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CURSO – UNASUS 1 • O preenchimento incorreto ou incompleto do prontuário é uma infração à ética médica. Código de Ética Médica - Capítulo X: É vedado ao médico: Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente. • O preenchimento do prontuário médico é obrigação e responsabilidade intransferíveis do médico, fazendo-se exceção aos hospitais de ensino, nos quais alunos de Medicina o fazem sob supervisão, correção e responsabilidade de médicos, sejam professores de medicina ou do staff do hospital de ensino. É prática antiética e ilegal, portanto, condenável, delegar seu preenchimento a outrem que não médico habilitado perante o Conselho de Medicina. • O paciente ou seu responsável tem direito ao acesso ao prontuário, bem como explicações necessárias a sua compreensão, salvo quando ocasionar riscos para o paciente ou para terceiros. • Outra condição de permissão liberada ao prontuário é a do médico na função de auditor. Este deve apresentar-se ao diretor técnico ou diretor clínico da Instituição que lhe garantirá o acesso ao prontuário, o qual deverá ocorrer dentro das dependências da instituição de saúde responsável pela posse e guarda do prontuário. O perito, inclusive, tem o direito de examinar o paciente para confrontar o descrito no prontuário. O médico auditor obriga-se a manter o sigilo profissional. CARIMBO MÉDICO EM PRESCRIÇÕES: • A utilização de carimbo de médico em prescrição é opcional, pois não há obrigatoriedade legal ou ética. O que se exige é a assinatura com identificação clara do profissional e o seu respectivo CRM. Não há proibição expressa para eventuais auto prescrições de médicos, exceto no caso de entorpecentes e psicotrópicos. (PARECER CFM nº 1/14) QUANTO TEMPO DEVE SER GUARDADO UM PRONTUÁRIO? • Os prontuários em suporte de papel devam ser guardados por um prazo de 20 anos, a partir do último registro, pelo profissional de saúde ou pelo estabelecimento de saúde para efeitos legais (ações que possam ser impetradas na Justiça) e só podem ser eliminados após o arquivamento dos dados, por microfilmagem ou de outra forma (Resolução CFM nº 1.331/89). SIGILO MÉDICO Código de Ética Médica (2009) Capítulo IX É vedado ao médico: Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. Parágrafo único. Permanece essa proibição: a) mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido; b) quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o médico comparecerá perante a autoridade e declarará seu impedimento; c) na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal. Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente. Art. 78: Deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e zelar para que seja por eles mantido. Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade. Vale lembrar que o médico não está obrigado a comunicar às autoridades crime pelo qual seu paciente possa ser processado. Como exemplo de justa causa, para a revelação do segredo médico, temos a situação de um paciente portador de uma doença contagiosa incurável de transmissão sexual e que se recusa a informar e a proteger seu parceiro sexual do risco de transmissão, ou ainda, que deliberadamente pratica o sexo de forma a contaminar outras pessoas. O dever legal configura-se quando compulsoriamente o segredo médico tem de ser revelado por força de disposição legal expressa que assim determine. Por exemplo: atestado de óbito, notificação compulsória de doenças etc. Outra situação específica de revelação de segredo médico por dever legal é a comunicação de crime de ação pública, especialmente os ocasionados por arma de fogo ou branca, e as lesões corporais que apresentam gravidade. Nesse caso, a comunicação deverá ocorrer à autoridade policial ou do Ministério Público da cidade onde se procedeu o atendimento, observando a preservação do paciente. Ocorrendo as hipóteses de "justa causa" (circunstâncias que afastam a ilicitude do ato), de "dever legal" (dever previsto em lei, decreto etc.) ou de autorização expressa do paciente, o PRONTUÁRIO: MÉDICO E FAMILIAR DOCUMENTOS M E D I C O S http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/integra.asp http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/integra.asp [Digite aqui] profissional estará liberado do segredo médico. A requisição judicial, por si só, não é "justa causa". Entretanto, a solução para que as autoridades obtenham informações necessárias é que o juiz nomeie um perito médico a fim de que o mesmo manuseie os documentos e elabore laudo conclusivo sobre o assunto. Ou, então, solicitar ao paciente a autorização para fornecer o laudo médico referente a seu estado. ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS O documento, para ser admitido em juízo como elemento de prova, necessita de ter sua autenticidade reconhecida e de estar datado e assinado. Rasuras comprometem o valor legal. Em casos de retificações, aconselha-se a escrever entre parênteses indicações como “sem efeito”, “digo” ou expressões análogas e, a seguir, escrever a correção. Os autores de todos os registros no prontuário deverão ser identificados por meio do nome completo e da assinatura do profissional assistente com seu número de inscrição no respectivo conselho de classe. Recomenda-se SEMPRE USAR CARIMBO. As anotações precisam ser legíveis. “É vedado ao médico receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar em branco papeletas de receituários, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos médicos”. É um direito do paciente ter acesso, a qualquer momento, ao seu prontuário, recebendo por escrito o diagnóstico e o tratamento indicado, podendo, inclusive, solicitar cópias do mesmo. A documentação deve conter a identificação do profissional, o número de registro no órgão de regulamentação e controle da profissão (CRM, Coren etc.). Quando da solicitação do responsável legal pelo paciente – sendo este menor ou incapaz –, o acesso ao prontuário deve ser-lhe permitido e, se solicitado, fornecer as cópias solicitadas ou elaborar um laudo que contenha o resumo das informações lá contidas; Caso o pedido seja feito pelos familiares do paciente, será necessária a autorização expressa dele; Na hipótese de que ele não tenha condições para isso ou tenha ido a óbito, as informações devem ser dadas sob a forma de laudo ou cópias; Entenda-se que, em qualquer caso, o prontuário original, na sua totalidade ou em partes, não deve ser fornecido aos solicitantes, pois é documento que, obrigatoriamente, precisa ser arquivado pela entidade que o elaborou. Entenda-se, também, que os laudos médicos não devem ser cobrados, facultando- se, porém, a critérios da entidade, a cobrança das xerocópias quando fornecidas por ela. PRONTUÁRIO FAMILIAR O Prontuário Familiar é um documento sigiloso, de elaboração obrigatória, destinado ao registro ordenado de todas as informações referentes aos indivíduos do domicílio que habitam. Compreende: fichas individuais e coletivas, genograma e formulários de acompanhamento familiar Composto por documentos relativos aos indivíduos moradores de determinado domicílio e relativos a acontecimentos familiares, não importando se há laços biológicos entre eles O Prontuário Familiar é umdos requisitos fundamentais da Estratégia de Saúde da Família, focando na atenção da pessoa como um todo, em todos os ciclos da vida, desde o nascimento, e da saúde da criança (0 a 9 anos), do adolescente (10 a 19 anos), da gestante e puérpera, passando pelo adulto (20 a 59 anos) e chegando ao idoso (acima de 60 anos). Estrutura do Prontuário familiar: 1. Capa ou Envelope do Prontuário: nome e endereço da instituição, nome e número de registro da família e o endereço. 2. Formulário de Registro da Família: dados demográficos e socioeconômicos 3. Formulário Individual 4. Genograma Familiar: Retrato momentâneo a família. Deve ser atualizado anualmente, ou em situações de alteração na composição familiar, mudanças importantes nas relações familiares ou novos diagnósticos. Deve-se fazer um novo desenho a cada atualização, arquivando o desenho antigo. O genograma deve conter representação de todas as gerações residentes no domicílio e mais uma acima do integrante mais velho; Deve-se ainda anotar ar doenças e/ou fatores de risco registradas abaixo do nome; Circular com uma linha contínua as pessoas que moram na mesma residência. 5. Fichas de Acompanhamento: Devem ser localizadas nas primeiras páginas do prontuário para possibilitar a rápida visualização dos problemas ou das condições de maior relevância da vida do domicílio, como, por exemplo: nascimentos, doenças, internações, óbitos, riscos, mudança de residência, casamentos e divórcio. 