de novos conhecimentos.
Motivo pelo qual o presente trabalho pretende estudar brevemente o universo da alfabetização e do letramento na EJA suas dificuldades na aprendizagem, buscando entender o que tais institutos corroboram para solucionar os problemas enfrentados, e entender as dificuldades apresentadas pelos alunos.
A educação de jovens e adultos vem se adaptando lentamente e as dificuldades são inúmeras, seja pela carência de material de apoio, pedagógico, seja pelas condições física e mental dos educandos, ainda pelo fato econômico, social, e principalmente pela falta de estímulo por parte dos administradores, da equipe pedagógica.
No estudo em questão, a Pesquisa bibliográfica faz-se presente, mas a pesquisa de campo é a que terá realce, buscando a leitura e reflexão, procurando esclarecer o problema proposto através de visitas à sala de aula, conversa com alunos e entrevista com professores alfabetizadores do EJA.
A pesquisa bibliográfica procura explorar os mais diversos meios, em especial, os artigos e livros determinados com esse tema, armazenando uma quantidade de
material suficiente a responder os anseios da pesquisa e contribuir com a reflexão na vida acadêmica.
2 BREVE RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A educação sofre mudanças ao longo do tempo, adaptando os erros e acertos para melhor ensinar seus educandos. Uma missão bastante árdua e frutífera que esteve focada durante a maior parte do tempo, na educação infantil.
Desde que se principiaram os “movimentos” para ensinar jovens e adultos no Brasil, muitos já foram favorecidos, segundo asseveram Lopes e Sousa:
Inicialmente a alfabetização de adultos para os colonizadores, tinha como objetivo instrumentalizar a população, ensinando-a a ler e a escrever.
Essa concepção foi adotada para que os colonos pudessem ler o catecismo e seguir as ordens e instruções da corte, os índios pudessem ser catequizados e, mais tarde, para que os trabalhadores conseguissem cumprir as tarefas exigidas pelo Estado (2010, p. 3).
Já de acordo com Marlene Carvalho (2010, P.17), a preocupação do Brasil em alfabetizar os adultos só teve seu ponto de partida na década de 1920, onde mais da metade da população era analfabeta.
Conta ela que foi em 1928 que surgiram os chamados “cursos populares noturnos” onde se ministravam noções de higiene e elementos da cultura geral.
Outros sistemas surgiram ao longo dos anos caindo de forma sensível o índice de analfabetismo entre adultos.
Todavia foi em 1947 que começaram a funcionar os cursos da Campanha de Educação de Adolescente e Adultos, conforme conta Ana Maria Soek, que esse projeto era idealizado por Lourenço Filho, inspirado no método de Laubach.
Fonte:www.educadorvc.com.br
Já em 1950 consolidou-se uma nova visão pedagógica sob a influência de Paulo Freire, que valorizava o conhecimento de mundo “a leitura do mundo precede a leitura da palavra” (SOEK, 2010, P. 21). Entretanto, com o Golpe Militar de 1964, os movimentos de alfabetização foram proibidos, surgindo nessa época o Movimento Brasileiro de Alfabetização-MOBRAL, em 1967, e em seguida, dentro deste método, em 1971, criou-se o Ensino Supletivo, no entendimento de Soek (2010, p. 23), “o evento de maior realce para a reinserção escolar daqueles que não tiveram oportunidade de estudar na época certa”. Mas gerou críticas desfavoráveis porque o MOBRAL não priorizava o diálogo, a realidade dos alunos, mas valorizava lições preestabelecidas, como lembra SOEK (2010, 17).
Foi quando em 1985, foi criada a Fundação Educar, substituindo o MOBRAL, instituto não governamental. Mas foi em 1988, com a promulgação da Constituição Federal que a Educação de Jovens e Adultos teria garantia do Estado. E já em 1996 com a criação do PAS - Programa Alfabetização Solidária- foram acrescentadas novas variáveis na educação, com recursos e pedagogia adequados.
Soek sabiamente sintetiza que “a Educação de Jovens e Adultos emerge de um movimento de luta, desafios e conquistas da educação escolar. ” (2010, p.21). De todo o processo de alfabetização surgiu dúvidas e conceitos que foram firmando ao longo dos anos, e dentre esses conceitos do que seja a alfabetização e o letramento, em especial, na educação de jovens e adultos.
A Educação de Jovens e Adultos alcançou avanços substanciais quando a constituição federal de 1988 firmou algumas diretrizes para a modalidade EJA, conforme segue:
[...] garantia de educação básica, para os jovens e adultos das camadas populares; inserção orgânica da educação de jovens e adultos no sistema de ensino do país; a locação de dotação orçamentária para o desenvolvimento dos serviços educacionais para jovens e adultos no conjunto do sistema nacional de ensino; construção da identidade própria da educação de jovens e adultos; garantia de habilitação e profissionalização dos educadores de jovens e adultos; exercício da gestão democrática na educação de jovens e adultos (Fundação Educar, 1988, p.18-19).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96) também tem papel fundamental na implantação da Educaçãode Jovens e Adultos definindo-a como “a educação destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria” e igualmente ao afiançá-la como uma modalidade de ensino, segundo está posto no Art. 4º, inciso VII:
O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de [...] oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola (LDB 9394/96).
Assim, a partir daí, pode-se entender a Educação de jovens e Adultos como uma modalidade própria, e desse modo seu planejamento deve ocorrer em conformidade com as necessidades de seus sujeitos, tal seja, os educandos, de acordo com o artigo 37, inciso II, que estabelece que os sistemas de ensino devam assegurar “gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho”.
Importante ressaltar que a EJA, deve ser considerada uma categoria de ensino que abarca diversos níveis, de acordo com o ensinamento de Mamed:
[...] a existência de uma modalidade pressupõe a existência de uma organização maior à qual pertença, pois modalidade significa modo particular de ser, uma subcategoria dentro de uma categoria. Entender a EJA como uma modalidade, ou uma subcategoria, do ensino fundamental ou médio é assumir que ela faz parte de um ou outro nível e abordá-la como possuidora de todas as qualidades e benefícios que caracterizam estes níveis, mas que não ferem suas especificidades garantidas em Lei [...] (MAMED, 2004, p.161).
Sendo assim deve-se planejar o conteúdo a ser desenvolvido na EJA de acordo com as necessidades de cada aluno, levando em consideração as dificuldades e as potencialidades em particular de cada um, buscando o melhor método no processo de ensino-aprendizagem.
