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SENTENÇA - FINAL

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO (XXX) 
(XXX) VARA CÍVEL DA COMARCA (XXX) 
CLASSSE/ASSUNTO: AÇÃO DIVÓRCIO, PARTILHA DE BENS, DEFINIÇÃO
GUARDA MENORES, REGULARIZAÇÃO DE VISITAS E ALIMENTOS.
 PROCESSO Nº XXXXXXX
RELATÓRIO: 
A.S.R.N. ajuizou ação de divórcio cumulada com pedidos de partilha de bens,
definição de guarda dos menores, regularização de visitas e alimentos em face de J.P.N.
A autora relata que foi casada com o réu por 15 anos, sob o regime da comunhão
parcial de bens, e que do casamento advieram três filhos menores. Afirma que o casal
adquiriu diversos bens durante a união, mas que todos estão em nome da empresa do réu.
A autora também relata que está enferma e aposentada por invalidez, e que o réu a
abandonou há um ano, deixando-a com a guarda dos filhos.
O réu, em sua contestação, concorda com o divórcio, mas nega a existência de bens a
partilhar e argumenta que a autora não faz jus a alimentos.
Realizada audiência de conciliação, não foi possível acordo.
O estudo psicossocial concluiu que os filhos menores estão sendo bem cuidados pela
mãe e que a alternância quinzenal de residência pode prejudicá-los.
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
 II – Fundação Jurídica
Admissibilidade da Ação
A presente demanda revela-se integralmente apta a ser submetida à apreciação
meritória deste Juízo. Inexistindo questões preliminares pendentes de deliberação ou
quaisquer nulidades processuais a serem sanadas, adentra-se, de imediato, na análise de
mérito.
A – Da Dissolução do Vínculo Conjugal
Nos termos dos factos narrados, constata-se que as partes mantiveram vínculo
matrimonial pelo período de quinze anos, sob a égide do regime de comunhão parcial de bens,
período no qual conceberam três proles, atualmente em estado de incapacidade.
Diante da ruptura fática da convivência conjugal, a parte autora pleiteou a decretação
do download. À luz do princípio da Supremacia Constitucional, ressalta-se que o direito ao
mesmo configura prerrogativa incondicionada dos patrocínios, desvinculada de lapso
temporal ou exigência adjetiva, acedida no artigo 226 da Constituição Federal. Assim, acolhe-
se a pretensão da parte autora para a dissolução da sociedade conjugal.
Com base no entendimentos nossos TRIBUNAIS SUPERIORES:
EMENTA: PEDIDO DE RECONHECIMENTO E
DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C
PARTILHA DE BENS - APLICAÇÃO DO
REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL - PROVA
DO ESFORÇO COMUM - PRESUNÇÃO DA
CONTRIBUIÇÃO DE AMBOS OS CONJUGES -
BENS MÓVEIS E IMÓVEIS - PROVEITO EM
PROL DA ENTIDADE FAMILIAR - DÍVIDAS
CONTRAÍDAS DURANTE A UNIÃO - PROVA
DA EXISTÊNCIA - DEVER DE PARTILHA -
REFORMA PARCIAL SENTENÇA - RECURSO
PROVIDO EM PARTE. 1- Nos casos em que haja
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
comprovação de aquisição de bens na constância do
relacionamento conjugal, a participação de ambos os
cônjuges é presumida, segundo a regra do art. 1.660,
I do CC, cabendo a cada um, no caso de separação, o
percentual de 50% (cinquenta por cento) do bem. 2 -
A extinção do regime de bens ocorre com a
separação de fato, momento esse que cessa a
responsabilidade solidária entre os cônjuges. 3- As
dívidas adquiridas durante a união são
responsabilidade do casal pelo pagamento, vez que
vigora a presunção de que as dívidas contraídas
durante a união foram revestidas em benefício do
casal ou da entidade familiar. 4 - Reforma parcial da
sentença. Recurso provido em parte.
