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TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR

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É um distúrbio psiquiátrico caracterizado por recorrência 
de episódios de mania/hipomania, depressão e períodos 
de normalidade afetiva 
A presença de um episódio maníaco/hipomaníaco é 
condição imprescindível para o diagnostico 
Nos quadros graves podem estar presentes sintomas 
psicóticos como delírios e alucinações 
Transtorno que se inicia no começo da vida adulta, 
frequentemente com taxas elevadas de morbidade e 
mortalidade, associado a risco de suicídio de até 15% ao 
longo da vida, prejuízos psicossociais, sintomas 
subsindromicos entre os episódios, cronicidade e déficits 
cognitivos 
Pode iniciar em qualquer fase da vida – media aos 20 
anos 
A incidência depende da etnia, nacionalidade e condição 
socioeconômica. A prevalência é semelhante em homens 
e mulheres; já o TB II é mais comum em mulheres 
Condição psiquiátrica crônica que acomete 1-2% da 
população; estudos apontam uma predisposição genética 
para o desenvolvimento da doença 
Taxa de mortalidade é duas vezes maior do que na 
população geral 
A causa exata ainda é desconhecida; associação de 
influencias genéticas, ambientais e psicossociais – etiologia 
multifatorial 
GENÉTICA 
 10x mais risco de apresentar o transtorno em 
pacientes de 1° grau do que na população geral 
 Concordância de gêmeos idênticos de 
aproximadamente 70% 
 Interação entre múltiplos genes 
 
FR – História familiar, traumas, acontecimentos 
estressantes, mulheres no pós-parto, condição 
socioeconômica desfavorável 
QUADRO CLINICO 
1. Episódio maníaco 
2. Hipomania 
3. Estados mistos 
4. Episódio depressivo 
5. Transtorno ciclotimico 
6. Ciclagem rápida 
7. Cognição 
1 – Alterações no humor, psicomotricidade e cognição 
Humor clássico e característico  euforia, alegria 
patológica  sensação de bem-estar intenso, expansivo, 
desinibido e jocoso, com uma alegria contagiante, 
excessiva e inconveniente e prejudicial 
O paciente pode apresentar-se com humor irritado, 
disforico, mal-humorado, arrogante e amargo  
podendo se tornar agressivo verbal e fisicamente quando 
contrariado 
A maioria apresenta taquipsiquimo (aceleração do ritmo 
de pensamento ou do psiquismo geral) 
Diminuição da capacidade de concentração, distraem-se 
facilmente, atenção espontânea aumentada e voluntaria 
diminuída 
Fuga de ideias, discurso incompreensível 
Autoestima elevada, com ideias de grandeza, poder e 
importância social exageradas, que podem ser 
pseudodelirantes ou delirantes 
 Alucinações – extremo dos quadros maníacos e 
na maioria auditivas ou visuais 
 Diminuição da necessidade de sono – dormem 
pouco e já acordam com energia e disposição 
para as atividades 
 Agitação psicomotora 
 Podem trajar-se de forma exuberante 
 Envolvem-se em atividades prazerosas de risco 
ou compras/doações exageradas 
Os sintomas são graves a ponto de sempre causarem 
prejuízo ao funcionamento global do paciente e, alguns 
casos, motivarem hospitalização 
2 – HIPOMANIA 
Sintomas semelhantes, exceto pela ausência de sintomas 
psicóticos e por se manifestarem em níveis de gravidade 
menores, não causando prejuízo acentuado ao 
funcionamento social ou ocupacional 
 Humor elevado, exaltado, confiança excessiva; 
algumas vezes irritável 
 Cognição – profusão de ideias com aumento da 
velocidade do pensamento, mas sem 
incoerências, perda de associações, delírios ou 
alucinações 
 Diminuição da quantidade de sono, mas o 
paciente ainda tem muita energia e 
autoconfiança, o que pode levar a aumento das 
atividades, hipersexualidade e impulsividade 
Muitas vezes, os pacientes vivenciam o quadro de 
hipomania como se fossem períodos de melhora no 
convívio social, acadêmico e profissional e não como 
alterações patológicas  investigar ativamente 
3- ESTADOS MISTOS 
Estado complexo, heterogêneo, de difícil diagnostico, mas 
muito frequente no curso da tab (40%) 
Consiste na presença simultânea de sintomas maníacos 
e depressivos em um mesmo episódio 
ASSOCIADO A 
 Aumento de impulsividade 
 Maior risco de suicídio 
 Mais abuso de substancias 
 Psicopatologia mais grave 
 Maior duração dos episódios e menor frequência 
de remissão entre eles 
 Pior resposta ao tratamento 
DSM-5  deixa-se de considerar os estados mistos 
como um episódio por si só, sendo melhor representado 
pelo especificador de episódio (maníaco ou depressivo), 
denominado “com características mistas” 
4 – EPISÓDIO DEPRESSIVO 
Na maior parte dos portadores de TAB – o primeiro 
episódio é depressivo 
DEPRESSÃO UNIPOLAR X DEPRESSÃO BIPOLAR 
Não há distinção patológica na apresentação clínica e 
psicopatológica de episódio depressivo bipolar em 
relação ao unipolar 
No entanto, na comparação dos quadros algumas 
características foram encontradas com mais frequência 
nas depressões bipolares e podem ser consideradas 
sinais de alerta 
O que definitivamente distingue um quadro do outro é a 
presença de episódio maníaco ou hipomaníaco no curso 
do transtorno 
 
