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Christiane Novais- 6º semestre medicina TROMBOSE VENOSA PROFUNDA CONCEITO · Formação aguda de trombos nas veias do sistema venoso profundo, com obstrução parcial ou oclusão. 1. 80-95% em MMII; 2. Proximal ou distal. EPIDEMIOLOGIA 48/100 mil habitantes/ano nos EUA; 93/100 mil habitantes/ano na Noruega; 60/100 mil habitantes/ano em Botucatu; ੦ 10% sem causa definida; ੦ 300-600 mil internações/ano nos EUA e Europa; ੦ 50 mil óbitos anuais por ep; TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL -> Trombose aguda das veias do sistema venoso superficial; - Espontânea, após acesso venoso, pós-trauma; Tratamento ੦ AINH, cuidados locais; ੦ Situações especiais; • Crossas de safenas; • Veias perfurantes; › Embolização? › Cirurgia x anticoagulação; › Sem consenso; FISIOPATOLOGIA Tríade de Virchow: ੦ Lesão endotelial; ੦ Hipercoagulabilidade; ੦ Estase venosa; Áreas de baixo fluxo ੦ Cúspides valvares; Oclusão venosa em 24-36 horas; É isso que tem que evitar! FATORES DE RISCO PARA TVP 1. Lesão endotelial · Cirurgias ੦ Ortopédicas; ੦ Urológicas; ੦ Ginecológicas; · Traumas; · Infecções; · Punções centrais: TVP MMSS – principal causa! 2. Hipercoagulabilidade ੦ Pós-operatório; ੦ Gestação e puerpério; ੦ Estrógenos e contraceptivos; ੦ Neoplasias; ੦ Idade avançada; ੦ Trombofilias; ੦ Fator V de Leiden; ੦ Gene da protrombina; ੦ Def. de antitrombina; ੦ Def. de proteína C; ੦ def. de proteína S; ੦ Hiper-homocisteinemia; ੦ Fator VIII; ੦ Fibrinogênio; 3. Estase venosa ੦ Imobilizações; • Viagens longas; ੦ Paralisias; ੦ Anestesia geral; ੦ Gestação; ੦ Obesidade; ੦ ICC; ੦ IVC; DIAGNÓSTICO Dor + edema no membro. Pode ter coloração azulada da pele, aumento da temperatura e até febre. Sempre atenção ao empastamento da musculatura da panturrilha, que perde a mobilização lateral com a articulação do joelho flexionada. Esses sinais e sintomas não são específicos de TVP, porque pode ser causada por várias outras condições clínicas. A TVP não é uma doença de diagnóstico clínico. Alta taxa de falhas! É necessário exame de imagem- 20 a 40% dos pacientes com suspeita clínica têm outro diagnóstico, ao mesmo tempo que lidamos com um inimigo silencioso, o qual pode apresentar sem qualquer sintoma. Dor 86,7% Edema 86,7% Empastamento muscular 86,7% Dor no trajeto venoso 63,3% Dilatação venosa superficial 48,6% Cianose 17,5% Testes clínicos ੦ Sinal de Homans 61,7% (dorsiflexão dolorosa); ੦ Sinal de Bancroft 69,7% (compressão da panturrilha com dor); ੦ Sinal da bandeira (joelho semifletido com percussão na panturrilha- rígida); ੦ Sinal de Lowenberg (apertar a panturrilha com o esfigmo e se tiver dor é +); ESCALA DE WELLS 1º- Identificar os pacientes que devem ser submetidos a exames complementares para confirmação do diagnóstico; 2º- Iniciar o tratamento, a despeito da confirmação complementar, nos doentes com maior probabilidade; DIAGNÓSTICO LABORATORIAL É muito pobre, o leucograma, velocidade de hemossedimentação e desidrogenase láctica podem estar alterados. D-dímero ੦ Produto de degradação da fibrina- está elevado na fase aguda; ੦ (+) na presença de trombos ativos; ੦ Alta sensibilidade; ੦ Baixa