(TJ-MG - AC: 10287170077765001 Guaxupé,
Relator: Sandra Fonseca, Data de Julgamento:
08/03/2022, Câmaras Cíveis / 6ª CÂMARA CÍVEL,
Data de Publicação: 14/03/2022)
Conforme entendimento doutrinário:
"Mas, ao contrário do que sucedia com a separação
judicial, o divórcio não apenas põe termo à
sociedade conjugal, mas rompe, em definitivo, o
vínculo matrimonial." (Fonseca, 2020)
FONSECA, Priscila. 3. A Dissolução do Casamento
e da União Estável In: FONSECA, Priscila. Manual
do Planejamento Patrimonial das Relações Afetivas
e Sucessórias. São Paulo (SP):Editora Revista dos
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
Tribunais. 2020. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/doutrina/manual-do-
planejamento-patrimonial-das-relacoes-afetivas-e-
sucessorias/1294656515. Acesso em: 18 de Março
de 2024. 
B – Da Partilha de Bens
Observado o disposto no art. 1.658 e subsequentes do Código Civil, no tocante ao
regime de comunhão parcial de bens, verifica-se a comunicação dos bens adquiridos
onerosamente na vigência do matrimônio, excetuadas as hipóteses de exclusão legal.
Consoante análise dos elementos probatórios acostados, evidencia-se que os bens
indicados pela parte autora encontram-se sob titularidade da entidade empresarial de posse
exclusiva do demandado, adquirida preteritamente à constituição do matrimônio.
Conforme entendimento doutrinário:
"Regime de bens é o conjunto de normas que
disciplinam as relações patrimoniais entre cônjuges
ou companheiros, na constância do matrimônio ou
da união estável. Ou seja, o regime de bens consiste
no conjunto de regras que regulam as relações
jurídicas referentes aos bens pertencentes ao casal,
havidos, ou não, durante o matrimônio ou a
convivência." (Fonseca, 2020)
FONSECA, Priscila. 2. Os Regimes de Bens no
Casamento e na União Estável In: FONSECA,
Priscila. Manual do Planejamento Patrimonial das
Relações Afetivas e Sucessórias. São Paulo
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
(SP):Editora Revista dos Tribunais. 2020.
Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/doutrina/manual-do-
planejamento-patrimonial-das-relacoes-afetivas-e-
sucessorias/1294656515. Acesso em: 18 de Março
de 2024. 
À primeira vista, tal situação sugere a inexistência de bens passíveis de partilha. No
entanto, o requerente sustenta que, embora formalmente vinculados à pessoa, tais bens
jurídicos foram adquiridos conjuntamente pelo casal, mediante esforço comum, como
demonstração dos extratos bancários que registam transferências financeiras significativas
para a conta da referida empresa, coincidentes com as aquisições patrimoniais.
Diante das provas apresentadas e da ausência de contestação específica pelo exigido,
conclui-se pela aquisição conjunta de bens, estabelecendo a prática de desvio patrimonial
mediante o uso da personalidade jurídica.
A aplicação da teoria da desconsideração inversa da personalidade jurídica,
contemplada pelo art. 133, §2º, do Código de Processo Civil, visa impedir o abuso da forma
jurídica para fins ilícitos. Neste contexto, evidencia-se o propósito da exigência de eliminar os
efeitos da partilha, contrariando a função social da empresa.
Atendidos os pressupostos do art. 50 do Código Civil, determina-se a partilha dos bens
eleitos na petição inicial, garantindo-se a meação devida a cada participação.
Neste sentido são os precedentes sobre o tema:
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO
DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL.
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA
PERSONALIDADE JURÍDICA.
POSSIBILIDADE. REEXAME DE FATOS E
PROVAS. INADMISSIBILIDADE.
LEGITIMIDADE ATIVA. COMPANHEIRO
LESADO PELA CONDUTA DO SÓCIO. ARTIGO
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
ANALISADO: 50 DO CC/02. 1. Ação de dissolução
de união estável ajuizada em 14.12.2009, da qual foi
extraído o presente recurso especial, concluso ao
Gabinete em 08.11.2011. 2. Discute-se se a regra
contida no art. 50 do CC/02 autoriza a
desconsideração inversa da personalidade jurídica e
se o sócio da sociedade empresária pode requerer a
desconsideração da personalidade jurídica desta. 3.
A desconsideração inversa da personalidade jurídica
caracteriza-se pelo afastamento da autonomia
patrimonial da sociedade para, contrariamente do
que ocorre na desconsideração da personalidade
propriamentedita, atingir o ente coletivo e seu
patrimônio social, de modo a responsabilizar a
pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador.
