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Especialidades Clínicas e Cirúrgicas II - Anestesiologia Recuperação Pós-Anestésica “Período compreendido entre a interrupção da administração de anestésicos e o retorno das condições basais do paciente”. · ORGANIZAÇÃO DA SRPA (SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA): A. Localização: dentro do centro cirúrgico (CC) com portas amplas. B. Número de leitos: 1 leito RPA/ 2-3 CC e ambulatorial 2-3 leitos RPA/1CC. C. Espaço por leito: 9,5 m², leitos com rodas, céfalo-aclive, céfalo-aclive, grades laterais dobráveis. D. Iluminação, cor das paredes, piso: iluminação natural e artificial, parede neutra, piso não escorregadio e silencioso. E. Medicamentos: solução de infusão, analgésicos, anti-inflamatórios, antieméticos, antagonistas de anestésicos, broncodilatadores, antiarrítmicos etc. F. Monitores básicos: cardioscópio, PANI, oximetria de pulso e termômetro em cada leito. PANI: PA não invasiva. G. Equipamentos: bombas de infusão, nebulizadores, material para manutenção de vias aéreas, equipamento de reanimação cardiorrespiratória, marcapasso, em cada leito deve ter 02, ar comprimido, vácuo e vários pontos elétricos, agulhas, cateteres e curativos. H. Pessoal responsável: enfermeiros treinados, anestesiologia responsável pela unidade. Paciente hemodinamicamente instável não sai do CC, só vai para SRPA após estabilizar. · MONITORIZAÇÃO: - Resolução CFM no 1802/06 art. 4º parágrafo. 1. Circulação: cardioscópio e PA. 2. Respiração: oximetria de pulso (saturação arterial de oxigênio). 3. Neurológico: estado de consciência. 4. Intensidade da dor. Avaliar função neuromuscular: paciente pode estar dispneico se o bloqueio ainda estiver “meio ativo”. Avaliar sensibilidade e motricidade. · FASES DA RECUPERAÇÃO: - Imediata (minutos): o paciente recobra a consciência, apresenta reflexo das vias aéreas superiores e movimentação. - Intermediária (minutos a horas): reestabelecimento da coordenação motora e atividade sensorial. - Tardia (horas): normalidade motora e sensorial. · IMEDIATA: - Abre olhos, levanta cabeça, fala o próprio nome. - Transporte supervisionado pelo anestesiologista. - Funções respiratórias e hemodinâmicas estáveis. - O2 suplementar. · INTERMEDIÁRIA: - Paciente acordado e alerta. - Funções vitais semelhantes ao pré-operatório. - Vias aéreas pérvias, reflexo de tosse e deglutição. - SatO2 > 92% em AA. - Mínimos efeitos colaterais (tontura, náusea, dor, hipotensão). - Diurese espontânea, realimentação. - Bloqueio regional < T12, função motora de MMII. - Alta com acompanhante (6-180’). · TARDIA: - 24-48h após anestesia. - Ocorre na enfermaria ou em casa. - Metabolização residual dos anestésicos. - Recuperação SNC e SNA. · TRANSPORTE: - Transporte na fase imediata, com patência das vias aéreas superiores e esforço respiratório efetivo. - O2 suplementar (> 60 anos e > 100kg são fatores de risco). - Admissão pela equipe de enfermagem. - Fornecer: histórico do paciente, condições médicas, anestesia e cirurgia. - Na chegada e permanência verificar: sinais vitais, função neuromuscular, nível de consciência, temperatura, sangramentos, dor, náuseas, vômitos e diurese a cada 5’ por 15’ e depois de 15-15. · EFEITOS ADVERSOS: è FATORES DE RISCO: 1. Condições clínicas pré-operatórias. 2. Extensão e tipo de cirurgia. 3. Técnica e duração da anestesia. 