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FACULDADE ANHANGUERA DE VALPARAÍSO DE GOIÁS HEVELYN CABRAL LACERDA; JULIANA BORGES RODRIGUES; NATHALIA EULINA MIRANDA CEZARIO; ROZINALVA LOPES RODRIGUES; TAYANE EVANGELISTA OLIVEIRA TANATOLOGIA Valparaiso de Goiás 2022 FACULDADE ANHANGUERA DE VALPARAÍSO DE GOIÁS HEVELYN CABRAL LACERDA; JULIANA BORGES RODRIGUES; NATHALIA EULINA MIRANDA CEZARIO; ROZINALVA LOPES RODRIGUES; TAYANE EVANGELISTA OLIVEIRA TANATOLOGIA SEMINÁRIO INTEGRADOR DE SAÚDE DO ADULTO Trabalho escrito para disciplina de seminário de saúde do adulto como pré-requisito para conclusão da disciplina. 8º Semestre do Curso de Bacharelado em Enfermagem. Professor (a): Guilherme Augusto de Matos Teles Valparaiso de Goiás 2022 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 DESENVOLVIMENTO 4 TANATOLOGIA, EDUCAÇÃO SOBRE A MORTE E SEUS CONTEXTOS HISTÓRICOS ATUAÇÃO DA TANATOLOGIA 6 TANATOLOGIA NA ENFERMAGEM 7 ADOECIMENTO 7 CUIDADOS PALIATIVOS 8 SOBRE A MORTE E MORRER; 8 LUTO 9 CONCLUSÃO 10 INTRODUÇÃO A palavra Tanatologia tem sua origem no idioma grego na união dos radicais Thanatos e Logos. É a ciência que tem como objetivo geral estudar os processos do morrer e do luto. A tanatologia é não só sobre a morte, mas também sobre o luto e as perdas, bem como a forma com que são vivenciados, dependem sempre de um contexto e de como é vivenciado. Podem vir à tona um sem número de emoções, a curto, médio e longo prazos, as quais acabam por merecer atenção e, em alguns casos, tratamento. As emoções humanas, presentes desde sempre, ainda têm um longo caminho a trilhar antes de serem completamente decifradas. O conteúdo humano subjetivo, aliado a um contexto histórico-cultural, faz desta uma complexa tarefa (KOLINSKI, JOYCE MARA, 2007). Segundo Araújo e Vieira (2004), a morte constitui-se como fenômeno único e individual, em que se encerra a vida biológica, e é vivida somente por quem está morrendo. Ainda pelos mesmos autores, o conceito de morrer é um processo que ocorre ao longo da vida e precisa ser compreendido existencialmente, sendo que o morrer acontece a cada momento da vida. Entre os temas abordados destacam-se o luto, o processo do adoecimento, a morte e seus impactos nos familiares; os cuidados paliativos com pacientes terminais, e o papel da equipe de saúde durante todo o processo desde a descoberta da doença até a morte em si. DESENVOLVIMENTO TANATOLOGIA, EDUCAÇÃO SOBRE A MORTE E SEUS CONTEXTOS HISTÓRICOS Tanatologia é o estudo científico sobre a morte. A palavra de origem grega, é constituída pela união de Tânatos, deus mitológico que personifica a morte, com o sufixo logia, que significa estudo. Os estudos sobre a morte são abordados a partir do seu caráter complexo e interdisciplinar. (GEOVANINI, 2018) As áreas de conhecimentos e de aplicação da tanatologia, envolve cuidados a pessoas que vivem processos de morte pela perda de pessoas significativas, processos de adoecimento, em decorrência de comportamentos autodestrutivos, suicídio, ou por causas externas, pela violência presente principalmente nos centros urbanos. (KOVÁCS, 2008) Kovács (2008) cita em seu artigo que a tanatologia teve desenvolvimento após as guerras mundiais, através dos estudos de Herman Feifel que escreveu o clássico The meaning of death, conscientizando sobre a importância de discutir sobre o tema da morte, mesmo que ainda haja inibição na mentalidade sobre o tema. Devido à matança ocasionada pela guerra, tornou-se de grande necessidade de estudar a morte. Um dado histórico de grande valia pois foi por meio desses estudos que se gerou desenvolvimento científico em diversas áreas incluindo a saúde (ORLANDO, 2016). Estudar e ensinar sobre a morte é um grande desafio, pois ainda existe muita resistência da parte das pessoas para compreender o que ela realmente se trata. Para Kovács (2003), quando se pensa em educação para morte envolve também discutir o morrer, a comunicação, a doença, as perdas significativas e o luto nas diferentes fases do desenvolvimento