6. Formulário sobre o Domicílio: informa o tipo de domicílio em que vivem as famílias e suas características sociossanitárias. REGISTRO MÉDICO ORIENTADO POR PROBLEMAS (SOAP) [Digite aqui] É um método eficiente para a recuperação rápida das informações clínicas de um indivíduo, garantindo continuidade articulada de cuidados em equipe multiprofissional. No A, registra-se a impressão diagnóstica do profissional. Doenças definidas, sintomas ou doenças sociais. Apresenta a forma farmacêutica, a via de administração e posologia detalhadas. E ainda, como veremos na lição 2: por tratar-se de um estabelecimento do SUS, a prescrição deve ser realizada com a Denominação Comum Brasileira e nunca com o nome comercial do medicamento. O Índice Terapêutico (IT) é definido pela relação DL50/DE50. Vários autores ainda transmitem a ideia de que, quanto maior o Índice Terapêutico de uma droga, maior é a sua margem de segurança, pois ele indica a distância entre a Dose Letal mediana e a Dose Efetiva Mediana. O IT é capaz de dar uma ideia da margem de segurança no uso de um fármaco, mas não é efetivamente um guia útil para a segurança de um medicamento no uso clínico. TÉCNICA DE PRESCRIÇÃO O Índice Terapêutico (IT) é definido pela relação DL50/DE50. Vários autores ainda transmitem a ideia de que, quanto maior o Índice Terapêutico de uma droga, maior é a sua margem de segurança, pois ele indica a distância entre a Dose Letal mediana e a Dose Efetiva Mediana. O IT é capaz de dar uma ideia da margem de segurança no uso de um fármaco, mas não é efetivamente um guia útil para a segurança de um medicamento no uso clínico. A prescrição é o ato de definir o medicamento a ser consumido pelo paciente com a respectiva dosagem, a duração do tratamento e a orientação de uso. É vedado ao médico receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível sem a devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos. A prescrição deve ser escrita sem rasura, em letra de forma, por extenso e legível, utilizando tinta e de acordo com nomenclatura e sistema de pesos e medidas oficiais; No âmbito do Sistema Único de Saúde, o medicamento deve ser prescrito pelo nome genérico, obrigatoriamente, adotando-se a Denominação Comum Brasileira (DCB) e, em sua ausência, a Denominação Comum Internacional (DCI); Nos serviços privados de saúde, a prescrição pode ser feita utilizando-se o nome genérico ou o comercial; O documento não deve trazer abreviaturas, códigos ou símbolos; Não é permitido abreviar formas farmacêuticas (“comp.” ou “cap.” em substituição a “comprimido” ou “cápsula”), vias de administração (“VO” ou “IV”, em substituição a “via oral” ou “via intravenosa”), quantidades (“1 cx.” em substituição a “01 (uma) caixa”) ou intervalos entre doses (“2/2 h” ou “8/8 h” em substituição a "a cada 2 horas" ou “a cada 8 horas”). A prescrição não pode sofrer rasuras. Se presentes, deverão ser justificadas em observações escritas e assinadas pelo profissional no mesmo receituário A prescrição deve conter: 1. Nome, forma farmacêutica e concentração do fármaco prescrito (evitando-se abreviações e uso de decimais); 2. A quantidade total de medicamento (número de comprimidos, drágeas, ampolas, envelopes), de acordo com a dose e duração do tratamento; 3. Via de administração, o intervalo entre as doses, a dose máxima por dia e a duração do tratamento; 4. São obrigatórios a assinatura e o carimbo do prescritor, no qual deve constar o número de seu registro no respectivo conselho profissional; 5. Data da prescrição. Além da forma legível, a quantidade deve sempre ser expressa em algarismos arábicos (0,1,2,3...) e sem abreviaturas, sem emendas e sem rasuras. Dicas importantes: Ingesta via TGI: a prescrição do medicamento deve começar com a palavra tome; Pomada, creme ou loção: devem começar com a palavra aplique; PRESCRIÇÃO DE FÁRMACOS [Digite aqui] Supositório: devem começar com a palavra introduza; Gotas, colírios etc.: devem começar com a palavra coloque. Como as instruções devem ser empregadas para lembrar o propósito da prescrição, para isso, utilize palavras ou certas frases, a exemplo de: “para alívio da dor”; “para alívio da coceira”; “para alívio da febre” etc Temos dois importantes compromissos no momento da prescrição, o que escrevemos (ou digitamos) e o que dizemos (ou explicamos). Efeitos dos medicamentos: o paciente