especificidade (eleva-se em idade avançada, câncer, infecção, agressão cirúrgica, processos inflamatórios etc); O D-dímero negativo pode-se excluir o diagnóstico de TEV. No hospital, nos doentes em condições que se eleva o D- dímero, a sua aplicação perde o valor! DIAGNÓSTICO COM MÉTODOS COMPLEMENTARES USG DUPLEX SCAN ੦ Exame de escolha para TVP; ੦ Avalia compressibilidade e fluxo; ੦ Menor acurácia: veias distais, MMSS; ੦ Assintomáticos; Flebografia Demonstra o fluxo em vias pérvias ou ausência de fluxo em virtude da presença de trombos. Pode identificar também o refluxo venoso e o grau de insuficiência valvar. A maioria dessas tromboses não se expressa clinicamente, sendo chamada de “trombose flebográfica). A vantagem é que mostra a imagem direta do trombo, determinando sua extensão e morfologia. Em doença venosa crônica, pode avaliar o grau de trombose residual. ੦ Padrão-ouro (método mais acurado para diagnóstico de trombo assintomático); ੦ Muito invasivo, depende da administração de contraste iodado e não permite a repetição sequencial; -Pacientes idosos, com edema de extremidades ou que não colaboram também são obstáculos ao método. 25% dos casos a visualização do sistema venoso profundo pode ser prejudicada. ੦ Não utilizado de rotina- perdeu lugar para USG vascular; ੦ Situações de exceção; ੦ Estudos clínicos (vem perdendo espaço também); A flebografia por cateterização é fundamental para o acompanhamento da desobstrução do leito venoso por fibrinólise ou trombólise mecânica e para o tratamento endovascular das lesões do sistema venoso Teste de captação do fibrinogênio marcado com Iodo-125 Era o melhor método para diferenciar entre trombo recente, antigo ou em formação. Angio-TC e Angio-RNM ੦ Sem benefício em MMII em relação ao Doppler; ੦ Bom uso em veia cava; ੦ Diagnóstico de embolia pulmonar; COMPLICAÇÕES Embolia pulmonar ੦ Impactação de trombos na árvore pulmonar; ੦ Sintomas cardiorrespiratórios; ੦ Veias sistêmicas/câmara direita; ੦ 20-50% dos pacientes com TVP proximal não tratados; ੦ Morte súbita em 25% dos sintomáticos; ੦ Quanto maior a veia, maior a chance; · A TVP e a EP são manifestações da mesma doença; Síndrome pós-trombótica ੦ IVC grave pós-TVP; ੦ Oclusão crônica; ੦ Recanalização + perda valvular; ੦ Ocorre em 29-79% após TVPs proximais; Flegmasia alba dolens ੦ trombose iliofemoral; ੦ vasoespasmo arterial reacional; ੦ dor; ੦ edema intenso; ੦ palidez/diminuição de pulsos; · Palidez do membro, devido espasmo arterial provocado reacionalmente pela magnitude do trombo; Flegmasia cerulea dolens ੦ Trombose iliofemoral + sistema venoso superficial; ੦ Gangrena venosa; ੦ Dor; ੦ Edema intenso; ੦ Cianose/frialdade; ੦ Flictenas e necrose; · Agravamento da primeira, que caracteriza comprometimento tão grave do retorno venoso que termina por comprometer o fluxo arterial. TRATAMENTO Objetivos: ੦ Prevenir a progressão do trombo; ੦ Prevenir a ocorrência de TEP; ੦ Aliviar a estase venosa; Medidas gerais ੦ Posição de Trendelenburg; ੦ Analgésicos; ੦ Anti-inflamatórios; ੦ Meia elástica: • 30-40 mmHg; ੦ Deambulação precoce; · Controverso… Medidas gerais; Anticoagulação injetável ੦ Heparina não fracionada (uso