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TEMA DE AULA: IDENTIFICAÇÃO DAS ANTRAQUINONAS – LAB-PAP- 1295 Antraquinona é um composto de fórmula (C14H8O2). Sólido rosáceo, sublimável, sua nitração ou sua sulfonação fornecem intermediários para a síntese dos corantes antraquinónicos. Introduzindo radicais OH, NH2, NR2 tornam-se poderosos corantes, ou os corantes antraquinónico. As antraquinonas são também conhecidas por antranóides, derivados antracénicos ou derivados hidroxiantracénicos e são uma subclasse dos compostos denominados quinonas. Nas plantas as antraquinonas são produzidas após a formação das antronas e antronóis, isto por que as antraquinonas são formadas por reações como auto-oxidação das antronas livres ou ainda pela ação de enzimas da própria planta. As antronas que dão origem as antraquinonas, também podem ser transformadas em diantronas e naftodiantronas, no entanto, apenas as antraquinonas é que possuem ação farmacológica (laxativa). Quanto às propriedades físico-químicas analisando de modo geral, as quinonas se apresentam na forma de substâncias cristalinas de coloração amarela até vermelha. As antraquinonas possuem coloração laranja ou vermelha e são as mais estáveis em soluções aquosas acidificadas em relação às diantronas e naftodiantronas. As antraquinonas hidroxiladas assim como as demais quinonas hidroxiladas em meio alcalino irão produzir o anião fenoxilato que irão se apresentar em uma coloração púrpura. Não diferente disso, as antraquinonas que possuem hidroxilas no carbono 1 e 8 se apresentam com uma acidez comparada ao dos ácidos carboxílicos por se apresentarem com uma estrutura viníloga com o ácido carboxílico, por essas características o teste utilizado para a sua identificação é a reação de Borntrager que é realizada em meio alcalino. As antraquinonas são frequentemente encontradas nas famílias Rubiaceae, Caesalpiniaceae, Rhamnaceae, Polygonaceae, Liliaceae, Verbenaceae e Asphodedelaceae e entre suas acções farmacológicas a principal é o efeito laxativo. Na planta as antraquinonas desempenham a função de defesa contra patógenos devido ao seu efeito antifúngico. As antraquinonas são quimicamente definidas como substâncias fenólicas derivadas da dicetona do antraceno: Os derivados antraquinônicos são frequentemente compostos alaranjados, algumas vezes observados in situ, como nos raios parenquimáticos do ruibarbo e cáscara-sagrada. São geralmente solúveis em água quente ou álcool diluído. Podem estar presentes nos fármacos na forma livre ou na forma de glicosídeo, isto é, na qual uma molécula de açúcar está ligada nas formas de O- e C-glicosídeo, em várias posições. O teste de Bornträger é frequentemente usado para detecção de antraquinonas livres, onde coloração rósea, vermelha ou violeta é desenvolvida em meio básico. A microssublimação também é empregada para sua caracterização, uma vez que as antraquinonas passam diretamente do estado sólido para o gasoso, cristalizando-se sob a forma de agulhas amarelas. São empregados terapeuticamente como laxativos e catárticos, por agirem irritando o intestino grosso, aumentando a motilidade intestinal e, consequentemente, diminuindo a reabsorção de água. Dentre as drogas mais importantes utilizadas na terapêutica, podemos citar o ruibarbo (Rheum palmatum, Polygonaceae), a cáscara sagrada (Rhamnus purshiana, Rhamnaceae), a sene (Cassia angustifolia, C. senna, Senna Alexandrina, Cesalpinaceae) e a babosa (Aloe vera, A. barbadensis e várias outras espécies, Liliaceae). Núcleo Fundamental Reação geral para identificação dos derivados antraquinônicos (Reação de Bornträger) Esta reação baseia-se na solubilidade dos derivados 