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PET 09 - MEMORIAIS

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#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
AO JUIZO DE DIREITO DA(XX) VARA CÍVEL DA COMARCA DE (XXXX)
PROCESSO Nº: 0000000-20.2019.5.22.0100
	Juvanildo, devidamente qualificado nos autos da ação em epígrafe, por seu advogado infrafirmado, vem apresentar MEMORIAIS à REPLICA apresentada por Lineu, nos termos abaixo fundamentados:
ALEGAÇÕES FINAIS
I. DA SÍNTESE DOS FATOS
	Os presentes autos dizem respeito à Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais c/c Rescisão Contratual e Pedido de Restituição de Valores, ajuizada por JUVANILDO DA SILVA em face de OBRA LIMPA LTDA. O Autor busca a reparação pelos danos advindos da quebra injustificada do contrato de Construção por Empreitada, bem como o não cumprimento das obrigações contratuais por parte da Requerida.
II. DO DIREITO À INDENIZAÇÃO
	A legislação pátria, em especial o artigo 422 do Código Civil:
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
	Estabelece a obrigação de boa-fé na execução dos contratos, sendo dever das partes agirem de maneira leal e honesta. O descumprimento unilateral do contrato por parte da Requerida, além de configurar violação à boa-fé objetiva, enseja o direito do Autor à reparação pelos danos sofridos, conforme as disposições do artigo 186 do mesmo diploma legal.
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
III. DA RESCISÃO CONTRATUAL E RESTITUIÇÃO DE VALORES
	A quebra unilateral e injustificada do contrato impõe a necessidade de sua rescisão, nos termos do artigo 475 do Código Civil e Superiores Tribunais. 
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
APELAÇÃO CÍVEL. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA. ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL. RESCISÃO CONTRATUAL ADMITIDA. RESTITUIÇÃO INTEGRAL DOS VALORES PAGOS PELOS COMPRADORES. SÚMULA 543 DO STJ. DEVOLUÇÃO EM PARCELA ÚNICA. SÚMULA 02 TJSP. CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DE CADA DESEMBOLSO. JUROS MORATÓRIOS QUE INCIDEM DA CITAÇÃO. RECURSO PROVIDO. 1. Na hipótese de a vendedora dar causa à resolução do contrato de promessa de compra e venda de imóvel, deve ocorrer a restituição imediata e integral das parcelas pagas pelo comprador. Súmula 543 do Superior Tribunal de Justiça. 2. A correção monetária incide a partir de cada desembolso e os juros devem incidir a partir da citação, por se tratar de responsabilidade contratual. Precedentes deste Tribunal.
(TJ-SP - AC: 10115507820198260011 SP 1011550-78.2019.8.26.0011, Relator: Maria do Carmo Honorio, Data de Julgamento: 29/11/2020, 3ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 29/11/2020)
	Nesse contexto, é imperativo que a Requerida restitua os valores pagos pelo Autor, devidamente atualizados, visto que a contraprestação contratual não foi entregue, configurando enriquecimento sem causa.
IV - DO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO
O contrato foi claro ao prever em suas cláusulas e não dispondo sobre qualquer tolerância.
No entanto, até o momento, mais de alem da assinatura do contrato, não há qualquer notícia de conclusão ou mesmo satisfação pelo não cumprimento do contrato.
Ao firmar o referido contrato, o Réu já deveria considerar os riscos inerentes ao segmento, não deixando a cargo da outra parte a responsabilidade de se preparar para um inadimplemento e absorver os prejuízos.
Portanto é indiscutível que houve um inadimplemento contratual que ampara a resolução do contrato aqui pleiteado, cumulado com indenização por perdas e danos, conforme previsto expressamente no CDC:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Sendo cabível, portanto, ser dada a opção ao consumidor, nos termos do Art. 18, §1º do CDC, pela rescisão e restituição total do valor pago, cumulado com perdas e danos.