precisa saber quais sintomas desaparecerão ou não, quando o efeito iniciar-se-á, o que pode acontecer se o medicamento não for tomado; Efeitos indesejados: quais podem ocorrer, como reconhecê-los, qual é a duração e a gravidade, o que fazer; A receita, sempre que possível, deve ser feita na presença do paciente. Isso é importante para que o paciente fique seguro de que a prescrição está sendo feita para o seu caso em particular, o que aumenta a confiança no médico. Seu carimbo é de uso pessoal e intransferível!!! Evite deixá-lo em gavetas ou em cima da mesa quando você não estiver por perto. Leve-o sempre com você!!! Descrever, de forma compreensível e detalhada, as medidas não medicamentosas que fizeram parte da prescrição. Prescrever, na medida do possível, somente uma medicação. Evitar a polifarmácia. Esclarecer à pessoa e/ou ao acompanhante tudo o que for imprescindível sobre o medicamento prescrito: dose, duração do tratamento, interações medicamentosas, reações adversas e riscos durante e depois de seu uso, forma de armazenamento. DISPENSA RECEITA PARA SEREM COMPRADOS Antiacneicos tópicos e adstringentes; Antiácidos e antieméticos; Antibacterianos tópicos; antidiarreicos; Antiespasmódicos; Anti-histamínicos; antisseborreicos; Antissépticos orais, oculares, nasais, de pele e mucosas, urinários e vaginais tópicos; Aminoácidos, vitaminas e minerais; Anti-inflamatórios. O controle de antimicrobianos, de uso sob prescrição médica que só podem ser dispensados com escrituração nas farmácias e retenção da receita médica. Você - médico prescritor - poderá possuir, sob sua guarda e responsabilidade, comomaterial exclusivamente para tratamento de emergência (maleta): medicamentos das listas A1 e A2 (morfina, codeína, etilmorfina) até três ampolas; B1 (benzodiazepínicos) até cinco ampolas. Para efetuar a reposição dessas ampolas, deve ser feita uma receita amarela ou azul, conforme o caso, devidamente preenchida com os dados do paciente ao qual tenha sido administrado o medicamento. Após selecionar o tratamento medicamentoso e escrever a receita, o médico deve informar ao paciente: a) Os objetivos a curto (ou a longo) prazo do tratamento instituído; b) Como, quando e por quanto tempo deve tomar o medicamento; c) Seus benefícios e riscos (interações medicamento-medicamento ou medicamento-alimento, reações adversas, intoxicações); d) Procedimentos a seguir se surgirem alguns efeitos adversos; e) Forma de guardar os medicamentos; f) O que fazer com as sobras. Medicamento Similar: São produzidos após vencer a patente dos Medicamentos de referência e são identificados por um nome de marca. Possuem eficácia, segurança e qualidade comprovadas através de testes científicos e são registrados pela Anvisa. Possuem o mesmo fármaco e indicação terapêutica do medicamento de referência, podendo diferir em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos. Não podem ser substituídos pelo medicamento de referência nem pelo medicamento genérico. Medicamento Genérico: É igual ao medicamento de referência e possui qualidade, eficácia terapêutica e segurança comprovadas através de testes científicos. Registrado pela Anvisa. Não possui nome de marca, somente a denominação química de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB). Pode ser substituído pelo medicamento de referência pelo profissional farmacêutico ou vice-versa. [Digite aqui] O art. 52 do Código de Ética Médica (CEM) veda ao médico desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável. Transcrição de receita médica – o art. 2º do CEM veda ao médico delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivas da profissão médica. Casos especiais são os dos profissionais portadores de deficiência física que os impeçam de desempenhar a tarefa de prescrição Troca de receita médica – implica infração ao art. 37 do CEM, que assinala ser vedado ao médico prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nessas circunstâncias, fazê-lo imediatamente após cessar o impedimento. O atendimento médico a distância, nos moldes da telemedicina ou de outro método, dar-se á sob regulamentação do Conselho Federal de Medicina. Conclui-se que prescrever medicamentos ou solicitar exames caracterizam o atendimento médico, só realizado com a presença do paciente. Transcrição de receita médica: o art. 37 do CEM é bastante enfático