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UNIDADE 1- METODOLOGIA CIENTÍFICA

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O AUTOR 
 
Olá, estudantes. Sou o professor Regys Rodrigues da Mota. Sou bacharel 
(2007) e licenciado (2008) em Ciências Sociais e mestre em Sociologia (2011) 
pela Universidade Federal de Goiás. Durante os próximos meses, estaremos 
juntos realizando uma série de atividades acadêmicas para que possamos 
aprofundar o conhecimento sobre alguns dos temas abordados pela disciplina de 
Antropologia e Cultura oferecida pela Faculdade Araguaia. 
Vamos iniciar a disciplina de Matodologia Científica. Acompanhe cada unidade 
e leia com atenção todos os materiais. A interação e a troca de experiências são muito 
importantes para a consolidação do conhecimento, sendo assim, participe de forma 
intensiva dos fóruns propostos. 
É muito importante que você se dedique à leitura, às atividades e se 
comprometa em realizar os exercícios propostos. Lembre-se de trocar informações 
com o tutor (a) e com os colegas do curso. Tenho certeza de que juntos vamos 
alcançar o sucesso! 
Bons estudos! 
Professor Mestre Regys Rodrigues da Mota 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
FACULDADE ARAGUAIA - FARA 
1º Edição - 2017 
 
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer 
fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais 
 
DIRETORIA GERAL: 
Professor Mestre Arnaldo Cardoso Freire 
DIRETORIA FINANCEIRA: 
Professora Adriana Cardoso Freire 
DIRETORIA ACADÊMICA 
Professora Ana Angélica Cardoso Freire 
DIRETORIA ADMINISTRATIVA 
Professor Hernalde Menezes 
DIRETORIA PEDAGÓGICA: 
Professora Mestra Rita de Cássia Rodrigues Del Bianco 
VICE-DIRETORIA PEDAGÓGICA 
Professor Mestre Hamilcar Pereira e Costa 
COORDENAÇÃO GERAL DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Professor Mestre Leandro Vasconcelos Baptista 
COORDENAÇÃO GERAL DOS CURSOS TÉCNICOS 
Professor Doutor Ronaldo Rosa Júnior 
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 
Rafael Souza Simões 
COORDENAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO EM VÍDEO E WEB 
Professora Doutora Tatiana Carilly Oliveira Andrade 
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL 
Bruno Adan Vieira Haringl 
 
FACULDADE ARAGUAIA 
Unidade Centro – Polo de Apoio Presencial 
Endereço: Rua 18 nº 81 - Centro - Goiânia-GO, CEP: 74.030-040 
Fone: (62) 3224-8829 
Unidade Bueno 
Endereço: Av. T-10 nº 1.047, Setor Bueno - Goiânia-GO, CEP: 74.223-060 
Fone: (62) 3274-3161 
Site Institucional 
www.faculdadearaguaia.edu.br 
 
 
 
 
 
 
NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Polo Goiânia: Unidade Centro 
Correio eletrônico: nutec@faculdadearaguaia.edu.br 
 
mailto:nutec@faculdadearaguaia.edu.br
 
 6 
 
SUMÁRIO 
 
Apresentação ............................................................................................................. 7 
 
UNIDADE 1: METODOLOGIA CIENTÍFICA......................................................... 8 
1.1 METOLOGIA E AS DIVERSAS FORMAS DE CONHECIMENTO ...................... 9 
1.1.1- O conhecimento do senso comum .......................................................... 10 
1.1.2- O senso comum e a propagação de informações ................................... 11 
1.1.3- O conhecimento científico ....................................................................... 13 
1.1.4- O caráter hipotético do conhecimento científico ...................................... 14 
1.1.5- O método de investigação praticado por Sócrates .................................. 15 
1.1.6- O método aristotélico ............................................................................... 16 
1.1.7- Legado grego .......................................................................................... 17 
1.2 CIÊNCIA E MÉTODO ................................................................................. 18 
1.2.1- A abordagem da ciência moderna ........................................................... 19 
Síntese da unidade ......................................................................................... 22 
Atividades 1 .................................................................................................... 23 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 
 
 
 
 
 
