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O Renascimento cultural e a Revolucao Industrial (1)


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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação á Distância
História das Sociedades II
O Renascimento Cultural, e a Revolução 
Industrial
Sumário:
1. Historiografia do século XV – XVI: A Origem e o Conceito do
Renascimento
2. A Exaltação de uma Nova Época
3. As características do renascimento
4. As Origens da Modernidade e a Epistemologia sobre a Sociedade: (o
século XVII) Sistema Cultural Africano Pré-Colonial
5. As Origens da modernidade e a epistemologia sobre a sociedade: O
Iluminismo como Base Científico-Cultural: A Viragem das Mentalidades
6. Visão Historiográfica do século XIX – XX: A História Social da Colonização
Europeia
7. A colonização europeia e o encontro de padrões civilizacionais: As
sociedades colonizadas da América.
8. Processo de conquista nas Sociedades da América (Colonização e
condicionantes ideológicos)
9. A colonização europeia e o encontro de padrões civilizacionais:
Sociedades Colonizadas em África;
10.Os métodos utilizados para a recomposição da história de África;
11.O problema racial e a hierarquização da sociedade e a Estrutura
social depois da Colonização;
12.As antigas sociedades moçambicanas (Reinos, Estados e Impérios)
Colonização e a formação da sociedade prazeira no vale do
Zambeze;
13.A transformação dos Prazos em Estados Militares do Vale do
Zambeze;
14.O Estado Marave e o processo de colonização;
15.O Estado dos Mwenemutapas e o processo de colonização;
16.A Sociedade do Império de Gaza e o processo de colonização;
17.Os Reinos Afro - Islâmicos da Costa.
1. Historiografia do século XV – XVI: A Origem e o 
Conceito do Renascimento
Origem do Renascimento
 O Renascimento teve origem na Itália, que era o centro do comércio mediterrâneo
devido ao florescimento de cidades como Veneza, Gênova, Florença, Roma e
outras. Difundiu-se no século XIV e depois por toda a Europa
 As cidades enriqueceram com o desenvolvimento do comércio no Mediterrâneo
dando origem a uma rica burguesia mercantil que, em seu processo de afirmação
social, se dedicou às artes, juntamente com alguns príncipes e papas.
Conceito
 Renascimento (ou Renascença) foi um movimento cultural, e um período da história
europeia, considerado como um marco do final da Idade Média e do início da
Idade Moderna. Começou no século XIV na ITÁLIA, e difundiu-se pela Europa no
decorrer dos séculos XV e XVI.
2. Exaltação de uma nova época
Contexto de surgimento
O declínio do sistema feudal e o fim do longo período denominado Idade Média (século V ao século XV), foi essencial para o
surgimento de uma nova ordem e mentalidade na Europa. Ao mesmo tempo que descobria um mundo novo, o homem europeu
procurava descobrir-se a si próprio. Este interesse pelo ser humano ressurgiu na Europa a partir dos finais da idade média, ao
mesmo tempo que se intensificavam a atracção pela cultura clássica (ou a cultura greco-romana). E a este renascer da cultura
clássica sobretudo nos séculos XV e XVI, que explica a designação do Renascimento.
Factores de surgimento
1. A expansão europeia no mundo
 O contacto dos europeus com outros povos (obter materias primas/metais preciosos e produtos não encontrados na eurpa,
expansao da fe crista, e do comercio etc) levou-os a alargar os conhecimentos e a tomar consciência da amplitude do
globo.
2. O mecenato
 Mecenato é o acto de patrocinar e investir em arte e a cultura. Os mecenas eram ricos e poderosos comerciantes, príncipes,
condes, bispos e banqueiros que financiavam e investiam na produção de arte como maneira de obter reconhecimento e
prestígio na sociedade.
 Eles foram de extrema importância para o desenvolvimento das artes plásticas (escultura e pintura), literatura e arquitetura
durante o período do Renascimento Cultural (séculos XV e XVI).
3. A redescoberta da antiguidade clássica
 No século XV, príncipes, burgueses e papas financiam e fomentam escavações arqueológicas nas ruínas espalhadas pelo sul
da Itália e na Ásia menor. A descoberta de estátuas, bronzes e outras antiguidades, atrai a admiração dos renascentistas,
levando-os a inspirar-se nesse passado glorioso.
Fases do renascimento
Ao se falar de Renascimento, faz-se menção aos artistas italianos que fizeram parte movimento. Tal
posição explica-se pelo papel pioneiro de algumas cidades italianas no seu desenvolvimento. Esse
destaque também se justifica em razão da rica classe comerciante que incentivou o trabalho de
vários artistas dessa época. Mediante o volume de obras e artistas que aparecem na Itália, os
historiadores resolveram periodizar o Renascimento Italiano em três fases distintas:
 Trecento: anos 1300 (sec. XIV) que corresponde à fase inicial do movimento renascentista. Surgiu
em Florença, Itália, foi marcada pelas mudanças nas artes plasticas e nas letras. O destaque vai
para o individualismo. Período de transição da cultura medieval para a renascentista, Resgate
de importantes aspectos da cultura greco-romana, principalmente na literatura renascentista.
 Quatrocento: anos 1400 (sec XV), e foi caracterizada pelo regeneramento das línguas clássicas,
desenvolvimento da filosofia neoplatónica e introduz-se o óleo nas pinturas. Incentivo e
financiamento a artistas, principalmente por parte dos mecenas.
 Cinquecento:anos 1500 (sec. XVI), foi o periodo mais criativo, a escrita ganha destaque, a
pintura, a arquitectura, a escultura e as obras poéticas conhecem o seu momento mais alto. Foi
um período em que o Renascimento se expandiu para outros países da Europa
3. As Características do Renascimento
1. Humanismo: Uma nova manifestação que valoriza o homem e as suas obras baseada no estudo e
imitação da antiga cultura greco-romano; procurou redescobrir e reinterpretar os valores do homem
e da sua personalidade através de estudos aprofundados sobre a humanidade. O ideal do
humanismo era que o homem tinha que chegar ao conhecimento de todas ciências e artes e
trouxe consigo a visão antropocêntrica do homem em que está no centro do mundo.
2. O Antropocentrismo: colocava o homem como a suprema criação de Deus e como o centro do
universo. Para os renascentistas o homem era visto como a mais bela e perfeita obra da natureza.
Tem capacidade criadora e pode explicar os fenómenos à sua volta.
3. Racionalismo: a razão é o único caminho para se chegar ao conhecimento. Implica na
convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem, pela ciência, e na recusa em
acreditar em algo que não tenha sido provado.
