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Protozoários Características gerais: ✓ Reino → Protista ✓ Eucariontes ✓ Unicelulares ✓ Possuem reprodução sexuada e assexuada ✓ Induzem boa resposta imune ✓ Apresentam mecanismo de escape ✓ Longos períodos de parasitismo ✓ Vivem em ambiente aquático ou solo úmido ✓ A espécie Toxoplasma gondii apresenta complexo apical ✓ São representantes de maior interesse de saúde pública Morfologia: ✓ Organelas adaptadas ao parasitismo ✓ Membrana celular lipoproteica ✓ Uninucleados ✓ Organelas estáticas (membrana cística) ✓ Organelas dinâmicas (flagelos e cílios) ✓ Organelas específicas relacionadas principalmente com a locomoção, nutrição, proteção Classificação dos protozoários (movimentação): → Rizópodes ou pseudópodes (Rhizopoda): ✓ AMEBAS ✓ Podem ser chamados de ‘sarcodinas’ ✓ Prolongamentos citoplasmáticos encontrado em amebas; ✓ Geralmente emite apenas um prolongamento citoplasmático e o corpo acompanha; ✓ movimento se dá às custas do movimento do citoplasma e vacúolos contráteis → regulação osmótica → elimina água ✓ Também possui atividade fagocitária → Ciliados (Ciliophora): ✓ Se movem por cílios ✓ Dão impulso ao parasito; ✓ São apêndices com movimento constante numa única direção (uníssono) ✓ Estruturalmente idênticos aos flagelos ✓ Numerosos, curtos e finos ✓ Funções: auxiliar na alimentação, regulação osmótica (poros) e locomoção Toxoplasma gondii – complexo apical Flagelados (Mastigophora): ✓ Se movem por flagelos ✓ Organela que se dirige para a cauda, formando a membrana ondulante; ✓ Função de movimentação; ✓ Necessita de muita energia ✓ Ex: o Leishmania chagasi - leishmaniose tegumentar. o Trypanosoma cruzi - doença de Chagas o Trichomonas sp. - tricomoníase o Giardia spp –giardíase ✓ Um ou mais flagelos longos e delgados; ✓ Microtúbulos com origem no cinetosoma (ou cinetoplasto) Esporozoários (Apicomplexa): ✓ não possuem estruturas para locomoção; ✓ apresentam reprodução assexuada ✓ Esporulação: o uma célula divide seu núcleo numerosa vezes; cada núcleo com um pouco de citoplasma é isolado por uma membrana e forma esporos Reprodução: Reprodução assexuada → DIVISÃO BINÁRIA: Célula-mãe origina célula filha DIVISÃO BINÁRIA SIMPLES (Endodiogenia) DIVISÃO BINÁRIA SUCESSIVA OU DIVISÃO MÚLTIPLA (Esquizogonia) Núcleo se divide igualmente dando origem a duas células idênticas à mãe. Só depois se rompe a membrana citoplasmática da mãe O núcleo de uma célula (esquizonte) se multiplica várias vezes, originando várias células-filhas. Após divisão nuclear, ocorre a divisão do citoplasma. Trofozoítos originam milhares de merozoítos Trypanosoma e Leishmania Amebas Reprodução sexuada → CONJUGAÇÃO: Fusão entre células fêmea e macho dando origem à célula filha O macho (microgameta) é geralmente menor que a fêmea (macrogameta), mas as células filhas são todas iguais (isogametas), chamadas de oocistos que são liberados no meio ambiente Possui maior variabilidade genética Troca ou transferência de material genético → MICRONÚCLEO Nutrição, locomoção e crescimento → MACRONÚCLEO Fusão dos macrogametas com microgametas resulta em um zigoto diplóide, denominado oocisto. ✓ Os protozoários podem apresentar 2 tipos de reprodução juntos. o apenas reprodução assexuada: fissão binária → Leishmania spp., Giardia spp. o reprodução assexuada e sexuada → Toxoplasma, Eimeria, Plasmodium... ✓ Estágios infectantes: o Esporozoítos no meio ambiente o Trofozoítos e Bradizoítos no hospedeiro. Oocisto (ovo): ✓ Esporulação (uma célula origina muitas outras pequenas e iguais) o Esporozoítos (forma infectante no meio) ✓ Cistos (alta resistência ambiental) Nutrição: ✓ Holozóica: nutrem-se de matéria orgânica já elaborada. Envolve a captura, ingestão, assimilação e eliminação das porções não digeridas (fagocitose). Ocorre na maior parte dos protozoários. o Ex.: Amebas, Plasmodium. ✓ Saprozóica: Utilizam a matéria