 7 
 
Apresentação 
 
O objetivo desta disciplina, ministrada pela Faculdade Araguaia no Ensino 
a Distância, é capacitar os (as) acadêmicos (as) com conhecimentos fundamentais 
da Metodologia Científica, buscando a interdisciplinaridade ao tratar dos 
procedimentos que devem ser seguidos para o desenvolvimento de pesquisas 
científicas. 
Dessa forma, a intenção é trabalhar no decorrer das aulas diversos 
assuntos relacionados à produção científica. Na primeira unidade, a proposta é 
abordar sobre a teoria do conhecimento, apresentando as diferenças entre o 
senso comum e o conhecimento científico, bem como a evolução de diversos 
métodos de investigação no decorrer da história humana que contribuíram para a 
construção do que chamamos hoje de metodologia na produçãoo científica. 
Na segunda unidade, o objetivo específico é o de compreender as 
diferenças entre alguns tipos de produções didáticas/científicas, apresentando os 
elementos que caracterizam o fichamento, a resenha, o resumo simples, o resumo 
expandido, o relatório técnico e o resumo técnico, além de apresentar uma 
primeira definição do que é o projeto de pesquisa que culminará no 
desenvolvimento do artigo científico. 
A proposta da terceira unidade é analisar de forma mais aprofundada os 
elementos que caracterizam o projeto científico e o artigo científico, elementos 
estes orientados pela Associação Nrasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
Na quarta unidade, o objetivo é o de apresentar os tipos de pesquisa, bem 
como suas especificidades. Após se ter a noção dos elementos que constituem o 
projeto de pesquisa e o artigo é possível realizar uma classificação metodológica 
a partir dos objetivos e dos procedimentos que caracterizam uma investigação de 
caráter científico. 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
UNIDADE 1: METODOLOGIA CIENTÍFICA 
 
 
A disciplina de Metodologia Científica está presente em praticamente todas as 
grades de aulas de todos os cursos acadêmicos, sejam cursos englobados nas áreas 
de Humanas, Biológicas ou Exatas. A partir de tal disciplina, o estudante entra em 
contato com a normatização para a produção de trabalhos científicos e com as 
técnicas de coleta e análise de dados obtidos com a realização de pesquisas. 
No entanto, outras dimensões são apresentadas. Realizar uma pesquisa é 
muito mais do que aplicar técnicas de coleta, analisar dados e escrever no final do 
processo um trabalho seguindo uma normatização pré-determinada. Para a confecção 
de um trabalho científico, é necessário primeiramente se pensar na postura que deve 
ser adotada pelo pesquisador, nas diferentes formas de ver o mundo, no tipo de 
conhecimento que almeja ser construído. 
Um pesquisador deve se fazer, o tempo todo, algumas perguntas para não 
correr o risco de que o resultado final de sua produção seja invalidado. Estou sendo 
imparcial ou parcial na condução desse estudo? Essa opinião caracteriza-se por ser 
determinista? O material produzido utiliza-se de fontes adequadas ou está bebendo 
 
 9 
 
do senso comum? É necessário que, no final das contas, eu confirme minha hipótese 
inicial de pesquisa para que o que eu fiz seja válido? 
Essas são algumas das perguntas que devem ser feitas constantemente no ato 
de se pesquisar. Ou pelo menos deveriam ser feitas. O aluno, em alguns casos, é 
colocado diretamente em contato com a técnica, com o instrumento de coleta de 
dados, com a urgência de se fazer logo “um bom Referencial Teórico”, sem antes 
estabelecer uma discussão metodológica do que é senso comum, do que é 
determinismo, do que são ou não fontes confiáveis de informações ou mesmo o que 
é um Referencial Teórico.Assim, o aluno aprende o que tem que fazer para a 
construção do trabalho científico, mas nem sempre aprende a conectar corretamente 
as partes do trabalho. 
Para compreender os diferentes componentes presentes na metodologia de 
uma pesquisa realizada na atualidade, é necessário inicialmente olhar para o passado 
e compreender as várias discussões metodológicas estabelecidas em diferentes 
períodos da história humana. 
 
1.1 AS DIVERSAS FORMAS DE CONHECIENTO 
 
Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do latim “methodus”, cujo 
significado é “caminho ou a via para a realização de algo”. Método é o processo para 
se atingir determinado fim ou para se chegar ao conhecimento. Dessa forma, 
metodologia é o campo em que se estuda os melhores métodos praticados em 
determinada área para a produção do conhecimento (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
Assim sendo, para compreender esse campo de estudo é necessário 
compreender primeiramente os diferentes tipos de conhecimento. O ser humano é um 
ser jogado ao mundo, condenado a viver sua existência. Por ser existencial, tem que 
interpretar a si e ao mundo em que vive, atribuindo-lhes significações, criando 
intelectualmente representações significativas da realidade, representações que, por 
sua vez, são chamadas de conhecimento. 
Dependendo da forma pela qual se chega a uma determinada representação 
significativa, o conhecimento pode ser, em linhas gerais, classificado em diversos 
tipos: mítico, ordinário, artístico, filosófico, religioso, dentre outros. 
 
 10 
 
As duas formas que estão mais presentes e que mais interferem nas decisões 
da vida diária do homem são o conhecimento do senso comum e o científico. 
Ambas as formas partem da necessidade de se compreender o mundo, mas os 
caminhos que percorrem são diferentes. Não só os caminhos são diferentes, como os 
instrumentos utilizados para a produção de significados também são. Até mesmo 
quando as representações dos significados são os mesmos, o processo de validação 
e propagação de tais representações apresentam características particulares. 
 
