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Feito por Natiély Oliveira TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR BROQUEIO DO NERVO ALVEIOLAR INFERIOR O BNAI, comumente (mas inadequadamente) chamado bloqueio do nervo mandibular, é o segundo bloqueio nervoso mais frequentemente utilizado (após a infiltração) e possivelmente a técnica de injeção mais importante em odontologia. Nervos anestesiados: Nervo alveolar inferior, um ramo da divisão posterior da divisão mandibular do nervo trigêmeo (V3), nervo incisivo, nervo mentual, nervo lingual. Áreas anestesiadas: Dentes inferiores até a linha média, corpo da mandíbula, porção inferior do ramo, mucoperiósteo vestibular, mucosa anterior ao forame mentual (nervo mentual), 2/3 anteriores da língua e assoalho da cavidade bucal (nervo lingual) e tecidos moles linguais e periósteo (nervo lingual). Indicações: Procedimentos em vários dentes inferiores em um quadrante, quando é necessária a anestesia dos tecidos moles vestibulares (anteriores ao forame mentual), quando é necessária a anestesia do tecido mole lingual. Contraindicações: Infecção ou inflamação aguda na área da injeção (rara) e pacientes com maior probabilidade de morder o lábio ou a língua (p. ex., criança ou pessoa com deficiência física ou mental). Vantagem: Uma injeção fornece ampla área de anestesia (quadrante). Desvantagens: Área ampla de anestesia, índice de anestesia inadequada (31 a 81%), pontos de referência intrabucais não consistentemente confiáveis, anestesia da língua e do lábio inferior, incômoda para muitos pacientes e possivelmente perigosa para alguns indivíduos. Alternativas: Bloqueio do nervo mentual, broqueio do nervo incisivo, injeção supraperiosteal, técnica de Gow-Gates, técnica de Vazirani-Akinosi, injeção LPD, injeção intraóssea e injeção intrasseptal. TÉCNICA 1. Recomenda-se uma agulha longa de calibre 25, mas calibre 27 também é aceitável. 2. Área de inserção: mucosa no lado medial (lingual) do ramo da mandíbula. 3. Área-alvo: nervo alveolar inferior à medida que ele passa inferiormente em direção ao forame mandibular, mas antes de adentrar o forame. 4. Pontos de referência: Incisura coronoide, rafe pterigomandibular (porção vertical)e plano oclusal dos dentes posteriores inferiores. 5. Orientação do bisel da agulha: a agulha se aproxima do NAI quase em um ângulo reto. 6. Procedimento: Assumir a posição correta: a. Para o BNAI do lado direito, o profissional deve sentar-se na posição de 8 horas, voltado para o paciente b. Para o BNAI esquerdo, o cirurgião- dentista destro deve sentar-se na posição de 10 horas, voltado para a mesma direção do paciente. 7. Posicionamento do paciente em supino ou semissupino, deve abrir bem a boca para permitir maior visibilidade e acesso ao local da injeção 8. Preparo do tecido no local da injeção: Secar com gaze estéril, aplicar o antisséptico tópico e anestésico tópico por 1 a 2 minutos. 9. Altura de injeção: colocar o dedo indicador ou o polegar da mão esquerda na incisura coronoide, traçar uma linha imaginária ( paralela ao plano oclusal dos molares inferiores) se estende posteriormente, na incisura coronoide, até a parte mais profunda da rafe pterigomandibular determinando a altura da injeção, aproximadamente 6 a 10 mm acima do plano oclusal. a. O ponto de inserção da agulha encontra-se a 3/4 da distância anteroposterior da parte posterior da incisura coronoide até a parte mais profunda da rafe pterigomandibular. 10. Local anteroposterior da injeção: a penetração da agulha ocorre na intersecção de dois pontos, um ao longo da linha horizontal a partir da incisura coronoide até a parte mais profunda da rafe pterigomandibular, dois em uma linha vertical, cerca de 3/4 da distância da borda anterior do ramo. Feito por Natiély Oliveira 11. Profundidade da penetração: avançar a agulha lentamente até sentir que ela encostou no osso: pacientes ansiosos ou sensíveis, aconselha-se depositar pequenos volumes à medida que se avança a agulha. a. A profundidade média de penetração para contato com o osso é de 20 a 25 mm, aproximadamente 2/3 a 3/4 do comprimento de uma agulha longa. 