ao proibir a prescrição de tratamentos ou outros procedimentos sem exame direto do paciente (anamnese + exame físico). Em casos excepcionais, por exemplo, de medicações de uso prolongado ou anticonvulsivantes, o médico poderá prescrever como continuidade, ou seja, outro especialista fez uma prescrição anterior. Prescrição médica sem data: o médico não deve elaborar a receita sem apor a respectiva data, pois tal omissão constitui infração ao art. 87 do CEM. RENAME E FARMÁCIA POPULAR Há evidências de que trabalhar com número limitado de medicamentos essenciais favorece qualidade de atenção à saúde, melhor gestão de medicamentos, mais fácil auditoria, mais fácil treinamento do prescritor e melhor informação ao paciente, o que foi verificado inclusive em países ricos. Na atualidade, cresce o número de medicamentos colocado para comercialização, sendo que apenas 1% representa reais inovações com relevância clínica. Há, pois, um armamentário excessivo e repetitivo, criando- se “famílias” de medicamentos, em que os mais novos são muito semelhantes em eficácia e em segurança (me-toos) aos já existentes. As poucas diferenças encontradas dizem respeito a aspectos farmacocinéticos, os quais, por vezes, repercutem favoravelmente na terapêutica. Custo alto não exclui da lista um medicamento, se esse representa a melhor escolha para uma condição específica. Ao contrário, se todos os critérios hierarquicamente mais importantes (eficácia, segurança e conveniência ao paciente) forem similares, a decisão penderá em favor do que tiver preço mais justo, para tornar-se mais facilmente disponível aos pacientes que dele necessitarem. A lista de medicamentos essenciais deve ser instrumento educativo e orientador da prática dos profissionais que a ela recorrem. Por isso deve ser única, organizada por grupos farmacológicos utilizados para manejar manifestações gerais de doença (dor, inflamação, alergia, infecção, neoplasia, intoxicação, distúrbios carenciais) e para tratar doenças de diferentes sistemas orgânicos. A RENAME e a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente poderão conter produtos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA ‘‘AQUI TEM FARMÁCIA POPULAR’’: Os medicamentos de uso contínuo tem desconto de 90%, sendo que alguns para o tratamento do diabetes e hipertensão (por exemplo, metformina, insulina, vários betabloqueadores e hidroclorotiazida) são gratuitos. Medicamentos para asma, doença de Parkinson, glaucoma, anticoncepcionais, osteoporose e rinite também estão disponíveis. Para obter o medicamento na Farmácia Popular, o paciente precisa ter em mãos seu CPF, um documento com fotografia, e a prescrição médica contendo o CRM do médico emitente com o carimbo e assinatura, a data da expedição da receita (de até 180 dias), o nome e o endereço residencial do paciente. A prescrição deve conter o endereço do paciente Conforme Portaria nº 111/16, é obrigatório a apresentação de prescrição médica, laudo ou atestado médico com a informação de endereço do paciente, a qual é prevista na Lei nº 5.991/73, que dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras Providências. A referida Lei determina, em seu artigo 35, que somente será aviada a receita: que estiver escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais; que contiver o nome e o endereço residencial do paciente e, expressamente, o modo de usar a medicação e que contiver a data [Digite aqui] e a assinatura do profissional, endereço do consultório/unidade de saúde ou da residência, e o número de inscrição no respectivo Conselho profissional. Pela Portaria 111, está previsto o preenchimento do receituário médico com as informações do endereço do usuário pelo profissional farmacêutico, com a anuência do paciente, no ato da dispensação, caso as referidas informações não tenham sido disponibilizadas pelo médico prescritor. Fica dispensada a obrigatoriedade da presença física do paciente, titular da receita médica, SOMENTE quando se enquadrar nas seguintes condições: 1. Pessoa considerada incapaz, desde que comprovado; 2. Pessoa idosa, com idade igual ou superior a 60 anos . A dispensação nos casos previstos acima apenas será realizada mediante a apresentação dos seguintes documentos: CPF e RG do paciente, titular da receita; CPF e RG do representante legal, o qual assumirá juntamente com o estabelecimento