humano, buscando o autodesenvolvimento, em todas as etapas da vida. Em seu artigo Educação para a morte Kovács (2005) apresenta estratégias que podem ser adotadas por psicólogos nas instituições de ensino e ambiente hospitalar, tanto para profissionais quanto para leigos. Segundo Ariès (1977) em sua obra História da morte no ocidente, com o passar dos anos, aos poucos houve degradação entre a relação da sociedade com a morte. O autor iniciou seus estudos na Idade Média e seguiu até o século XX. Ariés divide em diferentes períodos da sociedade ocidental, com relação à morte, em: morte domada (O descanso do guerreiro) morrer era visto como motivo de orgulho devido e o medo só existia se a pessoa percebesse ou imaginasse que iria morrer sozinha ou sem um “aviso prévio" que sua vida terminaria”; morte de si mesmo ( o homem ocidental rico, poderoso ou letrado reconhece a si próprio em sua morte") passaram a reconhecer a si e sua própria vida, a partir da morte, e assim, reforça e dá sentido à vida; morte do outro (erotismo com a morte) ganhar um ar romântico, dramático, com compaixão. A própria morte não é mais tão temida como a morte do outro; e morte interdita ("Durmo, logo voltarei a remar") a morte passa a ser vista como uma mudança radical na forma como ela, comparada agora como algo sujo e desprezível, sendo utilizada para ocultar do moribundo a sua condição final. ( Ariés, 1997 p.12 ; GEOVANINI, 2018) Norbet Elias (2001), aborda em seu livro A solidão dos moribundos características específicas que o homem ocidental segue ao lidar com a morte. A extensão do viver, pelo aumento da expectativa de vida; A percepção da morte como o último estágio da vida; A visão da morte como um evento sereno, fruto do adoecimento ou da velhice, sendo excepcional a morte causada por violência; e O alto grau de individualização que, representando uma modalidade do viver, incidirá, consequentemente, sobre o modo de morrer. Elias, também cita a sexualidade e a morte como processos biológicos da vida relacionados ao desenvolvimento humano e determinadas socialmente de acordo com a civilização. Com o desenvolvimento da sociedade o sexo saiu da posição de tabu, dando lugar à morte, nos dias atuais a sexualidade está mais envolvida na educação das crianças do que a morte (GEOVANINI, 2018) ATUAÇÃO DA TANATOLOGIA Às estratégias de atuação da Tanatologia, falam de duas exigências igualmente necessárias. Uma se dá a partir de situações agudas, que requerem uma resolução rápida, ou seja, medidas para aliviar a ansiedade, medo, dor, raiva, angústia ou desejo de morrer, assim como a melancolia e o pesar pelo parecer de outros, e a segunda é a exigência que surge a partir de uma situação crônica, que permite uma solução em longo pra, dando espaço às emoções negativas para assim aprender aceitar e lidar com a morte. (LIMA et al, 2008) A tanatologia tem uma ampla atuação em diversas áreas da saúde e também criminal, sendo elas: Tanatologia Forense: A parte da tanatologia que estuda o diagnóstico da realidade da morte. Logo, o perito irá observar dois tipos de fenômenos cadavéricos: os abióticos, avitais ou vitais negativos, imediatos e consecutivos, e os transformativos, destrutivos ou conservadores. É a união da medicina e o direito. (HERCULANO, 2018; PORTAL VATICANO 2022) Tanatologia na polícia: O profissional que lida com a morte é o “Tanatologista Policial”, que atua juntamente com o médico legista. Ele é responsável por analisar toda cena do crime, condições do cadáver, guarda o corpo até chegar no IML e receber informações importantes para elaboração de laudos e encaminha para legista. Ele tambématua na dissecação e exumação de cadáveres. (PORTAL VATICANO, 2022) Tanatologia na medicina e na enfermagem: O contato dos médicos com os mortos se dá desde o início da graduação, com análise e estudo de cadáveres dentro do ambiente educacional. São ensinados a evitar a morte, curando e tratando pacientes garantindo a manutenção da vida. Já o enfermeiro está ao lado do paciente