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Trabalho de Habeas corpus

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EXMO. SR. 1º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO JANEIRO. 
 
 ADVOGADO, nacionalidade..., Estado Civil..., advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº..., endereço eletrônico..., endereço profissional na Rua..., Cidade/UF..., CEP..., vem à presença de vossa excelência, com fulcro no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e nos artigos 647 e 648 do CPP, para impetrar o presente.
 
 HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM PEDIDO DE LIMINAR
 Em favor da paciente MATILDE, brasileira, divorciada, (desempregada), portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo IFP, inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado na rua..., bairro..., cidade..., RJ, e-mail..., indicando como autoridade coatora MM. Juiz da 10ª Vara de Família da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, aduzindo para tanto o que passa a expor:
I - DOS FATOS
 Matilde, domiciliada na cidade do Rio de Janeiro, está sendo executada por seus filhos Jane e Gilson Pires, menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, Gildo, pelo rito do artigo 911 do CPC. 
 Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo da 10ª Vara de Família da Capital, Matilde foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos cinco meses não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de Família. 
 Ocorre que Matilde está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar.
 A executada, encontra se no momento acometida de doença e para tanto necessita de tratamento diário. 
 
 E por aduzir assistir razão ao seu pleito, é que impetra o presente, conforme fundamentos a seguir expostos.
II - DOS FUNDAMENTOS
 Inicialmente, não resta dúvida a necessidade medida que ora se requisita. Conforme disposto no ar. 5º, LXVII da Constituição da República, o habeas corpus se presta a coibir violação da liberdade de locomoção de quem já tenha sofrido ou esteja na iminência de sofrer, o que é o caso em comento.
 Ademais, a decisão da autoridade coatora indica não guarda fundamento de validade, senão vejamos:
 A paciente foi apresentada como parte Ré num processo de execução de alimentos que busca o pagamento dos últimos 5 meses. Contudo, o art. 911 do CPC leciona que a execução fundada em título executivo extrajudicial em que haja obrigação de pagar, o juiz mandará citar o executado para que faça o pagamento em três dias. A paciente, conforme já relatado acima, não apresenta condições de adimplir o débito por motivos alheios à sua vontade, não tendo fundamento a edição do decreto prisional, notadamente em seus artigos 528, §§ 2º ao 7º.
 Dessa forma, o direito da paciente foi violado vez que o § 7º do art. 528, combinado com o art. 911 e corroborado pela súmula 309 do STJ são claros em lecionar que a prisão civil é justificada pelo débito dos 3 últimos meses anteriores ao ajuizamento da ação, o que invalida o pedido feito na inicial que ora se ataca.
 Segundo interpretação do artigo 1.694 do Código Civil, o valor da pensão deve ser arbitrado levando em consideração o binômio necessidade/possibilidade. Necessidade de quem recebe os alimentos e possibilidade de quem os deve prover. 
 Desta forma, a executada está acobertada por excludente de responsabilidade, tendo em vista que sua capacidade econômica o impossibilita de cumprir satisfatoriamente a obrigação alimentar dos meses vencidos, tendo em vista que a mesma esta acometida de doença grave, conforme doc. em anexo....
 Importante frisar que, a prisão do executado é medida extrema e não solucionará o problema do débito alimentar, tendo em vista que a quantia executada jamais será paga em sua integralidade, pois a executada está impossibilitada de suas capacidades laborais no momento.
 O encarceramento agravará ainda mais o seu estado de saúde, pois a mesma necessita de tratamentos médicos diariamente, por este motivo, se encontra fora do mercado de trabalho. 
 Sobre a temática do tema, tratam os tribunais: 
ALIMENTOS - PRISÃO CIVIL DO DEVEDOR - AUSÊNCIA DE MÁ VONTADE EM SALDAR O DÉBITO - "A prisão civil por dívida de alimentos é medida excepcional, que somente deve ser empregada em casos extremos de contumácia, obstinação, teimosia, rebeldia do devedor que embora possua meios necessários para saldar a dívida, procura por todos os meios protelar o pagamento judicialmente homologado..." (TJSP - HC 170.264-1/4 – 6 a. C - j. 20.8.92 - rel. Des. Melo Colombi) - RT 697/65. 
 Assim, por estes fundamentos, o decreto prisional não deve ser executado, vez que incorrerá em grave violação do direito da paciente e requer-se, dede logo, que seja concedido o presente pedido de habeas corpus para a manutenção da justiça.
III- DA LIMINAR
 Como já é sabido, a concessão de medida liminar fundamenta-se na presença de dois elementos justificantes, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
 
 O fumus boni iuris resta claramente demonstrado quando da limitação imposta por lei processual, notadamente quanto ao débito alimentar de três meses e principalmente pelo fato da paciente ter justificado, de modo verídico, a impossibilidade de adimplir sua obrigação alimentar em face de doença e de estar afastada do mercado de trabalho há mais de 1 ano.
 De outro giro, o periculum in mora consiste na possibilidade do decreto prisional ser executado, o que causará grave violação de direito, visto que o mesmo não guarda fundamento que o sustente. Ainda poderá agravar os problemas de saúde suportados pela paciente.
IV - DOS PEDIDOS
 Ante o exposto, requer:
 1. a concessão da medida liminar para sustar o decreto prisional, determinando-se o recolhimento do mesmo; 
2. a notificação da autoridade coatora para que preste informações;
3. a concessão de Habeas Corpus preventivo com posterior expedição de alvará de salvo conduto em favor da paciente; 
 Nestes termos, pede deferimento. 
 
 Local, data 
 Advogado/UF

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