12. A ponta da agulha deve estar localizada um pouco acima do forame mandibular 13. Se o osso for tocado cedo demais a agulha está localizada muito anteriormente (lateralmente) no ramo. a. Para corrigir, deve-se retirá-la do tecido e levar o corpo da seringa para a frente, em direção ao incisivo lateral ou ao canino e reinserir a agulha na profundidade adequada. 14. Se o osso não for tocado, a ponta da agulha provavelmente está localizada muito posterior a. Para corrigir: Retornar um pouco a agulha no tecido (deixando aproximadamente 1/4 do seu comprimento no tecido) e reposicionar o corpo da seringa mais posteriormente (sobre os molares inferiores) 15. Continuar a inserção da agulha até que encoste no osso em uma profundidade apropriada (20 a 25 mm). 16. Inserir a agulha, quando o osso for tocado, retirar a agulha aproximadamente 1 mm. 17. Aspirar em dois planos e se negativa, depositar lentamente 1,5 mℓ do anestésico durante o mínimo de 60 segundos. 18. Retirar lentamente a seringa e, quando aproximadamente metade do seu comprimento estiver dentro dos tecidos, voltar a aspirar e se negativa, depositar uma porção da solução restante (0,2 mℓ) para anestesiar o nervo lingual: Na maioria dos pacientes, a anestesia do nervo lingual não é necessária, porque o anestésico local do BNAI anestesia o nervo lingual. 19. Retirar a seringa lentamente e manter a agulha em local seguro 20. Após aproximadamente 20 segundos, retornar o paciente a uma posição confortável vertical ou semivertical 21. Aguardar 3 a 5 minutos antes de testar a anestesia pulpar. BROQUEIO DO NERVO BUCAL O nervo bucal é um ramo da divisão anterior do V3 e, consequentemente, não é anestesiado durante o BNAI. O bloqueio do nervo bucal, comumente (mas incorretamente) chamado bloqueio do nervo bucal longo, tem índice de sucesso de aproximadamente 100%. Isso ocorre porque ele é prontamente acessível ao anestésico local, pois se encontra imediatamente abaixo da mucosa, não coberto pelo osso. Nervo anestesiado: Nervo bucal (ramo da divisão anterior do V3). Área anestesiada: Tecidos moles e periósteo vestibular dos molares inferiores. Indicação: Quando há necessidade da anestesia do tecido mole vestibular para os procedimentos odontológicos na região de molares inferiores. Contraindicação: Infecção ou inflamação aguda na área da injeção. Vantagens: Alto índice de sucesso, tecnicamente fácil. Desvantagem: Potencial para dor se a agulha entrar em contato com o periósteo durante a injeção. Feito por Natiély Oliveira Alternativas: Infiltração vestibular, técnica de Gow- Gates, técnica de Vazirani-Akinosi, injeção LPD, injeção intraóssea e injeção intrasseptal. TÉCNICA 1. Recomenda-se agulha longa de calibre 25 ou 27. a. Recomenda-se uma agulha longa por causa do local posterior de depósito, e não da profundidade de inserção do tecido (que é mínima). 2. Área de inserção: mucosa distal e vestibular ao dente molar mais distal do arco. 3. Área-alvo: nervo bucal conforme ele passa sobre a borda anterior do ramo. 4. Pontos de referência: molares inferiores, sulco mucovestibular. 5. Orientação do bisel: em direção ao osso durante a injeção. 6. Procedimento: posição correta: a. Para o bloqueio do lado direito, deve sentar-se na posição de 8 horas, voltado diretamente para o paciente. b. Para o bloqueio esquerdo, o deve sentar-se na posição de 10 horas, voltado para a mesma direção que o paciente. 7. Posicionamento do paciente em supino (recomendado) ou em semissupino 8. Preparo dos tecidos para a penetração distal e vestibularao molar mais posterior:* 9. Secar com gaze estéril, aplicar o antisséptico tópico e o anestésico tópico por 1 a 2 minutos. 10. Com o dedo indicador puxar lateralmente os tecidos moles vestibulares na área da injeção, para melhorar a visibilidade. 11. Direcionar a seringa ao local da injeção com o bisel voltado para baixo em direção ao osso, e a seringa alinhada paralelamente ao plano oclusal no lado da injeção, mas vestibular aos dentes 12. Penetrar a mucosa no local da injeção, distal e vestibular ao último molar 13. Avançar a agulha lentamente até que o mucoperiósteo seja tocado: para evitar dor depositar algumas gotas de anestésico local imediatamente antes do contato 14. A profundidade de penetração raramente é maior do que 2 a 4 mm, sendo, normalmente, de apenas 1 ou 2 mm. 15. Aspirar em dois planos e se negativa, depositar lentamente 0,3 mℓ (cerca de 1/8 de um tubete) durante 10 segundos. a. Se o tecido no local da injeção edemaciar (inchado) parar de depositar a solução b. Se a solução sair para fora do local da injeção (de volta à boca), parar a injeção c. Avançar a ponta da agulha mais profundamente no tecido*, aspirar novamente e continuar a injeção. 