Assim, deve-se adotar, ao presente caso, a teoria do risco do empreendimento, de Sérgio Cavalieri Filho, segundo a qual:
"todo aquele que se disponha a exercer alguma atividade no mercado de consumo tem o dever de responder pelos eventuais vícios ou defeitos dos bens e serviços fornecidos, independentemente de culpa". (in Responsabilidade Civil, 2008. p. 475)
No caso, a entrega de um produto diferente das condições contratadas e a demora na prestação do serviço enquadra-se perfeitamente, no conceito de "defeito". O autor Sérgio Cavalieri aduz, ainda, que:
"a responsabilidade decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade (...) ou executar determinados serviços. O fornecedor passa a ser o garante dos produtos e serviços que oferece no mercado de consumo" (in Responsabilidade Civil, 2008. p. 476).
Nesse sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE CONTRATO C/C INDENIZAÇÃO. PRELIMINAR. INCOMPETÊNCIA JUÍZO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA TRANSITADA EM JULGADO APÓS A PROPOSITURA DESTA AÇÃO.NÃO CONFIGURAÇÃO. INTELIGÊNCIA ARTIGO 81 DO CDC. SERVIÇOS FUNERÁRIOS.ILEGALIDADE. EMPRESA NÃO PERMISSIONÁRIA.FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RELAÇÃO DE CONSUMO. CDC. APLICABILIDADE.RESCISÃO CONTRATO. ART. 42, DO CDC.AUSÊNCIA DE ENGANO JUSTIFICÁVEL.DEVOLUÇÃO EM DOBRO. POSSIBILIDADE.RESSARCIMENTO POR DANOS MORAIS.FIXAÇÃO. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.1. O ajuizamento de ação civil pública, não impede a propositura de ação individual concomitantemente pela parte, ainda de versa sobre o mesmo objeto, por não se caracterizar litispendência, nos termos do artigo 81 do CDC.2. Constatada a impossibilidade de cumprimento do contrato, afigura-se correta a decretação da sua rescisão, com a devolução dos valores pagos.3. Nos termos do artigo 42 do CDC, não sendo caracterizado engano ou erro escusável, a restituição deverá ser em dobro.4. No caso, a situação narrada ultrapassa os meros aborrecimentos, sendo devidos o ressarcimento por danos morais.5. Recurso conhecido e não provido. (TJPR - 11ª C.Cível - AC - 1633239-5 - Colombo - Rel.: Fábio Haick Dalla Vecchia - Unânime - J. 04.07.2018)
Portanto é indiscutível que houve um inadimplemento contratual que ampara a resolução do contrato aqui pleiteado.
Nestes casos, o Código Civil Brasileiro, previu em seu artigo 475 a possibilidade de resolução do contrato:
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Assim, diante do desinteresse do Autor em exigir o cumprimento do compromisso, resta a via judicial para buscar a resolução do contato firmado, o que deve ocorrer com a devolução integral dos valores que já foram pagos, e indenização pelos danos sofridos, conforme posicionamento firmado nos Tribunais:
APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. SENTENÇA CONJUNTA. Inadimplemento pela promitente compradora do qual decorre o direito à rescisão contrato de promessa de compra e venda com a reintegração da promitente vendedora na posse do bem. Embargos manejados por terceiro, que firmou contrato de promessa de compra e venda com a ré da ação principal sem a ciência da autora daquele feito nem a prévia anuência da incorporadora e proprietária registral. Situação em que prevalece o direito reintegratório da promitente vendedora do contrato resolvido, a qual sempre contou com a anuência negocial exarada pela incorporadora do imóvel. APELO DESPROVIDO. (TJRS, Apelação 70080071483, Relator(a): Mylene Maria Michel, Décima NonaCâmara Cível, Julgado em: 28/03/2019, Publicado em: 01/04/2019)
AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO C/C PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS. REVELIA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS ALEGADOS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESCISÃO DO CONTRATOPOR CULPA DA RÉ. RESTITUIÇÃO DE VALORES. MULTA CONTRATUAL. A revelia gera a presunção de veracidade dos fatos alegados. Diante disso, tem-se que a rescisão do contrato se deu por culpa da demandada, que descumpriu o que pactuou com a autora. Dessa forma, viável a rescisão do contrato, com a restituição dos valores adimplidos e comprovados nos autos. Recurso da autora provido, no ponto. (...) RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Cível Nº 71008463861, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Ana Cláudia Cachapuz Silva Raabe, Julgado em 24/04/2019).
