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Indaial – 2020 Cinesioterapia Prof. Paulo Heraldo Costa do Valle 2a Edição Elaboração: Prof. Paulo Heraldo Costa do Valle Copyright © UNIASSELVI 2020 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: V181c Valle, Paulo Heraldo Costa do Cinesioterapia. / Paulo Heraldo Costa do Valle. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 246 p.; il. ISBN 978-65-5663-185-1 ISBN Digital 978-65-5663-181-3 1. Cinesiologia. - Brasil. 2. Fisioterapia. – Brasil. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 610 Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático de Cinesioterapia. Na Unidade 1, estudaremos assuntos muito importantes para a sua formação. Abordaremos a história e os personagens que contribuíram através dos seus estudos para a avaliação da evolução do movimento humano: Aristóteles, Arquimedes de Siracusa, Cláudio Galeno, Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Giovanni Alfonso Borrelli e Isaac Newton. Posteriormente, estudaremos a anamnese completa e todas as fases que fazem parte da anamnese, como o exame, a avaliação, o diagnóstico, o prognóstico e a intervenção. Na sequência, estudaremos a definição e a utilização da cinesioterapia por meio da abordagem de várias funções, como o equilíbrio, a coordenação, a flexibilidade, a mobilidade, o desempenho muscular, o controle neuromuscular e a estabilidade. Também abordaremos a amplitude de movimento, a mobilidade e o alongamento, os tipos de exercícios de amplitude de movimento (amplitude de movimento passivo, amplitude de movimento ativo e amplitude de movimento ativo assistido), indicações da amplitude de movimento, metas da amplitude de movimento passivo, limitações do movimento passivo, indicações da amplitude de movimento ativo e ativo assistido, metas da amplitude de movimento ativo, benefícios fisiológicos da contração muscular ativa e mobilidade (envolvimento da mobilidade com a integridade articular, hipomobilidade, alongamento e contratura). Por último, estudaremos a goniometria através dos princípios do método, articulações do membro superior (articulação do ombro, articulação do cotovelo, articulação radioulnar, articulação do punho), articulações do membro inferior (articulação do quadril, articulação do joelho e articulação do tornozelo) e movimentos da articulação da coluna vertebral. Na Unidade 2, abordaremos sobre a cadeia cinética no membro inferior, que apresenta a importância da cadeia cinética, ações musculares na cadeia cinética, particularidades dos exercícios em cadeia cinética fechada e aberta, utilização dos exercícios em cadeia cinética, cocontração dos músculos, recuperação do controle neuromuscular, confrontos da biomecânica nas atividades em cadeia cinética e tratamento das lesões através dos exercícios em cadeia cinética fechada; e também sobre a cadeia cinética no membro superior, articulação do ombro, articulação do cotovelo, reabilitação de lesões do membro superior e transferência de peso (push-ups, push ups com um plus, press ups step e prancha de deslizamento). APRESENTAÇÃO Na sequência, estudaremos sobre as técnicas de treinamento resistido, o exercício isométrico, o exercício resistido progressivo, as contrações concêntricas versus excêntricas, pesos livres comparados com os equipamentos de musculação, faixas elásticas, resistência variável, técnicas de exercícios resistidos e técnicas preconizadas quanto ao treinamento resistido. Nesta unidade falaremos sobre as lesões do tecido muscular, suas propriedades musculares e lesão muscular (câimbras, dor muscular tardia, contusões, laceração muscular, estiramento, processo cicatricial, tratamento); e também sobre as lesões do tecido tendinoso, sua estrutura, fisiopatologia e etiologia, a classificação das tendinopatias e o tratamento fisioterapêutico. Por fim, sobre as lesões do tecido nervoso, as lesões por estiramento, as lesões por compressão, a divisão das lesões nervosas traumáticas (neuropraxia, axonotmese e neurotmese), a mobilização do tecido nervoso e o tratamento fisioterapêutico (objetivos do tratamento fisioterapêutico e recursos terapêuticos). Na Unidade 3, abordaremos o treinamento de estabilização do core em reabilitação, estudaremos a eficiência e atuação do core, treinamento do core, observações sobre a postura, desequilíbrios musculares, condutas específicas para o treinamento do core, protocolo de estabilização do core e programas de treinamento do core. Na sequência, abordaremos a psicomotricidade por meio do estudo de todos os fatores responsáveis pela estruturação psicomotora global, entre eles, a tonicidade, o equilíbrio, a lateralidade, o esquema e a imagem corporal, a estruturação espaço- temporal e a percepção, também será estudado a importância da associação da fisioterapia com a psicomotricidade. Estudaremos o sistema sensório motor por meio do controle neuromuscular, grupos responsáveis pela estabilização das articulações, definição de propriocepção, mecanismos (mecanismo de feedback e mecanismo de feedforward), mecanorrecep- tores e níveis de atenção (tipos de mecanorreceptores) e treinamentos (treinamento proprioceptivo e treinamento neuromuscular). Na sequência, abordaremos, através da introdução, a marcha humana, técnicas para avaliação da marcha (análise observacional, rastreamento optoeletrônico tridimensional, videografia e eletromiografia dinâmica), biomecânica da marcha normal, determinantes da marcha e ciclo da marcha (fase de apoio e fase de balanço). Por último, estudaremos a marcha patológica através das classes funcionais (deformidade funcional, fraqueza muscular, perda sensorial, dor e déficit de controle motor ou espasticidade) e alterações biomecânicas (pronação excessiva do pé, supinação excessiva do pé, flexão plantar excessiva, impulsão insuficiente, pé caído, flexão excessiva do joelho, joelho hiperestendido, rotação excessiva medial ou lateral do fêmur, base de suporte alargada, base de suporte reduzida, circundação, elevação do quadril, flexão não adequada do quadril, extensão não adequada do quadril, extensão do tronco, flexão do tronco e flexão lateral do tronco). Portanto, esperamos que os conteúdos abordados estimulem sua leitura e que o livro de estudos seja útil e relevante em sua aprendizagem e formação profissional. Boa leitura e bons estudos! Prof. Paulo Heraldo Costa do Valle Olá, acadêmico! 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SUMÁRIO UNIDADE 1 - MOVIMENTO HUMANO E AVALIAÇÃO DA DOR ............................................... 1 TÓPICO 1 - HISTÓRIA DO MOVIMENTO HUMANO .................................................................3 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................3 2 ARISTÓTELES .....................................................................................................................3 3 ARQUIMEDES DE SIRACUSA ..............................................................................................4 4 CLÁUDIO GALENO ..............................................................................................................5 5 LEONARDO DA VINCI ..........................................................................................................6 6 GALILEU GALILEI ................................................................................................................ 7 7 GIOVANNI ALFONSO BORRELLI .........................................................................................8 8 ISAAC NEWTON ...................................................................................................................9 RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................10 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................................11 TÓPICO 2 - ANAMNESE COMPLETA .................................................................................... 13 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13 2 PROCESSO COMPLETO DE AVALIAÇÃO .......................................................................... 13 2.1 EXAME .................................................................................................................................................... 13 2.2 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................... 14 2.3 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................................................... 15 2.4 PROGNÓSTICO .................................................................................................................................... 16 2.5 INTERVENÇÃO ..................................................................................................................................... 16 2.6 OBJETIVOS DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR ..................................................................................17 RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................18 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 19 TÓPICO 3 - DEFINIÇÃO E UTILIZAÇÃO DA CINESIOTERAPIA ........................................... 