16. Retirar a seringa lentamente e colocar a proteção da agulha imediatamente 17. Aguardar aproximadamente 3 a 5 minutos antes de iniciar o procedimento odontológico planejado. RESUMINDO: Alinhamento da seringa: paralela ao plano oclusal no lado da injeção, mas vestibular a ela, distal e vestibular ao último molar. BROQUEIO DO NERVO MANDIBULAR: TÉCNICA DE GOW-GATES A técnica de Gow-Gates é um bloqueio do nervo mandibular verdadeiro porque fornece anestesia sensitiva de praticamente toda a distribuição do V3. Nervos anestesiados: Nervo alveolar inferior, nervo mentual, nervo incisivo, nervo lingual, nervo milo- hióideo, nervo auriculotemporal, nervo bucal (em 75% dos pacientes). Áreas anestesiadas: Dentes inferiores até a linha média − Mucoperiósteo e mucosa vestibulares do lado da injeção. − 2/3 anteriores da língua e assoalho da cavidade bucal. − Tecidos moles e periósteo linguais. − Corpo da mandíbula, porção inferior do ramo. − Pele sobre o zigoma, porção posterior da bochecha e regiões temporais. Indicações: Procedimentos nos dentes inferiores, necessidade da anestesia vestibular dos tecidos moles, do terceiro molar até a linha média, quando é necessária a anestesia do tecido mole lingual ou quando o BNAI convencional não tem êxito. Feito por Natiély Oliveira Contraindicações: Infecção ou inflamação aguda na área da injeção (raro), pacientes que podem morder o lábio ou a língua, como crianças e pessoas com deficiência física ou mental, pacientes que não conseguem abrir bem a boca (p. ex., trismo). Vantagens: Requer apenas uma injeção; o bloqueio do nervo bucal é geralmente desnecessário, alto índice de sucesso (> 95%), com experiência, fornece anestesia bem-sucedida quando estão presentes NAI bífido e canais mandibulares bífidos. Desvantagens: Para muitos pacientes, a anestesia da língua e do lábio inferior é desconfortável, e para alguns indivíduos, possivelmente perigosa, tempo de início da anestesia é um pouco longo, existe uma curva de aprendizado para técnica, necessária experiência clínica para maior índice de sucesso. Alternativas: BNAI e bloqueio do nervo bucal, técnica de Vazirani-Akinosi, bloqueio do nervo incisivo, bloqueio do nervo mentual, bloqueio do nervo bucal, injeção supraperiosteal (infiltração), técnica intraóssea ou técnica de injeção LPD. TÉCNICA 1. Recomenda-se a agulha longa de calibre 25 ou 27. 2. Área de inserção: mucosa no lado mesial do ramo da mandíbula, em uma linha que vai da incisura intertrágica até o canto da boca, distal ao segundo molar superior. 3. Área-alvo: lateral do colo do côndilo mandibular, logo abaixo da inserção do músculo pterigóideo lateral. 4. Pontos de referência: a. Extraoral: incisura intertrágica (borda inferior do trago, canto contralateral da boca. b. Intraoral: altura da injeção estabelecida pela colocação da ponta da agulha logo abaixo da cúspide mesiolingual do segundo molar superior, penetração dos tecidos moles, distal ao segundo molar superior. 5. Orientação do bisel: não é importante. 6. Procedimento: para o lado direito, sentar-se na posição de 8 horas, voltado para o paciente e para o lado esquerdo, sentar-se na posição de 10 horas, voltado para a mesma direção que o paciente. 7. Posição do paciente: posição supina, pede- se ao paciente para estender o pescoço e abrir bem a boca durante a técnica. 8. Localizar os pontos de referência extraorais: Incisura intertrágica, canto contralateral da boca. 9. Colocar o dedo indicador ou o polegar esquerdo na incisura coronoide, possibilita o afastamento dos tecidos moles e auxilia na determinação do local da penetração da agulha 10. Visualização dos pontos de referência intraorais: Cúspide mesiopalatal do segundo molar superior a. O local da penetração da agulha é distal ao segundo molar superior, na altura da ponta da cúspide mesiopalatal. 11. Preparo dos tecidos no local da penetração: Secar os tecidos com gaze estéril, aplicar o antisséptico tópico e o anestésico tópico por, no mínimo, 1 minuto. 12. Esticar os tecidos no lado lingual do ramo, deixando-os tensos. 