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Tratamento de fraturas

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1 Louyse Jerônimo de Morais 
Tratamento de fraturas 
Referência: aula do prof. Rosalvo Zósimo 
Consolidação da fratura 
Falamos sobre biologia e biomecânica, que era 
uma prévia para o entendimento do processo de 
consolidação das fraturas. 
 
Consolidação viciosa 
• Consolidação viciosa: cola, mas de forma errada, 
no lugar errada. É completamente incompatível 
com boa função, devido à angulação do membro. 
o Resulta em desvios, tais como: 
encurtamento, alongamento, angulares, 
rotacionais, translacionais. 
Quando tem encurtamento por cavalgamento de 
grande monta, certamente levará a uma perda funcional. 
Se alongamento, um membro fica maior que o outro. 
Restituição completa da função 
Antigamente, o objetivo principal do tratamento 
das fraturas era a consolidação, sendo viciosa ou não. Com 
o progresso da traumatologia, o que se quer é uma 
restituição completa da função. Isso também significa 
consolidação. 
O que queremos é que a função esteja nos níveis 
anteriores, ou seja, que pelo menos a pessoa volte a ter a 
função que outrora desenvolvia, o mais rápido possível, 
com consolidação, sem dor e definitiva. 
• Restituição da função após consolidação viciosa: 
pode ser feita com osteotomia do calo ósseo, 
realizando-se redução com placa de compressão, 
a fim de se obter estabilidade absoluta. 
Como tratar? 
Trata de acordo com a “personalidade” da fratura, 
ou seja, cada caso é um caso. Apesar de haver regras, 
foram feitos diversos experimentos, em que pacientes que 
apresentavam o mesmo tipo de fratura, com tratamentos 
distintos, apresentavam resultados distintos. Alguns 
resultados, obviamente, superiores do ponto de vista 
funcional em relação aos outros. Com isso, inferiu-se que 
para casos de tal tipo, o ideal, isto é, com melhores 
resultados funcionais, é o tratamento X. Isso quer dizer 
que existe uma regra, porém toda regra tem exceções. 
• Condições de partes moles: é importante avaliar 
esse quesito para saber se pode lançar mão de 
uma estabilidade absoluta ou não. Por exemplo, 
havendo escoriação na pele gerada pelo trauma 
e/ou evolução com flictemas, não se consegue 
fazer incisão no local para abordar cirurgicamente 
o osso. Nessa situação, a indicação, em tese, seria 
cirúrgica, contudo, não se consegue fazer. Então, 
as condições de partes moles, por vezes, podem 
limitar a abordagem. 
• Condições gerais dos membros: por exemplo, 
paciente que, por conta de uma hemiparesia ou 
hemiplegia, tem um membro não funcional. 
Nesse caso, não há motivo para submeter o 
paciente a um risco cirúrgico, na ideia de 
recuperar função idêntica à original; então não 
tem necessidade de intervenção cirúrgica, porque 
não vai chegar ao resultado que se gostaria. 
• Condições clínicas dos pacientes: em geral, 
pacientes idosos, sem condições de suportar um 
processo anestésico demorado, pelas condições 
de saúde e comorbidades diversas associadas, 
não vai colocar na mesa cirúrgica para não sair de 
lá direto para o cemitério. Então não há, 
obviamente, indicação. A regra para colo de fêmur 
é cirúrgica e retirar do decúbito o mais rápido 
possível. Se risco cirúrgico elevadíssimo, não se 
indica cirurgia. Tem que chamar família e pesar 
risco-benefício. 
• Treinamento da equipe: o que a equipe não sabe 
fazer não se faz. 
• Infraestrutura hospitalar: por exemplo, para 
colocar haste intramedular, precisa de um 
intensificador de imagens [radiografia que vê na 
hora], que não é todo hospital que tem. 
Passo a passo do tratamento 
1. Princípio: é a primeira coisa a se pensar. 
2. Método 
3. Redução 
4. Material: última decisão. 
 
2 Louyse Jerônimo de Morais 
Tem que ser necessariamente nessa ordem. Não 
se escolhe o material, isso é a última decisão, até porque 
precisa saber o que o hospital tem. 
Princípios 
Acepções fundamentais em que outras são 
baseadas ou derivadas. Tudo deriva dele. Se é o primeiro, 
precisa lembrar do princípio da estabilidade. A partir disso, 
toma decisão. 
Devemos lembrar que a instabilidade gera 
pseudoartrose. Quando decide que a mecânica é o 
princípio e deve ser considerada, tem que escolher entre 
estabilidade relativa e absoluta. 
• Relativa: consolidação secundária, com calo, sem 
método compressivo. 
o Fraturas cominutivas 
• Absoluta: tem que fazer compressão, para gerar 
consolidação primária, sem calo ósseo externo. 
o Fraturas simples 
o Fraturas cominutivas simples 
O princípio é definido de acordo com o tipo de fratura. 
Método 
Refere-se ao conjunto de meios para que se atinja 
aquele fim. Se definir o princípio de estabilidade absoluta, 
decide-se por comprimir. A partir desse pressuposto, 
existem algumas técnicas a serem feitas de acordo com os 
métodos, sendo eles estáticos ou dinâmicos. 
Princípio Método 
Estabilidade 
absoluta 
Compressão 
estática 
Parafuso de 
tração 
Placa de 
compressão 
Compressão 
dinâmica 
Banda de tensão 
Placa 
Estabilidade 
relativa 
Externo 
Tutor externo 
Tutor + suporte 
Interno 
Tutor interno 
Tutor + suporte 
• Compressão interfragmentária: toda vez que a 
faz, utiliza-se a estabilidade absoluta. Para isso, 
usa métodos compressivos, sejam eles estáticos 
ou dinâmicos. 
Existem métodos em que não se comprime, os 
quais fazem parte da estabilidade relativa, em que se tenta 
controlar o movimento, mas que este ainda está presente. 
Lembre-se que movimento excessivo gerará instabilidade 
e, consequentemente, pseudoartrose. 
Quando se opta pela estabilidade relativa, não 
haverá compressão, então tem certas técnicas a serem 
feitas: 
• Externo: o dispositivo não é colocado no osso; 
tutor, tutor + suporte. 
• Interno: coloca algum dispositivo no osso; tutor, 
tutor + suporte 
1. Tutor 
É um aparelho conectado ao osso fraturado, que 
reduz a mobilidade da fratura. O que queremos é reduzir 
o movimento excessivo. Se o tutor estiver em contato com 
o osso, é chamado de interno, se não estiver, diz-se que é 
externo. 
 