em todos os momentos, tanto do doente quanto da família e acaba se tornando um apoio essencial para que o medo da morte não tome conta dele. (PORTAL VATICANO, 2022; KOLINSKI, 2007 Tanatologia na Psicologia: A psicologia, fica responsável por estudar a parte mental das pessoas para lidarem e compreendem a morte, tendo uma ampla área de atuação, com: psicologia escolar, psicologia organizacional, psicologia clínica, psicologia hospitalar, psicologia jurídica. (PORTAL VATICANO, 2022; KOLINSKI, 2007) TANATOLOGIA NA ENFERMAGEM Profissionais de saúde, e a compreensão da morte afeta sua qualidade de vida e a forma como interagem, no cumprimento de suas atividades profissionais, com o processo de morte e morrer A partir de uma compreensão abrangente do assunto, o papel da equipe de saúde é responder à solicitação do paciente por maior humanização do tratamento e cuidado, tornando a morte e seu processo menos doloroso e mais valioso para todos aqueles que têm cuidado com o paciente. (KÜBLER-ROSS, 1998; BASTOS et al, 2017) Mais pessoas morrem em hospitais do que em casa, e nenhum outro profissional de saúde vive tão perto e com tanta frequência da morte quanto um enfermeiro, porque ele passa a maior parte do tempo com a pessoa no hospital. Muitas vezes é encarada como um fracasso ou imperícia, uma vez que a morte natural deu lugar à morte monitorada e às tentativas de reanimação. (KÜBLER-ROSS, 1996) Quanto maior a experiência de trabalho do enfermeiro, mais fácil é lidar com a morte. Independentemente da idade e experiência do profissional, o atendimento de uma criança/jovem que sofreu ou é vítima de uma morte trágica dificulta a morte. Vivenciar uma morte relacionada ao trabalho trouxe mudanças na vida pessoal, repensando e valorizando a vida, e se relacionando com seus familiares. (COSTA & LIMA, 2005) ADOECIMENTO Assim como a morte o processo de adoecimento pode desencadear uma série de conflitos tanto para o adoecido quanto na sua rede social e familiar, essa etapa é acompanhada de mudanças psicológicas onde faz com que todos voltem sua atenção ao problema, como se partir daquele momento seu eixo principal se baseia na doença. O processo do adoecimento e da doença em si afetam diretamente o funcionamento da família, que consequentemente afeta o adoecido (GEOVANINI, 2015; ROLLAND, 1995). A forma que cada uma lida com os conflitos, e contratempos é totalmente particular, sendo formada principalmente pela dinâmica familiar que já está inserida, cada decisão é feita para contribuir para a sobrevivência e recuperação, principalmente no momento de tanta sensibilidade nesses momentos e que enfrentam durante o passar dos anos (MELLO FILHO, 2010). O fator da idade pode resultar em respostas diferentes em relação ao processo de adoecer e da morte, nos casos das crianças há uma carga de estresse e desestabilização familiar em relação a outras fases da vida. O sentimento de culpa, fracasso e de responsabilidade toma conta dos pais, por não poderem fazer nada para evitar (TORRES, 2002). Segundo Kubler-Ross (2005), após a descoberta da doença é possível identificar algumas etapas que são vividas pela pessoa e por seus familiares sendo elas: primeiro estágio: negação e isolamento, segundo estágio: raiva, terceiro estágio: barganha, quarto estágio: depressão e o quinto estágio: aceitação. Esses estágios são criados como uma forma de mecanismo de defesa, são particulares e variam de pessoa para pessoa, podem ser interpretados de formas diferentes, e por tempos diferentes entre suas etapas, mas suas finalidades são as mesmas (KUBLER-ROSS, 2005). CUIDADOS PALIATIVOS Os profissionais que acompanham os pacientes terminais e suas famílias são os cuidadores paliativos e os tanatólogos clínicos, desenvolvendo papel de facilitadores do luto pelas perdas simbólicas que acontecem no processo da doença e pela morte. (Färber, 2013). Os Cuidados Paliativos são considerados como uma forma inovadora de assistência na área da saúde com a atenção centrada no paciente e seu