5 – TRANSTORNO CICLOTÍMICO E CICLAGEM RÁPIDA 
TRANSTORNO CICLOTÍMICO 
Perturbação crônica e flutuante do humor na qual o 
paciente apresenta, ao longo de pelo menos dois anos, 
períodos com sintomas hipomaníacos e sintomas 
depressivos subsindromicos com algum prejuízo 
significativo e breves intervalos livres de sintomas (2 
meses ou menos) 
Em nenhum momento a presença de sintomas é grave 
o suficiente para preencher critérios de episódios agudos 
Ciclagem rápida 
Ocorrência de quatro ou mais episódios maníacos ou 
depressivos em um período de 12 meses 
Associado a pior prognostico, maiores taxas de tentativa 
de suicídio e uso de substancias 
Ocorre com maior frequência em mulheres e acomete 
26-43% dos portadores de TAB ao longo da vida 
Fatores precipitantes – uso de antidepressivos e 
hipotireoidismo 
6 – COGNIÇÃO 
Os portadores de TAB podem apresentar dificuldades 
em vários domínios cognitivos durante os episódios de 
humor e, em até 50% dos casos, essas dificuldades 
persistem mesmo após a remissão dos episódios 
Domínios mais alterados em pacientes eutimicos  
atenção sustentada, memoria verbal e função executiva 
Comprometimento cognitivo mais pronunciado  
associado a maior duração da doença, maior numero 
de episódios e histórico de sintomas psicóticos 
Déficits cognitivos persistentes – relacionados a grande 
prejuízo na funcionalidade, menor produtividade no 
trabalho e altas taxas de desemprego entre indivíduos 
com TAB 
EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR 
Dura algumas semanas, podendo se estender por meses 
 
EPISÓDIO MANÍACO 
 
EPISÓDIO HIPOMANÍACO 
 
Na mania – quadro muito intenso incapacitante 
O quadro de hipomania é mais brando, com pouca 
incapacitação e menor número de intensidade dos 
sintomas 
ESTADOS MISTOS 
Associado a sintomas de outro episódio: 
 Depressão com sintomas mistos – quadro de 
episódio depressivo associado a pelo menos 3 
sintomas  humor elevado, aumento da 
autoestima, pressão de discurso, fuga de ideia, 
aumento da energia e atividades de risco e 
diminuição da necessidade de sono 
 Mania com sintomas mistos – presença de 
quadro maníaco com pelo menos 3 sintomas  
humor depressivo, diminuição do interesse em 
atividades que antes eram prazerosas (anedonia), 
retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, 
culpa excessiva e ideação suicida 
Duração dos episódios 
O episódio de mania ou misto – duração de no mínimo 
1 semana, sendo que quando necessária hospitalização, a 
duração de 1-2 dias já pode ser classificada como tal 
Em média – dura de 3 a 6 meses quando sem 
tratamento 
A hipomania – duração mínima de 4 dias e média de 14-
21 dias quando não tratada 
Episódio depressivo – duração mínima de 2 semanas e 
média de 6-9 meses são não tratadas 
CLASSIFICAÇÃO 
1 – transtorno afetivo bipolar tipo 1  episódios alternados 
de mania e hipomania ou depressão 
2 – transtorno afetivo bipolar tipo 2  episódios de
hipomania e depressão 
3 – Ciclotimia – casos crônicos com mais de 2 anos de 
duração; sintomas de mania, hipomania ou depressão, 
mas sem episódio de depressão, mania ou hipomania 
Diagnósticos diferenciais 
Transtornos orgânicos do humor – pacientes idosos  
tumor cerebral, doenças metabólicas, demências em 
estágios iniciais e quadros confusionais 
Transtornos decorrentes de uso de substancias 
psicoativas  anfetamina e cocaína 
TDAH – crianças e adolescentes 
Esquizofrenia e outros  difícil diferenciar de um 
transtorno bipolar com mania psicótica 
Borderline – não tem episódio bem delimitado e 
característico de mania 
TRATAMENTO 
Condição de curso crônico ao longo da vida, com 
episódios agudos e recorrentes de alterações de humor, 
sintomas subsindromicos e remissões interepisódicas 
Os objetivos do tratamento são 
 Remissão completa dos episódios agudos de 
mania/hipomania e depressão 
 Tratamento dos sintomas subsindromicos 
residuais 
 Prevenção ou redução do número, da 
intensidade e da duração de novos episódios de 
humor 
 Melhora da funcionalidade e da qualidade de vida 
do paciente 
Farmacológico 
Antes – realizar testes laboratoriais, que devem ser 
repetidos cerca de 4 semanas após início do tratamento 
e, após isso, 3-6 meses 
Quando disponível – dosar o nível sérico dos 
medicamentos em uso atual pelo paciente para o 
tratamento do TAB a fim de verificar a adesão 
 