orgânica e inorgânica dissolvida em líquidos (pinocitose). São osmotróficos (absorvem substâncias digeridas da célula ou do tecido do hospedeiro). o Ex.: Trypanosoma. ✓ Holofítica - Protozoários sintetizam seu material nutricional usando raios solares como fonte de energia. Não tem importância veterinária. o Ex.: fitoflagelados. Digestão: ✓ Nas espécies de vida livre há formação de vacúolos digestivos; ✓ As partículas alimentares englobadas penetram na membrana pelo citóstoma. ✓ No interior da célula ocorre digestão e os resíduos digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia num ponto determinado da membrana (citopígio) ou em um ponto inespecífico por exocitose. Respiração: I- Aeróbica II- Anaeróbica Tipos de ciclo de vida: I. Monoxeno: Só necessita de 1 hospedeiro. Ex: Eimeria sp, Trichomonas. II. Heteroxeno: mais de 1 hospedeiro para completar o ciclo. Ex. Leishmania sp Estágios evolutivos – FLAGELADOS: Amastigota flagelo não visualizado (hospedeiro vertebrado) – fase intracelular, sem organelas de locomoção, com pouco citoplasma e núcleo grande. O cinetoplasto fica ao lado do núcleo e é um pouco menor que ele. Está presente na fase crônica da doença. Promastigota – o flagelo emerge da parte anterior do núcleo da célula (no inseto). Epimastigota - o flagelo emerge próximo ao núcleo da célula - é a forma encontrada no tubo digestivo do vetor, não é infectante para os vertebrados. Tem forma fusiforme e apresenta o cinetoplasto junto ao núcleo. Possui flagelo e membrana ondulante. Tripomastigota - o flagelo emerge da parte posterior da célula - fase extracelular, que circula no sangue. Apresenta flagelo e membrana ondulante em toda a extensão lateral do parasito. O cinetoplasto se localiza na extremidade posterior do parasito. Esse estágio evolutivo está presente na fase aguda da doença, constituindo a forma infectante para os vertebrados. ➔ Classificação dos flagelados • Hemoflagelados habitam sangue, linfa e tecidos, transmissão por insetos hematófagos o Leishmania, Trypanosoma • Flagelos de mucosa (trato intestinal ou genital), transmissão pelas fezes e secreções genitais o Giardia, Tritrichomonas Estágios evolutivos: ✓ Esporozoíto: forma infectante (meio) ✓ Trofozoíto: estágio no interior do hospedeiro, alimenta-se e se reproduz por diferentes processos o (reprodução assexuada múltipla = esquizogonia) ✓ Merozoítos – gametócitos (sexuada) ✓ Cisto (tecidos ou nas fezes), ✓ oocisto (proveniente de reprodução sexuada, encontrados nas fezes, inseto) – vai esporular. Diferenças nos ciclos: ✓ - Fases assexuada e sexuada ocorrem no mesmo hospedeiro (Eimeria) ✓ - Fase assexuada ocorre no hospedeiro vertebrado (HD) e a fase sexuada no vetor artrópode (HI) (Plasmodium) Toxoplasma gondii Características gerais: ✓ É um protozoário intracelular obrigatório ✓ HD: felídeos, principalmente os gatos ✓ HI: diversos mamíferos ✓ Zoonose ✓ Cosmopolita ✓ Infecção crônica assintomática ✓ Grande adaptação parasitária ✓ Prevalência da infecção humana ✓ Saúde Pública: o gestante e imunodeprimido ✓ Importância veterinária: o prejuízos nas criações de suínos e pequenos ruminantes, pelos abortos, infertilidade, além de diminuir a produção dos animais infectados pela via congênita. Formas infectantes: ✓ Oocistos (esporozoítos) → forma de resistência: contêm os esporozoítos e são estágios que se formam no trato intestinal dos felídeos, sendo, portanto, dependes, obrigatoriamente, do hospedeiro definitivo; ✓ Taquizoítos (taqui=rápido): formas de proliferação rápida, presentes nas infecções agudas. No animal afetado, pode estar no sangue, excreções e secreções; ✓ Bradizoítos: são observadosnos cistos teciduais que se formam na fase crônica da doença. Ciclo biológico - HETEROXENO: - Fase sexuada (HD: apenas nos felídeos) → intestinal - Fase assexuada (HI) → extra intestinal Transmissão: Ingestão de oocistos esporulados Ingestão de