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Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 • Doença infectocontagiosa crônica grave, de notificação obrigatória, que em geral afeta os pulmões • Causada por micobactérias do complexo Mycobacterium tuberculosis → M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedie, M. caprae. → principal M. tuberculosis. o Em meios rurais - M. bovis, adquirido pela ingestão de leite ou derivado não pasteurizado, produzido a partir de gado bovino contaminado; + apresentações extrapulmonares EPIDEMIOLOGIA • 1/3 da população mundial é infectada – 5% doença ativa • Doença infecciosa que mais mata no mundo → BR entre os 30 países de alta carga para TB o Para que a transmissão seja quebrada, o % de cura do país deve ser no mínimo 85%, com taxas de abandono inferiores a 5% → BR taxa média de cura de 73,8% com 10,6% de abandono. • Cerca de 10% dos casos novos de TB apresentam coinfecção pelo HIV. • BR - amazonas maior incidência / RJ maior mortalidade o Se concentra em grandes aglomerados urbanos, principalmente em bolsões de pobreza. o Grupo mais afetados → negros e presidiários • A TB multirresistente (MDR) é uma ameaça em evolução → no Brasil % ainda baixo. ETIOLOGIA • Principal Mycobacterium tuberculosis - de forma mais rara o M. bovis. • Pequenos bacilos imóveis, não esporulados, aeróbios, álcool-ácido resistentes (BAAR) o Parede celular rica em lipídios de alto peso → se cora por fucsina na técnica de Ziehl-Neelsen e protege o bacilo de agressão exógeno pelo álcool e pelo ácido → bacilo de Koch. • M. tuberculosis é um parasita intracelular do humano (único reservatório) o Cresc. lento e dormência no organismo, desenvolve doença muito tempo depois do contato • Aeróbio, com transmissão aerógina → procura ambientes de ↑ tensões de 02, como ápices pulmonares. • Apenas 5-10% adoecem → fonte de infecção, cada indivíduo bacilífero infecta 10-15 pessoas/ano TRANSMISSÃO/INFECTIVIDADE • Transmissão pela fala, espirro, tosse de pcte c TB pulmonar bacilífera → gotículas de tamanho variado • Gotículas de pequeno diâmetro com 1-2 bacilos ficam suspensas no ar - atingem bronquíolos e alvéolos, infectando (núcleos de Wells). o Partículas médias retidas e removidas (sist mucociliar) > deglute, HCl inativa, eliminação fecal • A chance de uma pessoa se infectar após um contato depende da concentração de bacilos expelidos pelo pcte tuberculoso, intensidade e frequência do contato, além de condições ambientais • Maioria dos indivíduos infectados não é bacilífera e não transmite a doença. o Multibacilíferos - forma cavitária com baciloscopia + no escarro –responsáveis pela transmissão o Paucibacilífero - forma n cavitaria, baciloscopia - no escarro, mas cultura + / menor transmissão. o Não bacilífero - formas extrapulmonares – não transmitem Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 ❖ Necessário 20-200 bacilos para desencadear infeccão > chance aumenta quanto maior o inóculo bacilar • Contatos esporádicos raramente infectam, contatos diário e domiciliar é comum → chance 30-50%. • Partículas pequenas são rapidamente diluídas se estiverem em ambientes ao ar livre o Inativadas pela luz UV solar - mais transmissão em ambientes confinados e pouco iluminados. ▪ Contactantes diários nesse tipo de ambiente tem risco de transmissão > 80%. • Além disso, a resistência natural do indivíduo exposto é importante o Condições que interfiram quanti/qualitativamente na imunidade celular → HIV/AIDS, transplante de órgão sólido, < 5 ou > 60 anos, desnutrição, alcoolismo, DM2, uso corticoide e anti TNF • Crianças com TB pulmonar geralmente NÃO são bacilíferas → sempre procurar o adulto que transmitiu PATOGÊNESE Primoinfecção e Surgimento da Imunidade • A primo-infecção é mais comum na infância e adolescência – crianças tem mais chance de adoecer aq • Bacilo alcança espaço alveolar e é fagocitado por macrófagos locais, incapazes de destruir ou inativá-lo • Há proliferação bacilar no