4. Experimentalismo: Todo o conhecimento deverá ser demonstrando através da experiência
científica.
5. Individualismo: nasceu da necessidade do homem conhecer a si próprio, buscando afirmar a sua
própria personalidade, mostrar seus talentos, atingir a fama e satisfazer suas ambições, através da
concepção de que o direito individual estava acima do direito coletivo.
6. Inspiração na antiguidade clássica: Os artistas renascentistas procuraram imitar a estética dos
antigos gregos e romanos.
Divulgação do humanismo (Sec. XVI)
A imprensa – desempenhou um papel bastante importante na difusão dos ideais humanistas pois
permitiu uma rápida reprodução e divulgação de textos clàssicos e renascentistas
Os colégios e universidades – também foram lugares onde os humanistas davam suas lições e
publicavam os seus estudos. Desta forma, as idéias do humanismo publicaram-se por várias regiões
da Europa. No século XVI, os círculos eruditos das universidades, colégios, cortes, abadias e das
grandes cidades mercantis constituíam uma autêntica república das letras.
 Os principais humanistas eram: Erasmo de Roterdão, Thomas More, Damião Gois
Os Novos Caminhos da Ciência
A divulgação nos séculos XV e XVI de ciências greco-romanas contribuiu para despertar a
curiosidade e a discussão do saber antigo. O desenvolvimento do espírito crítico e o novo saber
proporcionado pelas viagens de expansão, conduziu a elaboração de uma nova via de
conhecimento.
Com o renascimento, a ciência tornou-se uma nova crença, o homem estava habituado ao
espirito
de curiosidade e de crítica. Este processo contribuiu para o progresso científico sobretudo
com a utilização dos métodos de observação e de experimentação.
 Na medicina (desenvolvimento da astronomia e da fisiologia)
 Na astronomia ( Copérnico descobre que a terra gira em volta do sol (teoria heliocêntrica)
Em suma: O renascimento tirou da igreja o poder de dar explicações sobre a criação e a vida.
Principais representantes
 Nicolau Copérnico (1473-1543):Foi criador da Teoria Heliocêntrica (sol como centro do Universo.
 Galileu Galilei (1564-1642): foi defensor da Teoria Heliocêntrica, sendo considerado um dos
fundadores da geometria moderna e da física.
 Johannes Kepler (1571-1630): aprofundou suas teorias sobre mecânica celeste inspiradas no
modelo heliocêntrico, apresentando estudos sobre as eclipses lunar e solar.
 Francis Bacon (1561-1626): criador do “Método Científico” sistematizando o conhecimento
humano.
 René Descartes (1596-1650): foi considerado o “Pai do Racionalismo e da Matemática Moderna”
e ainda, o fundador da Filosofia Moderna. Sua obra mais representativa é o “Discurso sobre o
Método”, tratado filosófico e matemático propondo as bases do racionalismo.
 Isaac Newton (1643-1727): desenvolveu diversos conhecimentos nas áreas da matemática, física
e filosofia natural. Estudou o movimento dos corpos propondo as três “Leis de Newton”.
 Leonardo da Vinci (1452-1519): considerado um dos mais proeminentes gênios do Renascimento
e da história da humanidade. Avançou em diversos estudos sobre a anatomia humana, e
inventou o paraquedas, a máquina de voar, o submarino, o tanque de guerra, dentre outros.
https://www.todamateria.com.br/nicolau-copernico/
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4. As Origens da Modernidade e a Epistemologia sobre a Sociedade:
(o século XVII) Sistema Cultural Africano Pré-Colonial
 Antes a civilização africana, a civilização humana teve maior subsídio na sua evolução
cultural, a partir da descoberta e utilização do ferro. O uso do ferro influenciou todos os
aspectos da humanidade: o aspecto económico, sócio-político e cultural.
 O ferro foi difundido a partir do oriente (há 1200 a.c.) e, mais tarde chegou ao Egípto; no
século seguinte espalhou-se pelo norte de África e mais tarde deram lugar ao surgimento
de novas formações políticas e etnolinguísticas.
 O sistema cultural africano, particularmente o da África negra inicia e se consolida a partir
desta época vindo a atingir a África sub-sariana no século III d.c.
 No que se refere a nova tecnologia de ferro, teve sua importância na migração Bantu,
uma vez que a descoberta deste metal permitiu a esta população o fabrico de
instrumentos mais cortantes, resistentes e eficazes, contribuindo desta maneira no aumento
da produção e da productividade o que criou condições para o surgimento do
excedente. Dentre os vários cereais cultivados pelo povo Bantu pode-se destacar a
Mapira e a Mexoeira.
5. As Origens da modernidade e a epistemologia sobre a sociedade: 
O Iluminismo como Base Científico-Cultural: A Viragem das 
Mentalidades
 O Iluminismo foi um movimento intelectual que ocorreu na Europa durante o século XVIII. Os
intelectuais que participaram desse movimento acreditavam que sua época precisava ser
iluminada pela luz da razão, ou seja, a natureza e a sociedade deveriam ser compreendidas
por meio da racionalidade. As ideias iluministas tiveram grande repercussão e influenciaram
movimentos sociais por todo o mundo, como também contribuíram para a consolidação dos
valores da burguesia, classe social ascendente ao poder econômico e politico do século XVIII.
 No século XVIII, a razão é vista também como guia para a discussão do problema moral (o
problema da ação humana) e o filósofo é entendido como aquele que faz uso público da
razão, ao usar sua liberdade de pensar diante de um público letrado
 O Racionalismo do seculo XVII e XVIII é a doutrina que afirma ser a razão o único órgão
adequado e completo do saber de modo que todo conhecimento verdadeiro tem origem
racional.
 Empirismo é a doutrina filosófica segundo o qual o conhecimento se determina pela
experiencia. O empirismo é usualmente contraposto ao racionalismo que prescreve um
conhecimento fundado na razão.
6. Visão Historiográfica do século XIX – XX: A História 
Social da Colonização Europeia
A expansão europeia acontece entre os séculos (XV-XVI), e está ligada com a crise que se observa a partir do século XIV,
que afectou toda a Europa do ocidente. Nesse período, a Europa já experimentava o desenvolvimento de indústrias
manufactureiras, o que era geral em toda a Europa ocidental e isto traz consigo dois fenómenos: O aumento da
produção e o agravamento do desemprego onde vamos encontrar o desequilíbrio entre a produção e o consumo
Condicionalismo e motivação da expansão
 Carência de ouro e prata que constituíam matéria-prima que era a sobrevivência das indústrias;
 Carência da mão-de-obra, o movimento renascentista entra na mente dos europeus e há um processo de
constatação em que o homem europeu não se oferece como um instrumento de trabalho;
 A desvalorização drástica dos rendimentos da nobreza (sequelas do feudalismo);
 Os entraves e dificuldades nos negócios da burguesia; os muçulmanos controlam todos os portos.