4. É possível a desconsideração inversa da
personalidade jurídica sempre que o cônjuge ou
companheiro empresário valer-se de pessoa jurídica
por ele controlada, ou de interposta pessoa física, a
fim de subtrair do outro cônjuge ou companheiro
direitos oriundos da sociedade afetiva. 5. Alterar o
decidido no acórdão recorrido, quanto à ocorrência
de confusão patrimonial e abuso de direito por parte
do sócio majoritário, exige o reexame de fatos e
provas, o que é vedado em recurso especial pela
Súmula 7/STJ. 6. Se as instâncias ordinárias
concluem pela existência de manobras arquitetadas
para fraudar a partilha, a legitimidade para requerer
a desconsideração só pode ser daquele que foi lesado
por essas manobras, ou seja, do outro cônjuge ou
companheiro, sendo irrelevante o fato deste ser sócio
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
da empresa. 7. Negado provimento ao recurso
especial.
(STJ - REsp: 1236916 RS 2011/0031160-9, Relator:
Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento:
22/10/2013, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 28/10/2013)
C – Do Direito Real de Habitação
Ó arte. 1.831 do Código Civil confere à participação supérstite o direito real de
habitação sobre o imóvel residencial do casal, independente de regime de bens, salvo se outro
bem dessa natureza constar no espólio.
Todavia, tal direito pressupõe a ocorrência de óbito, não se aplicando à hipótese dos
autos, marcada pela dissolução conjugal via atestado. Portanto, rejeita-se a pretensão da parte
autora quanto a este aspecto.
Neste sentido são os precedentes sobre o tema:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE
REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DIREITO DAS
SUCESSÕES. DIREITO REAL DE HABITAÇÃO.
ART. 1.831 DO CÓDIGO CIVIL. UNIÃO
ESTÁVEL RECONHECIDA. COMPANHEIRO
SOBREVIVENTE. PATRIMÔNIO.
INEXISTÊNCIA DE OUTROS BENS.
IRRELEVÂNCIA. 1. Recurso especial interposto
contra acórdão publicado na vigência do Código de
Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos
nºs 2 e 3/STJ). 2. Cinge-se a controvérsia a definir se
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
o reconhecimento do direito real de habitação, a que
se refere o artigo 1.831 do Código Civil, pressupõe a
inexistência de outros bens no patrimônio do
cônjuge/companheiro sobrevivente. 3. Os
dispositivos legais relacionados com a matéria não
impõem como requisito para o reconhecimento do
direito real de habitação a inexistência de outros
bens, seja de que natureza for, no patrimônio próprio
do cônjuge/companheiro sobrevivente. 4. O objetivo
da lei é permitir que o cônjuge/companheiro
sobrevivente permaneça no mesmo imóvel familiar
que residia ao tempo da abertura da sucessão como
forma, não apenas de concretizar o direito
constitucional à moradia, mas também por razões de
ordem humanitária e social, já que não se pode negar
a existência de vínculo afetivo e psicológico
estabelecido pelos cônjuges/companheiros com o
imóvel em que, no transcurso de sua convivência,
constituíram não somente residência, mas um lar. 5.
Recurso especial não provido.
(STJ - REsp: 1582178 RJ 2012/0161093-7, Relator:
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data
de Julgamento: 11/09/2018, T3 - TERCEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJe 14/09/2018)
D – Dos Alimentos
A análise dos autos indica que o requerente dispõe de rendimentos próprios mensais
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
na ordem de R$ 5.400,00 (cinco mil e quatrocentos reais), além de receber do exigido o valor
de R$ 8.000,00 (oito mil reais) a título de alimentos desde a separação fática.
Ó arte. 1.694 do Código Civil estabelece que familiares, parceiros ou companheiros
podem exigir alimentos necessários ao sustento digno, respeitando a condição social e
educacional. O dever de assistência alimentar decorre do princípio da solidariedade familiar,
abarcando igualmente as obrigações conjugais nesse sentido.
Constata-se a incapacidade do requerente de manter o padrão de vida pregresso com
seus próprios rendimentos, agravada por sua condição de enfermidade e conseqüente
aposentadoria por invalidez. Destarte, imponha-se a fixação de alimentos, além do binômio
necessidade/possibilidade, conforme preceitua o art. 1.695 do Código Civil. A capacidade
financeira necessária é comprovada, assim como sua predisposição prévia ao auxílio da
autora.
Diante do exposto, julga-se procedente a ação, impondo ao demandado a obrigação de
prestar alimentos à autora no valor mensal de R$ 8.000,00 (oito mil reais), por seis meses
subsequentes à sentença, mediante depósito em conta bancária designada, até o quinto dia útil
de cada mês.