1.1.1 O conhecimento do senso comum 
 
A forma mais usual utilizada para interpretar a si mesmo, o seu mundo e o 
universo como um todo, produzindo interpretações significativas, é a do senso comum 
(conhecimento ordinário, comum ou empírico). 
Essa forma de conhecimento surge como consequência da necessidade de 
resolver problemas imediatos, que aparecem na vida prática e decorrem do contato 
direto com fatos e fenômenos que vão acontecendo no dia a dia, notados 
principalmente através da percepção sensorial. Não é um conhecimento programado 
ou planejado, pois, à medida que a vida vai acontecendo, ele se desenvolve, sendo 
caracterizado por ser espontâneo e instintivo (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
Por ser vivencial é também superficial, sem aprofundamento crítico ou 
racionalista, é um “viver sem conhecer”. Apresenta um caráter predominantemente 
utilitarista, não especificando as razões ou fundamentos teóricos que demonstram ou 
justificam o seu uso, possível correção ou confiabilidade. 
 
 11 
 
Por se basear em soluções de problemas imediatos, sem compreender ou 
conhecer as explicações a respeito do seu sucesso, o senso comum transforma-se 
em convicção, em crença, que é repassada de indivíduo para indivíduo, de geração 
para geração. 
A utilização de ervas medicinais, por exemplo, é reproduzida sem a devida 
reflexão a respeito das razões que levam a tal utilização. Sabe-se apenas que o uso 
de erva X possibilita o benefício Y, ou pelo menos se imagina que possibilita o 
benefício Y, pois nem isso pode ser confirmado, já que não existe um estudo rigoroso 
a respeito. 
O açúcar cristal, por exemplo, é utilizado para a cicatrização de ferimentos. 
Ninguém, a não ser quem tenha obtido a informação de alguma fonte científica, sabe 
dizer por que esse açúcar possui esse poder bactericida e cicatrizante. Aliás, baseado 
exclusivamente no senso comum, sequer é possível comprovar se o açúcar possui 
realmente essas capacidades. Na maioria dos casos, as pessoas conhecem apenas 
o efeito benéfico, ou mesmo reproduz o que outros falaram, instituindo uma tradição, 
um costume que é passado adiante (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
Esse tipo de conhecimento é muito subjetivo e tem baixo poder de crítica, 
subordinado a um envolvimento afetivo e emotivo do sujeito que o elabora/reproduz. 
É incapaz de ser isento, pois baseia-se em interpretações sustentadas apenas por 
crenças pessoais e não resiste quando submetido à crítica sistemática. 
 
1.1.2. O senso comum e a propagação de informações 
Essa forma de conhecimento superficial encontra-se também na reprodução de 
informações dentro da sociedade. Discursos são constantemente reproduzidos, mas 
não são analisados. Na atualidade, onde o mundo encontra-se “conectado”, a 
quantidade de informações disponibilizadas é muito grande, mas a forma como são 
tratadas ainda é muito precária. 
Nas redes sociais, discursos são instituídos de maneira muito rápida. Uma 
notícia ganha força ao ser compartilhada, mas nem todos buscam a veracidade da 
fonte ou mesmo analisam o conteúdo do que está sendo reproduzido. Passar adiante 
uma chamada bombástica está a “um clique” de distância. Agora, analisar o que está 
sendo lido, associar com um contexto maior, refletir a respeito do que está sendo 
falado pode levar mais tempo, o que nem todos estão dispostos a “perder”. 
 
 12 
 
Diante dessa postura, o senso comum vai ganhando força, pois ele é rápido, 
exige menos crítica e é cômodo, pois encontra respaldo em uma coletividade. Seguir 
a maioria, o que todos estão falando, pode oferecer mais conforto do que, por 
exemplo, pensar por si mesmo e chegar a uma conclusão diferente por meio da 
reflexão constante (MARCONI, 2013). 
Fontes não científicas ganham força, pois não existe debate. A mídia aparece 
como uma fonte totalmente verídica e o que ela fala ganha rapidamente peso de 
verdade, pois o confronto de ideias pode não encontrar espaço para ser praticado. 
Costumes, tabus e preconceitos são estabelecidos a partir dessa ausência de 
discussão e, consequentemente, ausência de reflexão. 
De certa forma, é impossível afirmar que determinada pessoa é livre por 
completo do senso comum, pois a informação contida nesse conhecimento é mais 
imediata e fácil de ser acessada. Como dito anteriormente, remete a um envolvimento 
afetivo e emotivo do sujeito que o elabora/reproduz. 
No entanto, como será exposto mais adiante, aquilo que é tido como verdade 
só se mantém com tal status aos olhos da ciência quando é constantemente exposto 
a um método rigoroso de análise. Ciências exatas, humanas e biológicas trabalham 
com a exposição do objeto estudado à constante verificação de sua veracidade. No 
campo das ideias, essa verificação passa pelo livre debate, pela exposição de 
diferentes opiniões na tentativa de se produzir novas formas de conhecimento e não 
pela simples e mecânica reprodução do que a maioria está dizendo. 
A produção do conhecimento científico trata-se, portanto, de uma tarefa mais 
árdua, que exige concentração, disciplina, rigor metodológico e da mente aberta por 
parte do pesquisador, pois as respostas obtidas por ele dentro de uma pesquisa nem 
sempre estarão de acordo com o mundo e as informações que constituem a sua 
subjetividade, sendo necessário sempre se reinventar diante da descoberta de novos 
paradigmas, de novas técnicas, de novos conceitos e de diferentes perspectivas. 
 