entorno, que adoece e sofre junto – familiares, cuidadores e também a equipe de saúde. (GOMES; OTHERO, 2016) O objetivo dos cuidados paliativos é melhorar a qualidade de vida de doentes e familiares que enfrentam doenças potencialmente fatais, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce e da avaliação impecável, além do tratamento da dor e de outros sintomas de natureza física, psicológica, social e espiritual. (GEOVANINI, 2018) Considera-se cinco pilares principais e norteadores da prática dos cuidados paliativos, são eles: O foco da assistência é o doente, não mais a doença; Assistência deve ser prestada ao doente em sua totalidade bio-psico-físico-espiritual; A qualidade da assistência inclui o cuidado com a família; São realizados por equipe multiprofissional; A comunicação é a parte primordial da assistência. (GEOVANINI, 2018) SOBRE A MORTE E MORRER; O homem sofre por temer a morte, mas, também por não saber nada sobre ela. É a única certeza que se tem na vida, porém essa certeza vem acompanhada de muitas incertezas “ para onde vou? ”, “ o que vai acontecer depois disso”, “”existe outra vida depois daqui? ” Entre outras inúmeras dúvidas e questionamento que o ser humano faz quando pensa na morte. O medo da morte possui duas formas de manifestação: o temor pela morte, quando o indivíduo desencadeia medo de abandono e separação; e o temor pela própria morte, o paciente começa a imaginar como será a própria morte, o que vai acontecer e quando. Comportamentos agressivos, ansiedade e defesa, são respostas comuns quando pacientes terminais são notificados que não existem chances de cura e que a morte é uma realidade mais próxima. (ROSAL, 2016) Segundo Elisabeth Kübler-Ross em seu livro Sobre a morte e o morrer, quando pessoas doentes recebem a notícia de morte iminente adotam uma fase de negação, que funciona como um escudo que o protege e dizem frases do tipo “Não, não pode ser verdade. Não comigo” seguido do estágio da raiva e revolta o paciente começa a ter uma postura mais agressiva, a maioria das vezes não aceita que seja realizado tratamentos, maltratam os profissionais que estão prontos a ajudá- lo. (KÜBLER-ROSS,1996) Os próximos estágios são o de barganha, depressão e aceitação. A barganha é uma tentativa de adiantar uma recompensa por bom comportamento quando a meta estabelecida for alcançada, na maioria das vezes é feita por religiosos que fazem promessas, ou seja, barganham com Deus para que Ele dê continuidade a vida. No Estágio depressivo a pessoa fica desanimada, triste e tenta se isolar e não quer contato com ninguém e assim já tendo conhecimento e entendendo todo o processo e que nada pode ser feito para mudar sua realidade, chegamos ao estágio de aceitação como se a dor já tivesse desaparecido, a luta se torna inútil e o paciente começa a se preparar para o final de sua vida. (KÜBLER-ROSS, 1996 Sigmund Freud contribuiu significantemente para Tanatologia por meio da psicanálise, a morte sempre esteve presente em sua vida, tanto profissional quanto pessoal é relatada até em suas obras ( GEOVANINI,2018) . Freud (1917) descreve o desamparo como uma condição humana primordial que está relacionada à finitude. Somos dependentes de outra pessoa desde o nascimento e sem o cuidado de outro não sobrevivemos. Diante dessa condição, o sofrimento é uma ameaça constante ao psiquismo, sendo oriundo de três principais fontes: Do nosso próprio corpo, que adoece e perece; Do mundo externo, por meio das forças da natureza; e Dos nossos relacionamentos com as pessoas. Para a Psicanálise, a morte simboliza uma ferida narcísica, que atinge a fantasia de onipotência do sujeito frente às situações da vida. (Ferreira et al, 2012) Já na filosofia Tomista, a morte é descrita como a morte é descrita como consequência da transgressão humana, do mal moral, ou seja, do pecado original, conforme estabelecido pela tradição judaico-cristã. São Tomás de Aquino (século XIII), descreve a morte como algo natural sendo o corpo o único a perecer. A existência