3 LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO DOS JOVENS E ADULTOS
De acordo com Soek (2010, p. 40), o letramento “não se restringe ao aprendizado automático e repetitivo dos códigos convencionais da leitura e da escrita ensinados tradicionalmente nas escolas (...) ele acontece antes e durante a alfabetização e continua para o resto da vida”.
Enquanto que alfabetização, na concepção freiriana tem um significado mais abrangente, com o domínio da escrita, do código, mas que possibilite uma leitura crítica. Ainda, segundo Magda Soares, citada por Marlene Carvalho (2010, p. 63), “no Brasil os conceitos de alfabetização e letramento se mesclam, se superpõe e frequentemente se confundem.”. O que segundo Carvalho, não é positivo, vez que ela defende que o processo de alfabetizar e letrar, embora interligados, são distintos, ou “específicos”. Enfatiza que “alfabetizar e ensinar o código alfabético; letrar é familiarizar o aprendiz com os diversos usos sócias da leitura e da escrita.”
Em suma, conforme bem expõe Maria Conceição e Maria Inês (2009, p. 105):
A questão fundamental no processo de alfabetização é a compreensão da estrutura dos códigos com a representação da língua e não como uma representação gráfica, ou seja, não é a escrita que significa o que queremos dizer, é sim o que entendemos e representamos que simbolizamos através do sistema alfabético.
Em que pese à necessidade de alfabetizar letrando, são institutos diferentes no entendimento de alguns autores. Enquanto que outros defendem a ausência de tais diferenças e ressaltam a igualdade de tratamento entre os dois, por terem o mesmo sentido.
Fonte: www.modelosdemonografias.com.br
Silva (2010) levanta que a maior dificuldade de professores “é o de conciliar esses dois processos- alfabetização e letramento-, assegurando aos alunos tanto apropriação do sistema alfabético-ortográfico da língua, quanto o domínio das práticas de leitura e escrita socialmente relevantes”.
Compreendendo que alfabetização e letramento são processos diferentes, todavia, indissociáveis, segundo Ceris, exigem também métodos diferenciados para cada um deles.
E nesse sentido Soares (2003) destaca uma discussão interessante e certeira no que diz respeito à alfabetização e letramento quando coloca que se ensina a muito tempo de forma equivocada, ao passo que primeiro se alfabetiza para depois passar para o processo do letramento. Partindo do ponto de vista de que ambos são institutos diferentes, ela ressalta que “esse é um engano sério, porque as duas aprendizagens se fazem ao mesmo tempo, uma não é pré-requisito da outra”. E ela continua defendo que “a alfabetização é algo que deveria ser ensinado de forma sistemática, não deve ser diluída no processo de letramento”.
Importante destacar que as motivações de aluno para aluno são diferentes e consequentemente o aprendizado, a alfabetização e o letramento também o serão para cada um de acordo com seus interesses. Cada classe social usa o conhecimento em conformidade com suas necessidades e suas possibilidades, daí as diferenças. Enquanto alguns alunos já convivem com livros, revistas, internet, outros nunca manusearam tais. E tornar os alunos atentos à presença da escrita e dos meios dos
quais dispõe na vida cotidiana e fazê-los perceber os vários usos sociais da escrita e leitura faz parte do processo de letramento, sempre buscando com que entendam que a leitura e escrita se fazem necessária hoje e agora, não apenas para um futuro distante, para que se sintam motivados para o esforço que a aprendizagem o exige.
O letramento deve dar-se nessa dimensão de prazer pelo aprendizado, sem pressão, censura, cobranças, mas como algo bom, útil e prazeroso. E é na alfabetização, quando se aprende a relação de letras e sons, que o prazer da leitura e escrita surge, com o manusear do material, seja pelo olhar, folhear sentir o cheiro, a cor, o peso, o toque dos livros, revistas, jornais e afins, que desperta o interesse e a percepção da importância desse conhecimento em suas vidas hoje e sempre.
Formar leitores e escritores é dar instrumentos para tal, para que se atualizem, busquem as informações, conheçam, explorem, tenham seu ponto de vista, vivam as emoções narradas nas leituras que leiam e consigam expressar seja através da oralidade ou da escrita.
No artigo “A entrada da criança no mundo da escrita: o papel da escola”, Magda Soares, compara a alfabetização e letramento como uma entrada em um país onde se exige passaporte. O passaporte seria o sistema da escrita alfabético e ortográfico e as convenções para seu uso, enquanto o outro passaporte é o letramento, ou seja, as práticas sociais que envolvem a língua escrita.
Tanto a criança, quanto adulto, precisa, para um processo de leitura e escrita eficaz, a união da alfabetização e do letramento. O jovem e o adulto sobremaneira. Ele vive a escrita e a leitura e é o seu mundo que ele quer ler, de forma prazerosa, útil, conciliando o conhecimento que já carrega consigo com o que a escola, através de suas mais diversas técnicas tem a proporcionar.
Em que pese à demora na preocupação pelo Estado, na educação de jovens e adultos, todavia, hoje o comprometimento com essa modalidade, é bastante acentuado, em especial, pela educadora, Magda Soares, que muito contribui para esse avanço, dentre tantos educadores, buscando conciliar leitura, escrita e letramento de forma harmoniosa e eficaz.
Ler e compreender os códigos, interpretar e compreender o que se lê são as maiores dificuldades que enfrentam os alunos e educadores do EJA, estes quando retornam aos bancos escolares já possuem valores e crenças já definidos, uma bagagem enorme. Nas escolas recebe-se jovens e adultos com vivências
profissionais, idades e origens distintas, ritmos de aprendizagens e opiniões das mais diversas.
4 DIFICULDADES ENFRENTADAS NA ALFABETIZAÇÃO DE	JOVENS E ADULTOS
Fonte:www.wscom.com.br
O jovem e adultos, ou seja, o educando na EJA, já concentra em si um contexto histórico, uma realidade social.São os que voltam as escolas porque procuram melhorar suas vidas, através do processo aprendizagem. Na visão de Gadotti (2008, p.31):
Os jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições precárias de vida (moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego, etc.) que estão na raiz do problema do analfabetismo. Para definir a especificidade de EJA, a escola não pode esquecer que o jovem e adultos analfabeto é fundamentalmente um trabalhador – às vezes em condição de subemprego ou mesmo desemprego
São realidades distintas a cada aluno, pois vivem num mundo de trabalho, família, grupos, são responsabilidades tantos sociais quanto familiares, com valores morais e éticos criados a partir da experiência pessoal, do lugar onde vive e da realidade sociocultural em que estão inseridos.