21 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21 2 DEFINIÇÃO E UTILIZAÇÃO ............................................................................................... 21 2.1 FUNÇÃO .................................................................................................................................................23 2.2 EQUILÍBRIO ...........................................................................................................................................23 2.3 COORDENAÇÃO ..................................................................................................................................24 2.4 FLEXIBILIDADE ....................................................................................................................................24 2.4.1 Tipos de flexibiidade ................................................................................................................26 2.5 MOBILIDADE ........................................................................................................................................26 2.6 DESEMPENHO MUSCULAR .............................................................................................................. 27 2.7 CONTROLE NEUROMUSCULAR ....................................................................................................... 27 2.8 ESTABILIDADE..................................................................................................................................... 27 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 28 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 29 TÓPICO 4 - AMPLITUDE DE MOVIMENTO, MOBILIDADE E ALONGAMENTO .................... 31 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 31 2 INTRODUÇÃO À AMPLITUDE DE MOVIMENTO ................................................................ 31 2.1 TIPOS DE EXERCÍCIOS DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO ...........................................................33 2.1.1 Amplitude de movimento passivo..........................................................................................34 2.1.2 Amplitude de movimento ativo ..............................................................................................34 2.1.3 Amplitude de movimento ativo assistido ............................................................................35 2.2 INDICAÇÕES DOS MOVIMENTOS ....................................................................................................35 2.3 METAS DA AMPLITUDE MOVIMENTO PASSIVO ...........................................................................35 2.4 LIMITAÇÕES DO MOVIMENTO PASSIVO.........................................................................................36 2.5 INDICAÇÕES DA AMPLITUDE DE MOVIMENTO ATIVO E ATIVOASSISTIDO ..........................36 2.6 METAS DA AMPLITUDE DE MOVIMENTO ATIVO .......................................................................... 37 2.7 BENEFÍCIOS FISIOLÓGICOS DA CONTRAÇÃO MUSCULAR ATIVA ........................................... 37 3 MOBILIDADE .....................................................................................................................37 3.1 ENVOLVIMENTO DA MOBILIDADE COM A INTEGRIDADE ARTICULAR .................................... 37 3.2 HIPOMOBILIDADE ...............................................................................................................................38 4 ALONGAMENTO ............................................................................................................... 39 4.1 ALONGAMENTO SELETIVO ................................................................................................................39 4.2 ALONGAMENTO EM EXCESSO E HIPERMOBILIDADE ................................................................39 4.3 ALONGAMENTO MANUAL OU MECÂNICO ................................................................................... 40 4.4 AUTOALONGAMENTO ........................................................................................................................ 41 4.5 PRINCIPAIS INDICAÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO DO ALONGAMENTO ..................................... 41 4.6 CONTRAINDICAÇÕES PARA O ALONGAMENTO ..........................................................................42 5 CONTRATURAS ................................................................................................................ 42 5.1 TIPOS DE CONTRATURAS ..................................................................................................................43 5.1.1 Contratura miostática ..............................................................................................................43 5.1.2 Contratura pseudomiostática ................................................................................................43 5.1.3 Contratura artrogênica e periarticular .................................................................................44 5.1.4 Contratura fibrótica e contratura irreversível ....................................................................44 RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................................ 45 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 46 TÓPICO 5 - GONIOMETRIA.................................................................................................. 49 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 49 2 APARELHO GONIÔMETRO ............................................................................................... 49 2.1 PRINCÍPIOS DO MÉTODO ...................................................................................................................50 2.2 ARTICULAÇÕES DO MEMBRO SUPERIOR ......................................................................................51 2.2.1 Articulação do ombro ................................................................................................................51 2.2.2 Articulação do cotovelo ..........................................................................................................53 2.2.3 Articulação rádio ulnar ............................................................................................................53 2.2.4 Articulação do punho ..............................................................................................................53 2.3 ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR ......................................................................................55 2.3.1 Articulação do quadril ..............................................................................................................55 2.3.2 Articulação do joelho ...............................................................................................................56 2.3.3 Articulação do tornozelo .........................................................................................................56 2.4 MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL .................................................... 57 RESUMO DO TÓPICO 5 ......................................................................................................... 61 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 62 TÓPICO 6 - MOBILIZAÇÃO ARTICULAR ............................................................................. 63 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 63 2 INTRODUÇÃO À MOBILIZAÇÃO ARTICULAR .................................................................. 63 2.1 MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DOS TECIDOS MOLES ............................................................63 RESUMO DO TÓPICO 6 ........................................................................................................ 65 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 66 TÓPICO 7 - DOR ....................................................................................................................67 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................67 2 RECEPTORES DA DOR ..................................................................................................... 68 3 CLASSIFICAÇÃO DA DOR ................................................................................................ 68 3.1 DOR AGUDA ..........................................................................................................................................68 3.2 DOR CRÔNICA ......................................................................................................................................69 4 TIPOS DE DORES .............................................................................................................. 