as responsabilidades pelaefetivação da transação. ATESTADO, LAUDO E DECLARAÇÕES O Atestado médico é documento de fé pública, é parte integrante do atendimento – portanto, é direito do paciente solicitá-lo – e tem como função básica confirmar a veracidade de um ato médico realizado. É ainda do nosso Código a proibição de que o médico utilize formulários de instituições públicas para atestar, mesmo a verdade, quando verificada em instituição particular. É falsidade ideológica quando o atestado é emitido sem ter o médico praticado ato profissional que o justifique, ou seja, sem a apresentação do prontuário médico correspondente ao respectivo atestado. A inexistência do prontuário médico é o bastante para caracterizar a ausência do ato médico, uma vez que o mesmo Código de Ética, em seu artigo 86, veda ao médico deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente. O mesmo artigo 80 reconhece como falsidade ideológica o atestado médico que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade Ao banalizar o atestado, que é um documento jurídico, o médico descumpre: Codig. Etica Médica (CEM), Constituição Federal, Cód. Penal e Civil O atestado passa a ter valor a partir da data de sua emissão e deve conter o número de dias ou horas que o paciente deverá ficar ausente por motivo de doença. O Atestado Médico tem limitação de 15 dias de validade para que o empregador remunere o empregado que se afastar por motivo de doença, após o que deve encaminhá-lo ao INSS, que passará a assumir a remuneração do empregado ausente do serviço. O diagnóstico por meio do CID (Código Internacional de Doenças) só será colocado após esclarecimento e autorização do paciente. A colocação do diagnóstico deve ser acompanhada do esclarecimento ao interessado quanto às implicações da quebra do sigilo médico. Modelo de atestado São atestados para atender à exigência de rede pública: Por motivo de doença, deficiência ou condição especial, pacientes solicitam aos seus médicos atestados destinados à isenção de Imposto de Renda, à obtenção de Passe Livre em transporte público e à liberação do IPI para compra de veículos, entre outras demandas. Nada impede o fornecimento de tal documento. De posse do relatório emitido haverá avaliação do servidor público, por “médico perito”, que pode solicitar outros documentos e exames que comprovem o diagnóstico e a terapêutica realizados até aquele momento, para que se comprove a condição de isenção. ATESTADO DE SAÚDE Atestado médico de saúde destinado à prática de atividades físicas ou esportivas, laborais e para fins de viagens. A solicitação ou a obrigação de apresentação de Atestado Médico para atividades esportivas e competições visa rastrear, em indivíduos saudáveis, problemas que possam acarretar morte súbita . Indivíduos com problemas de saúde já conhecidos têm acompanhamento médico, são medicados e geralmente já conhecem seus riscos e limites. [Digite aqui] Polêmicas à parte, caso você seja solicitado para emitir um Atestado Médico para atividade física, recomenda-se: a) Fazer a história clínica com ênfase em antecedentes pessoais e familiares e em hábitos de vida; b) interrogar sobre os objetivos da atividade física e a participação pregressa em atividades esportivas etc.; c) Fazer exame físico geral com atenção especial para o aparelho cardiovascular; d) Quando houver indícios de anormalidades, investigar com o uso de eletrocardiograma de repouso, teste ergométrico, ecodopplercardiograma e outros exames de maior complexidade, desde que justificados. Elementos que devem conter no documento: a) Tipo de atividade física permitida e de preferência com a intensidade de treinamento físico sendo sugerida; b) Nos casos em que existem limitações à prática de alguma modalidade estas deverão estar claramente mencionadas c) Toda e qualquer informação a respeito do quadro clínico, exame físico e exames complementares deverão estar contidos no atestado médico quando solicitados e autorizados pelo paciente d) Estratificação do risco individual e) Deverá especificar qualquer restrição clínica, seja de natureza cardiorrespiratória ou locomotora ATESTADO PARA VIAGENS ATESTADO PARA TRABALHO O Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) é um documento de responsabilidade do médico do trabalho usado como referência médica em relação aos trabalhadores, pois