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Introdução Caracterizada por uma lesão parcial ou total no plexo braquial, causada por um tração na cabeça ou nos MMSS durante o nascimento. Maior acometimento no lado direito; Raramente é bilateral; Maior acometimento em crianças do sexo masculino por terem um tamanho maior que o feminino; Lesão associada ao parto pélvico. Anatomia União das raízes ventrais dos nervos terminais = Raízes Motoras; União das fibras dorsolaterais dos nervos terminais = Raízes Sensitivas. Classificação da Lesão Neuropraxia: perda da bainha de mielina. É reversível, pois a BM se reconstitui por volta de 7 a 8 meses; Axonotmese: lesão no axônio impedindo a conexão axonal e por conseguinte a movimentação. Pode ser temporária ou não; Neurotmeses: rompimento do neurônio, mais grave, necessário cirurgia para reconectar a parte do plexo afetada. Etiologia Distcia do ombro; Parto de fórceps ou a vácuo; Peso > 4,5Kg; Diabetes materno; 2º estágio do trabalho de parto ultra curto; Parto pélvico; Escaleno curto; Hipotonia; Formas Clínicas Lesão do Nível Superior (C5 e C6) ou Erb- Duchenne: Músculos comprometidos: Alteração motora: o Déficit de abdução e RE do ombro; o Perda da capacidade para fazer flexão e supinação do antebraço; o Movimentação da mão preservada. Reflexos: o Reflexo de Moro (ausente); o Reflexo de preensão (presente). Postura adotada: o Adução e RI do braço; o Extensão e pronação do antebraço; o Flexão de punho (“gorjeta de garçom”). Sensibilidade: o Dormência na face externa do braço e antebraço (nervo axilar); Paralisia Braquial Obstétrica o Face lateral do antebraço, polegar, índice e metade do dedo médio dormentes (nervo musculocutâneo). Lesões dos Níveis Superior e Médio (C5, C6 e C7): Déficits semelhantes aos descritos anteriormente; Paresia ou plegia na extensão do antebraço, punho e dedos; Devido ao déficit do punho => comprometimento do movimento da mão (preensão palmar ainda preservada); Antebraço em semiflexão. Lesão do Nível Inferior (C8 e T1) ou Kumpke: Presença de edema e alterações tróficas; Síndrome de Claude-Bernard- Horner: o Comprometimento autonômico ocular (lesão de T1); o Miose, semiptose e enoftalmia. Músculos comprometidos: Alteração motora: o Paralisia da mão e dificuldade para extensão do cotovelo e pronação do antebraço; o Ombro apresenta movimentação ativa. Reflexos: o Reflexo de Moro (presente); o Reflexo de preensão palmar (ausente). Postura adotada: o Flexão e supinação do antebraço; o Extensão do punho; o Semiflexão das articulações interfalangeanas e extensão das metacarpofalangeanas (mão em garra). Sensibilidade: o Anestesia/hipoestesia na face interna do braço, antebraço e borda ulnar da mão. Lesão Total (C5, C6, C7, C8 e T1): Alterações gerais: o Total plegia do membro; o Imóvel, flácido (“boneca de pano”); o Ausência de todos os reflexos; o Diminuição do crescimento ósseo. Quadro Clínico De acordo com o grau e segmento acometido; O dano é evidente logo após o nascimento (postura assimétrica); Contraturas dos tecidos moles e desuso adquirido; Desequilíbrio entre musculatura preservada e com déficit; Déficit sensitivo e motor. Diagnóstico História do parto; Exame clínico do paciente; RX => afastar suspeita de fratura de clavícula; EMG => determinar o grau da lesão; Início: baixa atividade voluntária das unidades motoras e alto potencial de desnervação; Regeneração: aumento da atividade das unidades motoras e diminuição do potencial de desnervação. Prognóstico O grau e a velocidade variam com o tipo e a gravidade da paralisia; Crescimento da fibra nervosa = 1mm/dia; Reinervação = 6 – 8 meses após a lesão; Prognóstico favorável se a criança apresenta alguma atividade de bíceps e deltoide antes dos 3 meses de idade; Não havendo ruptura grave das raízes espera-se melhora importante dentro dos 3 primeiros meses e recuperação espontânea entre 6 e 12 meses; O prognóstico em crianças é melhor que em adultos: o Neuroplasticidade. Pode ocorrer presença de deformidades ósseas ao longo do crescimento e desenvolvimento da criança (complicações tardias): o Escápula alada; o Subluxação posterior da cabeça do úmero; o “Sinal de Trompete”; o “Mão de mendigo”. Intervenção Imobilização por 1-2 semanas; Fisioterapia precoce; Tratamento cirúrgico. Objetivos Fisioterapêuticos Criar melhores condições possíveis para recuperação funcional; Proporcionar condições ambientais para os músculos reassumirem sua função; Treinar o controle motor mediante exercícios. Avaliação Fisioterapêutica Aspecto geral; Observar movimentos espontâneos; Examinar o comportamento motor durante o exame dos reflexos e reações (reflexo de Moro, preensão palmar e bicipital); Avaliar a ADM (presença de contraturas e deformidades); Exame muscular (tônus, grupo acometido, grau do acometimento); Teste de sensibilidade; Avaliar a funcionalidade e incapacidade através da CIF. Escala de movimento do “Hospital for Sick Children”: Escala de Mallet Avaliação Funcional do Ombro: Dobousset – Escalas de avaliação funcional da mão: Doubousset 1 Mão normal 2 Mão funcional, lenta e coordenação pobre 3 Deficiente, com sensibilidade e faz pinça 4 Inútil e sensibilidade anormal Escala de Narakas para avaliação da sensibilidade: Avaliação da Atividade e Participação Limitação de habilidades relacionadas a autonomia, autocuidado e desempenho ocupacional; Restrição na participação durante a infância e adolescência; Restrição em participação nos domínios de trabalho e educação na vida adulta. Métodos de Treinamento Intervenção Precoce: o Conjunto de ações voltadas para a estimulação das habilidades do bebê; o Apoia o desenvolvimento e a participação da criança; o Modelo de cuidado centrado na família; o Goals – Activity – Motor enricchment (GAME). Órteses: o Órteses termoplásticas e temporárias; o Uso por até 22 horas diárias. Terapia de movimento induzido por restrição: o Contensão total ou parcial do membro superior não acometido; o Estimulação do membro acometido; o Frequência, dose e resultados variam na literatura; o 3 a 12 horas por dia pelo menos 2 semanas consecutivas. Conclusão o Apesar de ser considerada uma condição de saúde de gravidade leve, a PBO ainda desafia o conhecimento dos profissionais da reabilitação infantil; o São necessárias maiores evidências; o Os domínios da CIF ajudam na interpretação a ampliação do olhar; o A TRIM e a estimulação precoce parecer ter melhores resultados para a PBO.
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