 Capacidade tecnológica, Conhecimentos geográficos que a Europa dispunha nesta altura dominava toda a bacia 
do mediterrâneo, Espírito religioso, a luta contra os muçulmanos para a expansão da fé Cristã
A descoberta do caminho Marítima para India
 Um dos factores que mais contribuiu para que Portugal e Espanha descobrissem o caminho para as Índias foi
a expansão marítima desenfreada e os interesses mercantilistas dos dois países. A descoberta do caminho marítimo
para índia foi uma das mais notáveis viagens que consolidou a presença marítima e o domínio das rotas comerciais
pelos portugueses sob o comando de vasco da gama (1497-1499) e tinha como principal objectivo: procurar novas
rotas para o comércio e Reduzir os custos das trocas comerciais com a Asia
Impacto sócio - cultural da colonização europeia
 A expansão dos séculos (XV-XVII), pós a Europa em contacto com os povos de diferentes níveis civilizacionais. Este
embate das civilizações provocou permutas culturais entre os colonizadores e os colonizados, dando origem a
aculturação de povos; a Europa ganhou com os povos colonizados, e os povos colonizados também levaram a
cultura da Europa; Difusão das plantas e animais; Evangelização e divulgação da cultura europeia; Formação de
comunidades europeias e mestiças no mundo ultramarino
As revolucoes burguesas
 A Revolução Burguesa foi um movimento de carácter socio-político que ocorreu na Europa, concretamente na
Inglaterra e na França, entre os séculos XVII-XVIII e nas treze colónias inglesas da América. São consideradas
revoluções burguesas as revoluções inglesas do século XVII e a Revolução Francesa de 1789. caracterizam-se pelo
Revolução Inglesa
 A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna,
identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas
prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje. O processo começou
com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688.
Revolucao francesa
 A revolução francesa foi um processo social e político que decorreu entre 1789 e 1799 em França e que, com o
tempo, se estendeu noutros países. Marcou o fim da Idade Moderna e derrubou o Antigo Regime, abrindo o caminho
para uma sociedade moderna com a criação do Estado democrático. Além disso, acabou influenciando diversos
lugares no mundo,
com os seus ideais de “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. Pos fim ao absolutism e fez triunfar a
sociedade burguesa e o regime constitucional
7. A colonização europeia e o encontro de padrões civilizacionais: As 
sociedades colonizadas da América.
Antes do processo da colonização na América, há evidências de que já existiam civilizações avançadas do ponto de
vista tecnológico e de organização socio-cultural. Os espanhóis encontraram na América três grandes civilizações:
 Astecas possuíam uma escrita complicada, praticavam uma agricultura desenvolvida, construíam obras de irrigação
muito sofisticadas conheciam a matemática e astronomia e fabricavam objectos de metal
 Maias viviam em cidades autónomas. Construíram um rico conjunto arquitetônico, formado por templos, palácios e
pirâmides. Desenvolveram a matemática e conseguiram precisar, com exatidão, os 365 dias do ano.
 Incas Formavam um império com uma poderosa organização estatal, a sociedade estava dividida em classes muito
marcadas, as indústrias de cerâmica e de tecelagem eram mais desenvolvidas
Eram sociedades dominadas por uma casta de sacerdotes e uma aristocracia de guerreiros, e todos esses eram
sustentados pelos camponeses e escravos domésticos. Cultos consagrados aos deuses da natureza, a quem ofereciam
muitas vezes sacrifícios humanos. E Ciência bastante desenvolvida com maior destaque a astronomia e a matemática
(maias), cirurgia (astecas e incas) muito antes da colonização.
O descobrimento da América fez desmoronar uma idea remota de que o mundo era constituído apenas por um bloco
de três continentes: Ásia, África e Europa, rodeado por um grande oceano.
Com a descoberta do Novo Mundo, Colombo marca uma nova era, que transformou de forma expressiva e irreversível a
fisionomia do mundo, que se baseia nas relações políticas, económica e sociais entre os povos ocidentais.
A colonização da América se realizou primordialmente por quatro povos: espanhóis, portugueses, ingleses e franceses.
Ocorreram duas formas de colonização diferentes: colónias de povoamento, suas especificidades básicas consistiram
em: pequena propriedade, cultura variada e trabalho familiar objetivando o mercado interno; nas de exploração havia
a predominância da ampla propriedade, da monocultura (um só tipo de cultivo) e do trabalho escravo, sempre de olhos
bem abertos para o que se passava no mercado europeu.
8. Processo de conquista nas Sociedades da América 
(Colonização e condicionantes ideológicos)
Os europeus só conheceram a América em fins do século XV. Porém, muito antes disso, as terras desse
continente já eram habitadas por pessoas que constituíam grupos sociais com modos de vida diferentes
entre si.
A chegada dos europeus provocou uma série de mudanças na vida dos povos da América, muitos aos
quais foram explorados, escravizados ou simplesmente dizimados.
América espanhola ou América hispânica
são as denominações dadas às colónias de exploração pertencentes ao império espanhol e dos quais
surgiriam os países distribuídos hoje na América Latina, Central e territórios da América do Norte.
 Durante o processo colonial e antes da independência, as colónias eram divididas em vice-reinado
da Nova Espanha, capitania-geral da Guatemala, capitania-geral de Cuba, capitania-geral da
Guatemala, capitania geral da Venezuela, capitania-geral do Chile, vice-reinado de Nova-Granada
e vice-reinado do Rio da Prata.
América Inglesa
 Os ingleses estabeleceram-se na América do norte onde foram estruturadas treze colónias. Ao norte
desenvolvia-se uma economia autónoma, mercantil manufactureira e não dependente da
metrópole. Ao sul, uma economia agrícola que produzia exclusivamente para o mercado externo. A
esta colónia receberam o nome de colónias de exploração. Estavam preocupados com o saque
económico e não com a destruição social.
A América Holandesa
 A influência holandesa estendeu-se por todos os continentes. Foi a companhia das índias
orientais fundadas em 1621 que preparou e efectivou a ocupação efectiva da América.
 Os holandeses, através da atuação da Companhia de Comércio das Índias Orientais e da
Companhia de Comércio das Índias Ocidentais, conseguiram monopolizar grande parte de
transporte e mercado europeu dos gêneros coloniais, tornando-se, já no século XVII, numa
nação rica e poderosa, assumindo a liderança marítimo-comercial da Europa.