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO - CONTRATO DE FRANQUIA EMPRESARIAL - INADIMPLEMENTO CONTRATUAL DA FRANQUEADORA - COMPROVAÇÃO - RESCISÃO DO CONTRATO POR CULPA DA FRANQUEADORA - DANOS MATERIAIS - IMPOSSIBILIDADE - DANOS MORAIS - CONFIGURAÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO - MAJORAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. Restando comprovado nos autos o inadimplemento contratual da franqueadora, que deixou de entregar os produtos solicitados pelos franqueados, de rigor a rescisão do contrato celebrado por culpa da mesma franqueadora, com o pagamento da multa estipulada no referido contrato. Considerando que os valores cobrados a título de danos materiais não têm relação com o descumprimento do contrato pela franqueadora em não proceder à entrega dos seus produtos, não se há de falar em sua condenação a esse título. Os sentimentos de transtorno e constrangimento do franqueado que, em razão da não disponibilização dos produtos solicitados, fica impossibilitado de desenvolver de forma efetiva, o seu comércio, não podem ser considerados como mero dissabor, ensejando dano moral passível de reparação. Consoante preconizado no art. 85, § 2º, do Novo Código de Processo Civil, os honorários advocatícios devem ser fixados entre o mínimo de dez por cento e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos os critérios estabelecidos nos incisos I, II, III e IV do mesmo dispositivo legal.(TJ-MG - AC: 10024134030584001 MG, Relator: José de Carvalho Barbosa, Data de Julgamento: 18/07/2019, Data de Publicação: 26/07/2019, #43240435)
Dessa forma, diante de um notório inadimplemento contratual, deve ser reconhecido o direito à rescisão com a devolução imediata dos valores pagos, devidamente atualizados, cumulado com multa contratual e indenização por danos materiais e morais.
V. DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS
	Os danos morais experimentados pelo Autor são inequívocos diante da expectativa frustrada e do abalo psicológico decorrente da quebra de uma promessa contratual. A reparação material também se faz necessária, considerando o adiantamento realizado e os prejuízos financeiros suportados. Ambos os danos estão amparados pelos artigos 927 e 944 do Código Civil.
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
VI. DA JURISPRUDÊNCIA A FAVOR DO AUTOR
	A jurisprudência pátria tem reiteradamente reconhecido o direito à indenização nos casos de descumprimento contratual, consolidando a responsabilidade daquele que, agindo com má-fé, causa prejuízos a outrem. Assim, invoca-se o entendimento consolidado pelos tribunais como subsídio para a procedência dos pedidos formulados pelo Autor.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO CUMULADA COM RESTITUIÇÃO DE IMPORTÂNCIA PAGAS E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. DANOS MORAIS. CONFIGURADO. 1. Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando o seu patrimônio. 2. A indenização pelo dano moral possui caráter punitivo, para que o causador do dano, diante de sua condenação, se sinta castigado pela ofensa que praticou; possui também caráter compensatório, para que a vítima receba valor que lhe proporcione satisfação como contrapartida do mal sofrido. 3. O descumprimento contratual que é capaz de gerar dano moral é aquele ofensivo ao tributo da personalidade, em face de sua gravidade. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA. SENTENÇA REFORMADA.