Neste sentido são os precedentes sobre o tema:
EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE
EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS CUMULADA
COM REVISIONAL. EX-CÔNJUGE.
OBRIGAÇÃO DEVIDA COM REDUÇÃO DO
ENCARGO. ALIMENTOS PARA O FILHO.
BINÔMIO ATENDIDO. ARBITRAMENTO
MANTIDO. PRIMEIRO RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. SEGUNDO
RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Em princípio, os
alimentos para ex-cônjuge devem ser fixados com
prazo certo, de maneira a permitir que o alimentado
reúna condições de reinserir-se no mercado de
trabalho em igualdade de condições com o
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
alimentante. 2. A exoneração da pensão alimentícia
pressupõe ter havido cessação da necessidade do
credor ou da capacidade contributiva do devedor. 3.
Inexistindo prova concreta da ausência de
capacidade financeira do devedor para contribuir
com a alimentada, que demonstrou que continua a
depender da verba alimentar, o encargo deve ser
mantido. 4. Na obrigação alimentar dos pais para
com os filhos, pode decorrer do dever de sustento,
neste caso, a necessidade é presumida, ou obrigação
alimentar, dependendo de comprovação. 5. O valor
dos alimentos é arbitrado na proporção da
necessidade do credor e da possibilidade do devedor.
Verificado o equilíbrio no binômio, o arbitramento
deve ser mantido. 6. Apelações cíveis conhecidas,
parcialmente provida a primeira para restabelecer a
obrigação em valor reduzido e não provida a
segunda. V.V. APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO
CIVIL. FAMÍLIA. EXONERAÇÃO DE
ALIMENTOS ENTRE CÔNJUGES.
EXCEPCIONALIDADE E INTERPRETAÇÃO
RESTRITIVA. PRIMEIRO E RECURSOS NÃO
PROVIDOS. 1. Em conformidade com a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o
dever de prestar alimentos entre ex-cônjuges é regra
excepcional que desafia interpretação restritiva. 2.
Deve ser confirmada a sentença que determinou a
exoneração da obrigação alimentar em relação à ex-
esposa. (Desembargador Marcelo Rodrigues).
(TJ-MG - AC: 10000190113944002 MG, Relator:
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
Caetano Levi Lopes, Data de Julgamento:
05/10/2021, Câmaras Cíveis / 2ª CÂMARA CÍVEL,
Data de Publicação: 13/10/2021)
E – Da Manutenção do Nome de Casada
O nome, enquanto direito da personalidade, vincula-se intrinsecamente à dignidade
humana, conforme art. 16 do Código Civil. Considerando a duração do matrimônio e a
incorporação do sobrenome conjugal pelo requerente, é necessário solicitar seu direito de
manter o nome de casado, amparado pelo art. 1.578, §2º, do Código Civil.
Neste sentido são os precedentes sobre o tema:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DIVÓRCIO -
MANUTENÇÃO DO NOME DE CASADA -
POSSIBILIDADE - RECURSO PROVIDO. 1 -
Após a promulgação da EC 66/10, que pôs fim ao
instituto da separação, a discussão de culpa pela
dissolução do vínculo conjugal restou esvaziada.
Com isso, desapareceu também a punição a que o
culpado ficava sujeito, uma delas, a de perder um
dos atributos de sua personalidade: o direito de usar
o nome decasado. 2 - Assim, a conservação ou não
do nome de casado é livre opção do cônjuge que o
adotou, não podendo o juiz determinar, sponte sua, a
exclusão do patronímico. 3 - Recurso provido.
(TJ-MG - AC: 10024132187204001 MG, Relator:
Rogério Coutinho, Data de Julgamento: 28/05/2015,
Data de Publicação: 09/06/2015)
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
F – Da Guarda dos Filhos
Os autos evidenciam que a guarda de fato dos filhos menores vem sendo exercida pelo
autor desde a separação. O exigido reivindica a instituição da guarda compartilhada, sob a
modalidade de moradia alternada. Contudo, as avaliações psicossociais apontam para a
adequação da manutenção dos menores no domicílio materno, destacando-se o potencial
prejuízo à estabilidade emocional e à rotina das crianças caso utilizem a alternância
habitacional.