O senso comum, o valor pelo cotidiano, corriqueiro, o saber das ruas, o desafio para enfrentar os problemas diários confrontam com o conhecimento transmitido pela
escola. É um conhecimento sim, elaborado, mas não é sistematizado, não possui a valoração necessária no mundo letrado, e nem sempre é percebida sua importância pelo próprio aluno.
Ademais, muitos dos alunos, enfrentam problemas de saúde, como baixa visão, pouca audição ou muitas outras enfermidades que prejudicam o assimilar do conhecimento.
Conforme fala do mestre Paulo Freire, que apresentava em seus estudos como fundamental característica da EJA “o sujeito como ator de seu próprio aprendizado”, educando para conscientização, pela formação de sujeitos críticos, educação pela liberdade. O aluno precisa do amparo da escola para sobreviver, para atingir seus objetivos, satisfazer seus anseios.
Muitas vezes os alunos vem para a escola com problemas, oprimido, baixa autoestima, por vezes pela condição de excluído, de retardatário, que chega a escola cansado, e diante de um situação nova, e diferente, sente-se oprimido e desestimulados a acreditar que são capazes.
Nesse sentido, Werneck (1999, p.23) explica que:
Muitas vezes a escola se apresenta aos alunos como um pesado elefante. A primeira impressão deixada para o estudante é de alguma coisa impossível de ser ultrapassada. Poucos terão a alegria e certeza de poder enfrentar esse peso, mais próximo do desgosto do que felicidade.
Essa realidade que o educando encontra no jovem e adultos e diferente no ensino regular, onde as crianças, no seu tempo, assimilam, absorvem com a naturalidade que lhe é peculiar.
A grande maioria dos alunos da EJA possui baixo desenvolvimento cognitivo, o que pode ser explicado como causa neurológica ou pelos fatores mais diversos, como ambiente, sociedade, cultura. Nesse sentido, Scoz salienta que:
[...] os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou psicológicas, nem a análises das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multimensal, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. Tanto quanto a análise, as ações sobre os problemas de aprendizagem devem inserir-se num movimento mais amplo de luta pela transformação da sociedade. (SCOZ, 1994, p. 22).
Todavia esses jovens e adultos que ultrapassam a barreira da baixa autoestima e da opressão através da aprendizagem formal, como exprime Paulo Freire
(Pedagogia do Oprimido) que busca a libertação através da sua práxis pela necessidade do conhecimento e reconhecimento de lutar por ela, esses, vivem num contexto de condições precárias relacionadas à saúde, alimentação, moradia, trabalho.
De tal modo, que quando o educador inicia o ensinar, não está ele diante de meros expectadores, que querem aprender, mas de gente que sobrevivem em momentos e situações de dificuldades, desânimos e acima de tudo, buscam melhoria e qualidade de vida. Essa é a interpretação que faz Moacir Gadotti (2008, p.32), que contemporiza da seguinte forma:
Um programa de educação de adultos, por essa razão, não pode ser avaliado apenas pelo seu rigor metodológico, mas pelo impacto gerado na qualidade de vida da população atingida.
A educação de adultos está condicionada às possibilidades de uma transformação real das condições de vida do aluno-trabalhador. Os programas de educação de jovens e adultos estarão a meio caminho do fracasso se não levarem em conta essas premissas, sobretudo na formação do educador.
Quando se contextualiza a dura realidade do educando nota-se que este busca condições que melhorem sua vida através dos bancos escolares, tentando recuperar o tempo perdido, tardiamente, numa idade, por vezes avançada o aprendizado que não conseguir obter anteriormente.
4.1 O educador e suas dificuldades
Fonte: www.alfabetizacaocidada.wordpress.com
O trabalho do educador é árduo e complexo e desafiador, porque envolve questões das mais variadas no que concerne à educação, tendo que em vista ser distinta da educação para as crianças ou adolescentes, no ensino regular.
É através do estudo, da teoria e da prática que o educador se ajudará e poderá ajudar os educandos no processo de aprendizagem, que por um certo período vivenciará, caso já atuou ou atue na educação infantil, de uma nova visão de ensino, uma nova realidade.
Essa pode ser a primeira das muitas dificuldades que o professor irá ou enfrentar em sala da EJA. Tal seja um mundo diferente, uma clientela diferente que busca o ensino, mas não apenas uma educação formal, a esperança de melhoria de vida, tem expectativas diferentes das infantis. E isso não é objeto inerente ao currículo na formação do professor. E quando este se depara com problemas na vida familiar, ou com rostos cansados, depois de um dia de trabalho, que busca a aprendizagem a qualquer custo.
São mundos distintos, contextos diferentes, da educação infantil, como bem explica Pedro Demo (2002, p.17):
Supõe que o professor se interesse por cada aluno, busque conhecer suas motivações e seus contextos culturais, estabeleça com ele um relacionamento de confiança mútua, tranquila, sem decair em abusos e democratismos. Trata-se sempre de aprender junto, instituindo o ambiente de uma obra comum, participativa. A experiência do aluno será sempre valorizada, inclusive a relação natural hermenêutica de conhecer a partir do conhecido. O que se aprende na escola deve aparecer na vida.
E complementa Gadotti que (2008, p.17):
No mínimo, esses educadores precisam respeitar as condições culturais do jovem e do adulto analfabeto. Eles precisam fazer o diagnóstico histórico- econômico do grupo ou comunidade onde irão trabalhar e estabelecer um canal de comunicação entre o saber técnico (erudito) e o saber popular.
Uma das dificuldades apresentadas também por parte do professor é a bagagem cultural que o aluno traz consigo e as dificuldades que surgem destes e que devem ser trabalhados em sala de aula. Todavia os educadores, muitas vezes preocupados e ansiosos em destrinchar os conteúdos curriculares, desprezam o rico conhecimento prévio do aluno.
Outra dificuldade a ser encarada com seriedade é o relacionamento afetivo entre educando e educador, conforme Buber fala (1959, apud FAZENDA, 2003, p.38) “coloca que a verdadeira relação educadora só é possível na amizade...” e continua “o educador, guardando seu próprio lugar, do fundo do seu ser, se coloca também ao lado do aluno, vis-à-vis.”