 
 
1.1.3 O conhecimento científico 
 
 13 
 
 
O conhecimento científico surge da necessidade de o homem não assumir uma 
posição meramente passiva, de testemunha dos fenômenos, sem poder de ação ou 
controle dos mesmos. Cabe ao ser humano, otimizando o uso da sua racionalidade, 
propor uma forma sistemática, metódica e crítica da sua função de desvelar o mundo, 
compreendê-lo, explicá-lo e dominá-lo.O que impulsiona o homem em direção à ciência é a necessidade de 
compreender a cadeia de relações que se esconde por trás das aparências sensíveis 
dos objetos, fatos ou fenômenos, captadas pela percepção sensorial e analisadas de 
forma superficial e subjetiva pelo senso comum. 
Sócrates, por volta de 469 a 399 a.C., já fazia a distinção entre um Mundo 
Sensível e um Mundo das Ideias. Para ele, o Mundo Sensível é o lugar que leva ao 
erro, leva à percepção errada das coisas, baseado apenas no que cada um vê ou 
escuta, sem procurar enxergar a essência real das coisas. É um lugar onde impera o 
preconceito, a imagem, o estereótipo, a superficialidade, o ato de ver apenas a 
fachada das coisas, o ato de julgar um livro pela capa. Por outro lado, o Mundo das 
Ideias é um lugar à parte onde só é possível se chegar por meio da constante reflexão, 
predominando a busca pelo conhecimento, pela verdade das coisas (MINAYO, 2004). 
Apesar da força do alcance e do comodismo do senso comum, o ser humano 
quer ir além dessa forma de ver a realidade imediatamente percebida por meio dos 
olhos e ouvidos e descobrir os princípios explicativos que servem de base para a 
 
 14 
 
compreensão da organização, classificação e ordenação da natureza em que está 
inserido. 
Através dessa particularidade, a realidade passa a ser percebida aos olhos da 
ciência não de uma forma desordenada, fragmentada, como ocorre na visão subjetiva 
do senso comum, mas sob o enfoque de um critério orientador, de um princípio 
explicativo que esclarece e proporciona a compreensão do tipo de relação que se 
estabelece entre fatos, coisas e fenômenos, unificando a visão de mundo. 
O conhecimento científico é produto resultante da investigação científica, 
investigação esta iniciada a partir do momento que se tem uma dúvida, uma pergunta 
que ainda não tem resposta ou cujo o conhecimento já existente é insuficiente ou 
inadequado para apresentar uma resposta satisfatória (LAKATOS e MARCONI, 
2015). 
 
1.1.4 O caráter hipotético do conhecimento científico 
O conhecimento científico, assim como o senso comum, embora mais seguro 
do que esse último, também é falível. Pode o investigador, por exemplo, à luz do seu 
referencial teórico, elaborar hipóteses inadequadas, excluindo fatores significativos 
relacionados com a situação problema, não planejar corretamente o processo de 
testagem de suas hipóteses, não prever a utilização de instrumentos e técnicas de 
observação e de medida adequados, válidos ou fidedignos, não perceber provas 
contrárias ou ainda, influenciado pela sua subjetividade, que jamais é eliminada ou 
anulada, ou levado pela precipitação e por um raciocínio incorreto, extrair uma 
conclusão imprópria. 
Por se reconhecer a natureza hipotética do conhecimento científico, ele deve 
ser constantemente submetido a uma revisão crítica, tanto na consciência lógica 
interna de suas teorias, quanto na validade de seus métodos e técnicas de 
investigação (GIL, 2002). 
O que distingue essa forma de conhecimento das demais não é o assunto, o 
tema ou o problema, e sim a forma especial que adota para investigar os problemas. 
 