A América Francesa
 Os franceses desejosos de usufruir do vantajoso comércio colonial, criou, no século XVII,
companhias de comércio, cujo objetivo era estimular a ocupação de terras americanas. vão
ocupar na região de Mississipi, América do norte.
A América Portuguesa
 Europa impôs a sua civilização cultural
 A irradiação do cristianismo que alterou as crenças locais cristianizando
 A alteração da cultura americana através da língua (espanhol, inglês, francês, português),
passou-se a espalhar por toda a América tornando-se em línguas oficiais
 As plantas das ilhas do atlântico contribuíram para a modificação de hábitos alimentares à
sociedade europeia.
9. A colonização europeia e o encontro de padrões
civilizacionais: Sociedades Colonizadas em África
 O processo de conquista de África, enquadra-se na política de materialização da conferência de
Berlim. A acumulação de capital, a procura de matérias-primas e a exportação de capitais,
constituíram motivos gerais e fundamentais para o processo de colonização. Quando se iniciara as
viagens de descobrimento, foram sempre acompanhadas pelos missionários. A partilha e a
exploração do continente africano foram precedidas de viagens de reconhecimento.
 No século XIX, as nações europeias, como Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e Alemanha,
começaram a explorar de maneira efectiva o continente africano. A Revolução Industrial motivou
esses países a explorar matérias-primas, especialmente minérios, dentre os quais podemos
destacar o ferro, cobre, chumbo, além de produtos de origem agrícola, como algodão e
borracha; todos fundamentais para a produção industrial.
 As potências europeias, para garantir matéria-prima, ocuparam os territórios contidos no
continente africano. Logo depois, promoveram a partilha do continente entre os principais países
europeus da época, dando direito de explorar a parte que coube a cada nação
 A divisão do continente africano foi consolidada através de um acordo realizado em 1885. Esse
evento contou com a participação da Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e
Espanha. Esse acordo foi executado na Conferência de Berlim.
Porém, o processo de exploração da África aconteceu antes mesmo de haver a partilha do território,
isso porque diversos países enviaram delegações de cientistas para o continente. Segundo eles, os
cientistas tinham o propósito de realizar pesquisas de caráter científico, mas na verdade esses
coletavam dados acerca do potencial mineral, ou seja, as riquezas do subsolo.
Teorias sobre a partilha de áfrica
Existem quatro teorias que explicam as razões da partilha e colonização da África a destacar: Teoria
económica, teoria Psicológica, Teoria diplomática ou política e teoria de dimensão africana
1. Teoria Económica
 Remonta desde 1900 e foi defendida inicialmente pelos sociais-democratas alemães. A Rosa
Luxemburgo apresenta o imperialismo como o último estágio do capitalismo. John Hubson
defende que a ocupação de África deveu-se aos excedentes de capitais, pois que os europeus
pretendiam áreas para investir. Deveu-se no entanto da superprodução e do sub consumo o que
levou a procura de novos mercados para venderem os seus produtos industriais. Vladimir
Lenine sustenta que a partilha de África deveu-se a passagem do capitalismo da livre
concorrência para o capitalismo monopolista, pois a característica principal do imperialismo é a
partilha do mundo.
2. Teoria Psicológica
É diferenciada por três principais correntes a destacar: Darwinismo Social, Cristianismo Evangélico e o
Atavismo Social.
 Darwinismo Social: defende que a ocupação de África consistiu na transposição
da teoria de
Charles Darwin para a população. Defendia que na luta pela sobrevivência o mais forte domina o
mais fraco e assim sendo, os europeus por se acharem superiores em relação aos africanos e que
estavam em crise, acabaram dominando os mais fracos (africanos).
 Cristianismo Evangélico: defende que a partilha de África consistiu num impulso humanitário de
missionários de resgatar os africanos mergulhados na escuridão, a fim de lhes salvar dos pecados.
 Atavismo Social: defende que a ocupação de África era a consequência da materialização do
impulso de dominar por dominar ou de os estados mais fortes dominar os mais fracos
3. Teoria Diplomática
Esta teoria também é diferenciada por três correntes principais destacar: prestígio Nacional,
equilíbrio de forças e estratégia global.
 Prestígio Nacional: A partilha de África deveu-se a necessidade que cada potência tinha de
manter e mostrar o seu orgulho nacional. Para alguns autores a partilha de Africa deveu-se ao
orgulho Nacional.
 Equilíbrio de forças: Devido a existência de blocos militares que se temiam mutuamente,
resolveram partilhar a África e manter a paz e tranquilidade na Europa. Estes blocos lutavam
pela anexação de alguns territórios dentro da europa, o que deu origem ao nacionalismo
europeu e como tal a única saída para resolver estes conflitos era a partilha de África.
 Estratégia Global: A ocupação de África deveu-se sobretudo em questões estratégicas, visto
que a África constituía uma um ponto estratégico pelo qual podia se tomar o então o centro
do mundo que nessa altura era o médio oriente.
4. Teoria de dimensão africana:
 Defende que a partilha de África tem a sua origem na passagem do comércio ilegal para o
comércio legal ou legítimo, ou melhor no período da abolição do comércio de escravos.
Assim a ocupação de áfrica deveu-se a dois factores: Externos dentre os quais a procura de
matérias-primas, mercados, mão-de-obra barata e internos dentre os quais os conflitos e
rivalidades.
As correntes predominantes no período pré - colonial
Durante este período, prevaleceu a corrente Eurocentrista que foi sendo dominada até a independência dos países africanos e ela se baseava em que no
continente africano, particularmente na África negra, antes da colonização não tinha história; o que prevalecia eram os mitos que dificultavam e não
divulgavam a verdadeira história. É uma corrente marcadamente racista, pois defende a superioridade da raça branca sobre a raça negra e sustenta que os
africanos não tinham História antes de estabelecerem contactos com os europeus.
Mais tarde surgiram outras correntes em resposta a corrente Eurocentrista tais como:
 A Corrente afrocêntrica surge em reacção à corrente eurocêntrica. Critica radicalmente a colonização, afirmando que influenciou negativamente a
evolução histórica africana. É uma corrente que valoriza excessivamente as realizações africanas. Recusa influência que os outros povos exerceram sobre
a história de África. Para eles, a história é o que é graças ao esforço exclusivo dos africanos, sem concorrência de nenhum factor externo.