4. Intercorrências cirúrgicas e anestésicas. è CAUSAS MAIS COMUNS (23%): - 9,8% náuseas e vômitos. - 6,9% suporte para patência de vias aéreas. - 2,7% hipotensão. Após 6 meses de um IAM pode fazer cirurgia eletiva. · COMPLICAÇÕES PULMONARES: - Obstrução das vias aéreas (queda da língua, edema laríngeo, laringoespasmo, paralisia das cordas vocais, compressão extrínseca das vias aéreas) à aringoespasmo: extubação com lidocaína 1mg/kg EV ou tópica; extubação acordado ou em plano, O2, ventilação com pressão positiva, succinilcolina 0,1 mg/kg. - Hipóxia (hipoventilação-opióides, BZD, BNM, atelectasia, tabagismo, obesidade e DPOC) à oximetria de pulso e O2. - Broncoaspiração (anestesia geral, broncoespasmo, hipoxemia, atelectasia, taquipneia, taquicardia, hipotensão) à aspiração da orofaringe, broncodilatadores, O2. - Edema pulmonar (cardiogênico, não-cardiogênico, obstrução de vias aéreas) à O2, diuréticos, CPAP, vasodilatadores, VM com peep. · COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS: - Hipotensão: queda de > 20% da PA basal ou sinais de hipotensão (hipovolemia, diminuição RVS e ou DC) à volume e vasoconstritor. - Hipertensão: relacionado a cirurgia vascular, cabeça e pescoço, neurocirurgia, HAS prévia (consequências: IAM, arritmias, ICC, AVE e sangramentos) à tratamento parcimonioso, tratar quando sistólica ou diastólica > 20% da PA basal com sinais ou sintomas. Tratar causas reversíveis (dor, ansiedade), anti-hipertensivo prévio. - IAM: aumento das catecolaminas pelo estresse cirúrgico, doença coronariana ou fatores de risco prévio (ECG pré e pós-operatório). - Arritmia: taquicardia sinusal é o mais comum (aumento da descarga simpática da dor, ansiedade, hipovolemia, anemia, hipóxia, hipercabia) à betabloqueadores, bradiarritmias (disfunção do nó SN ou AV) – atropina e efedrina. · NÁUSEAS E VÔMITOS: - 20 a 30% dos pacientes (2ª causa), geralmente autolimitada. - Complicações: aspiração do conteúdo gástrico, deiscência de sutura, ruptura esofágica, enfisema subcutâneo, pneumotórax, desconforto. - Fatores de risco: mulheres, obesos, estômago cheio, história prévia, inalatórios, tempo prolongado de anestesia, videolaparoscopia, estrabismo, ouvido médio. - Escore: 1- sexo feminino, 2- não-fumante, 3- história prévia, 4- opióides (79, 61, 39, 21, 10%). - Diminuição dos fatores de risco: anestesia regional, propofol, evitar inalatórios, low-opioide, hidratação. - Tratamento: aprepitano, ondasentron, palonosetrona, dexametasona, droperidol, difenidramina, escopolamina, metoclopramida. Obeso, diabético e grávida - estomago cheio. · HIPOTERMIA: - Calafrio em 5 a 65% dos pacientes em anestesia geral e 33% em peridural. - Principais fatores de risco: homens e propofol. - Local de monitorização: timpânico. - Tratamento: ar quente forçado, opioide (mepiridina), ondasentron, clonidina, cetamina. - Consequências: aumenta consumo de O2, produção de CO2 e tônus simpático, DC, FC, PA e intraocular – isquemia miocárdica, prolonga cicatrização e aumenta mortalidade, disfunção plaquetária, coagulopatia e metabolismo de medicações. Piora coagulação. · CRITÉRIOS DE ALTA: 1. Orientação no tempo e espaço. 2. Estabilidade de sinais vitais por mais de 60 minutos. 3. Ausência de dificuldade respiratória.Não há necessidade pela SBA-2013 4. Ausência de náuseas e vômitos. 5. Ausência de dor importante e de sinais de infeção urinária. 6. Capacidade de ingerir líquidos. 7. Capacidade de locomoção prévio a cirurgia. 8. Sangramento operatório mínimo ou ausente. · ESCALA DE ALDRETE E KROULIK: - Estabilidade: sinais vitais por 30 minutos já é OK.
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