 15 
 
 
Como será exposto no decorrer desta disciplina, a ciência esteve presa durante 
muito tempo a uma concepção determinista/positivista do universo, incorporando em 
si o status de que “o que é científico é uma verdade absoluta”. Apesar de combater o 
dogmatismo religioso, durante o final da Idade Média e Início do Renascimento, o 
conhecimento científico, durante muito tempo, se apresentou com ares de 
dogmatismo. 
No entanto, essa concepção foi abandonada e hoje trabalha-se com a noção 
de falibilidade da própria ciência. O que é verdade hoje, amanhã pode não ser a partir 
da descoberta de novas informações, de novas técnicas de investigação. A resposta 
de hoje, amanhã pode já não mais satisfazer frente à luz de novas perspectivas, de 
novas perguntas a serem respondidas, de novos paradigmas. 
 
1.1.5 O método de investigação praticado por Sócrates 
Relatos históricos afirmam que Sócrates procurava lançar questões para 
alimentar o debate entre seus discípulos e estimular a reflexão sobre diferentes 
assuntos a respeito da vida humana. Passado o debate, os discípulos manifestavam 
as suas ideias. Após a formulação e exposição das opiniões, Sócrates procurava 
mostrar, por meio de questionamentos, a contradição no pensamento dos discípulos 
a fim de produzir um novo conhecimento a partir da reflexão. Esse movimento não só 
produzia conhecimento aos alunos como também produzia para o mestre, ao entrar 
em contato com diferentes opiniões, diferentes argumentos e perspectivas. 
 
 16 
 
A intenção não seria a de ganhar o debate, como propunham os sofistas e sim 
a de criar uma via de mão dupla de troca e produção de informações. 
Essa forma de aprendizagem perdurou entre os discípulos de Sócrates, com 
destaque para Platão. Aristóteles, discípulo de Platão, também deu continuidade a 
esse processo com algumas mudanças de perspectivas, que serão abordadas mais a 
frente nesse texto. 
Os três filósofos encaravam o ser humano como um ser do conhecimento e 
procuravam contextualizá-lo no tempo e na história. A obra “A República” de Platão e 
a obra “A política”, de Aristóteles, foram as primeiras a tratar das relações entre 
homens e a constituição de grupos de interação (sociedades) de maneira sistemática 
e separada da religião, mas não independente dos regimes políticos e econômicos. 
 
1.1.6 O método aristotélico 
Diferente de Sócrates, Aristóteles (384 a 322 a.C.) acreditava ser possível 
chegar ao verdadeiro conhecimento a partir da colaboração do Mundo Sensível ao 
Mundo das Ideias. Propunha um método de investigação baseado na observação e 
na dedução, ou seja, a partir do que se vê e se ouve (Mundo Sensível) é possível 
chegar à realidade das coisas por meio da reflexão e constatação de evidências 
(Mundo das Ideias). A teoria do conhecimento que se utilizava desse método ficou 
conhecida pelo nome de empirismo (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
No empirismo, a experiência sensorial revela a existência de evidências 
concretas. A realidade pode ser analisada através de suas partes e princípios, que 
podem ser observados, para, em seguida, por meio da dedução, postular princípios 
universais, expressos na forma de juízos, encadeados logicamente entre si. 
Dessa forma, o modelo aristotélico propõe uma ciência que produz um 
conhecimento que pretende ser um fiel espelho da realidade, por estar sustentado no 
observável. 
Porém, esse modelo deve produzir também uma ciência do discurso, 
predominantemente qualitativa (que descreve a qualidade/natureza do objeto). O 
conhecimento verdadeiro deve satisfazer os critérios da justificação lógica, ou seja, 
deve ser demonstrado com argumentos que sustentam sua veracidade a partir da 
coerência lógica de suas afirmações com princípios universalmente aceitos 
(verdade sintática) (LAKATOS e MARCONI, 2015). 
 
 17 
 
A esse encadeamento lógico atribuiu-se o nome de silogismo. Consiste em se 
chegar a uma conclusão a partir da dedução obtida no momento que se apreende a 
lógica existente na conexão entre as premissas: 
 
Premissa 1: Todo homem é mortal. 
Premisse 2: João é homem. 
Conclusão: Logo, João é mortal. 
 
Assim sendo, de forma geral, o processo de investigação de um determinado 
fenômeno (método dedutivo) deveria seguir os seguintes passos: 
 
A) Primeiro, deve-se observar o fenômeno (a experiência sensorial alimenta a 
reflexão e revela a existência de evidências/premissas concretas) 
B) Registrar as partes e princípios constituintes desse fenômeno que foram 
observados (registrar evidências/premissas). 
C) Estabelecer por meio da dedução, leis universais que explicam as causas e os 
efeitos do fenômeno (conclusão). 
 
Em outras palavras, para Aristóteles, por meio de observação constante de 
algo, é possível se chegaràs suas partes componentes (premissas) e, a partir da 
dedução lógica, chega-se à conclusão de uma lei universal que serve para explicar as 
causas e os efeitos do fenômeno observado. 
 