 A Corrente progressista corrente que reconhece o valor das fontes escritas, recusa aceitar que a história seja feita apenas com base em documentos
escritos, negando assim ao eurocentrismo. O progressismo não espelha complexo de superioridade nem de inferioridade. Reivindica. Esta corrente
depende a importância das fontes orais para todo o conhecimento – tudo o que é escrito é antes pensando e falado.
Processo de assimilação e a desconexão das sociedades colonizadas em Africa.
Depois das independências, em alguns países passam a emergir muitos historiadores onde estudam a história de África com objectividade, utilizando as
devidas precauções à história de África originária partindo das suas fontes disponíveis (materiais e a tradição oral). Neste contexto aparecem historiadores
africanos desta época: Samuel Johnson (A historia dos Yorubas), Carl Christopher ( historia da Costa de Ouro) e Joseph Ki-Zerbo (Historia da Africa Negra).
Análise do sistema sócio - cultural pré - colonial africano
 Foi graça aos historiadores africanos de vários países onde podemos ver o resgate, o esforço de compilação de dados históricos onde permitiram o
acompanhamento do passado dos povos africanos no sistema sócio cultural.
10. Os métodos utilizados para a recomposição da história de 
África
 A interdisciplinaridade - A utilização de muitas disciplinas, mas com maior destaque a arqueologia que foi a que
efectivamente deteve a chave da história das culturas e das civilizações africanas, foi graças a utilização da
arqueologia que hoje há um consenso de que a África é o berço da humanidade. Foi com a arqueologia que
tomou o conhecimento de que a África foi o palco de uma das primeiras civilizações mais evoluídas(o Egipto), e
que foi também o palco das primeiras revoluções tecnológicas da nossa história (período neolítico). O
continente africano contribuiu grandemente para a história do Mundo.
 Tradição oral – Foi um instrumento indispensável para a reconstituição da história de África; foi graça a ela que
foi possível fazer o percurso dos diferentes povos quer no espaço quer no tempo; foi com ela que pudemos
perceber qual era a vida do mundo africano, onde foi possível detectar os traços originais, os verbos africanos
que fundamentam a cultura do continente africano.
Organização Social africana
 Existia um chefe com poderes políticos, religiosos e económicos, existiam dois tipos de sociedades (Patrilinear e
Matrilinear).
 Em todas as sociedades africanas existiam duas classes sociais: a dominante e a dominada
A Cultura
 As crenças mágico - religiosas e outros aspectos ideológicos desempenharam um importante papel nas
sociedades africanas. Era o chefe que fazia as cerimónias para uma boa colheita, de invocação das chuvas,
fazia nos ritos, e era tido como Deus na terra. O chefe era visto como elo de ligação entre os vivos e os mortos.
11. O problema racial e a hierarquização da sociedade e a 
Estrutura social depois da Colonização
Estrutura Social depois da colonização, caso específico de Moçambique
No processo da colonização de Moçambique predominavam duas classes bem diferentes:
1. Burguesia europeia – Classe dominante cujo interesse era a exploração mais directa dos recursos moçambicanos.
2. Campesinato africano – Constituía a maioria da população moçambicana, classe dominada com a missão de
fornecer o trabalho migratório nas plantações e nas minas.
A burguesia europeia e o campesinato africano eram as principais camadas da nova estrutura colonial cujo
conflito contínuo consistia na fuga maciça e a resistência contra os trabalhos forçados.
 Existiam outras camadas secundárias: A burguesia comercial local - a sua principal função era de importar e
exportar produtos de e para o campesinato, tinha ligações fortes de interesse da burguesia da África do sul e da
Europa.
 Burguesia agrícola local - Faziam parte os colonos interessados na exploração dos camponeses das suas
melhores terras e transformá-los em trabalhadores forçados e sazonais nas plantações e machambas.
Descriminação racial na estrutura colonial
 A descriminação racial era parte inerente da estrutura colonial definindo a população negra como principal
fonte de riqueza a nova economia.
 O negro não era e nem devia ser igual ao português, daí o seu emprego no trabalho obrigatório.
 Em 1890, estabeleceu – se que os novos arrendatários dos prazos seriam somente europeus e os indígenas seriam
fornecedores do trabalho forçado. Em 1891, nas cidades moçambicanas foram promulgados os primeiros
regulamentos de passe para evitar a escolha livre do emprego e que todo o negro era obrigado a exibir o seu
passe e em contrapartida, os assimilados eram isentos deste documento.
As condições para ser assimilado
 Para ser considerado “assimilado” ou “civilizado” o africano teria de reunir as seguintes
condições: ter mais de 18 anos, saber ler e escrever correctamente a língua portuguesa,
exercer profissão, arte ou ofício de que aufira rendimento necessário para o sustento próprio
e dos familiares a seu cargo, ter bom comportamento atestado pela autoridade
administrativa da área em que reside, professar a religião cristã e ter abandonado
inteiramente os usos e costumes da raça negra (isto é, manter padrões de vida e costumes
semelhantes aos europeus).
 A politica de assimilação dividiu o povo africano em indígena e assimilado. Eram
considerados indígenas, os indivíduos de raça negra ou seus descendentes que nascidos em
Moçambique ou vivendo habitualmente em Moçambique ainda não possuam a instrução e
os hábitos individuais e sociais pressupostos para a aplicação de direitos públicos e privados
dos cidadãos portugueses.
Movimento associativo e literário
Este movimento passou a questionar os aspectos de indo - social, dentro dos quais destacamos:
 Contra a insuficiência da educação para os não brancos;
 Melhoria de qualidade e nível de ensino para se concorrer com os imigrantes europeus;
 Contra a intensificação das barreiras sociais no sistema educacional;
 Pela cessação total dos estrangeiros europeus, asiáticos que, ocupavam os postos de
trabalho em detrimento dos moçambicanos.
12. As antigas sociedades moçambicanas (Reinos, Estados e 
Impérios) Colonização e a formação da sociedade prazeira 
no vale do Zambeze.
Origem do sistema dos Prazos
A Apresentação político-militar/económica dos portugueses no estado do mwenemutapa deu origem a uma
nova instituição – os prazos que se desenvolveram ao longo do vale do Zambeze entre Quelimane e o zumbo.
Prazos, é o resultado dos mercadores, guerreiros, soldados e aventureiros portugueses, que vão se fixar em
Cuama (nome primitivo do rio Zambeze), onde vão ocupar grandes extensões de terras. Inicialmente foi o
resultado de terras conquistadas por esses homens, e terras que os chefes locais lhes deram em troca de ajuda
militar contra outros chefes locais.