69 4.1 DOR REFERIDA .....................................................................................................................................69 4.2 DOR IRRADIADA ..................................................................................................................................70 5 TRATAMENTO DA DOR ......................................................................................................70 6 AVALIAÇÃO DA DOR.......................................................................................................... 71 7 ESCALAS DA DOR .............................................................................................................72 8 TRATAMENTO DA DOR: AGUDA E CRÔNICA ...................................................................72 8.1 TRATAMENTO DA DOR AGUDA ......................................................................................................... 72 8.2 TRATAMENTO DA DOR CRÔNICA .................................................................................................... 73 9 OBSERVAÇÕES PARA O PACIENTE .................................................................................73 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................74 RESUMO DO TÓPICO 7 .........................................................................................................78 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................79 UNIDADE 2 — CADEIA CINÉTICA E LESÕES NOS TECIDOS ...............................................81 TÓPICO1 — CADEIA CINÉTICA NO MEMBRO INFERIOR .................................................... 83 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 83 2 IMPORTÂNCIA DA CADEIA CINÉTICA ............................................................................. 83 2.1 AÇÕES MUSCULARES EM CADEIA CINÉTICA .............................................................................. 84 2.2 PARTICULARIDADES DOS EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA FECHADA .......................... 84 2.3 PARTICULARIDADES DOS EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA ABERTA ..............................85 2.4 UTILIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA ...............................................................85 2.5 COCONTRAÇÃO DOS MÚSCULOS ..................................................................................................85 2.6 RECUPERAÇÃO DO CONTROLE NEUROMUSCULAR ................................................................ 88 2.7 CONFRONTOS DA BIOMECÂNICA NAS ATIVIDADES EM CADEIA CINÉTICA .........................89 2.7.1 Articulação do pé e tornozelo .................................................................................................89 2.7.2 Articulação do joelho ................................................................................................................90 2.7.3 Articulação femoropatelar ......................................................................................................92 2.8 TRATAMENTO DAS LESÕES ATRAVÉS DOS EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA FECHADA .....................................................................................................93 2.8.1 Bicicleta ergométrica ...............................................................................................................93 2.8.2 Leg press ....................................................................................................................................94 2.8.3 Miniagachamento e deslizamento .......................................................................................95 2.8.4 Step lateral .................................................................................................................................96 2.8.5 Pranchas de equilíbrio e minicama elástica ......................................................................96 2.8.6 Simulador de escadas ............................................................................................................. 97 RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................99 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................100 TÓPICO 2 - CADEIA CINÉTICA NO MEMBRO SUPERIOR .................................................. 101 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 101 2 BIOMECÂNICA NAS ATIVIDADES EM CADEIA CINÉTICA NO MEMBRO SUPERIOR ........... 101 2.1 ARTICULAÇÃO DO OMBRO ..............................................................................................................102 2.2 ARTICULAÇÃO DO COTOVELO .......................................................................................................103 2.3 REABILITAÇÃO DE LESÕES DO MEMBRO SUPERIOR ..............................................................103 2.4 TRANSFERÊNCIA DE PESO ............................................................................................................104 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................107 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................108 TÓPICO 3 - TÉCNICAS DE TREINAMENTO RESISTIDO .....................................................111 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................111 2 EXERCÍCIO ISOMÉTRICO ................................................................................................ 112 2.1 EXERCÍCIO RESISTIDO PROGRESSIVO .........................................................................................114 2.2 FAIXAS ELÁSTICAS ........................................................................................................................... 117 2.3 RESISTÊNCIA VARIÁVEL .................................................................................................................. 117 2.4 TÉCNICAS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS ......................................................................................118 2.5 TÉCNICAS PRECONIZADAS QUANTO AO TREINAMENTO RESISTIDO ...................................118 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................120 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 121 TÓPICO 4 - LESÕES DO TECIDO MUSCULAR ...................................................................123 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................123 2 INTRODUÇÃO ÀS LESÕES DO TECIDO MUSCULAR ......................................................123 2.1 PROPRIEDADES MUSCULARES ..................................................................................................... 124 2.2 LESÃO MUSCULAR ........................................................................................................................... 125 2.2.1 Câimbras .................................................................................................................................... 126 2.2.2 Dor muscular tardia ............................................................................................................... 127 2.2.3 Contusões .......................................................................................................... 127 2.2.4 Laceração muscular .............................................................................................................. 129 2.2.5 Estiramento .............................................................................................................................. 129 2.2.6 Processo cicatricial ...............................................................................................................130 2.2.7 Tratamento ...............................................................................................................................130 RESUMO DO TÓPICO 4 .......................................................................................................132 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................133 TÓPICO 5 - LESÕES DO TECIDO TENDINOSO ...................................................................135 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................135 2 ESTRUTURA ....................................................................................................................135 2.1 FISIOPATOLOGIA E ETIOLOGIA ....................................................................................................... 136 2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS TENDINOPATIAS ....................................................................................... 137 2.2.1 Tendinose .................................................................................................................................. 137 2.2.2 Tendinite .................................................................................................................................... 137 2.2.3 Paratendinite ...........................................................................................................................1382.3 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ...............................................................................................138 2.3.1 Fase I (0 a 6 dias) ..................................................................................................................... 