cistos em carnes Infecção transplacentária - Gatos jovens infectados liberam esporozoítos pelas fezes, que esporulam no ambiente de 24-72h (esporogonia – forma infectante). - HI ingere o oocisto e, há liberação dos esporozoítos no trato digestivo, que vão pela via sanguínea ao fígado, cérebro e outros órgãos passando a se chamar trofozoítos. Reprodução assexuada por endodiogenia infectando novas células. Essa fase é tão rápida, que os trofozoítos são chamados de taquizoítos (fase aguda). - O organismo do animal gera anticorpos, e para se proteger, taquizoítos reduzem a velocidade de reprodução, passando a se chamar bradizoítos, que formam uma parede cística (cisto) como proteção aos anticorpos. - O gato se infecta ao ingerir restos de animais contendo cistos e, na mucosa intestinal, os zoítas são liberados e ocorre a gametogonia. - Oocistos formados vao ao meio ambiente nas fezes e, ocorre a esporulação (cada oocisto com 2 esporocistos com 4 esporozoítos). - Bradizoítos de cistos tissulares presentes em carnes cruas ou malcozidas (suína e ovina) - Esporozoítos em oocistos esporulados. - Formação de cistos teciduais – relacionados à imunidade. - Riscos em imunodeprimidos: • Reativação de formas existentes • Formas graves • Toxoplasmose cerebral com maior frequência • Cistos pulmonares - Pode haver transmissão pré-natal - Mães adquirem a infecção durante a gravidez pelo rompimento dos cistos no endométrio – libera os taquizoítos no líquido amniótico. - Há o comprometimento do SNC do feto (retina, encéfalo → hidro ou microcefalia) - Em 90% dos casos, se apresentam de forma assintomática Leishmania spp. ✓ A Leishmaniose visceral é uma doença de elevada morbidade e letalidade; ✓ Negligenciada; ✓ Associada à pobreza, desnutrição, imunossupressão, mudanças climáticas e expansão territorial; ✓ É transmitido para o vertebrado pela picada de um inseto vetor; • Sobre o vetor: - Fêmea hematófaga obrigatória; - Transmitida pela fêmea de um mosquito chamados flebotomíneos, do gênero Lutozmyia (continente americano) e Phlebotomus (Europa, Ásia e África)→ birigui, asa dura, mosquito palha; - Longevidade 20-45 dias; - Age mais no crepúsculo e noturno, durante ou logo após chuvas/ temperaturas quentes - Seu ciclo reprodutivo ovo-adulto dura 30-40 dias Leishmaniose visceral (calazar) Leishmaniose cutânea Espécies: • L. chagasi e L. donovani HD: homem e cães Ciclo biológico: - Na picada, o vetor biológico se infecta com a forma amastigota nos macrófagos; - Eles se transformam em promastigotas (flagelos) no seu intestino, podendo até obstruir o canal alimentar do inseto pela sua multiplicação; - O inseto, ao inocular saliva no HD, também injeta formas promastigotas que penetram nas células do retículo endoplasmático endotelial e se transformam em amastigotas, que se multiplicam e ganham a corrente sanguínea e vão aos órgãos linfoides primários (medula óssea e timo) e secundários (baço, tonsilas, linfonodos...), além do fígado. Outras formas de infecção além da vetorial são raras → transfusão, relação sexual ou de cadela para filhote. Sinais clínicos e laboratoriais Depende muito do caso. Não há sinais específicos ou patognomônicos: - Aumentos dos órgãos (fígado e baço); - Atrofia medular - Cansaço - Perda de peso grave e anorexia... - Anemia - Trombocitopenia - Leucocitose - Leucopenia - Aumento de enzimas hepáticas e renais - Aumento de albumina/ globulina - Avaliar fundo de olho Espécie: • L. braziliensis HD: homem e cães Ciclo biológico: - Na picada, o vetor se infecta com a forma amastigota; - Eles se transformam em promastigotas; - O inseto inocula saliva no HD e injeta formas promastigotas que penetram nas células do retículo endotelial e se transformam em amastigotas; - Estas formas se multiplicam e permanecem na pele do hospedeiro. Sinais clínicos: - Hiperceratose; - Descamação epidérmica excessiva, com espessamento, despigmentação