auxilia na decisão quanto ao seu destino profissional. Objetivos: o Prevenção de doenças de natureza ocupacional e, o Promoção da saúde dos trabalhadores, buscando a melhor adequação do trabalho ao homem – e deste ao trabalho. O ASO tem valor legal sendo endossado pelo prontuário médico do trabalhador. O prontuário deve conter detalhada anamnese ocupacional física e mental, resultados de exames complementares, conclusões e medidas implementadas. No exame admissional, não são permitidos testes de gravidez, de esterilização e exame de HIV (AIDS), por se constituir prática discriminatória Afastamento até 15 dias: o atestado será analisado pelo médico da empresa; o pagamento dos primeiros 15 dias (para quem tem vínculo empregatício) fica a cargo de empresa Afastamento acima de 15 dias: o(a) empregado(a) será submetido(a) à perícia médica no INSS, exceto os aposentados pelo INSS e ativos na Empresa, que serão submetidos à perícia médica na Empresa. A decisão deve ser encaminhada imediatamente à Empresa; se a decisão for pela incapacidade ao trabalho o paciente receberá o auxílio- doença. O médico do trabalho tem autonomia para diminuir ou aumentar os dias de afastamento do empregado. Licença maternidade: descanso de 120 dias, a partir do último dia trabalhado, concedido a empregada parturiente e a empregada que adotar uma criança ou obtiver a guarda judicial para fins de adoção. a partir da data do documento de comprovação, sem prejuízo do emprego e do salário. Em caso de aborto não criminoso comprovado mediante atestado médico oficial, é garantido à mulher um repouso remunerado de 2 semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava; A licença maternidade pode ser adquirida desde a 36º semana. No atestado, o médico deve informar IG e Data Provavel de Parto (DPP) Licença paternidade: extensão dos dias (05 dias a partir do nascimento da criança) da licença condedica pelo empregador, limitada a 60 dias e sendo facultativa a sua concessão. a licença paternidade passa de cinco para vinte dias para os servidores públicos federais. ATESTADO DE DEFICIÊNCIA Para comprovar deficiência em admissão ao emprego compete ao médico assistente emitir um laudo médico que comprove formalmente a deficiência que subsidiará a conduta do médico do trabalho da empresa e/ou da instituiçãoo Veja o que o laudo médico deverá conter: o enquadramento da deficiência na legislação vigente; o exames complementares; o tipo de deficiência permanente ou temporária; [Digite aqui] o Classificação Internacional de Doenças (CID 10) com o grau ou nível de deficiência correspondente. O CID não deve referenciar-se à causa e, sim, à sequela, por exemplo, deve referir-se à amputação e não à neoplasia que a originou. O laudo médico deverá ser emitido pela rede pública de saúde ou conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS). ATESTADO DE ÓBITO A Declaração de Óbito (DO) é o documento-base do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS). É composta de três vias autocopiativas, pré- numeradas sequencialmente. Perante a lei, os médicos devem atestar, na Declaração de Óbito (DO), a ocorrência da morte e registrar a sua causa, quer do ponto de vista médico, quer de eventuais aplicações jurídicas, para permitir o diagnóstico da causa jurídicado óbito: seja o homicídio, o suicídio, seja o acidente ou a morte chamada natural. A principal fonte sobre o tema “mortalidade no Brasil” é o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O instrumento de alimentação de dados desse sistema é a Declaração de Óbito. Assim, seu correto preenchimento é fator primordial no processo para que os dados sejam confiáveis e reflitam a realidade “Nós médicos somos educados para valorizar e defender a vida. Sempre nos ensinaram que a morte é a nossa principal inimiga, contra a qual devemos envidar todos os nossos esforços. Esse raciocínio reducionista, porém real; equivocado, porém difundido, é fonte de incontáveis prejuízos para as pessoas. A morte não é a falência da Medicina ou dos médicos. Ela é apenas uma parte do ciclo da vida. É a vida que se completa.” (Brasil, Ministério da Saúde, 2009). É vedada a distribuição da Declaração de Óbito para as empresas funerárias. Fluxo da DO: o Primeira via (branca): Recolhida por profissional da Secretaria Municipal de Saúde nas unidades notificadoras. Deve ficar em