139 2.3.2 Fase II (4 a 21 dias) ................................................................................................................. 139 2.3.3 Fase III (acima de 18 dias) ..................................................................................................... 139 RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................... 141 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................142 TÓPICO 6 - LESÕES DO TECIDO NERVOSO ......................................................................143 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................143 2 LESÕES POR ESTIRAMENTO ..........................................................................................143 2.1 LESÕES POR COMPRESSÃO ...........................................................................................................144 2.2 DIVISÃO DAS LESÕES NERVOSAS TRAUMÁTICAS ................................................................... 145 2.2.1 Neuropraxia ............................................................................................................................... 145 2.2.2 Axonotmese .............................................................................................................................146 2.2.3 Neurotmese .............................................................................................................................146 2.3 MOBILIZAÇÃO DO TECIDO NERVOSO ..........................................................................................146 2.4 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO.............................................................................................. 147 2.4.1 Objetivos do tratamento fisioterapêutico .......................................................................... 147 2.4.2 Recursos terapêuticos ........................................................................................ 147 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................149 RESUMO DO TÓPICO 6 .......................................................................................................155 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................156 UNIDADE 3 — TREINAMENTO DO CORE, RECURSOS E MARCHA HUMANA ...................159 TÓPICO 1 — TREINAMENTO DE ESTABILIZAÇÃO DO CORE EM REABILITAÇÃO ............ 161 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 161 2 EFICIÊNCIA E ATUAÇÃO DO CORE ................................................................................. 161 3 TREINAMENTO DO CORE ................................................................................................162 4 OBSERVAÇÕES SOBRE A POSTURA ..............................................................................164 5 DESEQUILÍBRIOS MUSCULARES ...................................................................................164 6 CONDUTAS ESPECÍFICAS PARA O TREINAMENTO DO CORE ......................................166 7 PROTOCOLO DE ESTABILIZAÇÃO DO CORE ..................................................................166 8 PROGRAMAS DE TREINAMENTO DO CORE ................................................................... 167 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 172 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 173 TÓPICO 2 - PSICOMOTRICIDADE ...................................................................................... 175 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 175 2 FATORES RESPONSÁVEIS PELA ESTRUTURAÇÃO PSICOMOTORA GLOBAL ............. 176 2.1. TONICIDADE ........................................................................................................................................177 2.2 EQUILÍBRIO ..........................................................................................................................................177 2.3 LATERALIDADE ..................................................................................................................................177 2.4 ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL ..................................................................................................177 2.5 ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL ........................................................................................177 2.6 PERCEPÇÃO ....................................................................................................................................... 178 3 IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A FISIOTERAPIA ................................178 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 179 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................180 TÓPICO 3 - SISTEMA SENSÓRIO MOTOR .........................................................................183 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................183 2 CONTROLE NEUROMUSCULAR ......................................................................................183 3 GRUPOS RESPONSÁVEIS PELA ESTABILIZAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES ....................184 4 DEFINIÇÃO DE PROPRIOCEPÇÃO .................................................................................185 5 MECANISMOS ..................................................................................................................185 5.1 MECANISMO DE FEEDBACK............................................................................................................185 5.2 MECANISMO DE FEEDFORWARD ..................................................................................................186 6 MECANORRECEPTORES E NÍVEIS DE ATENÇÃO ..........................................................186 6.1 TIPOS DE MECANORRECEPTORES ............................................................................................... 187 7 TREINAMENTOS ..............................................................................................................188 7.1 TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO .................................................................................................188 7.2 TREINAMENTO NEUROMUSCULAR ..............................................................................................189 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 191 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................192 TÓPICO 4 - MARCHA HUMANA .........................................................................................195 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................195 2 INTRODUÇÃO À MARCHA HUMANA ...............................................................................195 3 TÉCNICAS PARA AVALIAÇÃO DA MARCHA ...................................................................196 3.1 ANÁLISE OBSERVACIONAL .............................................................................................................196 3.2 RASTREAMENTO OPTOELETRÔNICO TRIDIMENSIONAL ......................................................... 197 3.3 VIDEOGRAFIA .................................................................................................................................... 197 3.4 ELETROMIOGRAFIA DINÂMICA ...................................................................................................... 197 4 BIOMECÂNICA DA MARCHA NORMAL ...........................................................................198 5 DETERMINANTES DA MARCHA ......................................................................................199 6 CICLO DA MARCHA ........................................................................................................ 200 6.1 FASE DE APOIO ..................................................................................................................................201 6.2 FASE DE BALANÇO ......................................................................................................................... 203 RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................... 205 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 206 TÓPICO 5 - MARCHA PATOLÓGICA ................................................................................. 209 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 209 2 CLASSES FUNCIONAIS.................................................................................................. 209 2.1 DEFORMIDADE FUNCIONAL ...........................................................................................................210 2.2 FRAQUEZA MUSCULAR ..................................................................................................................210 2.3 PERDA SENSORIAL ...........................................................................................................................211 2.4 DOR .......................................................................................................................................................211 2.5 DÉFICIT DE CONTROLE MOTOR OU ESPASTICIDADE .............................................................. 