e rachaduras de focinho e coxins; - Pelagem seca, quebradiça; perda de pelos com nódulos intradérmicos; - Úlceras, unhas longas ou quebradiças são achados específicos em alguns pacientes. Controle e prevenção: - Controle do vetor: Inseticida no ambiente; telas mosqueteiras; higiene; evitar acesso à rua após as 17h → OBS: carrapatos e pulgas não transmitem - Controle do reservatório: Vacinas; coleiras (deltametrina); anti-parasitários tópicos Giardia spp. Espécies: ✓ Giardia lamblia ✓ Giardia duodenalis ✓ Giardia intestinalis Hospedeiros: ✓ Giardia canis – cão ✓ Giardia catis – felinos ✓ Giardia bovis – ruminantes ✓ Giardia equi – equinos ✓ Giardia caprae – pequenos ruminantes ✓ G. duodenalis – lagomorfos ✓ G. lamblia – homem Características gerais: ✓ Zoonose ✓ Cosmopolita ✓ Atinge muitos hospedeiros ✓ Parasitismo monoxênico ✓ Corpo piriforme: extremidade anterior arredondada e posterior afilada ✓ Superfície ventral apresenta discos com ventosa, que tem função de fixação e sugar células intestinais ✓ Há dois núcleos ovoides laterais e dois axóstilos ✓ Possui 8 flagelos (anteriores, posteriores, medianos e ventrais) ✓ ALTA RESISTENCIA AOS ÁCIDOS ESTOMACAIS Possui 2 apresentações: ✓ Móvel – trofozoítos flagelados ✓ Imóvel – cistos (formas infectantes) TROFOZOÍTOS: o Habitat: aderidos nas mucosas (vilosidades) do duodeno e parte do jejuno o Metabolismo: anaeróbio (não tem mitocôndria). o Nutrição: via membrana e pinocitose. o Descolamento: batimento flagelar) o Reprodução: assexuada → divisão binária CISTOS: o Encistamento: cólon o Desencistamento: passagem pelo estômago e eclosão no ID o 1 cisto = 2 trofozoítas Transmissão: • Indireta: o Cistos em água ou alimentos contaminados o Artrópodes o Riachos e reservatórios contaminados por animais parasitados • Direta: o Interpessoal * A ROTA ORO-FECAL É A PRINCIPAL VIA DE TRANSMISSÃO Ciclo biológico: - Ingestão de cistos através de água e alimentos contaminados ou pela via oro-fecal; - Após a ingestão, o cisto se transforma em trofozoíta (DESENCISTAMENTO), no ID - Reprodução assexuada (fissão binária) no ID, aderindo a sua parede e alimentando-se da comida que passa; - Quando o parasita chega ao intestino grosso (cólon), ele volta a forma de cisto (ENCISTAMENTO), pois é o único meio de sobreviver no meio ambiente após sua eliminação nas fezes. - OS CISTOS PODEM SOBREVIVER POR DIAS OU SEMANAS NA ÁGUA GELADA. Patogenia: - Atrofia de vilosidades intestinais - Redução da absorção de nutrientes (síndrome da má absorção) e da digestão; Sinais clínicos: - Diarréia aguda ou crônica; - Diarréia intermitente; - Esteatorreia; - Fezes mucosas, catarrais; - Dor abdominal; - Anorexia; - Distensão abdominal (Flatulência); - Náusea; - Perda de peso; - Alterações no crescimento; - Muito comum infecções concomitantes com nematódeos e cestódeos Tratamento: Metronidazol ou vermífugos comuns Profilaxia: - Ferver água - Saneamento básico - Tratamento dos pacientes com cistos - Vacinação de animais domésticos Trichomonas spp. Principais espécies e hospedeiros: ✓ T. vaginalis - sistema reprodutor de homem (espécie específico, não é zoonose) ✓ T. gallinae - digestório de aves ✓ T.suis - digestivo de suínos domésticos✓ T. foetus - sistema reprodutor de bovinos e suínos, e sistema digestório de felinos jovens ✓ Outras espécies de Tritrichomonas parasitam répteis, peixes e anfíbios Características gerais: ✓ Pertence à classe Mastigophora – se locomove por flagelos ✓ Possui corpo piriforme com núcleo único ✓ Possui de 3 a 5 flagelos anteriores e um flagelo recorrente ao longo da borda de uma membrana ondulante ✓ Ciclo de vida direto (MONOXÊNICO) ✓ Reprodução: assexuada - divisão binária ✓ Não forma cistos ✓ Baixa resistência fora do hospedeiro Transmissão: o BOVINOS: - É uma doença venérea – transmissão sexual; - Transmissão genital: monta natural - Transmissão não venérea: contaminação da vagina