Tal seja, é importante a amizade, a confiança, porque os educando atribulados pelos conflitos diários, sentem-se desestimulados e perdem o interesse, o foco pelo aprender, o que através de um contato gentil, caloroso e amigável com o professor ajuda a despertar a vontade de continuar e assimilar os conteúdos propostos no processo de ensino aprendizagem.
Ademais, a animosidade entre ambos dificultara a alfabetização, a permanência na escola, e frustrara os sonhos de luta pela liberdade e melhor condição de vida.
Ainda o professor precisa lidar com a baixa autoestima do aluno que muitas das vezes é marginalizado, discriminado pela sociedade na qual está inserido, sentindo-se incapaz de aprender. E é dever do professor incentivar, estimulara participação desses alunos e integrá-lo no processo de aprendizagem.
5 Desafios para enfrentar as dificuldades
Fonte: www.aplateia.com.br
A educação tem por desafio uma nova concepção de práticas pedagógicas que valorizem o senso crítico e emancipatório de seus educandos. Uma nova visão do aprender, não pautado em modelos predeterminados, mas na busca por aperfeiçoar o aprender no cotidiano, na necessidade profissional, na vivencia.
Percebe-se que não uma preocupação em formar pessoas críticas, baseando o currículo da EJA no do ensino infantil, o que contraria o objetivo do estudo de jovens e adultos, pois buscam diferentes caminhos.
A educação do EJA deve buscar consolidar indivíduos atuantes na sociedade, que emitam sua opinião, que critiquem, dialoguem, e são os conteúdos relevantes, atuais e interessantes, aprimorando o senso crítico.
É a falta desse método, que inviabiliza uma educação de qualidade, como bem enfatiza Pierro.
Ao focalizar a escolaridade não realizada ou interrompida no passado, o paradigma compensatório acabou por enclausurar a escola para jovens e adultos nas rígidas referências curriculares, metodológicas, de tempo e espaço da escola de crianças e adolescentes, interpondo obstáculos à flexibilização da organização escolar necessária ao atendimento das especificidades desse grupo sociocultural (PIERRO, 2005).
Há também a dificuldade concernente a contradição entre aprendizagem e permanência na escola, onde se exige que o aluno saiba ler e escrever, mas não são oferecidos métodos adequados e condições a isso, e há a cobrança que se eduque ao longo da vida para permanecer no mercado de trabalho, tornando-se um paradigma. Com relação a esse tema, Delors explica que, o progresso científico e tecnológico e a transformação dos processos de produção resultante da busca de uma maior competitividade fazem com que os saberes e as competências adquiridos, na formação inicial, tornem-se, rapidamente obsoletos e exijam o desenvolvimento da formação profissional permanente (DELORS, 2001).
De certa forma o desejo de realizar, desempenhar um papel na sociedade, saber compreender o mundo das letras e números e poder usufruir um melhor emprego, melhor salário, melhor qualidade de vida, faz com que o aluno retorne a escola. Segundo Delors (2001, p.103) “ninguém pode pensar adquirir, na juventude, uma bagagem inicial de conhecimentos que lhe baste para toda a vida, porque a evolução rápida do mundo exige uma atualização contínua dos saberes”.
São pessoas que ultrapassam a barreira da vergonha, da culpa e retornam a escola, a fim de avançar em seus conhecimentos, se sentirem preparados para os desafios no mercado de trabalho, perante a família, e perante a sociedade, que tanto cobra, discrimina sair da margem da sociedade de analfabetos e figurar como senhores de si.
Todavia, deve entender a educação não como mero deposito de conhecimentos, mais muito além disso, e não se ater nas disciplinas constantes do currículo. Ler, escrever e solucionar os cálculos como forma de garantir o conhecimento, mas visar a compreensão, a análise, reflexão e modificar o aprendido, adquirido em uso útil e social, capaz de modificar-se e transformar a sociedade. Para tanto, o conhecimento deve ser arquitetado como um movimento dialético, como explana Ferreira (1990):
O conhecimento é o movimento da síncrese (sensorial concreto), passando pela análise (abstração), chegando à síntese (o concreto-pensado, um novo concreto mais elaborado). A atividade analítico-sintética é indispensável ao avanço do conhecimento. A análise é a separação dos elementos particulares de um todo. A síntese é a reunificação dos elementos analisados. (FERREIRA, 1990, p. 51).
Assim, a educação que está sendo transmitida ao aluno aquém do esperado, pois tanto a metodologia quanto material de apoio são insuficientes ou inadequados, que não leva os educandos a reflexão e transformação.
Para que se atinja uma educação de qualidade segundo Ferreira é necessário elaborar um processo de problematização que se classifica da seguinte forma:
1º - Partir da prática concreta - Perguntar, problematizar a prática. São as necessidades práticas que motivam a busca do conhecimento teórico. Tais necessidades constituem o problema, aquilo que é necessário solucionar. Supõe, pois, identificar fatos e situações significativas da realidade imediata. 2º.- Teorizar sobre a prática - Ir além das aparências imediatas, desvelar, refletir, discutir, estudar criticamente, buscando conhecer melhor o tema problematizado. 3º - Voltar à prática para transformá-la - Voltar à prática com referenciais teóricos mais elaborados e agir de modo mais competente. (FERREIRA, 1990, p. 52.).
Muitos dos alunos deixam a escola por motivo de trabalho, ou ainda por a escola não vir de encontro com suas expectativas, e assim abandonam os bancos escolares. Muitos voltam porque tem incentivo da família, pressão no trabalho, vergonha perante a sociedade por não saber ler e escrever, exigências do mercado.
E em que pese à faixa etária ser muito acima do usual na escola, jovens e adultos, a influência da família tem sido fundamental para o retorno à escola.
Com relação às disciplinas que se trabalham na escola, na maioria das vezes estão presos na leitura, escrita e operações matemáticas, mas no que ratifica Silva (1991, p. 79-80) que “A leitura crítica é condição para a educação libertadora, é condição para a verdadeira ação cultural que deve ser implementada nas escolas”.