1.1.7 Legado grego 
Mesmo com o domínio do Império Romano, muitos aspectos da cultura grega 
foram preservados, influenciando o mundo ocidental até a atualidade. É claro que 
mudanças ocorreram na história que resultaram em alterações na forma de se 
enxergar o ser humano, o social e o padrão de investigação a ser aplicado. A Idade 
Média, também conhecida como Idade das Trevas (séculos V a XV d.C), representou 
uma forte ruptura com o ideal grego da livre reflexão. A forte influência da Igreja em 
diferentes setores da vida social, controlando inclusive o que era ensinado nas 
escolas, condicionou também as produções culturais e científicas a seguirem um viés 
estritamente religioso. 
 
 18 
 
A livre reflexão defendida por Sócrates, Platão e Aristóteles, bem como a 
defesa da centralidade do ser humano ao se pensar no social, perdem espaço para 
um ensino estritamente religioso. Apenas com o Renascimento, retoma-se o ideal 
filosófico grego de se pensar o mundo a partir das relações humanas, causando 
mudanças nos paradigmas educacionais e metodológicos. 
O preceito sofista de que deve existir o livre debate de ideias é algo ainda em 
voga na atualidade. Mas esse debate deve estar acompanhado de conteúdo. Fazer 
ciência é também contrapor ideias. Uma metodologia de pesquisa pode prever o 
contraponto de argumentos, de conceitos e de técnicas de investigação. 
A perspectiva defendida por Sócrates de que ser humano é, antes de tudo, um 
ser do conhecimento, ainda hoje perdura, assim como a observação proposta por 
Aristóteles ainda hoje é um recurso muito importante para a realização de pesquisas. 
Mesmo concepções como o silogismo, a verdade sintática, empirismo e o método 
dedutivo dividindo espaço com outras proposições metodológicas na atualidade, ainda 
hoje alimentam o debate sobre a adequação do métodos e técnicas de investigação 
de acordo com diferentes modelos de produções científicas. 
 
1.2 CIÊNCIA E MÉTODO 
 
Os caminhos apontados pelos filósofos gregos influenciaram o mundo por mais 
de 2000 anos. Como dito na aula anterior, ainda hoje essa influência se faz presente 
no “fazer científico”. No entanto, a partir do século XV, muitos elementos constitutivos 
desses caminhos passaram a ser duramente atacados, frente a uma verdadeira 
revolução científica que introduziu a experimentação como nova fonte para a 
produção do conhecimento, modificando radicalmente a compreensão e concepção 
teórica de mundo, de verdade e de método (RAMOS, 2009). 
Aos poucos, a observação deixou de ser a principal fonte de produção do 
conhecimento e passou a ser um dos vários recursos para se chegar à verdade das 
coisas. A reprodução do fenômeno estudado por meio de experimentos passou a ser 
a fonte de validação do conhecimento. Se algo não pode ser reproduzido em 
condições ideais, então este algo não pode ser corroborado. 
O mesmo aconteceu com o método dedutivo proposto por Aristóteles. Nessa 
nova perspectiva, algo não pode ser tomado como verdade baseado apenas na 
 
 19 
 
dedução lógica. Deve existir uma verificação constante do fenômeno analisado e uma 
lógica maior do que a mera dedução como resposta para os problemas levantados 
pela ciência. 
Instituiu-se a necessidade de existir um rigor metodológico para a realização 
da pesquisa. Tal rigor ainda hoje se faz presente, pois sem controle, sem a vigência 
de um método de investigação previamente estabelecido, o conhecimento deixa de 
ser científico e passa a ser meramente o resultado do senso comum, ou seja, passa 
a ser resultado da subjetividade de cada pesquisador (LAKATOS e MARCONI, 2010). 
Tornou-se necessária a uniformidade metodológica dos procedimentos 
científicos. No entanto, quais critérios deveriam ser adotados para se estabelecer essa 
uniformidade? Para Francis Bacon, o principal critério deveria ser a experimentação. 
 
1.2.1 A abordagem da ciência moderna 
Francis Bacon (1561-1626) 
 
 
Opondo-se à ciência grega e ao dogmatismo religioso que imperou durante 
toda a Idade Média, o filósofo e cientista Francis Bacon propôs que os preconceitos 
de ordem religiosa, filosófica e decorrentes das crenças culturais, fossem 
abandonados, pois distorciam a impediam a verdadeira visão do mundo, que deveria 
ser resultado da interpretação da natureza. 
Segundo Bacon, o empirismo proposto por Aristóteles, que até então consistia 
no modelo vigente, era muito leviano, pois ao estudar um determinado fenômeno, os 
observadores se deixavam levar pelas impressões dos sentidos, concluindo 
 