EV ou SC): • Dose de ataque: 80 UN/kg; • Manutenção: 18 UN/kg/hora; • Controle visando a RT entre 1,5-2,5 (não há dose-efeito tão confiável); • Preferência na IRC avançada; ੦ HBPM (uso SC): • Enoxaparina; • Anticoagulação plena: 1 mg/kg 12/12h até 100 kg, >100 kg faz 100 mg (não é necessário bomba de infusão nem acesso venoso periférico, então é mais fácil); • Dose-efeito confiável sem monitorização; • Controle pela dosagem de fator Xa (em situações especiais, como casos de resistência a droga ou estudos); ੦ Fondaparinux (uso SC): • Inibidor do fator Xa; • Dose de anticoagulação: › < 50 kg: 5 mg/dia; › 50-100 kg: 7,5 mg/dia; › > 100 kg: 10 mg/dia; • Uso por 5-10 dias Anticoagulação oral ੦ Varfarina • Ação indireta; • Antagonista competitivo da vitamina K; • Restringe a produção de fatores de coagulação vitamina K-dependentes (II, VII, IX, X); • Controle pelo INR (entre 2 e 3x a normalidade); • Ação em 3-5 dias (as reservas hepáticas duram esse período); • Heparina inicialmente; ੦ Dabigatrana (Pradaxa®) •Inibidor direto da trombina; • 150 mg 12/12h; • Iniciar com HBPM por 5 dias; • Controle laboratorial desnecessário; ੦ Edoxabana (Lixiana®) • Inibidor do fator X ativado; • 60 mg/dia; • Iniciar com HBPM por 7 dias; • Controle laboratorial desnecessário; ੦ Rivaroxabana (Xarelto®) • Inibidor do fator X ativado; • 15 mg 12/12h por 21 dias; após, 20 mg/dia; • Uso em monoterapia; • Controle laboratorial desnecessário; ੦ Apixabana (Eliquis®) • Inibidor do fator X ativado; • 10 mg/dia por 7 dias; após, 5 mg/dia; • Uso em monoterapia; • Controle laboratorial desnecessário; ANTICOAGULANTES ORAIS DIRETOS Liberados para uso emmonoterapia: ੦ Rivaroxana ੦ Apixabana; Uso combinado (necessário HBPM inicialmente ou anticoagulante direto inicialmente): ੦ Dabigatrana ੦ Edoxabana; (exemplo: 7 dias de Rivaroxana e depois migrar para Dabigatrana); Drogas fibrinolíticas ੦ Trombose de veias ilíacas e subclávias; ੦ Minimizar efeitos tardios da síndrome pós-trombótica; ੦ Cateter intratrombo multiperfurado; ੦ Drogas fibrinolíticas em dose baixa e infusão contínua e repetir os exames com USG ou Flebografia); —-> Lise rápida dos coágulos, minimizando a perda valvar das veias, minimiza também as chances e gravidade de uma eventual síndrome pós- trombótica; -Tratamento endovascular; —-> Tromboses muito extensas, medo do paciente piorar! ੦ Aspiração endovascular de coágulos; • Trombectomia venosa; • Tromboses extensas e com quadro clínico de gravidade; • Flegmasias principalmente; ੦ Tratamento de síndromes compressivas; • Síndrome de Cockett; • Compressão da VICE pela AICD; Tratamento cirúrgico – TVP aguda + Cockett Filtro de cava ੦ Dispositivo metálico implantado na veia cava que impede a progressão de trombos de diâmetros maiores que os vãos das malhas do filtro; ੦ Podem ser temporários; Indicações absolutas: ੦ Contraindicação à anticoagulação; ੦ TEP na vigência de anticoagulação; ੦ Suspensão forçada da anticoagulação; ੦ Após embolectomia pulmonar; Indicações relativas; ੦ Embolia séptica; ੦ Baixa reserva pulmonar; NÃO SÃO INDICAÇÕES: ੦ TVP extensa; ੦ TVP + TEP no ato do diagnóstico;
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