Por fim, ilustra Ferreira (1990) que:
A alfabetização, enquanto aquisição da língua escrita, não é simplesmente um ato mecânico de decodificação do código escrito, mas ocorre numa construção do conhecimento que envolve questões de ordens diversas e exige uma postura crítica para que se concretize plenamente. Alfabetização é a aquisição da língua escrita, por um processo de construção do conhecimento, que se dá num contexto discursivo de interlocução e interação, através do desvelamento crítico da realidade, como uma das condições necessárias ao exercício da plena cidadania: exercer seus direitos e deveres frente à sociedade global [...] A alfabetização passa por questões de ordem lógico-intelectual, afetiva, Sociocultural, política e técnica (FERREIRA, 1990, p. 60).
De forma que, a leitura, igualmente a escrita e a fala, são importantíssimas para o desenvolvimento intelectual do aluno, pois desenvolve o senso crítico e reflexivo
diante das situações do dia a dia, contribuindo para solucionar com autonomia e destreza problemas que antes de ser letrado, não conseguiria.
O aprendizado é uma construção sistemática de saberes que se interligam, se desenvolvem e nessa teia de conhecimento surgem as cabeças pensantes, as melhores ideias e o progresso da sociedade.
6 Processo de desenvolvimento
Fonte: www.fdvmg.edu.br
Deste modo, que o processo de desenvolvimento seja pautado não apenas em ler e escrever, no modo mecânico de leitura, escrita e números, mas alcançar a realidade do aluno.
Na EJA as diferenças do ensino regular são muitas, sejam pela idade, experiências vividas, culturas e crenças, que levam a necessidade de ser tratado também o método de ensino com diferença.
Os alunos adultos levam a sério o estudo, a escola, o aprendizado, enquanto que as crianças ainda querem o lúdico, o brinquedo. Não que na EJA não possa ocorrer o lúdico, mas o objetivo do educando EJA é outro.
E o trabalho pedagógico também é diferenciado, tratando os educandos com seriedade, mas com carinho, acolhendo suas experiências e respeitando suas dificuldades, para que não perca o interesse.
Quando o aluno volta para a sala de aula, ou inicia depois de adulto, traz consigo a canseira, a vergonha, desmotivação, o preconceito, a discriminação, a doença. E tudo isso precisa ser levado em conta para que não haja desistência, evasão e perda do interesse.
A educação carece de atitudes inovadoras que busquem compreender os alunos e as suas dificuldades, atentando para suas histórias, as que trazem para a sala e as que levam dela.
Sabendo dasexpectativas, fica mais fácil atingir o objetivo que é ampliar seu conhecimento, não simplesmente memorizar, mas valorizar a interpretação, o senso crítico a sabedoria dos educandos, a sua autoestima que é um dos pontos negativos e dificuldades enfrentadas pela escola. Estimulando-os a sua autoconfiança, fé em si, em sua capacidade de aprender e de ensinar, porque o educando ensina o educador todos os dias.
Ter expectativas, objetivos concretos, sonhar com o sucesso, com o melhor, com o novo, e ajudar os alunos a descobrir a solidariedade, o carinho, a esperança, de maneira que o aprendizado das letras e números seja prazerosa, fácil e útil.
Buscar diminuir e se possível erradicar a evasão escolar, porque cada aluno a menos na escola é uma cabeça pensante que deixa de pensar da forma sistemática e correta. Vai deixar de criticar, de refletir, de contribuir para sua comunidade.
Com o cansaço do trabalho, as dores lombares, a fraca visão e audição, o filho para se preocupar e o jantar por fazer nãos sejam empecilhos que provocarão a desistência.
Mas que seja incentivo para mudar, buscar o conhecimento formal e informal e com a ajuda da administração pedagógica, o trabalho com o lado emocional, profissional e a valoração do aluno como ser pensante e ser humano digno, capaz e sujeito de direito de uma educação de qualidade, não importando as dificuldades, mas sabedor que uma vez adquirido o bem do saber ninguém poderá jamais tirá-lo de si.
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7 LEITURA COMPLEMENTAR
Rubio
Nome do autor: Bárbara Charlois Marques e Juliana de Alcântara Silveira
Data de acesso: 11/08/2016
Disponível	em:	http://www.facsaoroque.br/novo/publicacoes/pdf/v3-n1-
2012/Barbara.pdf
O Processo de Alfabetização de Jovens e Adultos Resumo
Este artigo aborda o processo de alfabetização e como ocorre a sua aplicação na Educação de Jovens e Adultos (EJA). A alfabetização em EJA cada vez mais se apresenta como um objeto de campo específico de estudos da educação, que delineou e uniformizou seus métodos, processos e resultados, por meio de currículos organizados para esse fim.
Palavras-chave: Alfabetização; Educação; EJA.
Introdução
No Brasil aproximadamente quinze milhões de pessoas são analfabetas, com idade igual ou superior a quinze anos. Portanto, conhecer alguns aspectos sobre a Educação de Jovens e Adultos contribui para a construção de um país mais cidadão, pois a alfabetização é um instrumento básico para o exercício da cidadania. Porém, milhões de pessoas ainda não tem acesso a esse instrumento. Por outro lado, sabemos que uma significativa parcela da população do país é formada por analfabetos funcionais, aqueles que embora declarem saber ler e escrever, não compreende o que leem.
A Educação de Jovens e Adultos
A EJA é uma modalidade de ensino, e também é parte integrante da Educação Básica. Essa modalidade está destinada ao atendimento de alunos que não concluíram na idade própria os estudos no Ensino Fundamental ou do Ensino Médio. A denominação “Educação de Jovens e Adultos” substitui o termo Ensino Supletivo da Lei nº 5.692/71. Esta lei atualmente compreende o processo de alfabetização, cursos e exames supletivos nas etapas: fundamental e média. A Educação de Jovens
e Adultos é considerada mais do que um direito para os cidadãos brasileiros, ela é a chave que abrirá as portas para o seu pleno exercício da cidadania.
A Educação de Jovens e Adultos se inicia no Brasil no ano de 1930, quando o sistema público de educação elementar começa a se consolidar. Neste momento o país também passava por grandes transformações no processo de industrialização e concentração populacional.
Em 1938 foi criado o Instituto Nacional de Estados Pedagógicos (INEP), que permitiu a instituição em 1942, do Fundo Nacional do Ensino Primário, o qual deveria com o programa de educação primária, incluir o Ensino Supletivo para adultos e adolescentes. Com o fim da 2º guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertava para a urgência de integrar os povos visando paz e democracia, o que mais tarde contribuiria para que a Educação de Jovens e Adultos ganhasse maior destaque diante da Educação elementar comum.