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generalizações utilizando indevidamente a dedução, conduzindo a enganos que não 
podiam ser classificados como “fazer ciência”. 
Defendia que era necessário inventar um novo instrumento, um novo método 
de estudo que desse maior eficácia à investigação. A esse novo método, Bacon 
atribuiu o nome de interpretação da natureza, partindo do pressuposto de que a 
natureza é a mestra do homem, sendo necessário obedecê-la para dominá-la. 
Acreditava que para se fazer ciência era importante primeiramente abandonar 
os pré-conceitos (ídolos), pois impediam a correta visão das formas (leis) que 
organizavam a natureza. Segundo Bacon, a ciência fica comprometida quando o 
pesquisador parte para a análise dos dados com os olhos encobertos pelos Ídolos da 
Tribo (tendência humana de considerar apenas os casos favoráveis, 
desconsiderando aquilo que é desfavorável), Ídolos da Caverna (levar em 
consideração a sua verdade particular e generalizá-la como sendo uma verdade 
absoluta), Ídolos do Foro (considerar que o que já está dito é uma verdade absoluta) 
e os Ídolos do Teatro (fazer ciência baseado previamente em ideologias, mantendo 
a mente fechada para novas ideias) (LAKATOS e MARCONI, 2010). 
Após eliminar a influência dos ídolos, o caminho a ser percorrido pelo 
pesquisador, em seguida, deveria ser o da indução experimental, ao invés da 
dedução lógica proposta por Aristóteles. Nesse caminho, não se poderia simples 
enumerar alguns casos observados, e sim deveria levar em consideração uma grande 
gama de elementos envolvidos nos casos analisados e reproduzidos em condições 
ideais. Em outras palavras, o fazer científico passaria pela observação e pela 
reprodução do que foi observado por meio de experiências cientificas com a 
finalidade de analisar o maior número possível de informações. 
De forma geral, o método da interpretação da natureza, também conhecido 
como método científico, possuía as seguintes etapas: 
 
A) Experimentação: fase na qual são realizados os experimentos 
sobre o problema investigado, para poder observar e registrar 
metódica e sistematicamente todas as informações possíveis de se 
coletar. 
 
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B) Formulação de hipóteses: após os experimentos, formulam-se 
hipóteses, na tentativa de explicar a relação causal dos fatos entre 
si. 
C) Repetição da experimentação por outros cientistas: ao se repetir 
os experimentos em outros lugares, acumula-se mais dados que 
também podem servir para a formulação de hipóteses. 
D) Repetição do experimento para a testagem das hipóteses: para 
se obter ainda mais dados e evidências. 
E) Formulação das generalizações e leis: por fim, ao se realizar 
todas as etapas anteriores, o cientista formula as leis que descobrir, 
generalizando suas explicações para todos os fenômenos da 
mesma espécie. 
 
Esse método, no entanto, não teve o mérito de atingir os objetivos a que Bacon 
se propunha. O que chamou de experimentos, destituídos de mensuração e controle 
quantitativos, não passaram de meras experiências. A Bacon deve ser creditado o 
salto de qualidade do pensamento científico moderno instituindo um método empirista 
baseado na indução experimental, mas foi Galileu Galileique revolucionou a ciência 
de sua época. 
 
Galileu Galilei (1564 a 1642) 
 
Diferentemente do que propunha Aristóteles, que considerava ser possível 
validar a explicação de algo através da utilização de argumentos lógicos, Galileu 
acreditava que só seria possível tal validação por meio de provas construídas e 
elaboradas de forma matemática. 
 
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O critério da verdade não mais deveria ser o da verdade sintática, e sim o da 
verdade semântica, que consiste na procura da correspondência entre o conteúdo 
dos enunciados e a evidência dos fatos por meio do método científico-experimental. 
Apesar de se basear nessa ideia de que era necessária a realização do 
experimento para a validação científica de algo, como propunha Bacon, Galileu 
propunha a matemática e a geometria como linguagens da ciência e o teste 
quantitativo-experimental das suposições teóricas como mecanismos necessários 
para avaliar a veracidade das hipóteses e estipular a verdade científica, mudando 
radicalmente a forma de produzir e justificar o conhecimento científico. Esse método 
foi também chamado de método quantitativo experimental. 
A realidade passou a ser vista como algo geométrico e os fenômenos que 
estavam presentes nessa realidade se comportavam de acordo com relações e 
princípios quantitativos (que pode ser quantificado). Assim sendo, ao ser humano 
competiria utilizar a sua razão para teorizar e construir a interpretação matemática do 
real. Da proposição de ciência qualitativa de Aristóteles, passou-se a valorizar a 
ciência quantitativa de Galileu. 
 
