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Aula 13 Paralisia Braquial Obstétrica

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Introdução 
 Caracterizada por uma lesão parcial 
ou total no plexo braquial, causada por 
um tração na cabeça ou nos MMSS 
durante o nascimento. 
 Maior acometimento no lado 
direito; 
 Raramente é bilateral; 
 Maior acometimento em crianças 
do sexo masculino por terem um tamanho 
maior que o feminino; 
 Lesão associada ao parto pélvico. 
Anatomia 
 
 União das raízes ventrais dos 
nervos terminais = Raízes Motoras; 
 União das fibras dorsolaterais dos 
nervos terminais = Raízes Sensitivas. 
Classificação da Lesão 
 
 Neuropraxia: perda da bainha de 
mielina. É reversível, pois a BM se 
reconstitui por volta de 7 a 8 meses; 
 Axonotmese: lesão no axônio 
impedindo a conexão axonal e por 
conseguinte a movimentação. Pode ser 
temporária ou não; 
 Neurotmeses: rompimento do 
neurônio, mais grave, necessário cirurgia 
para reconectar a parte do plexo afetada. 
Etiologia 
 Distcia do ombro; 
 Parto de fórceps ou a vácuo; 
 Peso > 4,5Kg; 
 Diabetes materno; 
 2º estágio do trabalho de parto ultra 
curto; 
 Parto pélvico; 
 Escaleno curto; 
 Hipotonia; 
Formas Clínicas 
Lesão do Nível Superior (C5 e C6) ou Erb-
Duchenne: 
 Músculos comprometidos: 
 
 Alteração motora: 
o Déficit de abdução e RE do 
ombro; 
o Perda da capacidade para fazer 
flexão e supinação do 
antebraço; 
o Movimentação da mão 
preservada. 
 Reflexos: 
o Reflexo de Moro (ausente); 
o Reflexo de preensão (presente). 
 Postura adotada: 
o Adução e RI do braço; 
o Extensão e pronação do 
antebraço; 
o Flexão de punho (“gorjeta de 
garçom”). 
 Sensibilidade: 
o Dormência na face externa do 
braço e antebraço (nervo axilar); 
Paralisia Braquial Obstétrica 
o Face lateral do antebraço, 
polegar, índice e metade do 
dedo médio dormentes (nervo 
musculocutâneo). 
Lesões dos Níveis Superior e Médio (C5, 
C6 e C7): 
 Déficits semelhantes aos descritos 
anteriormente; 
 Paresia ou plegia na extensão do 
antebraço, punho e dedos; 
 Devido ao déficit do punho => 
comprometimento do movimento da mão 
(preensão palmar ainda preservada); 
 Antebraço em semiflexão. 
Lesão do Nível Inferior (C8 e T1) ou 
Kumpke: 
 Presença de edema e alterações 
tróficas; 
 Síndrome de Claude-Bernard-
Horner: 
o Comprometimento autonômico 
ocular (lesão de T1); 
o Miose, semiptose e enoftalmia. 
 Músculos comprometidos: 
 
 Alteração motora: 
o Paralisia da mão e dificuldade 
para extensão do cotovelo e 
pronação do antebraço; 
o Ombro apresenta movimentação 
ativa. 
 Reflexos: 
o Reflexo de Moro (presente); 
o Reflexo de preensão palmar 
(ausente). 
 Postura adotada: 
o Flexão e supinação do 
antebraço; 
o Extensão do punho; 
o Semiflexão das articulações 
interfalangeanas e extensão das 
metacarpofalangeanas (mão em 
garra). 
 Sensibilidade: 
o Anestesia/hipoestesia na face 
interna do braço, antebraço e 
borda ulnar da mão. 
Lesão Total (C5, C6, C7, C8 e T1): 
 Alterações gerais: 
o Total plegia do membro; 
o Imóvel, flácido (“boneca de 
pano”); 
o Ausência de todos os reflexos; 
o Diminuição do crescimento 
ósseo. 
Quadro Clínico 
 De acordo com o grau e segmento 
acometido; 
 O dano é evidente logo após o 
nascimento (postura assimétrica); 
 Contraturas dos tecidos moles e 
desuso adquirido; 
 Desequilíbrio entre musculatura 
preservada e com déficit; 
 Déficit sensitivo e motor. 
Diagnóstico 
 História do parto; 
 Exame clínico do paciente; 
 RX => afastar suspeita de fratura 
de clavícula; 
 EMG => determinar o grau da lesão; 
 Início: baixa atividade voluntária 
das unidades motoras e alto potencial de 
desnervação; 
 Regeneração: aumento da atividade 
das unidades motoras e diminuição do 
potencial de desnervação. 
 