No Contexto Moçambicano a origem dos prazos está associada as terras onde foram erguidas estas
pequenas unidades tiveram essencialmente três principios:
1. Terras doadas pelos chefes africanos ao governo português, essa era uma das formas de aquisição de terras
para a formação de prazos; 2. Terras conquistadas aos chefes por exército de mercadores ricos; 3. Terras
compradas aos chefes africanos por mercadores.
Formação
 Foi na segunda metade do séc. XVI que os portugueses tentaram estabelecer em Moçambique uma
instituição não militarizada, baseada na política do sistema de prazos da coroa, conhecidos por sistemas
de prazos da Zambézia.
Organização socio-política
 Os prazos são o resultado da expansão económica portuguesa, cuja instituição diferia do
previsto, isto e, não funcionava em função da aristocracia portuguesa, pois os prazeiros possuíam
interesses egocêntricos. A administração era independente da coroa portuguesa e
administradores locais, eles possuíam vastos territórios; fixavam os impostos a serem pagos e leis
locais.
A organização político-administrativa
Os prazeiros gozavam de uma independência quase total:
 Afixavam os impostos (mussoco, atributo em géneros) a serem pagos pela população
camponesa residente dentro dos prazos e seus arredores;
 Condenavam a morte por enforcamento e aplicavam chicotadas e palmatoadas a todos os
que se recusavam a acatar as suas leis;
 Tinham a sua própria força militar, formada sobretudo por escravos e depois mercenários.
A organização socioeconómica
 No aspecto económico, a vida do prazeiro era baseada na pilhagem feita durante as incursões
armadas, na venda de peles, de ouro e de marfim e no comércio de escravos (mais tarde).
 Os escravos encontravam-se divididos em dois grupos com funções distintas: O exercito ( a-
chicunda), que garantia a defesa do prazo, a organização do ouro e a uma industria ligeira (
barqueiros, pescadores, carpinteiros ,etc.).
Ideologia
Os prazeiros aproveitavam as práticas mágico - religiosas dos nativos com o objectivo de garantir a
produção das relações de produção. Usavam o muavi para descobrir a culpabilidade de alguém
acusado de feitiçaria e a existência de caos generalizado com a morte do prazeiro. A este ritual de
caos era chamado choriros. Os prazeiros também recorriam aos adivinhos para realizar qualquer
negócio ou viagem segundo alguns relatos, eram consultados os adivinhos, atirando sobre a terra
alguns acuris, e a maneira como os ciganos profetizam conforme o desejo que observam no sujeito
que os chama.
Extinção dos Prazos (Decadência)
Vários factores conjugados contribuíram para a decadência dos prazos dos quais podemos
destacar:
 Fragilidade estrutural devido a ausência de legitimidade do poder dos prazeiros
 Os prazeiros começaram a cobrar cada vez mais os impostos a população como o mussoco
 Concorrência entre diferentes prazos e Estados vizinhos
 Ineficácia da administração portuguesa e a falta de uma força militar para impor o seu domínio
 As invasões Ngunis (1832) se estenderam ate ao norte do Zambeze fizeram com que vários prazos
sucumbissem e passassem a integrar o Estado de Gaza.
 A intensificação do tráfico de escravos na segunda metade do século XVIII, levou os senhores de
terras a exportar os camponeses que constituíam suporte para a produção de alimentos e
elevação da economia prazeira e, os posteriormente os a - chicundas que protegiam
militarmente
13. A transformação dos prazos em estados militares do vale 
do Zambeze
Antecedentes
A abolição do sistema prazeiro criou condição para a emergência dos Estados Militares do Vale de
Zambeze que se dedicaram fundamentalmente ao tráfico de escravos, mesmo após a abolição oficial da
escravatura em1836 e mais tarde em 1842.
Origem e Formação
Estes estados surgiram entre 1820 e 1860, quando decide-se criar bases para a restauração do poder
económico e politico do vale do Zambeze. Dessa reestruturação e dos escombros dos antigos estados e
chefaturas do vale, originam os estados militares uma versão ‘’actualizada’’ e amplificada dos antigos
prazos. A expressão Estados militares està destinada a captar a grande empresa de caça do escravo que foi
cada estado com sua fortificação mãe(ARINGA) e uma série de fortificações mais pequenas espalhadas
pelo territorio69+ de cativos chamados A-CHICUNDA
Factores que estiveram na origem no processo de formação dos Estados Militares do Vale do Zambeze
 Vários ataques aos prazos da margem esquerda do Zambeze, provocando o abandono da maioria
desses prazos;
 As invasões Ngunis que começaram em 1832;
 O tráfico de escravos no vale do Zambeze, o qual dependia do mercado brasileiro. Milhares de
camponeses foram exportados e os prazeiros principiaram também a exportar o próprio sustentáculo dos
prazos: A-Chicunda. Estes fugiram para reinos e Estados vizinhos.
Principais Estados
 Macanga (dos Caetanos
Foi o primeiro estado a surgir o surgir a norte da província de Tete fundado por Gonçalo Perreira
que tinha alcunha de Dombo Dombo que significa ‘’terror’’ . Este recebeu o território como 
resultado da ajuda prestada a Phiri nos finais do Sec.XVIII.
Massangano (da família Cruz)
 Este estava situado asul da confluência dos rós Zambeze em território dos antigos prazos . Seu líder 
Joaquim da Cruz, conhecido por Nhaunde. Em 1849, António Vicente da Cruz , Conhecido por 
Bonga , travou varias batalhas com os portugueses pela conquista do seu estado . Havia ainda os 
estados de Massigire da Maganja.
Massingir (Vaz dos Anjos)
 Tinha cama líder Paulo Mariamo Vaz dos Anjos e Fernando Vaz dos Anjos. O seu poderestendia-se
desde ao leste do rio Chire dominado território a volta de Macarabula.
Gorongosa (da família de Manuel Antonio de Sousa)
 Liderado por Manuel António conhecido por Gouveia, este denominava a sul do Zambeze , entre 
serra e a região ocupada pelos Nguni.
Kaniemba e Mataquenha
 Estendeu-se por toda região a volta do Zumbo liderado por Dona Júlia da Cruz ‘’Gingue’’.
Maganja da Costa
 Liderado por Bonifácio Alves da
Silva
Consequências da extinção dos estados militares do vale do Zambeze
 A decadência dos estados militares do vale do Zambeze permitiu a penetração da coroa
portuguesa e o seu enraizamento, tendo montado uma administração com estruturas pró -
portuguesas (régulo, fumos sipaios, cabos de terras etc);
 Montagem duma estrutura económica do modo capitalista (companhia de Moçambique,
companhia do Niassa, companhia da Zambézia, companhia do Boror, companhia do
madal, companhia de Sena sugar States, entre outras instituições económicas.