artificial, inseminação artificial (crioprotetor), palpação vaginal, instrumentos obstétricos contaminados (RARA) → Fêmeas são assintomáticas, podendo gerar infertilidade, repetição do cio, infecção uterina, morte e reabsorção embrionária ou abortamento precoce → Touros são assintomáticos, não adquirem imunidade (mais velhos são acometidos) = disseminadores. Ciclo biológico: - Tritrichomonas foetus: → BOVINA: o Infecção nos machos é permanente; o Nas fêmeas a multiplicação ocorre na vagina e útero. Parasito multiplica-se por divisão binária simples. Após o coito, se a fêmea for fecundada, o parasito multiplica-se ativamente (trofozoíto), causando alterações na placenta, levando ao aborto em aprox. 120 dias. → FELINA: o Causa uma infecção limitada ao íleo, ceco e cólon no trato gastrointestinal = diarreia crônica de intestino grosso. o A contaminação ocorre pela via fecal-oral, com a ingestão de trofozoítos, através do contato direto dos animais. “Tratamento” em bovinos: - Descarte periódico de touros velhos (acima de 5- 6 anos) ou descarte seletivo: touros positivos e fêmeas suspeitas ou positivas; - Evitar touros "arrendados" ou utilizados em parceria; - Efetuar teste (cultura) dos touros duas semanas antes da estação de monta e após seu término; Sinais clínicos da tricomoníase em felinos: - Observar histórico – locais com superlotações; - Apetite normal, sem perda de peso; - Diarreia intermitente, principalmente em filhotes: fezes mal cheirosas e mal formadas, irritação perianal, incontinência fecal; - Ocasionalmente, fezes com muco e sangue vivo; - Cura espontânea ou diarreia persistente por meses; - Melhora durante tratamento com antibióticos, recidiva. Tritrichomonas gallinae: - Hospedeiros: pombo é o principal, mas pode infectar outras aves. - Acomete principalmente aves jovens, adultos são geralmente assintomáticos; - A infecção pode ser branda ou evoluir para a morte. - Transmissão: ocorre normalmente de maneira conduzida, com o contato direto dos indivíduos, no momento da alimentação dos adultos para os filhotes, ingestão de água contaminada, por bebedouros, comportamento de corte, vasilhas de alimentos e até mesmo por contato de animais mortos repentinamente. - As lesões ocasionadas por estes protozoários variam desde úlcera na mucosa à grandes nódulos caseosos, ocasionam altas taxas de mortalidade → cavidade bucal, seios nasais, faringes, esôfago e proventrículo. - Tratamento: metronidazol e diimetridazol - Prevenção: impedir contato de aves com pombos. Coccídeos Principais espécies: ✓ Cães: • Isospora ou Cystoisospora o I. canis o I. ohioensis ✓ Gatos: • Isospora ou Cystoisospora o I. felis o I. rivolta (reservatório – ratos) Características gerais: ✓ São espécie-específicos ✓ parasitas intracelulares obrigatórios ✓ possuem reprodução sexuada e assexuada ✓ Oocisto é resistente e eliminado pelo hospedeiro definitivo pelas fezes ✓ Coccídeo mais frequente cães e gatos ✓ Localização: intestino delgado Ciclo biológico: ✓ Felinos se infectam ao ingerir oocistos esporulados em alimentos, água ou em músculos do HP (ratos); ✓ Esporozoítos invadem células epiteliais do ílio; ✓ Primeiro ocorre a endogenia; ✓ Surgem os gametócitos de 8-9 dias após infecção e, por reprodução sexuada, geram-se novos cistos; • Nos ratos, os cistos permanecem viáveis por até 2 anos; • Esporozoíto – forma infectante • 1 oocisto = 2 esporocistos Patogenia: ✓ Isospora são agentes oportunistas: infecção auto-limitante; ✓ Animais jovens apresentam forma mais severa de coccidiose; ✓ Infecções maciças provocam atrofia das vilosidades intestinais e inflamação que resultam em redução na absorção de nutrientes; ✓ Geralmente só são patogênicos quando associados a outros agentes infecciosos ou imunossupressão, superlotação, más condições sanitárias; ✓ Cães e gatos idosos geralmente são imunes a infecção (reservatórios). Sinais clínicos: ✓ Neonatos