212 3 ALTERAÇÕES BIOMECÂNICAS ......................................................................................213 3.1 PRONAÇÃO EXCESSIVA DO PÉ ......................................................................................................214 3.2 SUPINAÇÃO EXCESSIVA DO PÉ ....................................................................................................214 3.3 FLEXÃO PLANTAR EXCESSIVA ......................................................................................................214 3.4 IMPULSÃO INSUFICIENTE .............................................................................................................. 215 3.5 PÉ CAÍDO ............................................................................................................................................ 215 3.6 FLEXÃO EXCESSIVA DO JOELHO ................................................................................................. 215 3.7 JOELHO HIPERESTENDIDO ............................................................................................................ 215 3.8 ROTAÇÃO EXCESSIVA MEDIAL OU LATERAL DO FÊMUR ....................................................... 216 3.9 BASE DE SUPORTE ALARGADA .................................................................................................... 216 3.10 BASE DE SUPORTE REDUZIDA .................................................................................................... 216 3.11 CIRCUNDAÇÃO ................................................................................................................................. 216 3.12 ELEVAÇÃO DO QUADRIL................................................................................................................ 216 3.13 FLEXÃO NÃO ADEQUADA DO QUADRIL ..................................................................................... 217 3.14 EXTENSÃO NÃO ADEQUADA DO QUADRIL ............................................................................... 217 3.15 EXTENSÃO DO TRONCO ................................................................................................................ 217 3.16 FLEXÃO DO TRONCO ...................................................................................................................... 217 3.17 FLEXÃO LATERAL DO TRONCO .................................................................................................... 217 RESUMO DO TÓPICO 5 .......................................................................................................218 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................219 TÓPICO 6 - PRÁTICA DE EXERCÍCIOS ..............................................................................221 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................221 2 EXERCÍCIOS PARA A ARTICULAÇÃO DO OMBRO .........................................................221 3 EXERCÍCIOS PARA A ARTICULAÇÃO DO COTOVELO E DO ANTEBRAÇO ................... 223 4 ARTICULAÇÕES DO PUNHO, MÃOS E DEDOS .............................................................. 225 5 ARTICULAÇÃO DO QUADRIL ......................................................................................... 225 6 ARTICULAÇÃO DO JOELHO .......................................................................................... 227 7 ARTICULAÇÕES DO TORNOZELO E DOS DEDOS .......................................................... 229 8 EXERCÍCIOS PARA AS ARTICULAÇÕES ....................................................................... 230 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 232 RESUMO DO TÓPICO 6 ...................................................................................................... 237 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 238 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 239 1 UNIDADE 1 - MOVIMENTO HUMANO E AVALIAÇÃO DA DOR OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • estudar em detalhes todos os personagens da história que foram fundamentais no estudo do movimento humano; • demonstrar de forma bastante didática todas as etapas de uma anamnese completa; • identificar o que é a cinesioterapia e aprender todas as funções que devem ser avaliadas (equilíbrio, coordenação, flexibilidade, mobilidade, desempenho muscular, controle neuromuscular e estabilidade); • estudar a utilização da amplitude de movimento, mobilidade e alongamento para a avaliação em todos os pacientes; • conhecer os princípios da goniometria e todos os movimentos das articulações do membro superior, articulações do membro inferior e da articulação da coluna vertebral. A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – HISTÓRIA DO MOVIMENTO HUMANO TÓPICO 2 – ANAMNESE COMPLETA TÓPICO 3 – DEFINIÇÃO E UTILIZAÇÃO DA CINESIOTERAPIA TÓPICO 4 – AMPLITUDE DE MOVIMENTO, MOBILIDADE E ALONGAMENTO TÓPICO 5 – GONIOMETRIA TÓPICO 6 – MOBILIZAÇÃO ARTICULAR TÓPICO 7 – DOR Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo:3 HISTÓRIA DO MOVIMENTO HUMANO TÓPICO 1 - UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O movimento humano é considerado como uma importante forma de exercício terapêutico e sua prática é bastante antiga, os dados históricos indicam que até antes de Cristo na Grécia e Roma Antiga já existia a prática dos exercícios terapêuticos (VOIGHT et al., 2014). FIGURA 1 – MOVIMENTO HUMANO FONTE: <https://bit.ly/3PYPk2u>. Acesso em: 23 abr. 2020. Você sabia que existem vários indivíduos que se destacaram ao longo de toda a história com o estudo do movimento humano? A seguir, estudaremos em detalhes a participação fundamental de vários pesquisadores que ao longo da história contribuíram bastante com o estudo do movimento humano. São eles: Aristóteles, Arquimedes de Siracusa, Cláudio Galeno, Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Giovanni Alfonso Borrelli e Isaac Newton. 2 ARISTÓTELES O filósofo grego Aristóteles nasceu em 384 a.C e faleceu em 322 a.C, aos 62 anos de idade, ele foi aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. 4 Você sabia que Aristóteles é considerado até os dias atuais como o pai da cinesioterapia? O que significa afirmar que todos os seus conhecimentos e descobertas são importantes até hoje para a cinesioterapia. INTERESSANTE FIGURA 2 – ARISTÓTELES FONTE: <https://bit.ly/3oYXMTj>. Acesso em: 23 abr. 2020. Ao longo de toda a sua vida, ele escreveu vários livros englobando algumas áreas do conhecimento, entre elas a biologia, o drama, a economia, a ética, a física, a linguística, a lógica, a metafísica, a música, a poesia, a retórica e a zoologia. Estudou profundamente biologia e fisiologia, devido às atividades profissionais médicas exercidas tanto pelo seu pai como pelo seu tio (CENCI, 2012). 3 ARQUIMEDES DE SIRACUSA Arquimedes foi considerado um dos principais cientistas da Antiguidade Clássica, ele nasceu em 287 a.C e faleceu em 212 a.C, aos 75 anos de idade. 5 FIGURA 3 – ARQUIMEDES DE SIRACUSA FONTE: <https://bit.ly/3oUQNLa>. Acesso em: 23 abr. 2020. Foi um importante astrônomo, físico, engenheiro, inventor e matemático, ao longo de toda a sua vida teve uma contribuição muito importante para a física, descobrindo a lei do empuxo e a lei da alavanca, além de outras tantas leis que ele descobriu. Obteve também um grande destaque por meio dos estudos dos princípios hidrostáticos com relação ao mecanismo de flutuação dos corpos. Ele é considerado como um melhores e maiores matemáticos de todo o mundo, com Isaac Newton e outros nomes importantes. Foi considerado também fundamental para o aparecimento da ciência moderna (PEDROSO, 2013). 4 CLÁUDIO GALENO Cláudio Galeno foi um importante médico e filósofo, nasceu em 129 a.C e faleceu em 217 a.C, aos 88 anos de idade, também era conhecido como Élio de Galeno. 6 FIGURA 4 – CLÁUDIO GALENO FONTE: <https://bit.ly/3zXKmO1>. Acesso em: 23 abr. 2020. Ele foi considerado como um dos médicos com maior aptidão durante todo o período romano, apresentando uma grande influência na ciência médica ocidental por mais de 1000 anos. Todas as suas pesquisas foram executadas com macacos, visto que durante a época em que ele viveu, a prática da dissecação em humanos era proibida. Foi pioneiro na realização da vivissecção e com o experimento nos animais (STULP; MANSUR, 2019). 