 Na capacidade das operações militares desencadeadas por Portugal, vinha escrita uma
nova história de exploração para Moçambique no caminho da expansão imperialista na
Zambézia que iria consistir em instalar companhias de plantações e no uso de trabalho
forçado; daí ter nascida a companhia de Zambeze (mais tarde companhia de
Moçambique) e outras.
14. O Estado Marave e o processo de colonização
 Os Estados Marave formaram-se com a chegada a sul do Malawi, a partir de camadas sucessivas de
emigrantes oriundos da região de Luba do Congo, liderados pelo clã Caronga-Phiri, entre 1200 à
1400, situados entre os rios Chire e Luangua, a norte do rio Zambeze.
 Conflitos dinásticos levaram a segmentação do clã original, dando origem a novas linhagens que
posteriormente se estabeleceram a oeste, sul e sudeste do território ocupado pelos Caronga.
Assim, Undi irmão de Caronga moveu-se para oeste e estabeleceu a hegemonia da sua linhagem
sobe os povos de língua Cheua e Nsenga, abrangendo a norte da província de Tete. Por outro
lado, Kaphwiti e Lundu lograram dominar as populações do vale do Chire.
 Diferentemente dos Mwenemutapas a sul do Zambeze, os Maraves a norte dominaram o seu território
através da absorção e adaptação da ideologia local, acompanhado com o casamento com
mulheres nativas, promovendo o controlo sobre a esfera ideológica.
LIMITES
 Norte: Malawi, Sul: rio Zambeze, Este: Rio Luangua e Oeste: Rio Chire
 O Estado tinha como estados satélites: Undi, Lundu, Kaphwiti e Biwi. Todos estes estados eram
governados por membros oriundos do clã original Phiri.
Principais actividade económica
 era a agricultura e o comércio a longa distância. Pode-se aceitar que a Mapira era o cereal mais
cultivado entre o Chire e Luangua. Cultivava-se o milho, mexoeira, amendoim, leguminosas
As classes dominantes dependiam para a sua reprodução de Tributos diversos como o comércio do
marfim, o qual representava para os soberanos Marave o mesmo que o ouro para os soberanos Chona.
Estrutura sócio-política e administrativa
 Undi: Chefe máximo do Estado
 Mambo: Chefe dos territórios conquistados
 Mwene Dziko: Chefe Territorial
 Mwene Mudzi ou Fumo: Chefe da aldeia
Papel das crenças mágico-religiosas (cultura)
 As crenças mágico-religiosas do Estado Marave eram destinadas a evocação das chuvas, a fertilidade das terras,
ao controlo das cheias. Esses cultos eram dedicados a entidades supremas como era o culto do Muári ou Muáli, o
culto de Chissumpi, que era a veneração de espíritos naturais e o culto de Makewana.
Decadência do estado Marave
 O declínio das rotas comerciais Marave que iam até à costa, substituídas desde fins do século XVI por duas rotas
controladas pelos mercadores Ajauas pode ter constituído um dos factores que minou o poder das dinastias Phiri,
juntamente com dissensões dinásticas e uma fragmentação linhageira intensa.
 No século XVI foi intensificada pela penetração de mercadores no fim do século XVIII. Alguns acabaram casando-
se com a filha de Undi reinante e começou a sua vida como prospector de Ouro, utilizando mulheres escravas.
 A invasão dos Nguni provenientes do movimento Mfecane, um extenso movimento de migrações encetado na
Zululândia devido as lutas violentas interlinhagens.
 Penetração mercantil portuguesa no vale do Zambeze a partir de 1530 e ao bloqueio á penetração Swahili-Árabe.
 Os conflitos no seio da classe dominante pelo poder que acelerou a desintegração das linhagens dirigentes.
15. O Estado dos Mwenemutapas e o processo de 
colonização
Origem
 Nasce como consequência da desintegração do estado do Zimbabwe por volta de 1450, na
sequência da invasão pelo exército de Mutota entre 1440-1450, que vai culminar com a
estruturação de uma grande unidade política com a designação de Mwenemutapa.
 O estado central localizava-se entre os rios Mazoe e Luía, e era formado por uma série de estados
satélites ou estados vassalos, nomeadamente: Quissanga, Sedanda, Quiteve, Manica, Báruè,
Maunguè e outros. Os chefes desses estados vassalos pagavam tributos ao Mwenemutapa
reinante e eram confirmados por este quando subiam ao poder.
Actividade Económica
 A agricultura era principal base económica. Era como parente que o indivíduo tinha acesso à
terra, que não podia ser vendida nem alienada. Dedicavam-se também à pastorícia, à
mineração do ouro, ao artesanato e ao comércio.
A organização político-administrativa
E a sua organização politica estava dividida por, Mwenemutapa que era o chefe supremo,
mambos, fumos ou emcosses mukuru ou mwenemusha e pela linhagem, a sua estrutura
socioeconómica esta dividida em dois níveis distintas: a comunidade aldeã (musha ou incube) e a
aristocracia dominante. A religião foi um factor integrador fundamental do sistema político
Mwenemutapa.
A estrutura socioeconómica
As comunidades aldeãs (mushas), sob a direcção dos mwenemushas, garantiam com o seu trabalho a
manutenção e a reprodução da aristocracia e esta concorria para o equilíbrio e reprodução social de
toda a sociedade shona, com o desenvolvimento de inúmeras actividades não directamente
produtivas.
A ideologia
 A religião foi um factor integrador fundamental do sistema político. Proprietários de < <saber>> da
fecundidade da terra e depositários da ordem do mundo, os Mwenemutapas constituíam os
antídotos mais eficazes contra deserdem. A sua morte significa o caos ( choriros).
 Praticava-se o culto aos espíritos dos antepassados – os Muzimus. Os Muzimus mais respeitados e
temidos eram os de reis. Os especialistas que garantiam a ligação entre os vivos e os mortos eram
chamados de swikiros (também denominados pondoros ou mondoros). Associados ao poder político,
os swikiros eram o suporte das classes dominantes.
A decadência dos Mwenemutapas concorrerem vários factores:
A revolta do Changamire Dombo significou o início do desmembramento do império dos
Mwenemutapas. O ciclo do ouro e início do ciclo de marfim na margem esquerda do Zambeze.