poder do setor responsável pelo processamento dos dados nas instâncias estadual e municipal. Secretaria Municipal de Saúde arquiva a 1ª via. o Segunda via (amarela): entregue pela família do falecido ao Cartório de Registro Civil, que arquiva e utiliza para emissão da Certidão de Óbito. Cartório de Registro Civil arquiva a 2ª via. o Terceira via (rosa): permanece nas Unidades Notificadoras, arquiva no prontuário do falecido. Em casos de óbitos notificados pelos estabelecimentos de saúde, Instituto Médico Legal (IML) ou Serviço de Verificação de Óbito (SVO), para ser anexada à documentação médica pertencente ao falecido. Estabelecimento de saúde arquiva a 3ª via. O médico tem a responsabilidade ética e jurídica pelo preenchimento e pela assinatura da DO, assim como pelas informações registradas em todos os campos desse documento. Deve, portanto, revisar o documento antes de assiná-lo. Em caso de mortes naturais em localidades onde não haja médico, o responsável pelo falecido, acompanhado de duas testemunhas, comparece ao Cartório de Registro Civil, que preenche as três vias da DO. Em que situação deve-se emitir a DO? o Em todos os óbitos ( natural ou por causa acidental ou violenta). o Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento, independentemente da duração da gestação, do peso do recém- nascido e do tempo que tenha permanecido vivo; o No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas, ou o feto com peso igual ou superior a 500 gramas, ou estatura igual ou superior a 25 centímetros. Em caso de morte natural, sempre que possível, o atestado deve ser emitido pelo médico assistente. Quando o óbito ocorrer sem assistência médica, o corpo deve ser encaminhado para o SVO. Em caso de morte não natural, a legislação, conforme o art. 162 do Código de Processo Penal (BRASIL, 1941), determina que esses atestados sejam emitidos por médicos legistas após necropsia no Instituto Médico Legal (IML). No caso em que se deseje cremação do cadáver do falecido, devem ser observados os seguintes itens: o A exigência legal de que, para a realização de cremação, a Declaração de Óbito seja assinada por dois médicos. o Cremação para os casos de morte violenta: o atestado de óbito deverá ser assinado por 1 (um) médico legista e só será efetuada a cremação mediante autorização do Poder Judiciário, o qual exige uma declaração do delegado de polícia responsável pelo inquérito e do IML esclarecendo que não se opõem à [Digite aqui] cremação, bem como o Boletim de Ocorrência. PREENCHIMENTO DA DO Não pode haver emendas ou rasuras. Caso isso ocorra, deve-se ressalvar a emenda ou a rasura, repetindo os dados de forma legível e assinando novamente, ao pé da ressalva. Se não for possível ressalvar, o jogo deve ser anulado e encaminhado ao setor da Secretaria Municipal de Saúde responsável pela distribuição, para controle. Deve, ainda, ser evitado deixar campos em branco, assinalando a opção “Ignorado” quando não se conhecer a informação solicitada ou um traço (-) quando não se aplicar ao item correspondente ou na impossibilidade de serem obtidas as informações. CAMPO 40: Registrar apenas uma doença, alteração ou lesão em cada linha. Para cada causa registrada, indicar, sempre que possível, na casela à direita, o tempo aproximado entre o início da doença e a morte (em horas, dias, meses ou anos); Se esse tempo for desconhecido, preencher como “desconhecido” ou ignorado. Mais uma vez, fique atento(a) para esta recomendação: A “causa básica” da morte deverá ser registrada na última linha informada. Óbito pós cirurgia: Em caso de intervenção cirúrgica, a causa básica é a patologia que exigiu a intervenção e nunca a intervenção em si. ENCAMINHAMENTOS E SOLICITAÇÃO DE EXAMES A referência compreende o fluxo de encaminhamento do usuário do nível menor para o de maior complexidade. A contrarreferência está relacionado ao ato de referenciar do nível de maior para o de menor complexidade para dar continuidade ao acompanhamento do usuário. De acordo com o Código de Ética Médica, é vedado ao médico (Art. 82), deixar de encaminhar de volta ao médico assistente o paciente que lhe foi enviado para procedimento especializado, devendo, na ocasião, fornecer- lhe as devidas informações sobre o ocorrido no período em que se responsabilizou pelo paciente.
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