5 LEONARDO DA VINCI Leonardo da Vinci nasceu em 1452 e faleceu em 1519, aos 67 anos de idade. Ele foi um importante polímata da sua época. Durante toda a sua vida, teve grande destaque em pesquisas de várias áreas do conhecimento, como anatomia, arquitetura, botânica, ciência, escultura, engenharia, invenção, matemática, música, pintura e poesia (KICKHÖFEL, 2011). Ele foi o primeiro a apresentar que o movimento humano era consequente da contração muscular de todos os músculos agonistas e antagonistas. Este é um ponto muito importante, visto que tal conceito ainda é válido até os dias atuais. IMPORTANTE 7 FIGURA 5 – LEONARDO DA VINCI FONTE: <https://bit.ly/3zU2LLl>. Acesso em: 23 abr. 2020. Leonardo foi um homem que possuía uma grande curiosidade, sendo considerado um dos maiores pintores de todos os tempos, além de ser consagrado como um dos maiores talentos de toda a história. Todos os trabalhos de da Vinci surgiram logo após um grande período na história, em que tudo ficou parado, inativo, decorrente da Idade Média, também conhecida como a época das trevas, pois tudo era proibido, sendo marcado, portanto, como um grande período de estagnação em todas as áreas. Só no período do Renascimento é que foram retomadas as grandes contribuições sobre o corpo humano por meio do estudo sobre a relação do movimento, centro de gravidade e o equilíbrio corporal (KICKHÖFEL, 2011). Polímata é um indivíduo que possui uma curiosidade infinita, portanto, um indivíduo excepcional. Ele estuda e conhece muitas ciências, ao mesmo tempo, ou seja, seu conhecimento não está restrito em uma única área. Outros importantes exemplos de polímatas, além de Leonardo da Vinci, foram Isaac Newton, William Shakespeare, Albert Einstein, entre outros. NOTA 6 GALILEU GALILEI Galileu foi um astrônomo, filósofo, físico e matemático muito importante, nasceu em 1564 a.C e faleceu em 1642 a.C, aos 78 anos de idade. 8 FIGURA 6 – GALILEU GALILEI FONTE: <https://bit.ly/3d5iIpe>. Acesso em: 23 abr. 2020. Através de todos os seus trabalhos, foi o primeiro a desenvolver os estudos sistemáticos sobre o movimento uniformente acelerado, assim como o movimento do pêndulo. Foi ele que apresentou o princípio da inércia. Por meio de todas as pesquisas sobre o movimento humano, contribuiu muito na concretização do estudo como uma ciência, conseguindo estabelecer uma importante relação de todos os conceitos com os princípios matemáticos (SOUZA, 2005). 7 GIOVANNI ALFONSO BORRELLI Borrelli foi um importante físico, fisiologista e matemático, nasceu em 1608 e faleceu em 1679, aos 71 anos de idade. Ele se destacou por meio das suas pesquisas sobre a relação dos ossos, músculos e articulações relacionados aos sistemas de alavancas (KAPANDJI, 2013). FIGURA 7 – GIOVANNI ALFONSO BORRELLI FONTE: <http://twixar.me/HyKm>. Acesso em: 26 mai. 2020. 9 8 ISAAC NEWTON Isaac Newton foi um importante alquimista, astrônomo, cientista, filósofo, físico e matemático, ele nasceu em 1643 e faleceu em 1727, aos 84 anos de idade. Apresentou todas as bases da dinâmica moderna, criando as leis da inércia, do movimento e da interação (MARTINS; SILVA, 2015). FIGURA 8 – ISAAC NEWTON FONTE: <https://shutr.bz/3Jv17Dh>. Acesso em: 23 abr. 2020. Borrelli é considerado o pai da biomecânica devido aos seus estudos sobre a locomoção humana e a contração muscula INTERESSANTE 10 Neste tópico, você aprendeu: • Aristóteles é considerado até os dias atuais como o pai da cinesioterapia em função das suas grandes contribuições. • Arquimedes de Siracusa foi considerado um dos principais cientístas da Antiguidade Clássica, sendo conhecido como um melhores e maiores matemáticos de todo o mundo. • Cláudio Galeno foi o pioneiro ao estudo do movimento humano como consequência da contração muscular de todos os músculos agonistas e antagonistas. • Leonardo da Vinci foi um grande polimata destacando-se ao longo de toda a sua vida no estudo de várias áreas do conhecimemto como a anatomia, arquitetura, botânica, ciência, escultura, engenharia, invenção, matemática, música, pintura e poesia. • Galileu Galilei contribui significativamente para as pesquisas sobre o movimento humano como uma ciência, estabelecendo uma relação significativa de todos os conceitos com os princípios matemáticos. • Giovanni Alfonso Borrelli é conhecido como o pai da biomecânica devido aos estudos sobre a locomoção humana e a contração muscular. • Issac Newton expôs todas as bases da dinâmica moderna, criando as leis da inércia, movimento e da interação. RESUMO DO TÓPICO 1 11 AUTOATIVIDADE1 Existem vários indivíduos que se destacaram ao longo de toda a história do estudo do movimento humano. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta quem é considerado o pai da biomecânica: a) ( ) Isaac Newton. b) ( ) Leonardo da Vinci c) ( ) Cláudio Galeno. d) ( ) Giovanni Alfonso Borrelli. 2 Ao longo da história existem vários indivíduos que obtiveram grandes destaques com o estudo do movimento humano. Sobre a correlação desses indivíduos com os seus respectivos destaques sobre o estudo do movimento humano, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Aristóteles. II- Arquimedes de Siracusa. III- Cláudio Galeno. IV- Leonardo da Vinci. V- Galileu Galilei. ( ) Foi o primeiro a apresentar que o movimento humano era decorrente da contração muscular de músculos agonistas e antagonistas. ( ) É considerado até os dias atuais como o pai da cinesioterapia. ( ) Através de todas as suas importantes contribuições sobre o corpo humano, foi retomado o estudo da relação do movimento, centro de gravidade e o equilíbrio corporal. ( ) Foi considerado o maior matemático da antiguidade, estando entre os maiores matemáticos de todos os tempos. ( ) Através de suas pesquisas sobre o movimento humano, ele acabou auxiliando na concretização do estudo do movimento humano como uma ciência. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I – e; II – c; III – d; IV – b; V – a. b) ( ) I – b; II – d; III – a; IV – c; V – e. c) ( ) I – a; II – d; III – e; IV – c; V – b. d) ( ) I – d; II – b; III – c; IV – a; V – e. 12 3 Durante toda a sua vida ele escreveu vários livros sobre a biologia, drama, economia, ética, física, linguística, lógica, metafísica, música, poesia, retórica e zoologia, devido as suas grandes contribuições ele é considerado até os dias atuais como o pai da cinesioterapia. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta quem é considerado o pai da cinesioterapia: a) ( ) Arquimedes de Siracusa. b) ( ) Giovanni Alfonso Borrelli. c) ( ) Aristóteles. d) ( ) Galileu Galilei. 13 ANAMNESE COMPLETA UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 1 INTRODUÇÃO A anamnese é um diagnóstico complementar ao exame físico. Durante a realização da anamnese, deve ser realizado uma avaliação dos seguintes sistemas: • cardiorrespiratório; • neuromuscular; • musculoesquelético; • tegumentar; • outros sistemas. Desta forma, por meio de todas as informações coletadas na anamnese, através da história clínica, você, acadêmico, terá condições de definir quais são os melhores testes que podem ser utilizados durante a avaliação (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016). Com todos esses dados em mãos, você terá condições de propor todos os exercícios físicos que podem e devem ser aplicados em um programa de tratamento. Bons estudos! 2 PROCESSO COMPLETO DE AVALIAÇÃO O processo de avaliação é dividido em vários itens importantes, entre eles, o exame, a avaliação, o diagnóstico, o prognóstico e a intervenção. Esse conteúdo é fundamental para a sua formação de anamnese completa. Vamos lá? FIGURA 9 – PROCESSO COMPLETO DE AVALIAÇÃO FONTE: O autor Exame Avaliação Diagnóstico Prognóstico 2.1 EXAME O exame corresponde ao mecanismo referente à coleta de toda a história do paciente. Nessa ocasião deve ser realizado, por exemplo, um levantamento de todos os sistemas, procurando avaliar a presença de regiões com dores, limitação de movimento através da realização de vários testes específicos para permitir um excelente diagnóstico (SILVA; CAMPOS, 2006). 14 FIGURA 10 – EXAME FONTE: <https://bit.ly/3zvD7eD>. Acesso em: 23 abr. 2020. Durante a aplicação do exame no paciente, deve ser avaliado vários itens considerados como fundamentais, entre eles devem ser observados: • alterações na memória; • angina; • crises de dispneia; • incontinência urinária; • perda da audição; • perda da visão; • quedas; • tonturas. Um ponto muito importante que sempre deve ser levado em consideração é o cuidado com relação à observação quanto à presença de qualquer sintoma. É necessário que todo profissional esteja atento, devendo sempre procurar qual é a causa de cada um dos sintomas (SILVA; CAMPOS, 2006). 2.2 AVALIAÇÃO A avaliação é executada através da utilização de todos os dados que foram reunidos durante o exame, sempre deve ser levado em consideração todas as patologias que podem estar presentes, além da existência das limitações funcionais e as deficiências que estão presentes (VOIGHT et al., 2014). Durante esse processo podem aparecer problemas que podem não estar diretamente envolvidos com a área de atuação, sendo necessário, muitas vezes, o encaminhamento para os outros profissionais da área da saúde. 