da alma, em sua imortalidade, permite a possibilidade de unir-se ao criador. (GEOVANINI, 2018) Na literatura, a morte é usada para elaboração de poemas e cada um tem um olhar específico diante dela. O poeta e escritor Rubem Alves (2006), descreve morte de inúmeras formas, sendo elas: Como a grande mestra da vida, a morte no lugar daquela que ensina; Como a portadora da verdade, com o poder de colocar todas as coisas em seus devidos lugares; Como aquela que assusta. ( GEOVANINI, 2018) LUTO Luto é uma dor psíquica causada pela realidade da perda. A dor, embora psíquica, aparece refletida no corpo. Sinalizando o sofrimento vem acompanhado com alguns sintomas como palpitações, dispneia, entre outras manifestações. Para Parkes (1998), o luto é o preço que se paga pelo amor. A vivido intensamente o luto tem a ver com a ruptura de uma relação extremamente importante para o sujeito (PARKES, 1998; NASIO, 2007) O processo de luto se dá a partir da perda de alguém ou de algo significativo. Não está exclusivamente ligado à morte, porém é na morte que o ser humano costuma experimentar a sua faceta mais dolorosa. Pode ter início, também diante da perspectiva de morte próxima quando, por exemplo, em situações de doenças terminais. Nesse caso, pacientes e familiares vivem um luto antecipado,ou seja, luto que se inicia antes da morte do paciente. (GEOVANINI, 2018) Na sociedade, o luto nem sempre é aceito e sofre, assim como a morte, tentativas de exclusão. Na cultura contemporânea ocidental, na qual é “obrigatório” ser feliz, não há espaço para a tristeza, o sofrimento e o choro, fazendo essas manifestações não serem bem vindas, ao menos não de forma explícita ou dramática e acaba se tornando um problema para aqueles que estão passando pelo processo do luto, que consequentemente reprime a expressão de sua dor. (GEOVANINI,2018) CONCLUSÃO Diante do que foi abordado, conclui-se que a Tanatologia é o estudo das ciências relativas à morte e ao morrer. Trata de assuntos que dizem respeito aos cuidados ao fim da vida e ao luto. A morte ainda representa um grande mistério para a humanidade e funciona como um ponto limite para a vida, podendo ser a grande propulsora de novos sentidos para a existência humana, agregando produção de conhecimento em diversos campos do saber, como as ciências médicas, as artes, a filosofia, a literatura, entre outros. Quando uma pessoa chega a tomar consciência de sua fragilidade e vulnerabilidade diante da morte e, ao observar a morte, emergem novas realidades sobre a finitude do ser. Quando a possibilidade de morrer se torna uma realidade iminente, sinalizando uma doença grave, ou quando sua proximidade é descoberta, a possibilidade de prolongar a vida é esvaecida. O fato é que muitas vezes ninguém sabe quando um doente vai morrer. Os membros da família não devem exigir previsões precisas ou confiar em possíveis previsões. Essas previsões exatas geralmente estão erradas porque o tempo que você vive com essa doença varia muito. Às vezes, pessoas muito fracas podem viver por meses ou anos, muito mais do que parecia possível. Por outro lado, alguns morrem rapidamente. Se uma pessoa deseja a companhia de uma determinada pessoa no momento de sua morte, as medidas necessárias devem ser tomadas para realizar o desejo. A experiência da morte é vivida por meio da dolorosa perda de alguém, que desencadeia processo de luto, momento em que o enlutado tem que enfrentar a dor para que possa elaborar internamente a sua perda. Portanto, se torna importante que a sociedade de maneira geral passe a normalizar e aceitar o luto, permitindo que o enlutado sinta-se à vontade para expressar e compartilhar a sua dor. O impacto que a doença e a morte gera na família pode estar ligado a diversos fatores como a idade do paciente, sua doença e mesmo ao tipo de morte. Dessa forma é preciso conhecer o núcleo familiar ao qual o paciente está inserido, suas particularidades e forma de interação se faz necessário. 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