Síntese da Unidade 
Tanto o senso comum quanto o conhecimento científico caracterizam-se por 
serem formados de conhecimento que apresentam especificidades que os 
diferenciam. Enquanto o senso comum se apoia na força da maioria, no sentimento, 
nos instintos, nas emoções, no dito popular, o conhecimento científico, por sua vez, 
se baseia na verdade contextualizada que é constantemente questionada. A ciência 
exige que as investigações tenham um certo rigor metodológico para que a verdade 
seja constantemente questionada, pois hoje trabalha-se com a noção de falibilidade 
da própria ciência. Sócrates, já por volta do século V a.C., defendia a necessidade de 
sempre se questionar aquilo que é tomado pela maioria como certo para mostrar as 
contradições do pensamento dessa maioria. 
Aristóteles propôs como método de investigação, o chamado método dedutivo, 
em que considerava ser possível, por meio da observação constante, se chegar à 
verdade das coisas a partir de uma lógica dedutiva. Tal proposta de investigaçãoo 
perdurou durante vários séculos, até momento em que Fracis Bacon afirmou que a 
ciência não poderia ser baseada meramente na observação e na dedução das coisas. 
 
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Para Bacon, ao se estudar um determinado fenômeno, tornava-se necessário 
abandonar primeiramente os ídolos (“pré-conceitos”) e reproduzir tal fenômeno 
inúmeras vezes a fim de apreender sobre suas características, causas e 
consequências. Galileu concordava com tal proposta, mas acrescentou ainda a 
necessidade de traduzir os resultados dessas reproduções em fórmulas matemáticas. 
 
Atividade 1: marque o que se pede nos enunciados das questões 
 
Questão 1- Por ser um animal racional, o ser humano produz e reproduz determinadas 
formas de conhecimento que orientam e reorientam as relações sociais. Sobre essa 
relação entre o ser humano e o conhecimento, é incorreto afirmar que: 
A) Por ser existencial, o ser humano tem que interpretar a si e ao mundo em que 
vive, atribuindo-lhes significações. Cria intelectualmente representações 
significativas da realidade, que são chamadas de conhecimento. 
B) Dependendo da forma pela qual se chega a uma determinada representação 
significativa, o conhecimento pode ser, em linhas gerais, classificado em 
diversos tipos: mítico, ordinário, artístico, filosófico, religioso, dentre outros. 
C) As duas formas que estão mais presentes e que mais interferem nas decisões 
da vida diária do homem são o conhecimento do senso comum e o científico. 
D) Tanto o senso comum quanto o conhecimento científico partem da necessidade 
de se compreender o mundo, mas os caminhos que percorrem são diferentes. 
Não só os caminhos são diferentes, como os instrumentos utilizados para a 
produção de significados também são. 
E) Quando as representações dos significados são os mesmos para o senso 
comum e para o conhecimento científico, o processo de validação e 
propagação de tais representações apresentam características semelhantes 
para ambas as formas do conhecimento. 
 
Questão 2- De acordo com Bacon, o método utilizado para a construção do 
conhecimento científico deveria seguir uma série de passos. Não faz parte dessa 
sequência de passos a informação presente na alternativa: 
 
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A) O primeiro passo é o da experimentação, no qual o cientista realiza 
experimentos sobre o problema investigado para poder observar e registrar 
metódica e sistematicamente todas as informações que for possível coletar. 
B) O primeiro passo é o da formulação de hipóteses para tentar explicar a relação 
causal dos fatos entre si. 
C) O terceiro passo é o da repetição da experimentação por outros cientistas. 
Após as experimentações iniciais e a formulação de hipóteses, é necessário 
fornecer os dados para outros cientistas para que eles possam reproduzir os 
experimentos, ajudando na acumulação de dados que, por sua vez, podem 
ajudar na formulação de mais hipóteses. 
D) O quarto passo é o da repetição dos experimentos para a testagem das 
hipóteses. Após as experimentações iniciais, a formulação de hipóteses e os 
experimentos realizados por outros cientistas, o investigador, munido de todas 
as informações possíveis, deve realizar novamente ainda mais experimentos 
para testar as hipóteses com o objetivo de encontrar novos dados e novas 
evidências que as corroborem ou as refutem, possibilitando a construção de 
leis gerais. 
E) O último passo é o da formulação das generalizações e leis. Ao se realizar 
todas as etapas anteriores, o cientista formula as leis que descobrir, 
generalizando suas explicações para todos os fenômenos da mesma espécie. 
Para responder esses questões é necessária a leitura da Unidade 1 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Editora Atlas, 
2002. 
 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho 
Científico. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
 
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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de 
Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
MARCONI, Marina De Andrade. Técnicas de Pesquisa: Planejamento e Execução 
de Pesquisas: São Paulo. Atlas. 2013. 
 
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.) Pesquisa Social: teoria, método e 
criatividade. 22ª edição. Petrópolis: Vozes, 2004. 
 
RAMOS, Albenides. Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: Atlas, 2009.

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