13. Direcionar a seringa ao local da injeção a partir do canto da boca no lado oposto (como no BNAI) 14. Inserir a agulha delicadamente nos tecidos no local da injeção, distal ao segundo molar superior, na altura da cúspide mesiopalatal 15. Alinhar a agulha com o plano que se estende do canto da boca, deve ficar paralela ao ângulo entre a orelha e a face 16. Direcionar a seringa à área-alvo no trago: corpo da seringa fica no canto da boca sobre os pré-molares. a. A altura da inserção, acima do plano oclusal mandibular, é consideravelmente maior (10 a 25 mm, dependendo do tamanho do paciente) do que para o BNAI 17. Avançar a agulha, lentamente, até tocar o osso (colo do côndilo) a. A profundidade média da penetração no tecido mole ao osso é de 25 mm. 18. Se o osso não for tocado, deve-se retirar a agulha, pedir ao paciente para abrir mais a boca e avançar novamente a agulha até tocar o osso. 19. Retirar 1 mm da agulha Feito por Natiély Oliveira 20. Aspirar em dois planos e se aspiração positiva, tirar um pouco a agulha, angulá-la superiormente, reinseri-la, aspirar novamente e, se for negativa, depositar a solução. 21. Se negativa, depositar lentamente 1,8 mℓ de solução durante 60 a 90 segundos. A técnica de Gow-Gates originalmente recomendava o depósito de 3 mℓ de anestésico. a. No entanto, 1,8 mℓ normalmente é suficiente para fornecer anestesia clinicamente aceitável em quase todos os casos. b. Quando ocorre anestesia parcial após a administração de 1,8 mℓ, recomenda-se uma segunda injeção de aproximadamente 1,2 mℓ BLOQUEIO DO NERVO MENTUAL O nervo mentual é um ramo terminal do nervo alveolar inferior. Ao sair do forame mentual no ápice dos pré- molares inferiores ou próximo dele, fornece inervação sensitiva para os tecidos moles vestibulares, anteriores ao forame, e para os tecidos moles do lábio inferior e do mento no lado da injeção. Nervos anestesiados: Nervo mentual Áreas anestesiadas: Mucosa vestibular anterior ao forame mentual (em torno do segundo pré-molar) até a linha média e a pele do lábio inferior e queixo. Indicações: Quando é necessária a anestesia do tecido mole vestibular para os procedimentos na mandíbula, anteriores ao forame mentual, como: biopsias de tecido mole e sutura de tecido mole. Contraindicações: Infecção ou inflamação aguda na área da injeção. Vantagens: Alto índice de sucesso, tecnicamente fácile totalmente atraumático. Desvantagem: Hematoma. Alternativas: Infiltração local, BNAI, técnica de Gow- Gates e técnica de Vazirani-Akinosi. TÉCNICA 1. Recomenda-se agulha curta de calibre 25 ou 27. 2. Área de inserção: sulco mucovestibular no forame mentual, ou anterior a este. 3. Área-alvo: nervo mentual à medida que sai do forame mentual (geralmente localizado entre os ápices do primeiro e do segundo pré-molar). 4. Pontos de referência: molares inferiores e sulco mucovestibular. 5. Orientação do bisel: em direção ao osso durante a injeção. 6. Assumir a posição correta: sentar-se confortavelmente na frente do paciente, de modo que possa colocar a seringa na boca dele abaixo do seu campo de visão. 7. Posicionamento do paciente: recomenda-se a posição supina, mas a semissupina é aceitável 8. Pedir ao paciente que feche parcialmente a boca. Isso permite maior acesso ao local da injeção 9. Localizar o forame mentual: Colocar o dedo indicador no sulco mucovestibular e pressionar contra o corpo da mandíbula na área do primeiro molar, mover o dedo lentamente para a frente até que o osso abaixo do dedo pareça irregular e um tanto côncavo. a. Geralmente se encontra o forame mentual em torno do ápice do segundo pré-molar. No entanto, pode-se encontrá-lo anterior ou posterior a esse local. b. Se as radiografias estiverem disponíveis, pode-se localizar facilmente o forame mentual 10. Preparo dos tecidos no local da penetração: secar com gaze estéril, aplicar o antisséptico tópico e anestésico tópico por, no mínimo, 1 minuto. Feito por Natiély Oliveira 11. Com o dedo indicador esquerdo, puxar o lábio inferior e os tecidos moles vestibulares lateralmente, se possível usando um espelho clínico 12. Orientar a seringa com o bisel voltado para o osso, penetrar a mucosa no local da injeção, no canino ou no primeiro pré-molar, direcionando a seringa para o forame mentual. 