• Tutor interno: haste intramedular, placa ponte. 
• Tutor externo: gesso 
O tutor orienta forças, fazendo com que haja uma 
carga de transmissão orientada. Ele está, na verdade, 
fazendo uma condução, isto é, orientando força, para que, 
no momento em que o paciente pise, se possa estimular. 
2. Tutor + suporte 
Orienta a transmissão da carga e evita desvios 
significativos. Um exemplo seria a haste intramedular 
como sendo o tutor junto com suporte, que seriam os 
parafusos. É algo que se agrega à haste – por exemplo, 
dois parafusos de bloqueio proximais e dois parafusos 
distais. Se não tiver suporte, pode ocorrer encurtamento. 
• Desvios que se evita: encurtamento do membro, 
torção. 
• Além disso, promove maior estabilidade. 
 
3 Louyse Jerônimo de Morais 
 
Haste intramedular bloqueada em tíbia 
Como são métodos não compressivos, estamos 
diante de estabilidade relativa, levando à consolidação 
secundária e formação de calo ósseo. 
3. Tutores + suporte externo 
O fixador externo seria um exemplo. Nessa 
situação, a maior parte do dispositivo fica para fora, tendo 
certo contato com o osso – mas também pode não ter – 
junto a um suporte atrelado, ou seja, não é simplesmente 
um tutor como é o gesso. Chamamos de parafusos de 
Chainz, que são rosqueados, porém longos. São esses dois 
que coloca no local proximal e distal, que são exatamente 
os suportes. O tutor é a armação que fica para fora. 
 
Fixador externo 
O interno se divide em dois tipos: intramedular ou 
extramedular. Um exemplo de intramedular é a haste 
intramedular bloqueada, a qual tem suporte. Se sem 
bloqueio, tem apenas tutor. 
 
Haste intramedular bloqueada 
Qual a diferença de usar haste bloqueada da não 
bloqueada? Quando precisa de suporte, a fim de evitar 
desvios significativos. Usa isso mais em fraturas 
cominutivas. Não precisa bloquear fratura simples. 
Tutor + suporte extramedular: está fora do canal, 
portanto, uma placaque é aplicada acima é um tutor + 
suporte extramedular. Um exemplo seria a placa-ponte, 
em que não se faz compressão no foco – ele nem é 
abordado. Não pode retirar o periósteo, para não 
prejudicar a chegada do sangue. Assim, faz apenas incisão 
proximal e distal e acrescenta a placa abaixo do músculo, 
raspando o osso. Não é método compressivo porque não 
se usa a placa no intuito de fazer compressão. 
A placa ponte é uma alternativa mais fácil e rápida 
do que a haste intramedular, então em um paciente de 
alto risco cirúrgico, pode ser a escolha. 
 
Placa ponte 
Redução 
Restauração da correta relação e da posição 
anatômica dos fragmentos. Ela pode ser anatômica ou 
funcional. A redução funcional restaura comprimento e 
eixo, bem como evita torção. 
Materiais – utensílios e apetrechos 
Obs.: Aparelho gessado é usado em criança, em 
adultos, não faz imobilização prolongada. 
 
4 Louyse Jerônimo de Morais 
• Trações: nada mais é do que esticar e puxar. Pode 
colocar peso através de empuxamento na pele ou 
através do osso [tração esquelética] 
o Cutânea e esquelética: em geral, esse tipo 
de tratamento é provisório, até o 
paciente fazer exames pré-operatórios. 
Em alguns casos, pode ser tratamento 
definitivo sim. 
• Parafusos: tem diversas formas. 
• Placas: também. 
• Hastes intramedulares: podem ser maciças ou 
flexíveis. No caso da flexível, usa mais em 
esqueleto imaturo das crianças, lembrando de 
poupar fise no local de entrada. 
• Fios de Kirschner: pode fazer fixações ou até 
mesmo banda de tensão. Geralmente, em 
fraturas pequenas e articulares. 
• Banda de tensão 
• Fixador externo 
 
Lesão Princípio Método Redução Materiais 
Fratura simples ou 
cominutiva simples 
Estabilidade 
absoluta 
Compressão 
estática 
Parafuso de tração 
Anatômica 
Parafuso de tração 
Placa de compressão Placa de compressão 
Compressão 
dinâmica 
Banda de tensão Banda de tensão 
Placa Placa 
Fraturas cominutivas 
Estabilidade 
relativa 
Externo 
Tutor externo 
Funcional 
Gesso 
Tutor + suporte Fixador externo 
Tutor interno Haste intramedular 
Interno 
Tutor + suporte 
intramedular 
Hasta intramedular 
bloqueada 
Tutor + suporte 
extramedular 
Placa ponte

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