interior do macrófago, que se rompe, morre e libera bacilos para infectar outros macrófagos > atrai mais macrófagos → pequeno foco pneumônico o Alta proliferação bacilar → são drenados para linfonodos hilares e mediastinais > corrente sanguínea > diversos órgãos • Há desenvolvimento da imunidade específica após 2-10 semanas → linfócitos T helper CD4+ específicos contra antígenos bacilares se proliferam e ativam macrófagos pela liberação de interleucinas (IL-2) • Aumento do citoplasma de macrófagos e da capacidade bactericida → células se acumulam em volta do foco infeccioso primário e em focos de disseminação linfonodal e hematogênico o Forma um granuloma – reação hipersensibilidade tipo IV • Dependendo dos fatores supracitados, a reação granulomatosa causa a TB primária (10%) → em 90% acontece a infecção é controlada - cicatrização, calcificação e latência ❖ TB PRIMÁRIA DESENVOLVIDA → lipídios degradados da parede micobacteriana + ácido micólico formam uma área de necrose “sólida” do tipo caseosa no centro da reação • Foco granulomatoso pulmonar primário - Nódulo de Ghon → geralmente único, pequeno e localizado no terço médio → mas pode se instalar em qualquer local do pulmão e ser múltiplo (miliar) o 1-2 mm não é visto no RX → quando > 8 mm, aparece como nódulo pulmonar solitário ou consolidação – pode se apresentar com derrame pleural ou apenas linfadenopatia hilar Quando a reação granulomatosa é contida e há focos com bacilos latentes, algumas condições podem reativá-los e determinar uma nova proliferação de bacilos - tuberculose pós-primaria Mecanismo da Doença • Lesão tecidual decorre da resposta imunológica do hospedeiro, não do efeito direto do bacilo • Alta carga de bacilos > resposta imunológica exacerbada > focos maiores de granuloma caseoso. • Células de defesa continuam tentando destruir o patógeno, sem sucesso → mais lesão inflamatória e formação dos “focos progressivos”. Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 o “Focos regressivos” → dentro do cáseo, bacilos pouco se proliferam pela baixa tensão de O2 e pH ácido → se o cáseo for mantido, o processo tende a estabilizar ❖ TB PÓS PRIMÁRIA → há reativação de foco latente, anos depois da infecção inicial → jovens • Ocorre após queda, ainda que sutil, da imunidade → bacilos novamente ativados e voltam a proliferar. o Ou por reinfecção - inalação de novo inóculo bacilar • A resposta imune adaptativa desencadeia reação inflamatória, formando focos de necrose caseosa • Quando ocorre a liquefação do cáseo, o sítio pode se comunicar com um brônquio → material necrótico é drenado pelas VA ricas em O2 o Imensa proliferação – disseminação endobrônquica + expectoração para meio externo e transmissão → pcte BACILÍFERO APRESENTAÇÕES CLÍNICAS • A tuberculose pulmonar é dividida em três formas de apresentação → primária, pós-primária e miliar • Quadro clássico → TOSSE + SINTOMAS CONSTITUCIONAIS > 3 SEMANAS o Falta de apetite, emagrecimento, febre, sudorese noturna, hemoptise, dor torácica, fadiga Tuberculose Primária • Forma clássica da doença em crianças pequenas, entre 2-12 anos • Febre baixa + tosse seca → confundido com uma “gripe prolongada”, sem coriza, cefaleia etc. • Pode ser insidioso → paciente irritadiço, sudorese noturna e inapetência, nem sempre tosse presente o Aparecem geralmente entre 2-10 semanas após primo-infecção, febre pode durar meses o Estado geral + preservado, mas resposta imunológica linfonodal exacerbada ❖ RX → pequena área de pneumonite no terço médio do pulmão + adenomegalia hilar e/ou mediastinal ipsilateral (bilateral 15%) – descrição já feita acima. • Achados tendem a desaparecem em 6 meses a 1 ano, mesmo sem tto específico o Foco regride, podendo deixarcicatriz → nódulo pequeno, calficificado (“tuberculoma”) • 3 tipos de reação à distância em alguns pctes o Eritema Nodoso → vasculite SC autolimitada em superfícies extensoras de membros. o Conjuntivite flictenular, Síndrome Poliarticular (artrite/artralgia) ❖ Complicações → atelectasia devido compressão de brônquio pela adenopatia hilar (lobo superior D, reversível), pneumonia tuberculosa se ruptura do foco caseoso • Adultos → na maioria das vezes não há adenopatia hilar e/ou mediastinal o Pctes diabéticos, gastrectomizados, desnutridos ou HIV + possuem uma chance maior de adoecer após primo-infecção → pneumonia atípica, com infiltrado unilateral. Tuberculose Pós Primária • É a forma crônica da TB, típica em indivíduos entre 15-40 anos o Imunossupressão, desnutrição, alcoolismo, gestação, outras afecções pulmonares • Tosse crônica, seca ou produtiva, expectoração purulenta ou mucoide (com/sem sangue) • Febre vespertina, sem calafrios, em geral < 38,5ºC → sudorese noturna e anorexia são comuns o Fácies de doença crônica e emagrecimento (mas tbm pode estar em BEG) Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 o Pode haver diminuição do murmúrio vesicular na AP, sopro anfórico ou ser normal. • Anemia leve normocítica normocrômica, elevação do VHS e enzimas hepáticas, eventual hiponatremia. ❖ RX → linfadenopatia hilar e/ou mediastinal NÃO é característica • Infiltrado CAVITÁRIO heterogêneo em lobo superior e lobo inferior contralateral (disseminação bronco). o Parede espessa > 3mm sugere atividade da doença (escarro +) o Infiltrado pulmonar misto com imagens lineares convergindo para hilo > infiltrado pulmonar com cavitação > fibrose pulmonar com retração de parênquima. ▪ Fibrose = dispneia, cor pulmonale, insuf respiratória o 15% dos pacientes podem ter RX NORMAL – imunodeprimidos • Forma pós primária NÃO é autolimitada, tende a progredir lentamente, disseminando-se pelos pulmões • O sistema imunológico ativa fibroblastos, gerando fibrose parenquimatosa em áreas acometidas ❖ Complicações → retrações, bronquiectasias, cavidades com paredes fibrosadas (possíveis focos de aspergiloma), pneumotórax (caverna tuberculosa se estende para pleura). o Bacilos expelidos podem infectar a parede dos brônquios / laringe - TB endobrônquica e laríngea. Tuberculose Miliar • Ocorre tanto na forma primaria quanto secundaria – muito grave, com poucos + no exame de escarro o Crianças < 2 anos / não vacinadas, pctes com imunodepressão • Progressão da lesão e grande proliferação bacilar (sem latência) após infecção • Foco primário pode continuar progredindo e lançando bacilos no sangue ou então um foco metastático na parede de veia pulmonar (foco de Weigart), gerando continuidade da disseminação. o Interstício pulmonar e meninges + afetados → fígado, baço, linfonodos, MO etc ❖ RX → opacidade reticulo-micronodulares difusas e múltiplas, nódulos granulomatosos intersticiais. • Apresentação aguda ou subaguda → febre, astenia, emagrecimento e tosse ocorrem em 80%. o As vezes apresenta-se como doença crônica (idosos) ou febre de origem obscura. ▪ EF → hepatomegalia (35%), alterações do SNC (30%) e alterações cutâneas eritemato- máculo-pápulo-vesiculosas (incomum). IDOSOS → geralmente desenvolvem forma pós-primária apical, mas podem se apresentar com TB primária progressiva, com infiltrados pneumônicos predominando em lobos médios e inferiores o Raramente há adenopatia hilar e mediastinal. DIAGNÓSTICO • Deve-se INVESTIGAR TB em: • Todos os pctes com sintomas respiratórios → tosse e expectoração por tempo >= 3 semanas. o Contactantes de casos de TB, suspeitos radiológicos o Populações específicas de alto risco → presidiários, moradores de rua, imunodeprimidos. o Se HIV, principalmente TCD4 < 200 células/mm3 ou linfócitos < 1.000 células/mm3 → suspeitar de TB na presença de qualquer sintoma respiratório e quadro de febre indeterminada. Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 Baciloscopia Direta do Escarro • A pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR, pelo método de Ziehl-Nielsen, é a técnica + utilizada • Detecta 60% a 80% TB pulmonar em adultos → sensibilidade diminuída em crianças (amostra ruim) • Indicada na busca ativa, na suspeita de TB pulmonar e no acompanhamento e controle de cura o Realizada em 2 amostras → uma após contato e outra no dia seguinte o Se indícios clínicos e radiológicos e 2 amostras negativas → amostras adicionais. o Baciloscopia de outros materiais na suspeição de TB extrapulmonar. • Baciloscopia + quadro clínico compatível fecham o diagnóstico e autorizam o início de tratamento o Outros microrganismos podem ser evidenciados na baciloscopia Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) • Indicado para diagnóstico de casos NOVOS de TB pulmonar e laríngea em adultos, adolescentes e pop vulneráveis – em crianças só quando facilidade de coleta (> 10 anos) • Detecta DNA do M. tuberculosis → sensibilidade no escarro de adultos é ~90% o Também detecta resistência à rifampicina por PCR, com sensibilidade de 95%. o Resultado em 2 horas, superior a BAAR – mas não serve p retratamento o Pode usar p dx TB extrapulmonar – mas resultado negativo não exclui tb Cultura para Micobacteria + TSA • Deve ser feito em todos os casos diagnosticados por TRM-TB e BAAR o Também em casos suspeitos, mas com TRM-TB negativo o Cultura aumenta 30% a sensibilidade do BAAR ▪ TRM-TB não identifica Micobactérias Não Tuberculosas (MNT) → cultura se suspeita. Prova Tuberculínica (PT) ou PPD (Teste de Mantoux) • Identifica os indivíduos infectados pelo BK, seja infecção latente ou infecção-doença. • NÃO dx TB ATIVA - memória imunológica desenvolve após 2-10sem – escore p predizer dx na criança Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 • PPD → fração proteica com os principais antígenos p M. tuberculosis – adm intradérmica de 2UT (unidades tuberculínicas) no 1/3 médio da face anterior do antebraço esquerdo o Leitura feita 48-72h após → surge uma lesão indurada e eritematosa (hipersensib. IV – tardia) o Mede-se o tamanho da induração (e não do eritema). ▪ PPD < 5 mm não reator, PPD >= 5 mm é considerado reator. Falsos + → infecção por outras micobactérias, vacinação recente com BCG. Falsos - → técnica de coleta, TB grave meníngea/disseminada, imunodepressão, infecções graves, neoplasias, vacinação c vírus vivo, desnutrição grave, DM, IRC, IHep, gravidez o < 3 meses ou > 65 anos, febre no período de feitura, luz UV, linfogranulomatoses • Todos HIV+ devem fazer PPD o PPD >= 5 mm → tratar TB latente após afastamento da forma ativa o PPD = 0 → repetir o teste anualmente CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA DA TB ATIVA • 2 amostras BAAR positivas // 1 BAAR positivo + achado radiológico ou histológico // cultura positiva. • DX clínico-epidemiológico → considera TB pela manifestação clínica → necessário que haja pelo menos exames de imagem ou histopatológico. • Caso novo → pcte nunca recebeu tto anti-TB ou fez por < 30 dias. • Retratamento → recidiva ou reingresso após abandono (deixou de tratar > 30 dias consecutivos) o Coleta-se sempre os 3 exames ao mesmo tempo → TRM-TB, baciloscopia e cultura ❖ RX de tórax solicitada em toda suspeita clínica de TB pulmonar → ddx, avalia extensão do acometimento e evolução radiológica durante o tratamento. • Cavidade, nódulos, consolidação, massa, processo intersticial, derrame pleural, alargamento mediastino o Resultados → RX normal, RX de sequela (lesões cicatriciais), RX suspeito, outras doenças. ❖ TC de tórax detecta a doença quando RX impreciso • Sinais sugestivos TB ativa → cavidades de paredes espessas, nódulos / nódulos centrolobulares de distribuição segmentarou confluentes, consolidações, espessamento de paredes brônquicas o Aspecto de “árvore em brotamento”, Massas, Bronquiectasias • Sequela → bandas, nódulos calcificados, cavidades de paredes finas, espessamento pleural ❖ Broncoscopia → quando exames micobacteriológicos iniciais negativos, suspeita de outra doença pulmonar, TB miliar ou endobrônquica, pctes imunodeprimidos, principalmente os infectados pelo HIV. ❖ Histopatologia → indicada no dx de TB extrapulmonar e TB miliar → granulomas caseosos sugestivo ❖ Dosagem de ADA (adenosina