15 2.3 DIAGNÓSTICO Essa etapa está relacionada ao processo em que o resultado final está envolvido à somatória de todos os dados que foram atingidos durante o exame e a avaliação, sendo baseado em todos os sinais e sintomas (VOIGHT et al., 2014). Para facilitar a sua conduta, o profissional pode realizar uma organização através de grupos ou regiões, síndromes ou categorias para possibilitar um auxílio quanto ao diagnóstico e, posteriormente, para que possa fazer a determinação do prognóstico. Um dos itens mais importantes na prática é o diagnóstico, esse processo é sempre muito dinâmico, sendo considerado o ponto máximo de toda a anamnese. Através do diagnóstico correto, é possível tomar todas as decisões necessárias que estão diretamente relacionadas ao processo de intervenção e prognóstico. Para isso, é necessário que o profissional possua uma excelente habilidade para realização da avaliação e a interpretação de todas as informações que foram coletadas ao longo desse processo, por meio da história clínica e dos testes realizados durante o exame físico (VOIGHT et al., 2014). Durante a avaliação inicial, nem sempre toda história clínica é atingida por completo, sendo necessário, portanto, a coleta de informações, nas sessões seguintes, fundamentais para o sucesso do tratamento. Para isso, o profissional deve estar atento a todos os detalhes (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016). A maioria dos diagnósticos musculoesqueléticos estão relacionados com um certo comprometimento ou uma limitação funcional, que está diretamente relacionada ao movimento. NOTA FIGURA 11 – DIAGNÓSTICO FONTE: <https://bit.ly/3vCNQTc>. Acesso em: 23 abr. 2020. 16 2.4 PROGNÓSTICO Ao longo do prognóstico, é determinado qual o nível de melhora que pode ser atingido por meio do programa de exercícios, e qual é o tempo necessário para que esses objetivos possam ser alcançados. O plano de exercícios terapêuticos possibilita avaliar quais são os procedimentos necessários, além da utilização da intensidade, duração e frequência das sessões de tratamento (VOIGHT et al., 2014). 2.5 INTERVENÇÃO A intervenção corresponde ao momento em que existe uma interação entre o profissional e o paciente, além de toda a equipe multiprofissional, sendo considerada fundamental para o sucesso de toda a intervenção. Por meio dos vários métodos e técnicas utilizados, existem grandes modificações em todos os sistemas do paciente, devido às interações realizadas, que dependem diretamente do monitoramento de todas as respostas do paciente com relação às metas que foram estabelecidas inicialmente (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016). FIGURA 12 – INTERVENÇÃO FONTE: <https://bit.ly/3oQOskn>. Acesso em: 23 abr. 2020. Intervenção: é o próprio tratamento fisioterapêutico. O tratamento fisioterápico engloba inúmeras técnicas. Algumas das técnicas são: • Exercícios ativos; • Exercícios passivos; • Exercícios ativos assistidos; • Exercícios contra-resistência; • Exercícios isométricos; 17 2.6 OBJETIVOS DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR • Aumento de amplitude de movimento; • Reposicionamento e realinhamento da articulação;• Restauração da artrocinemática; • Redução de dor; • Definição da distribuição de forças de maneira uniforme ao redor da articulação. • Alongamentos; • Relaxamento muscular; • Descarga de peso gradual; • Exercícios ativos para motricidade fina. 18 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu: • O processo da anamnese completa é dividido em vários itens importantes, entre eles, o exame, a avaliação, o diagnóstico, o prognóstico e a intervenção. • O exame está relacionado ao processo que envolve a coleta de toda a história do paciente. • A avaliação é realizada por meio da utilização de todos os dados que foram obtidos durante o exame, neste momento, deve ser levado em consideração todas as patologias que podem estar presentes. • O diagnóstico corresponde a somatória de todos os dados que foram atingidos durante o exame e a avaliação, estando pautado em todos os sinais e sintomas. • O prognóstico determina o nível de melhora que pode ser atingido através do programa de exercícios e o tempo necessário para que estes objetivos sejam alcançados. • A intervenção é o momento onde existe a relação entre o profissional e o paciente, além da equipe multiprofissional, sendo fundamental para o sucesso de toda a intervenção. 19 AUTOATIVIDADE 1 As cinco etapas que fazem parte da anamnese completa são: o exame, a avaliação, o diagnóstico, o prognóstico e a intervenção. Assinale a alternativa que apresenta a correlação das etapas da anamnese completa com os seus respectivos significados. I- Exame. II- Avaliação. III- Diagnóstico. IV- Prognóstico. V- Intervenção. ( ) É considerado um dos principais itens na prática em qualquer área de atendimento, sendo um processo dinâmico. ( ) Esta etapa vai determinar todos os procedimentos que deverão ser realizados como a duração e frequência, como também o nível de melhora que poderá ser atingido. ( ) Nesta etapa deve ser verificado a existência de angina, crises de dispneia, equilíbrio muito precário, incontinência urinária, limitação da marcha, limitações funcionais, perda da audição e/ou visão e perda da independência. ( ) Esta etapa deve ser realizada através da utilização de vários métodos e técnicas fisioterapêuticas específicas para o paciente/cliente com o objetivo de proporcionar grandes mudanças no status do paciente/cliente. ( ) Nesta etapa devem ser coletadas várias informações como nome completo, idade, sexo, etnia, nacionalidade e naturalidade, ocupação e estado civil. a) ( ) I – e; II – c; III – a; IV – b; V – d. b) ( ) I – c; II – e; III – a; IV – b; V – d. c) ( ) I – b; II – d; III – a; IV – c; V – e. d) ( ) I – a; II – d; III – b; IV – c; V – e. 2 A anamnese completa é formada pelas etapas de exame, avaliação, diagnóstico, prognóstico e intervenção. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o nome da etapa que deve ser avaliada a presença de angina, crises de dispneia, perda da audição e/ou visão e tonturas: a) ( ) Avaliação. b) ( ) Intervenção. c) ( ) Diagnóstico. d) ( ) Exame. 20 3 A intervenção é a etapa onde existe a interação entre o profissional e o paciente, além de toda a equipe multiprofissional. Com relação às principais questões que precisam ser levadas em consideração durante a intervenção, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Não precisa ser realizado o encaminhamento para os outros profissionais. ( ) Descobrir qual será o tempo necessário para o tratamento. ( ) Descobrir qual é o estágio da cicatrização neste momento é agudo, subagudo ou crônico? ( ) Descobrir qual é o nível de colaboração do paciente? ( ) Descobrir quais são as atividades que o paciente pode realizar? ( ) Descobrir qual é a experiência necessária do profissional? a) ( ) V – V – V – V – V – F. b) ( ) F – V – V – V – V – V. c) ( ) V – F – V – V – F – V. d) ( ) V – V – V – F – F – V. 21 TÓPICO 3 - DEFINIÇÃO E UTILIZAÇÃO DA CINESIOTERAPIA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A cinesioterapia é a terapia do movimento e se dedica à prevenção e à recuperação de lesões osteoraticulares e musculoesqueléticas. Ela corresponde à forma de tratamento que está diretamente relacionada à utilização do movimento ou exercício terapêutico (KISNER; COLBY, 2009), através da utilização dos conhecimentos de várias áreas. Neste tópico, você estudará a definição e a utilização da cinesioterapia, além do equilíbrio, coordenação, flexibilidade, mobilidade, desempenho muscular, controle neuromuscular e a estabilidade. Vamos lá? 2 DEFINIÇÃO E UTILIZAÇÃO A cinesioterapia auxilia no tratamento de todo os pacientes, possibilitando que ocorra a prevenção, o tratamento e a reabilitação para todos os pacientes de forma muito eficiente. FIGURA 13 – ÁREAS DO CONHECIMENTO Fisiologia Biomecânica Cinesiologia Vários outros conteúdos fundamentais para a cinesioterapia Patologia Anatomia FONTE: O autor Entre todos os objetivos do exercício terapêutico, os principais são a manutenção, a correção e a recuperação, favorecendo a reparação da função normal do corpo humano, além da manutenção do seu bem-estar físico. Segundo Cook (2005), todos os efeitos devem estar fundamentados na: 22 • força; • resistência à fadiga; • mobilidade; • flexibilidade; • relaxamento; • coordenação motora. FIGURA 14 – EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS FONTE: <https://shutr.bz/3oUiLqE>. Acesso em: 23 abr. 2020. É indicado que todos os programas de exercícios terapêuticos sejam sempre realizados de forma individual. Seus objetivos são: • tratamento ou prevenção de deficiências; • melhora, restauração ou potencialização da função física; • prevenção ou redução dos fatores de risco que estão relacionados com a saúde; • melhora do estado geral, preparo físico ou sensação de bem-estar. O exercício terapêutico pode ser caracterizado como um treinamento que é realizado sempre de forma planejada e sistemática, através da utilização de todos os movimentos corporais, posturas ou atividades físicas. O principal objetivo é atender a todas as necessidades de cada paciente, respeitando, portanto, todas as suas limitações e as suas deficiências, trazendo como consequência a melhora da sua função, além da prevenção quanto às possíveis incapacidades. ATENÇÃO IMPORTANTE 23 2.1 FUNÇÃO A função corresponde às habilidades que cada indivíduo possui, estando diretamente relacionado a sua atuação, em várias áreas, entre elas: • casa; • trabalho; • comunidade; • atividades de lazer e recreação. Todas essas atividades estão diretamente relacionadas com a função física, psicológica e social de cada paciente (KISNER; COLBY, 2009). Existem vários aspectos que devem ser levados em consideração com a função física, relacionando-se com o exposto na Figura 15. FIGURA 15 – ASPECTOS RELACIONADOS COM A FUNÇÃO FÍSICA FONTE: O autor Equilíbrio Coordenação Flexibilidade Mobilidade Desempenho muscular Controle neuromuscular Estabilidade 2.2 EQUILÍBRIO O equilíbrio é a capacidade de alinhamento de todos os segmentos corporais contra a ação da gravidade, tem o objetivo de manter ou mover o corpo (centro de massa) dentro da base de apoio disponível. Existem dois tipos de equilíbrio: o equilíbrio estático, que corresponde ao corpo em repouso ou sem nenhum movimento; e o equilíbrio dinâmico, que está presente nas forças aplicadas e nas inerciais que atuam sobre o corpo que está em movimentos, promovendo uma compensação que vai gerar um movimento com velocidade ou direção sem nenhuma alteração (FLOYD, 2011). 