13. Avançar a agulha lentamente até que o forame seja atingido. A profundidade da penetração é de 5 a 6 mm. 14. Aspirar em dois planos e se aspiração negativa, depositar lentamente 0,6 mℓ (aproximadamente 1/3 do tubete) durante 20 segundos. 15. Retirar a seringa e imediatamente manter a agulha em local seguro: 16. Aguardar 2 a 3 minutos antes de iniciar do procedimento. BROQUEIO DO NERVO INCISIVO O nervo incisivo é um ramo terminal do nervo alveolar inferior. Originado como continuação direta do NAI no forame mentual, o nervo incisivo segue anteriormente no canal incisivo, fornecendo inervação sensitiva para os dentes localizados anteriormente ao forame mentual. Nervos anestesiados: Nervos mentual e incisivo. Áreas anestesiadas: Mucosa vestibular anterior ao forame mentual, normalmente do segundo pré-molar até a linha média, lábio inferior e a pele do queixo, fibras nervosas pulpares dos pré-molares, caninos e incisivos. Indicações: Procedimentos odontológicos que exijam anestesia pulpar dos dentes inferiores anteriores ao forame mentual, quando não há indicação para o BNAI: Quando se tratam 6, 8 ou 10 dentes anteriores (p. ex., de canino a canino ou de pré-molar a pré- molar), recomenda-se o bloqueio do nervo incisivo no lugar do BNAI bilateral. Contraindicação: Infecção ou inflamação aguda na área da injeção. Vantagens: Fornece anestesia pulpar e óssea sem anestesia lingual, mais útil que o BNAI bilateral, alto índice de sucesso. Desvantagens: Não fornece anestesia lingual, pode ocorrer a anestesia parcial na linha média em decorrência da sobreposição de fibra nervosa com o lado oposto, pode ser necessária a infiltração local de 0,9 mℓ de anestésico local no sulco mucovestibular nos incisivos centrais inferiores para a obtenção da anestesia pulpar completa. Alternativas: Infiltração local para os tecidos moles vestibulares e anestesia pulpar dos incisivos central e lateral, BNAI, técnica de Gow-Gates, técnica de Vazirani-Akinosi e injeção no ligamento periodontal. TÉCNICA 1. Recomenda-se agulha curta de calibre 27. 2. Área de inserção: sulco mucovestibular no forame mentual, ou anterior a este. 3. Área-alvo: forame mentual, através do qual o nervo forame mentual sai e dentro do qual o nervo incisivo está localizado. 4. Pontos de referência: pré-molares inferiores e sulco mucovestibular. 5. Orientação do bisel: em direção ao osso durante a injeção. 6. Procedimento: Assumir a posição correta, sentar-se na frente do paciente, de modo que possa colocar a seringa na boca dele, abaixo do seu campo de visão 7. Posicionamento do paciente: posição supina, mas a semissupina é aceitável, solicitar que o paciente feche parcialmente a boca 8. Localizar o forame mentual: Colocar o dedo polegar ou o indicador no sulco mucovestibular contra o corpo da mandíbula na área do primeiro molar a. Movê-lo lentamente para a frente até sentir que o osso se torna irregular. Feito por Natiély Oliveira b. Normalmente, encontra-se o forame mentual no ápice do segundo pré- molar; no entanto, ele pode ser encontrado anterior ou posterior a esse local. 9. Preparo dos tecidos no local da penetração: Secar com gaze estéril, aplicar o antisséptico tópico (opcional) e o anestésico tópico por, no mínimo, 1 minuto. 10. Com o dedo indicador esquerdo, puxar o lábio inferior e o tecido mole bucal vestibular lateralmente 11. Orientar a seringa com o bisel voltado para o osso 12. Penetrar a mucosa na região do canino ou do primeiro pré-molar, direcionando a seringa para o forame mentual 13. Avançar a agulha lentamente até alcançar o forame mentual. A profundidade da penetração é de 5 a 6 mm. A ponta da agulha deve ficar do lado de fora do forame mentual. 14. Aspirar em dois planos e se aspiração negativa, depositar lentamente 0,6 mℓ (aproximadamente 1/3 do tubete) durante 20 segundos: Os tecidos no local da injeção devem edemaciar, mas muito ligeiramente. 15. Retirar a seringa e, imediatamente, manter a agulha em local seguro 16. Continuar a aplicação de pressão no local da injeção, intra ou extraoralmente, por 2 minutos 17. Aguardar 3 a 5 minutos antes do início do procedimento odontológico: Observa-se a anestesia do nervo mentual (lábio inferior, tecidos moles vestibulares) segundos após o depósito 18. A anestesia do nervo incisivo requer tempo adicional. LIVRO: MALAMED