deaminase) → enzima secretada por linfócitos e macrófagos ativos. • Quando em níveis ↑ no líquido pleural (> 40 U/l), possui elevado valor preditivo + para TB, permitindo confirmação dx mesmo sem demonstração direta da presença de BK. o Níveis normais de ADA possui valor preditivo -, afastando possibilidade de tuberculose. ❖ Exames para HIV → detecção obrigatória em todo portador de TB - teste rápido para HIV Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 TB Primária na Criança (< 10 Anos) • Criança geralmente peucibacilar - estudo do escarro costuma ser NEGATIVO. • Sintomas inespecíficos → tríade redução do apetite, perda de peso e tosse crônica e progressiva • Dx confirmado por análise conjunta de critérios clínicos, radiológicos e PT. o Escore >= 40 pontos é muito provável // 30-35 possível // < 30 pouco provável. • Quando dificuldade de expectoração (< 6 anos) → cultura do lavado gástrico, pela manhã. • String test → estratégia para coleta de escarro pelo TG alto > absorve o escarro deglutido e examina TRATAMENTO • Estratégia TDO → Tratamento Diretamente Observado. • Propicia adesão ao tto, ↓ chance de surgimento de resistência aos fármacos e ↑ probabilidade de cura. • Observar a deglutição do medicamento, e construir de um vínculo com o doente. o Observações 3x/sem em UBS ou domicílio são aceitáveis. o Para ser considerado TDO → mínimo 24 doses observadas pelo profissional durante a fase intensiva do tto (2 primeiros meses) e 48 doses na de manutenção. Terapia Medicamentosa • Medicamentos antiTB interferem no sistema enzimático do bacilo ou bloqueiam a síntese de algum metabólito essencial para seu crescimento o Fármacos só atuam quando há atividade metabólica → bacilos em latência não são atingidos (mas são destruídos pelo sistema imunológico) • Fase intensiva → reduzir população bacilar - diminuição da contagiosidade – bactericida o Fase de manutenção → elimina bacilos latentes/persistentes e reduz recidivas – bactericida/ est ❖ ESQUEMA BÁSICO • Indicado para casos novos de TB pulmonar e extra, HIV+ ou não • Retratamento indicado quando pcte fez tto > 30 dias e abandonou, ou em casos de reinfecção o Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamina, Etambutol o BAAR negativa em 15 dias, podendo liberar o paciente → BAAR positivo = resistência/falha terap • Adultos e adolescentes → RIPE por 2 meses + RI por 4 meses = 6meses o 150/75/400/275mg + 300/150 ou 150/75 • Crianças < de 10 anos → 2RIP/4RI, doses de acordo com o peso do paciente o Etambutol → toxicidade ocular em < 10 anos • Meningoencefalite >= 10 anos → 2RIPE/7RI + corticoide = 9 meses o < 10 anos → 2RIP/7RI + corticoide (prednisona VO 1-2 mg/kg/d/4sem OU dexametasona EV) • Gestantes → add Piridozina (vit. B6) 50 mg/dia - reduz risco de toxicidade neurológica INDICAÇÕES PARA HOSPITALIZAÇÃO - meningoencefalite tuberculosa, intolerância aos medicamentos em ambulatório, mal estado geral, vulnerabilidade social, intercorrências clínicas ou cx CONTROLE DO TTO EM BACILÍFEROS - baciloscopias seriadas de escarro, no mínimo no 2,4 e 6 mês. • Duração do esquema pode ser prolongada a critério médico → +3 meses de tto com RI Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 o Persistência bacilos após 5/6 mês ou 2º mês se TB cavitaria, resposta clínico-radio insatisfatória, monorresistência à R ou H, HIV, DM. Infecção Latente • Infecção pelo bacilo, sem causar doença – saudáveis em mtos casos, com imunidade variável a doença • Toda pessoa que convive com um indivíduo infectado (casa, trabalho, escola) deve ser avaliada o Criança infectada = avaliar todos os contatos • Nunca iniciar tto sem descartar doença ativa ❖ Exame bacteriológico + RX tórax em sintomáticos → RX tórax em assintomáticos • PT < 5mm → repetir em 8 semanas – janela imunológica o Sem aumento – alta com orientações o Aumento com total > 10mm → pede-se RX tórax ▪ RX normal = tratar TB latente // RX alterado = investigar • PT >= 5mm → RX tórax, mesmo esquema ❖ Tratamento