Em 1947 é lançado a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA) que no primeiro momento pretendia que a alfabetização fosse realizada em três meses e a formação do curso primário em dois períodos de sete meses. Depois seguiria a etapa de ‘’ ação em profundidade’’ voltada para a capacitação profissional e ao desenvolvimento comunitário. Em seus primeiros anos a campanha teve resultados significativos sobre a direção do Professor Lourenço Filho, renovando e ampliando os serviços existentes.
Neste momento acreditava-se que o analfabetismo era tido como causa e não efeito causado pela situação econômica do país, e o adulto analfabeto era visto como marginal e incapaz. Essa visão se modificou e a campanha de Educação de adultos reconhecia o adulto como pessoa capaz de interagir com o meio, de raciocinar e solucionar possíveis problemas em seu cotidiano. O Ministério da Educação lança então o Primeiro Guia de Leituras oferecidas às escolas supletivas existentes em todo o país, e o seu método de ensino era silábico e as lições partiam de palavras chave selecionadas e organizadas de acordo com as suas características fonéticas.
A campanha de Educação de Adolescentes e Adultos em 1950 sofreu muitas críticas, e o caráter do aprendizado pedagógico parecia superficial e inadequado para a população adulta. Como principal referência no Brasil, Paulo Freire com seu pensamento pedagógico inspirou, no ano de 1960 uns dos principais programas de alfabetização e de educação popular. O Plano Nacional da Educação (PNE) que tinha
como objetivo o programa de alfabetização no Brasil é aprovado em janeiro de 1964 tendo como idealizador Paulo Freire e contou com a grande participação de estudantes, sindicatos e vários outros grupos que estavam tomados pela efervescência política da época que logo adiante seria interrompida pelo golpe militar, quando os movimentos de conscientização popular foram desativados e os seus líderes punidos.
Era elaborado então por Paulo Freire a proposta de alfabetização conscientizadora cujo objetivo pode ser traduzido em uma frase “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Paulo Freire começa a desenvolver um conjunto de procedimentos pedagógicos que a partir de então fica conhecido como “O Método Paulo Freire”.Movimento Brasileiro de Alfabetização
No ano de 1970, ainda sob a ditadura militar é lançado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), um projeto que tinha como objetivo acabar com o analfabetismo existente no Brasil em apenas oito anos. O MOBRAL era constituído como organização autônoma em relação ao Ministério da Educação e contava com um volume significativo de recursos. No MOBRAL era proposta a alfabetização através de palavras chave retiradas do cotidiano do aluno, de suas experiências de vida. O Mobral expandiu-se em todo o território nacional, onde sua atuação era diversificada e é a partir destas iniciativas que foi criado o Programa de Educação Integrada (PEI). Este programa abria a possibilidade de continuidade de estudos para os recém alfabetizados, nomenclatura que também era dada para os chamados alfabetos funcionais, pessoas que dominavam com muita dificuldade a escrita e a leitura.
A meta estabelecida pelo MOBRAL não é alcançada e o número de pessoas analfabetas no país ainda é muito grande. Em 1971 o Ensino Supletivo é implantado no Brasil, e a educação de adultos pela primeira vez na sua história ganha um estatuto legal sendo organizada em capítulo exclusivo da Lei nº5.692/71, intitulado Ensino Supletivo. O artigo 24 desta legislação estabelecia como função do supletivo suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos que não a tivessem conseguido concluir na idade correta. O MOBRAL é extinto em 1985 e substituído pela Fundação
Nacional de Educação de Jovens e Adultos (Fundação Educar) no governo José Sarney.
Em 1989, em comemoração ao Ano Internacional da Alfabetização, foi criada, no Brasil, a Comissão Nacional de Alfabetização, coordenada inicialmente por Paulo Freire e depois por José Eustáquio Romão. Ela foi criada com o objetivo de elaborar diretrizes para a formulação de políticas de alfabetização em longo prazo que não foram assumidas pelo governo federal.
Movimento de Educação de Jovens e Adultos e seus Fundamentos
No dia 29 outubro de 1989 é lançado o Movimento de Educação de Jovens e Adultos (MOVA), criado pelo grande educador Paulo Freire, quando ele estava à frente da Secretaria da Educação do Município de São Paulo.
Paulo Freire, no lançamento do Programa MOVA-SP refere-se a alguns movimentos populares que surgiram muitas vezes em função da ausência do Estado. Com a gestão da então prefeita Luiza Erundina, os movimentos populares encontravam-se diante de uma administração que mostrava vontade política de enfrentar o analfabetismo. Os movimentos populares oficializaram-se através do Decreto nº28.302 de 21 de novembro de 1989 com a parceria entre o governo e representantes da sociedade.
O Projeto MOVA-SP tinha os seguintes objetivos:
a)Desenvolver um processo de alfabetização que possibilitasse aos educandos uma leitura crítica da realidade; b)Através do Movimento de Alfabetização, contribuir para o desenvolvimento da consciência crítica dos educandos e educadores envolvidos; c)Reforçar o incentivo à participação popular e à luta pelos direitos sociais do cidadão, ressaltando o direito básico à educação pública e popular; d)Reforçar e ampliar o trabalho dos grupos populares que já trabalhassem com alfabetização de adultos na periferia da cidade.
O MOVA tinha como proposta um programa de escolarização básica de jovens e adultos, e também lutava pela escola pública e popular. Tinha como seus idealizadores Paulo Freire, Pedro Pontual, Stela Graciani, Maria José Vale Ferreira, Maria Alice de Paula Santos, Martha Carvalho e Moacir Gadotti.
Os núcleos de alfabetização e pós-alfabetização do MOVA foram sediados em equipamentos da própria comunidade, que incluía a história do movimento popular da
região procurando ler a realidade de forma crítica. A concepção pedagógica do MOVA não foi inventada por Paulo Freire e nem pelos seus coordenadores, ela foi se construindo processualmente com o próprio desenvolvimento da educação popular. No seu primeiro ano de funcionamento, o MOVA implementou 626 núcleos de alfabetização em convênio com 56 movimentos populares tendo formado 2.001 alfabetizadores e alfabetizado 12.185 pessoas. No ano de 1990, foi realizado o I Congresso de Alfabetização da Cidade de São Paulo do qual participaram mais de cinco mil educandos e educadores. A meta estabelecida pelo programa era de alfabetizar 60 mil pessoas até o ano de 1992.