(TJ-GO 56750337020198090129, Relator: JOSÉ PROTO DE OLIVEIRA - (DESEMBARGADOR), 5ª Câmara Cível, Data de Publicação: 30/05/2022)
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE RESOLUÇÃO CONTRATUAL. COMPRA E VENDA. PACTO ADJETO. MANEJO FLORESTAL. BOA-FÉ OBJETIVA. ART. 422 DO CC/02. DEVERES ANEXOS. COOPERAÇÃO E LEALDADE. COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO. DESCUMPRIMENTO CONFIGURADO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE RESOLUÇÃO. FACULDADE DO CONTRATANTE. JULGAMENTO. CORRELAÇÃO COM O PEDIDO. AUSÊNCIA. DECISÃO EXTRA PETITA. DANOS MATERIAIS DEVIDOS. 1. Ação ajuizada em 25/9/2017. Recurso especial interposto em 16/6/2021. Autos conclusos ao Gabinete em 24/6/2021. 2. O propósito recursal consiste em definir se o reconhecimento de violação da boa-fé objetiva durante a execução de contrato de compra e venda de imóvel rural com pacto adjeto de arrendamento e exploração florestal enseja, nas circunstâncias dos autos, a resolução parcial da avença. 3. A boa-fé objetiva, prevista de forma expressa no art. 422 do Código Civil, impõe às partes da relação jurídica o dever de comportar-se de acordo com padrões éticos de confiança e de lealdade, de modo a permitir a concretização das legítimas expectativas que justificaram a celebração do contrato. 4. O ordenamento jurídico, nesse contexto, repele a prática de condutas contraditórias, impregnadas ou não de malícia ou torpeza, que importem em quebra da confiança legitimamente depositada na outra parte da relação contratual. 5. O descumprimento de deveres laterais, decorrentes da incidência do princípio da boa-fé, pode ensejar a resolução do contrato, se for capaz de comprometer o interesse do credor na utilidade da prestação. Doutrina. 6. Na hipótese dos autos, o acórdão recorrido está a merecer reforma, pois, a par de reconhecer o descumprimento culposo da avença em prejuízo dos recorrentes (violação da boa-fé objetiva), decidiu de forma descorrelacionada com o pedido deduzido na inicial e impediu os recorrentes de exercerem a faculdade que lhes assegura expressamente a norma do art. 475 do CC (resolver o contrato). 7. Pedido de resolução parcial do contrato deferido, com condenação ao pagamento de reparação por danos materiais, cujo montante deve ser apurado em liquidação de sentença, por arbitramento. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(STJ - REsp: 1944616 MT 2021/0186469-6, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 08/03/2022, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 11/03/2022)
Conforme a doutrina:
"A evicção determina indenização e não apenas restituição da contraprestação. Assim, além da restituição integral do preço , o evicto tem o direito (i) à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; (ii) à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção, além (iii) do reembolso das custas judiciais e dos honorários do advogado por ele constituído (artigo 450 , do Código Civil)." (Gomide, 2023)
GOMIDE, Alexandre. Parte III - Riscos Contratuais na Perspectiva da Incorporação Imobiliária e Formas de Gestão In: GOMIDE, Alexandre. Risco Contratual e Sua Perspectiva na Incorporação Imobiliária - Ed. 2022. São Paulo(SP):Editora Revista dos Tribunais. 2023. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/doutrina/risco-contratual-e-sua-perspectiva-na-incorporacao-imobiliaria-ed-2022/1804177873. Acesso em: 11 de Março de 2024. 
VII. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
	A procedência integral dos pedidos formulados na inicial, com a condenação da Requerida ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, à rescisão contratual e à restituição dos valores pagos, devidamente atualizados.
	A condenação da Requerida ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 do Código de Processo Civil, e o ressarcimento das custas processuais.
	A produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente o depoimento pessoal do representante legal da Ré, a juntada de documentos, oitiva de testemunhas e demais provas que se fizerem necessárias para a completa elucidação dos fatos.
VIII. DO VALOR DA CAUSA
	Atribui-se à causa o valor de R$ XXX (valor por extenso), para os devidos fins.
IX. DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Por derradeiro, confia-se na sensibilidade deste Juízo para proferir uma decisão justa e em conformidade com o ordenamento jurídico, assegurando ao Autor a reparação a que faz jus diante dos danos injustamente sofridos.
Termos em que, 
pede deferimento.
Local, xxx, xxx, xxxx
___________________
[OAB/UF nº XXXXX] 
FACULDADE DE DIREITO DE ALTA FLORESTA – FADAF
PRATICA JURIDICA SIMULADA I
ALUNO: GUSTAVO CHAGAS DE CASTRO
PROFº: FERNANDO FERRO
PETIÇÃO 09 – MEMORIAIS
 COM RASCUNHO
ALTA FLORESTA 
MT

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