 A fixação de mercadores português na costa moçambicana a partir de 1505 e a ocupação de
Sofala, introduzindo profundas transformações na estrutura sociopolítica e económica da sociedade
shona;
 Os conflitos inter dinástico; A intervenção dos portugueses nos assuntos internos do Estado;
 Desenvolvimento dos prazos no vale do Zambeze;
 A intensa cristianização prosseguida pelos missionários
 Invasão Ngunis; Falta de um exército permanente
16. A Sociedade do Império de Gaza e o processo de 
colonização
 O Estado de Gaza, também conhecido como império de Gaza, abrangia no seu apogeu
toda a área costeira entre-os-rios Zambeze e Maputo e tinha a sua capital em Manjacaze
na actual província Moçambicana de Gaza.
 Foi fundado por Sochangane, também conhecido por Manicusse (1821-1858) como
resultado do M´fecane que tiveram lugar numa região a que veio a ser conhecida por
Zululândia. Importa referir que este período de lutas e de transformações políticas foi
seguido de um extenso movimento de emigrantes Ngunis.
Estas migrações que ocorreram por volta da segunda metade do século XVIII, tiveram como
causas:
 O crescimento da actividade comercial com a baia de Maputo (os Ngunis exportavam
marfim e importavam missangas e outras especiarias), provocando conflitos inter-linhagens
para o controlo das rotas comerciais ao longo do litoral e para o interior.
 Nos finais do século XVIII e princípios do século XIX, os conflitos foram agudizados por uma
crise ecológica, pois que
seguiram-se sucessivos anos de seca e fome. Esta crise teria feito
oscilar a estabilidade agropecuária anterior, intensificando os conflitos inter-linhagens para
o controlo dos recursos económicos mais favoráveis para a agricultura e para a pastorícia.
Actividades Económicas no Estado de Gaza
 O estado de Gaza comercializava marfim através da baia do Maputo. Em troca recebia
produtos manufacturados, armas de fogo, especiarias etc.
 Com os árabes, portugueses e ingleses (comércio a longa distância). Por outro lado havia
comércio interno realizado por comerciantes pequenos que trabalhavam para conta própria
ou para conta dos comerciantes de marfim que comercializavam peles de gatos selvagens
enxadas em troca de produtos nacionais: celeiros, tecelões, enxadas. Apesar de importarem
enxada a produzia e servia de moeda nacional. Entre 1850/1870 foi o período de importação
massiva de armas de fogo pelo já utilizavam os dois tipos de armamento.
Decadência 
 Traição dos chefes locais pela ambição e atracção portuguesa
 A política diplomática e a supremacia militar portuguesa
 A captura de Ngungunhane refugiado em chaimite apos a derrota na batalha de Coolela
17. Os Reinos Afro - Islâmicos da Costa
 Ao longo da costa existiam formações políticas no séc. XVIII; reinos a que denominamos afro-
islâmicos da costa. Estes Reinos constituíam o fruto do desenvolvimento do comércio. Dentre
os vários Reinos da costa destacaram-se os seguintes: Xeicado de Quitangonha; Xeicado de
Sancul; Sultanato de Angoche; Xeicado de Sangage etc.
 Estes reinos tiveram como pilar fundamental da sua produção o comércio de escravos. A
partir do século XIX, mais ou menos altura da proibição do comércio de escravos, Portugal
tentou eliminar o comércio de escravos nos Reinos afro-islâmicos da costa o que não foi
possível, tendo continuado clandestinamente.
 Nesta altura Portugal tinha se fixado na Ilha de Moçambique. Os Reinos afro-islâmicos da
costa tinham uma base productiva; a aquisição de escravos era fornecida pelas diversas
formações políticas do interior (os Reinos da Macuana ou estados Macuas do interior).
 Os fundadores dos Reinos afro-islâmicos da costa foram os Árabes-Swahili.
Sultanato de Angoche
 O Sultanato de Angoche foi fundado por refugiados de Quíloa, e que se tinham instalado 
primeiramente em Quelimane e Ilha de Moçambique e só mais tarde foram fundar o 
Sultanato de Angoche. Seus fundadores foram: Hassanie Mussa.
Xeicado de Sancul
 O Xeicado de Sancul formou-se no século XVI e os seus fundadores eram oriundos da Ilha de
Moçambique, onde se pressupõem terem reinado ate serem desalojados pelos portugueses.
Situava-se na costa entre o Lumbo e o Mongicual, onde existiam numerosos braços de mar de
difícil acesso, mantinha um considerável intercâmbio com o exterior.
Xeicado de Sangaje
 O Xeicado de Sangaje obteve a sua autonomia no primeiro quartel do século XIX, depois de ter
estado ao sultanato de Angoxe. Para isso, foi necessário que os seus dirigentes estabelecessem
alianças com a administração portuguesa e ainda com dirigentes de Sancul e com os
mercadores baneanes da Ilha de Moçambique. Esta última aliança provocou uma reacção por
parte do sultão de Angoxe.
Xeicado de Quitangonha
 A formação do xeicado de Quitangonha verificou-se durante o século XVI, tendo os seus
fundadores partido da Ilha de Moçambique entre os anos 1515 e 1585. Desde o início, os seus
dirigentes do xeicado estabeleceram uma aliança com as autoridades portuguesas ate ao
século XVIII. Este facto permitiu a manutenção por parte dos afro-islâmicos, do tráfego marítimo.
Esta aliança viria ser perturbada quando os traficantes franceses de escravos começaram a
aparecer a partir de 1755 em busca de escravos para as plantações das ilhas do indico.
BIBLIOGRAFIA
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 GODINHO, Neitorino Magalhães. A História Social: Problemas, Fontes e Métodos. Lisboa, Edições cosmos, 1967
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 FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE MOÇAMBIQUE. História de Moçambique. Porto, Afrontamento, 1971.
 HEDGES, David (coord.). História de Moçambique: Moçambique no auge do colonialismo 1930-1961. Vol.2, 2.ª edição,
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 LAMBERT, Jean-Marie Lambert. História da África Negra, Ed. Kelps, 2001.
 NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Mem-Martins, Publicações Europa-América, 1997.
 PÉLISSIER, René. História de Moçambique: formação e oposição: 1854-1918. 2 vols., Lisboa, Editorial Estampa, 1987-1988
 SERRA, Carlos (coord.). História de Moçambique: Parte I - Primeiras Sociedades sedentárias e impacto dos mercadores,
200/300- 1885; Parte II - Agressão imperialista, 1886-1930. Vol. 1, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária, Universidade
Eduardo Mondlane, 2000.
 SOUTHERN, Paul. Portugal: The Scramble for Africa. Bromley, Galago Books, 2010.
 www.escolademoz.blogspot.com
http://www.escolademoz.blogspot.com/

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