O MOVA não adotou uma única orientação metodológica, ou como se costumava dizer o método Paulo Freire, mas procurou manter o pluralismo, e não aceitou métodos pedagógicos anticientíficos e filosóficos autoritários ou racistas.
A EJA ao longo dos anos 90
O governo do Presidente Fernando Collor em março de 1990 extinguiu a Fundação Educar e criou-se um enorme vazio, tendo alguns estados e municípios assumido a responsabilidade de oferecer programas na área. Mas com muita falta de materiais didáticos, de apoio e de recursos que poderiam ser utilizados pelos educadores e é assim que a Educação de Jovens e Adultos chega aos anos 90. O Governo Brasileiro não vem honrando seus compromissos em relação à tão importante e delicado problema. Sabemos que a educação é um direito de todos e um dever do Estado, mas a grande maioria da população, principalmente os menos favorecidos, ainda não tem acesso à educação. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, constam no Título V, Capítulo II, Seção V, dois Artigos relacionados, especificamente, à Educação de Jovens e Adultos:
Art. 37 - A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
Art. 38 - Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I. no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II. No nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
O parecer nº774/99 do Conselho Estadual de Educação (CEED) deixa claro que esta nova lei incorpora os princípios fundamentais do antigo Supletivo na Educação Básica, sendo autorizado o desenvolvimento do ensino fundamental ou médio, voltados para a Educação de Jovens e Adultos.
Em novembro de 1998, foi criada a Associação de Apoio ao Programa de Alfabetização Solidária, uma organização não governamental e sem fins lucrativos, com estatuto próprio. Tinha o compromisso de alfabetizar, e não se restringia só em ensinar a ler e escrever o próprio nome, mas a compreender o processo em que consiste ensinar a ler e escrever e a pensar sobre o que foi lido e escrito. Seu objetivo era ampliar a visão de mundo do educando fazendo-o um cidadão crítico e reflexivo.
Brasil Alfabetizado
Antes de qualquer coisa precisamos reconhecer que nossas altas taxas de analfabetismo são decorrentes da pobreza que cerca nosso país. O analfabetismo representa a negação de direitos fundamentais como a falta de moradia, de alimentação de emprego, de transporte, de saúde e de escola. Mas isso tudo significa que o grande problema de analfabetismo não será totalmente resolvido apenas por meio de programas educacionais, mas sim acompanhado de políticas sociais.
O MEC em janeiro de 2003 anuncia que a Educação de Jovens e Adultos seria a grande prioridade do Governo Federal. É criada então a Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo que tinhacomo objetivo acabar com analfabetismo do país durante o mandato do atual Presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Nasce então o Programa Brasil Alfabetizado com o objetivo de universalizar a educação de brasileiros; o programa é desenvolvido em território nacional e atua nos 1.928 municípios com índices de analfabetismo igual ou superior a 25%. O Programa Brasil Alfabetizado atendeu 9,9 milhões de jovens e adultos desde sua criação até 2008 e agora em 2009 deverá atender de 1,5 milhões a 2,0 milhões de jovens e adultos.
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em 2007, está reformando o Programa Brasil Alfabetizado, sem discutir o seu conceito, mas tentando envolver mais redes de ensino estaduais e municipais. Para que possa ter efeito positivo não poderá ser descartada a participação da sociedade civil e o envolvimento de Organizações não Governamentais (ONGS) e dos movimentos sociais para com isso tentar-se vencer o analfabetismo. A reorganização do Programa Brasil Alfabetizado foi estabelecida pelo Decreto nº6. 093, de 24 de abril de 2007, tendo por diretrizes a base territorial para a execução das ações e a prioridade aos professores da rede pública.
O Governo Federal criou dois selos para premiar os municípios que apresentarem a diminuição do analfabetismo. O selo Cidade Livre do Analfabetismo, que será concedido a toda a cidade que alcançar 97% da alfabetização, e o selo Cidade Alfabetizadora, para o município que, em 2010 comparados com os dados de 2001, tiver reduzido a taxa de analfabetismo em 50%.
O programa é para o Brasil como um todo, mas serão prioritários os 1.100 municípios com taxas de analfabetismo superior a 35%. Esse programa tem dois focos: primeiro o Nordeste, região que concentra 90% dos municípios com altos índices de analfabetismo, o segundo foco é os jovens de quinze a vinte e nove anos.
Paulo Freire e suas concepções pedagógicas
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife. Embora criado por uma família de classe média, interessou-se pela educação dos oprimidos de sua região. Hoje é considerado um dos maiores pedagogos da História da Educação. Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como: Educação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados Americanos, 1992).
O educador é reconhecido mundialmente, mas também é alvo de muitas críticas devido as suas ideias e práticas, mas é inegável que Freire teve grande contribuição a favor da Educação Popular. Paulo Freire dá início a trabalhos com iniciativas populares, juntamente com paróquias católicas e elabora projetos que abrangem desde o jardim de infância até à educação de adultos, objetivando o desenvolvimento do currículo e a formação de professores.
O resultado desse trabalho foi partilhado com outros grupos: técnicas como estudo em grupo, ação em grupo, mesas redondas, debates e distribuição de fichas temáticas eram praticados nesse tipo de trabalho. Foi a partir do desenvolvimento desse projeto que se começou a falar de um sistema de técnicas educacionais, o "Sistema Paulo Freire", que podia ser aplicado em todos os graus da educação formal e da não-formal.
Durante 1970 e 1980, o seu trabalho de alfabetização foi interpretado sob a denominação "Método Paulo Freire" um passaporte para a revolução. Em 1960, Paulo Freire trabalhava como coordenador dos projetos de educação de adultos, quando apoia a criação do Movimento de Cultura Popular (MCP), mas infelizmente, militantes católicos, protestantes e comunistas interpretam suas tarefas educativas de modo diferente e criam uma cartilha de alfabetização de adultos, escolhendo uma abordagem política. Freire foi contra essa prática, pois para ele essa cartilha consistia no ensino de mensagens prontas aos analfabetos, tentando manipulá-los.