O ordenamento jurídico favorece a guarda compartilhada (art. 1.583, §1º, Código
Civil),
Conforme entendimento doutrinário:
"O divórcio não modifica os direitos e deveres dos
pais com relação aos filhos, quaisquer que sejam
eles, mesmo que um deles ou ambos venham a
contrair novo casamento ( CC, art. 1.579). Ou seja, o
poder familiar dos pais em relação aos filhos
permanece intocado com o divórcio. É certo,
outrossim, que competirá ao juiz dirimir eventuais
conflitos entre os genitores, decidindo da forma que
melhor convier à proteção dos interesses dos
menores." (Fonseca, 2020)
FONSECA, Priscila. 3. A Dissolução do Casamento
e da União Estável In: FONSECA, Priscila. Manual
do Planejamento Patrimonial das Relações Afetivas
e Sucessórias. São Paulo (SP):Editora Revista dos
Tribunais. 2020. Disponível em:
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
https://www.jusbrasil.com.br/doutrina/manual-do-
planejamento-patrimonial-das-relacoes-afetivas-e-
sucessorias/1294656515. Acesso em: 18 de Março
de 2024.
Neste sentido são os precedentes sobre o tema:
APELAÇÃO CÍVEL. GUARDA DE CRIANÇA.
ACUSAÇÃO DE MAUS TRATOS PELA
GENITORA E PELO AVÔ MATERNO. TESE
DESAUTORIZADA PELOS ELEMENTOS
COLHIDOS NA FASE INSTRUTÓRIA.
GENITORES APTOS AO EXERCÍCIO DO
PODER FAMILIAR. FIXAÇÃO DA GUARDA NA
FORMA COMPARTILHADA ( CC, ART. 1.584, §
2º). Na definição da guarda da criança, não se deve
confundir a manutenção de um local de residência
com a fixação de guarda unilateral. A manutenção
de um local "principal" de residência é fundamental
à criação de uma rotina, à estabilidade emocional e
ao pleno desenvolvimento da criança. A guarda
compartilhada define-se na divisão de tarefas e de
responsabilidade dos genitores na orientação da
criança e na sua participação e responsabilização por
decisões fundamentais sobre educação, religião,
atividades esportivas e recreativas, entre outras que
vão ser determinantes na qualidade de vida e no
desenvolvimento intelectual, físico e moral da
criança e do adolescente. "A guarda compartilhada é
o ideal a ser buscado no exercício do Poder Familiar
entre pais separados, mesmo que demandem deles
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
reestruturações, concessões e adequações diversas,
para que seus filhos possam usufruir, durante sua
formação, do ideal psicológico de duplo referencial."
( REsp 1428596/RS, rel. Min. Nancy Andrighi, j.
Terceira Turma, j. 3.6.2014)
(TJ-SC - AC: 00019988320138240040 Laguna
0001998-83.2013.8.24.0040, Relator: Sebastião
César Evangelista, Data de Julgamento: 06/07/2017,
Segunda Câmara de Direito Civil)
 
III – DISPOSITIVO
Por todo o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pleito autoral, com
resolução do mérito, nos termos do art. 487, I, do CPC 2015, para:
I. Declarar a extinção do casamento por meio do divórcio, permitindo que a
autora mantenha o sobrenome de casada;
II. Desconsiderar a personalidade jurídica da empresa do réu, para fins de atingir
os bens listados na petição inicial, os quais devem ser divididos igualmente entre os
cônjuges;
III.Determinar que o réu pague pensão alimentícia à autora no valor de R$
8.000,00 (oito mil reais) mensais, a ser depositado na conta da autora até o quinto dia
útil de cada mês;
IV.Estabelecer a guarda compartilhada dos filhos do casal, definindo a residência
materna como o local de moradia principal e permitindo a visitação livre do pai.
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
Em razão da sucumbência recíproca, mas em diferentes graus, condeno o réu a pagar
70% e a autora a pagar 30% das despesas processuais e dos honorários advocatícios, estes
últimos fixados em 10% do valor da condenação, conforme o artigo 85, § 2º, do CPC/2015,
sendo proibida a compensação (artigo 85, § 14, do CPC/2015).
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Local, data.
Juiz de Direito 
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
FACULDADE DE DIREITO DE ALTA FLORESTA – FADAF
PRATICA JURIDICA SIMULADA I
ALUNO: GUSTAVO CHAGAS DE CASTRO
PROFº: FERNANDO FERRO
PETIÇÃO 10 - SENTENÇA 
 COM RASCUNHO
ALTA FLORESTA 
MT
#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024

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