24 FIGURA 16 – EQUILÍBRIO FONTE: <https://bit.ly/3OVCosH>. Acesso em: 23 abr. 2020. 2.3 COORDENAÇÃO A coordenação está diretamente relacionada à regularidade e à sequência correta de todos os disparos musculares, implicados à intensidade necessária para a contração muscular que possibilita o início, a conduçãoe a graduação de forma mais efetiva de todo o movimento. Deve estar sempre baseada no movimento suave, preciso e eficiente, sendo realizado tanto de forma consciente como inconsciente. 2.4 FLEXIBILIDADE A flexibilidade está relacionada ao movimento de forma livre, sem a presença de restrição, estando diretamente envolvida com a amplitude do movimento de uma articulação ou um conjunto de articuações. A melhor definição da flexibilidade pode ser a qualidade física, que é responsável pela realização do movimento voluntário de uma amplitude máxima, dentro dos limites fisiológicos de uma articulação ou de várias articulações sem que exista qualquer tipo de lesão (KISNER; COLBY, 2009). 25 FIGURA 17 – FLEXIBILIDADE FONTE: <https://bit.ly/3vCRFIf>. Acesso em: 23 abr. 2020. Consequentemente, a flexibiidade está diretamente relacionada a maiores amplitudes de movimento em algumas articulações, sendo cada uma com certa quantia de movimentos específicos. No caso dos atletas, é necessário a utilização de forma completa de todos os arcos articulares envolvidos em cada movimento, de acordo com a modalidade esportiva praticada, sendo necessário, portanto, uma excelente performance, além de uma estraordinária flexibilidade em todos os segmentos envolvidos (KISNER; COLBY, 2009). Nos casos em que existe a falta de flexibilidade, ocorre uma limitação da velocidade máxima para a realização do movimento, além da sua aprendizagem, provocando, nesse caso, um maior gasto energético e uma maior chance de entrar em fadiga. É fundamental frisar, nesse momento, que todos os hábitos posturais estão diretamente relacionados a uma certa limitação da amplitude das articulações, extensibilidade dos músculos e à plasticidade dos ligamentos e tendões. A retificação postural e a elevação da amplitude articular causam um efeito relaxante, auxiliando na tomada de comportamentos corporais que são considerados mais adequados e mais confortáveis, garantindo um certo alívio quanto à presença de tensões musculares (KISNER; COLBY, 2009). Além da especificidade que existe quanto à flexibilidade para cada articulação, pode ser observado que a especificidade também está relacionada a cada indivíduo, sendo observado uma diferença entre os sexos. 26 2.4.1 Tipos de flexibiidade Existem vários tipos de flexibilidade entre eles: • flexibilidade ativa; • flexibilidade passiva; • flexibilidade estática; • flexibilidade dinâmica (SILVA; CAMPOS, 2006). A flexibilidade ativa está relacionada à máxima ampitude, sendo possível obter dos movimentos que são realizados pelos músculos voluntariamente (KISNER; COLBY, 2009). A flexibilidade passiva é a máxima amplitude articular, possível em um movimento em função da ação de outro indivíduo, por meio da utlização de equipamentos e a força da gravidade. A flexibilidade estática está relacionada à utilização da amplitude de movimento, sem um foco na velocidade, tendo como característica a manutenção de uma determinada posição da articulação, através de um certo período de tempo (SILVA; CAMPOS, 2006). A flexibilidade dinâmica está relacionada à capacidade para utilizar a amplitude de movimento na realização de uma atividade física em uma velocidade normal ou rápida e dinâmica (SILVA; CAMPOS, 2006). 2.5 MOBILIDADE A mobilidade está relacionada à capacidade das estruturas ou dos segmentos do corpo humano se moverem ou serem movidos de uma forma que possa ocorrer uma amplitude de movimento mais adequada. A mobilidade passiva está diretamente relacionada com a extensibilidade dos tecidos moles, já na mobilidade ativa é necessário que ocorra uma ativação neuromuscular (VOIGHT et al., 2014). Com o passar da idade também existe uma variação, estando estável até os 10 anos de idade, sendo que, ao ingressar na puberdade, já pode ser observado uma certa redução, principamente para os indivíduos que não realizam nenhum tipo de treinamento. Normalmente, as mulheres são mais flexíveis do que os homens, e no caso das mulheres que estão grávidas, a flexibilidade está maior ainda, em função da elevada concentração dos hormônios estrogênio e relaxina. 27 2.6 DESEMPENHO MUSCULAR Desempenho muscular é conceituado como um conjunto de parâmetros que caracterizam a função muscular em diferentes tipos de contrações musculares (DVIR, 2002). Estes parâmetros são representados por medidas objetivas, as quais são obtidas com o uso de equipamentos especializados para a sua mensuração. Os protocolos de teste para avaliar o desempenho muscular comumente enfatizam o máximo desempenho possível pelo indivíduo, o que permite a comparação entre diferentes grupos populacionais e entre diferentes momentos do mesmo indivíduo (como pré e pós-intervenções) (KARATAS et al., 2004; TANAKA et al., 1998). 2.7 CONTROLE NEUROMUSCULAR O contato dos sistemas sensorial e motor possibilita que os músculos, considerados sinergistas, agonistas e antagonistas, e os músculos estabilizadores e neutralizadores, consigam responder todas as informações proprioceptivas e cinestésicas de forma correta e, principalmente, na sequência correta para a elaboração do movimento coordenado (KISNER; COLBY, 2009). 2.8 ESTABILIDADE A estabilidade está relacionada à capacidade do sistema neuromuscular de manter o segmento corporal proximal ou distal, por meio de uma posição estacionária ou por meio do controle, através de uma base estável durante todo o movimento por meio de ações musculares sinérgicas. A estabilidade articular está relacionada à manutenção do alinhamento de forma apropriada de todas as partes ósseas da articulação, por meio dos componentes passivos e dinâmicos (VOIGHT et al., 2014). 28 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu: • É fundamental estudar as várias funções, entre elas o equilíbrio, a coordenação, a flexibilidade, a mobilidade, o desempenho muscular, o controle neuromuscular e a estabilidade. • O equilíbrio está relacionado à capacidade de alinhamento de todos os segmentos corporais contra ação da gravidade. • A coordenação está envolvida com a regularidade e a sequência correta dos disparos musculares que estão relacionados à intensidade necessária para a contração muscular. • A flexibilidade corresponde ao movimento voluntário de uma amplitude máxima dentro dos limites fisiológicos de uma articulação ou de várias articulações. • A mobilidade é a capacidade das estruturas ou dos segmentos corporais para se moverem ou serem movidos de uma forma que exista uma amplitude de movimento mais adequada. • O desempenho muscular está envolvido com a capacidade do músculo para produzir uma tensão necessária para a realização do trabalho físico. • O controle neuromuscular corresponde ao contato dos sistemas sensorial e motor que permitem que os músculos sinergistas, agonistas, antagonistas, estabilizadores e neutralizadores respondam todas as informações proprioceptivas e cinestésicas de forma correta. • A estabilidade está envolvida com a capacidade do sistema neuromuscular para manter o segmento corporal proximal ou distal por meio de uma posição estacionária ou por meio do controle. 29 AUTOATIVIDADE 1 A habilidade relacionada à atuação do indivíduo nas atividades realizadas em casa, trabalho, comunidade ou em todas as atividades de lazer e recreação, estão relacionadas com a função física, psicológica e social. Sobre a correlação da função física com os seus respectivos significados, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Equilíbrio. II- Coordenação. III- Flexibilidade. IV- Mobilidade. V- Desempenho muscular. VI- Estabilidade. a) Está relacionado à capacidade do músculo em produzir tensão necessária para a execução do trabalho físico. b) Está relacionada à regularidade e
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