Paulo Freire estava convencido da capacidade das pessoas, pois já tinha feito várias experiências nos domínios visual e auditivo enquanto elas aprendiam a ler e a escrever. Essa experiência mostrou para ele que não era suficiente começar com uma discussão intensa da realidade, pois os analfabetos são fortemente influenciados por suas falhas na escola e em outros ambientes de aprendizagem. A partir daí Freire começou a experimentar essa nova concepção na alfabetização, no círculo cultural que ele mesmo coordenava como monitor e cujos membros conhecia pessoalmente. Paulo Freire relata que na vigésima primeira hora de alfabetização, um dos participantes era capaz de ler artigos simples de jornal e escrever sentenças curtas. Os slides, particularmente, criavam grande interesse e contribuíam para a motivação dos participantes. Depois de trinta horas (sendo uma hora por dia, durante cinco dias da semana) a experiência foi concluída. Três participantes tinham aprendido a ler e escrever. Podiam ler textos curtos e jornais e escrever cartas. Nascia o "Método Paulo
Freire de Alfabetização". No ano de 1983 tem sua aplicação no MOVA na cidade de São Paulo em Diadema, durante a administração de Paulo Freire na Secretaria Municipal de Educação. O método permaneceu o mesmo, embora houvesse mudanças na ordem e no conteúdo, de acordo com a situação socioeconômica dos vários locais de alfabetização, com a criação do Movimento de Cultura Popular (MCP), Paulo Freire passou a ser um dos seus líderes mais atuantes.
Como coordenador nacional dessa grande corrente alfabetizadora, Paulo Freire estava atento as rejeições que sofreria com a implementação nacional de suas concepções pedagógicas. A dificuldade expressou-se na sua campanha piloto em Brasília, que claramente apontava para o mais famoso educador brasileiro, cuja "ação cultural para a liberdade" encontrava obstáculos para ser implementada no contexto do sistema educacional que estava em vigor no país. O Governo Federal é derrubado pelas forças militares brasileiras, em março de 1964 quando essa grande experiência é interrompida.
O pedagogo Paulo Freire é preso duas vezes por causa de seu "método subversivo".
Paulo Freire foi aceito pela embaixada da Bolívia como refugiado político, e o governo boliviano o contratou como consultor de serviços educacionais para o Ministério da Educação. Porém, vinte dias após sua chegada a La Paz, ele testemunhou um novo golpe de Estado contra a administração reformista de Paz Estensoro. Freire decidiu, então, buscar refúgio no Chile, onde, através da vitória de uma aliança populista, o democrata cristão Eduardo Frei assumiria o poder. Paulo Freire permaneceu no Chile por quatro anos e meio, trabalhando no Instituto Governamental chamado ICIRA (Instituto de Pesquisa e Treinamento em Reforma Agrária) e, também no governamental, "Escritório Especial para a Educação de Adultos", sob a coordenação de Waldemar Cortéz.
No Brasil, em 1964, Freire estava ciente das dificuldades e dos custos político que envolvia o seu programa pedagógico. Com isso ele adota uma nova perspectiva política, seus postulados teóricos relativos à ideologia e ao conhecimento mudam e passam do "tático", para o "estratégico". O "processo de conscientização" tornou-se sinônimo de luta entre as classes, e a integração cultural mudou-se para revolução política.
Suas práticas educativas tornaram-se uma práxis mais revolucionária e uma maior ênfase foi colocada no tema do compromisso para com o oprimido. O Estado africano de São Tomé e Príncipe, recém libertado da colonização portuguesa, confiou a Freire o programa de alfabetização, os resultados desse programa superaram as expectativas. Quatro anos depois, Freire recebeu uma correspondência do Ministro da Educação informando que 55% dos estudantes matriculados nas escolas, não eram mais analfabetos, e 72% já tinham concluído o curso.
Em 1967, Freire foi pela primeira vez, aos Estados Unidos como conferencista de seminários promovidos nas Universidades. Paulo Freire estava ansioso para "experimentar" a cultura norte-americana, para descobrir o terceiro mundo (guetos, favela, etc) no primeiro mundo. Mas, ele lamentava a perda de contato com qualquertipo de experiência pedagógica em outros países em estavam em desenvolvimento. Desse modo, decidiu ficar na Universidade de Harvard por seis meses.
O Estado africano de São Tomé e Príncipe, recém libertado da colonização portuguesa, confiou a Freire o programa de alfabetização, e os resultados desse programa superaram as expectativas. Quatro anos depois, Freire recebeu uma correspondência do Ministro da Educação informando que 55% dos estudantes matriculados nas escolas, não eram mais analfabetos, e 72% já tinham concluído o curso.
Entre 1975 e 1980, Freire trabalhou em São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola e Nicarágua, sempre como um militante, e não apenas como um técnico, que combinava seu compromisso com a causa da libertação com o amor para com os oprimidos, em agosto de 1979, Freire visitou o Brasil durante um mês e teve sua volta definitiva em março de 1980. Quando Freire retornou ao Brasil o Movimento de Educação Popular, que ele ajudou a implantar em 1960, tinha seu segundo momento de influência.
Paulo Freire idealizou e testou um sistema educacional e uma filosofia de educação, primeiramente nos vários anos de seu ativo envolvimento com a América Latina. Seu trabalho foi posteriormente, desenvolvido nos Estados Unidos, na Suíça, na Guiné-Bissau, em São O sistema educacional e a filosofia da educação de Paulo Freire têm suas referências em várias correntes filosóficas, tais como Fenomenologia, Existencialismo, Personalismo Cristão, Marxismo Humanista e Hegelianismo. Para decepção de muitos intelectuais acadêmicos tradicionais do Primeiro Mundo, sua
filosofia e sistema tornaram-se tão correntes e universais que os temas geradores permaneceram no centro dos debates educacionais da pedagogia crítica, pelo menos durante as últimas três décadas.
Considerações Finais
Alfabetizar jovens e adultos, hoje, não é apenas ensiná-los a ler e escrever seu próprio nome. É oferecer-lhes uma escolarização ampla e com mais qualidade. E isso requer avaliações contínuas, e atividades que estejam relacionadas com o cotidiano dos alunos, o meio social, a comunidade em que ele está inserido, ou seja, sua realidade trazida para a sala de aula. Além disso, a educação de jovens e adultos não deve se preocupar apenas em reduzir números e índices de analfabetismo. Deve ocupar-se de fato com a cultura do educando, com sua preparação, e inserção para o mercado de trabalho.
Mas o analfabetismo não está descartado, e não será eliminado sem a mobilização da sociedade, é preciso a força e a união entre as pessoas, todos juntos lutando pela igualdade social, e pela educação de qualidade oferecida a todo país sem distinção de crenças, raças ou cores.
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