 Estabilizadores do humor – reduzir sintomas de 
episódios agudos, além de manter o humor 
estável, prevenindo recorrências no tratamento 
prolongado; pode levar meses até benefício 
(lítio, ácido valproico, carbamazepina, lamotrigina) 
 Antipsicoticos atípicos – podem ajudar a reduzir 
a mania e alguns tratam a depressão bipolar e 
previnem recorrências; também usados para 
ansiedade, psicose, desassossego e 
perturbações do sono (olanzapina, quetiapina, 
aripiprazol, risperidona) 
 Benzodiazepinas – aliviam a ansiedade, o pânico, 
o desassossego e a insônia; única medicação 
utilizada como adjuvante no tratamento da TAB; 
doses mais elevadas – usar por curto período 
de tempo (clonazepam, diazepam e lorazepam) 
MANEJO AGUDO DO EPISÓDIO MANÍACO 
Lítio – 1° linha, utilizado em monoterapia ou em 
combinação com outro medicamento (antipsicoticos 
atípicos ou valproato de sódio) 
Escolha entre monoterapia ou combinado considera: 
 Gravidade da mania, necessidade de remissão 
mais rápida dos sintomas, tolerância aos efeitos 
colaterais de cada medicamento, histórico de 
resposta prévia do paciente a monoterapia 
Faixa terapêutica – níveis séricos entre 0,6-1,2 mmol/L; 
acima disso é potencialmente toxico e acima de 2 pode 
ser fatal 
Episódios agudos – níveis séricos entre 0,8 e 1 são mais 
efetivos 
5 dias após dose-alvo aferir dois níveis séricos 
consecutivos, que deverão estar dentro do intervalo 
terapêutico 
Recomenda-se dosar a cada 3-6 meses em pacientes 
com níveis de lítio estáveis e quando alterar o quadro 
clinico ou introdução de medicamentos que possam 
afetar o nível do lítio (furosemida) 
 
 
Antidepressivos – podem ajudar algumas pessoas com 
depressão, desde que associados com estabilizadores de 
humor 
Literatura não clara em relação ao TAB 
 ISRs, tricíclicos, lamotrigina e outros (bupropiona) 
 
 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DE MANUTENÇÃO 
Em pacientes com resposta ao tratamento do episódio 
agudo – possível redução de dose 
Intervenções psicossociais 
Quando utilizada como terapia adjuvante a 
farmacoterapia – benefícios significativos no tratamento 
de episódios depressivos agudos e no de manutenção a 
longo prazo 
Diminuição das taxas de recais, flutuações do humor, 
necessidade de medicamentos e hospitalizações 
 
 
Prognostico 
Transtorno afetivo bipolar associado a outras 
comorbidades – principal causa de mau prognostico 
(abuso de substancias, ansiedade, personalidade) 
TAB1 – probabilidade de recorrência do episódio de 
mania extremamente alta – recuperação incompleta 
TAB2 – pior prognostico 
Comorbidades físicas – DM e cardiovasculares 
Níveis de mortalidade elevados em relação a população 
geral (mais comportamentos suicidas) 
SUMULA 
 
 QUADRO MANIACO 
 
 Quadro depressivo

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