 
 
Prognóstico 
 O grau e a velocidade variam com o 
tipo e a gravidade da paralisia; 
 Crescimento da fibra nervosa = 
1mm/dia; 
 Reinervação = 6 – 8 meses após a 
lesão; 
 Prognóstico favorável se a criança 
apresenta alguma atividade de bíceps e 
deltoide antes dos 3 meses de idade; 
 Não havendo ruptura grave das 
raízes espera-se melhora importante 
dentro dos 3 primeiros meses e 
recuperação espontânea entre 6 e 12 
meses; 
 O prognóstico em crianças é melhor 
que em adultos: 
o Neuroplasticidade. 
 Pode ocorrer presença de 
deformidades ósseas ao longo do 
crescimento e desenvolvimento da 
criança (complicações tardias): 
o Escápula alada; 
o Subluxação posterior da cabeça 
do úmero; 
o “Sinal de Trompete”; 
o “Mão de mendigo”. 
Intervenção 
 Imobilização por 1-2 semanas; 
 Fisioterapia precoce; 
 Tratamento cirúrgico. 
Objetivos Fisioterapêuticos 
 Criar melhores condições possíveis 
para recuperação funcional; 
 Proporcionar condições ambientais 
para os músculos reassumirem sua 
função; 
 Treinar o controle motor mediante 
exercícios. 
Avaliação Fisioterapêutica 
 Aspecto geral; 
 Observar movimentos espontâneos; 
 Examinar o comportamento motor 
durante o exame dos reflexos e reações 
(reflexo de Moro, preensão palmar e 
bicipital); 
 Avaliar a ADM (presença de 
contraturas e deformidades); 
 Exame muscular (tônus, grupo 
acometido, grau do acometimento); 
 Teste de sensibilidade; 
 Avaliar a funcionalidade e 
incapacidade através da CIF. 
 
 Escala de movimento do “Hospital 
for Sick Children”: 
 
 Escala de Mallet Avaliação 
Funcional do Ombro: 
 
 Dobousset – Escalas de avaliação 
funcional da mão: 
Doubousset 
1 Mão normal 
2 Mão funcional, lenta e coordenação pobre 
3 Deficiente, com sensibilidade e faz pinça 
4 Inútil e sensibilidade anormal 
 Escala de Narakas para avaliação da 
sensibilidade: 
 
Avaliação da Atividade e 
Participação 
 Limitação de habilidades 
relacionadas a autonomia, autocuidado e 
desempenho ocupacional; 
 Restrição na participação durante 
a infância e adolescência; 
 Restrição em participação nos 
domínios de trabalho e educação na vida 
adulta. 
Métodos de Treinamento 
 Intervenção Precoce: 
o Conjunto de ações voltadas 
para a estimulação das 
habilidades do bebê; 
o Apoia o desenvolvimento e a 
participação da criança; 
o Modelo de cuidado centrado na 
família; 
o Goals – Activity – Motor 
enricchment (GAME). 
 Órteses: 
o Órteses termoplásticas e 
temporárias; 
o Uso por até 22 horas diárias. 
 Terapia de movimento induzido por 
restrição: 
o Contensão total ou parcial do 
membro superior não acometido; 
o Estimulação do membro 
acometido; 
o Frequência, dose e resultados 
variam na literatura; 
o 3 a 12 horas por dia pelo menos 2 
semanas consecutivas. 
Conclusão 
o Apesar de ser considerada uma 
condição de saúde de gravidade leve, a 
PBO ainda desafia o conhecimento dos 
profissionais da reabilitação infantil; 
o São necessárias maiores evidências; 
o Os domínios da CIF ajudam na 
interpretação a ampliação do olhar; 
o A TRIM e a estimulação precoce 
parecer ter melhores resultados para a 
PBO.

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