de cães e gatos, canis ou gatis (imunossupressão ou superlotação) ✓ Diarreia líquida (hemorrágica) – normalmente se manifesta em períodos de estresse (casa nova) • ✓ Vômito, desconforto abdominal, inapetência, perda de peso, desidratação, anorexia, morte em casos severos Diagnóstico: ✓ Identificação dos oocistos no coproparasitológico pela técnica de Willis; ✓ Oocistos podem ser liberados por animais assintomáticos. Tratamento: ✓ Antimicrobianos (Sulfonamida + trimetroprim; Sulfadimetoxina) Medidas sanitárias: ✓ Remover as fezes, com frequência, lavar com amônia quaternária; ✓ Animais infectados devem permanecer em ambiente restrito; ✓ Todos os utensílios devem ser lavados e imersos em água fervente ou em solução de amônia a 5% por 1 hora; ✓ Controle de hospedeiros intermediários (roedores) e vetores mecânicos Controle e prevenção em canis/gatis/abrigos: ✓ Tratar animais infectados; ✓ Descontaminação ambiental: o Área limpa (sem umidade ou matéria orgânica) o Tratar os animais antes de colocá-los na área limpa o Desinfecção de canis e gatis com amônia quaternária o Vazio sanitário para secagem completa do ambiente (vários dias) ✓ Prevenção da reinfecção: o Ferver ou filtrar água o Exames de fezes de rotina o Quarentena para animais novos (somente após 3 exames de fezes negativos) e vacinação o Banhos com xampu especialmente região perianal Cryptosporidium spp. Características gerais: ✓ Cosmopolita ✓ Localização: ID, exceto do homem ✓ Brasil: prevalência rara ✓ Potencial zoonótico, animal e homem podem se infectar ao mesmo tempo (água) ✓ Hospedeiros: homem, cães, gatos, equinos, suínos, bovinos, ovinos, ratos ✓ Espécies: o C. parvum e C. muris – búfalos, equinos o C. bovis, C. cuniculi, C. felis Ciclo biológico - Isospora: - MONOXENO - 2-8 DIAS ✓ Ingestão de oocistos em água, alimentos (presas) ou fezes ou com oocisto - muito resistente no ambiente ✓ No homem esporozoitos penetram nas microvilosidades das células epiteliais do trato digestivo (pancreático, hepático), ocular, respiratório e urinário (nos animais apenas nos enterócitos) ✓ Ocorrem 2 ciclos assexuados (cissiparidade múltipla) que resultam em 2 gerações de esquizontes ✓ Mais 1 ciclo sexuado com macro e microgametas ✓ São gerados oocistos com parede espessa que serão eliminados no ambiente e outros de parede delgada, que se rompem no intestino do hospedeiro e reiniciam o ciclo com autoinfecção. Patogenia: ✓ Infecção primária ou secundária ✓ Condições sanitárias e superlotações ✓ Atrofia vilosidades, hiperplasia da cripta e infiltrado inflamatório dificultando absorção de nutrientes Sinais clínicos: ✓ A maioria é ASSINTOMÁTICO; ✓ Os que são SINTOMÁTICOS, apresentam: o Diarreia crônica ou intermitente principalmente em neonatos, filhotes ou animais imunossuprimidos, perda de peso, anorexia ✓ Muito comum: co-infecção com outros protozoários ou vírus (parvovirus, leucemia)ou linfoma, cinomose... Diagnóstico: ✓ Esfregaço fecal em salina o Método Willis o (transparência, oocisto é eliminado na forma infectante!) ✓ Centrifugo flutuação com açúcar (Sheater) o Oocisto < 5 µg, pequeno número e de forma intermitente ✓ Métodos de coloração o Técnica de Kinyoun; o Ziehl- Neelsen modificada; ✓ PCR maior sensibilidade ✓ ELISA Ag e AC ✓ IF “Tratamento”: ✓ Não existe tratamento eficaz ✓ Tratamento sintomático o Só reduz diarreia, pouco efetivo, animal imunocompetente melhora sem tratamento ▪ Azitromicina 10mg kg, sid, mínimo 10 dias ▪ Tilosina 11mg kg, bid, 28 dias ✓ Desinfecção ambiental amônia quaternária mínimo 30 min - 18 – 24 horas Prevenção: ✓ Higiene (água, alimentação, estábulos, incinerar camas e ninhos) ✓ Tratamento (eliminação) animais parasitados ✓ Pacientes com AIDS ou imunossuprimidos ou crianças desnutridas - evitar contato com animais de rua, com diarreia toxoplasma toxoplasma Giárdia Trichomonas giárdia
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