da Infecção Latente tbm se imunossupressão, criança não vacinada • Isoniazida por 9-12 meses → 5-10 mg/kg/dia (máx. 300mg/d), 270 doses o Associado a Rifampicina por 4 meses se > 50 anos ou hepatopatia (10mg/kg/d, max. 60) • RNs exposto a foco bacilífero → não vacina + Isoniazida por 3 meses + PT o PT >= 5 mm mantem isoniazida, PT < 5 mm suspender e vacinar BCG. Complicações Medicamentosas • Isoniazida = encefalopatia, neuropatia periférica → vit B6 (piridoxina) • Rifampicina = urina vermelha, nefrite intersticial, trombocitopenia etc grave • Pirazinamida = hiperuricemia, remédio mais hepatotóxico, rabdomiólise e IRA • Etambutol = neurite óptica, não hepatotóxico • Estreptomicina (S) = ototoxicidade e nefrotoxicidade o Fatores de risco para complicações → pctes > 40 anos, dependente químico > 80g, desnutrição com perda > 15%, coinfecção com HIV, hepatopatia prévia ❖ Em caso de Hepatotoxicidade → suspender as 4 medicações até redução das transaminases o Reintrodução dos fármacos progressivamente → R/E – I – P • Dispepsia → tomar fármaco após desjejum, associar IBP • AINEs, anti-histaminicos, AAS podem ser usado para artralgia, cefaleia, prurido.. ❖ ESQUEMA SUBSTITUTIVO EM CASO DE INTOLERÂNCIA • Rifampicina → 2IPES/10IE -Isoniazida → 2RPES/7RE • Pirazinamida → 2RIE/4RI -Etambutol → 2RIP/4RI Feito por Kamila Maragno Peruch MEDICINA UNESC - 192 HIV E TUBERCULOSE • No Brasil, TB é principal causa de morte em HIV+ → mandatório investigar HIV após dx de tuberculose. • Espectro dependente do grau de imunodepressão (estimado pela contagem de linfócitos CD4+) o 350-500/mm³ - padrão cavitário, semelhante ao da TB pós primária do adulto o < 350/mm³ - tendência exsudativa, acometendo grandes áreas pulmonares. ▪ Inespecífico, sintomas atípicos, formas extrapulmonares - com reação de neutrófilos, linfócitos e macrófagos + grande número de bacilos e lesão tuberculosa não reativa. • Todo pcte infectado pelo HIV deve realizar PT ao dx e depois anualmente. o Se PT >= 5 mm (sem TB ativa) = infecção latente por tuberculose. ❖ DX concomitante → indicação de tto antiTB e antirretroviral • Tratamento usual, priorizando a Rifampicina – rifabutina se uso de inibidor de protease/delutegravir • Anti-TBs instituídos imediatamente, adicionando antirretrovirais acordo com o grau de imunossupressão o LT-CD4+ < 50 céls/ mm³ → início TARV em até 2 sem após o início de tratamento da TB. o CD4 ≥ 50 céls/mm³ → iniciar TARV 8 semanas após iniciar antiTB - início da fase de manutenção. TB PLEURAL • Quadro subagudo - forma mais comum de TB extrapulmonar, pctes jovens e sem HIV • Dor pleurítica + sintomas constitucionais – astenia, febre, sudorese, perda de peso • Líquido pleural → amarelo citrino, turvo, exsudativo com predomínio de linfócitos, sem cels neoplásicas o BAAR + < 5% dos casos o ADA > 60 U/L muito sugestivo, < 40 pouco provável ▪ Pode dar falso + se linfoma, artrite reumatoide, lúpus e empiema o Mesotelio < 5% • Confirma com bacterioscopia, trata com RIPE → pode resolver espontaneamente em muitos casos VACINA DO BCG • BCGapenas reduz incidência das formas graves de TB • BCG → vacina anti-tuberculosa preparada com subcepa M. bovis atenuada. • Dose única em RNs > 2kg → 0,1 mL IM - braço direito, altura da inserção inferior do m. deltoide • Forma-se lesão local > zona endurecida 3-9 mm em 2 semanas > 5-8 sem centro amolece, forma crosta o Crosta cai > úlcera 2-6 mm > cura lentamente > cicatriz plana entre 3-7 mm. o Se após 6 meses pcte não desenvolver cicatriz → repetir dose 1 vez • Adiar aplicação se < 2 kg, doenças graves, uso de drogas imunossupressoras, RN de mãe bacilífera. • Crianças verticalmente expostas ao HIV – pode vacinas em 18 meses, se não houver imunodeficiência o Entre 18 meses e 5 anos incompletos podem vacinar se sorologia anti-HIV negativa. o Após 5 anos a vacina é contraindicada ***RESUMO FEITO COM BASE NO MINISTÉRIO DA SAUDE + MATERIAIS MED/CEL E MED/CURSO***
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