1,8- dihidroxiantraquinônicos livres nos solventes orgânicos imiscíveis com a água (solventes apolares) e na solubilidade dos respectivos fenolatos alcalinos na água. Estes derivados quando em solução nos hidróxidos alcalinos, coram-se de vermelho ou rosa (depende da concentração dos compostos antraquinônicos na amostra analisada). Ocorre a ionização das hidroxilas fenólicas para fenolatos hidrossolúveis. • Qual o princípio da reação de Bornträger? R: O teste de Bornträger é freqüentemente usado para detecção de antraquinonas livres, onde a junção da reação com a quantidade de antraquinonas fará com que haja uma coloração rósea, vermelha ou violeta é desenvolvida em meio básico. • Qual o objetivo de proceder à hidrólise ácida antes da reação de Bornträger? R: A hidrólise ácida é feita antes da Reação de Bornträger com o objetivo de transformar as antraquinonas livres em sais, assim elas tornam-se solúveis em água e a fase clorofórmica perde a sua coloração, já a fase aquosa onde esta contida a amônia adicionada, fica vermelha devido a formação do sal de amônio, essa técnica é utilizada para glicosídeos antraquinônicos e dímeros como o sene. • O que é possível detectar através da reação direta de Bornträger? R: Através da reação de Bornträger é possível detectar antraquinonas livres através da cor obtida no tubo de ensaio, esse tipo de reação é utilizada para drogas vegetais que contém antraquinona. Em meio básico. http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/antraquinonas.html#:~:text=As%20antraquinonas%20s%C3%A3o%20 quimicamente%20definidas,do%20ruibarbo%20e%20c%C3%A1scara%2Dsagrada. https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Antraquinonas/76850.html https://www.indice.eu/pt/medicamentos/DCI/antraquinona/informacao- geral#:~:text=As%20antraquinonas%20hidroxiladas%20assim%20como,apresentar%20em%20uma%20c olora%C3%A7%C3%A3o%20purp%C3%BAra. http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/antraquinonas.html#:~:text=As%20antraquinonas%20s%C3%A3o%20quimicamente%20definidas,do%20ruibarbo%20e%20c%C3%A1scara%2Dsagrada http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/antraquinonas.html#:~:text=As%20antraquinonas%20s%C3%A3o%20quimicamente%20definidas,do%20ruibarbo%20e%20c%C3%A1scara%2Dsagrada https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Antraquinonas/76850.html https://www.indice.eu/pt/medicamentos/DCI/antraquinona/informacao-geral#:~:text=As%20antraquinonas%20hidroxiladas%20assim%20como,apresentar%20em%20uma%20colora%C3%A7%C3%A3o%20purp%C3%BAra https://www.indice.eu/pt/medicamentos/DCI/antraquinona/informacao-geral#:~:text=As%20antraquinonas%20hidroxiladas%20assim%20como,apresentar%20em%20uma%20colora%C3%A7%C3%A3o%20purp%C3%BAra https://www.indice.eu/pt/medicamentos/DCI/antraquinona/informacao-geral#:~:text=As%20antraquinonas%20hidroxiladas%20assim%20como,apresentar%20em%20uma%20colora%C3%A7%C3%A3o%20purp%C3%BAra TEMA DE AULA: PESQUISA DE CIANOGÊNICOS – LAB-PAP-1296 São consideradas plantas cianogênicas aquelas que contêm como princípio ativo o ácido cianídrico (HCN). Este é um líquido incolor, muito volátil, considerado como uma das substâncias mais tóxicas que se conhecem. Nas plantas, o HCN encontra-se ligado a carboidratos denominados de glicosídeos cianogênicos, sendo liberado após sua hidrólise. Os glicosídeos cianogênicos têm sido constatados em plantas de muitas famílias, entre elas: as Rosaceae, Leguminoseae, Gramíneae, Araceae, Passifloraceae e Euforbiceae. Além das plantas o HCN também é encontrado em cogumelos, fungos e bactérias, considera-se que há mais de 1.000 espécies vegetais cianogênicas, enquanto que são mencionadas cerca de 2.000 espécies vegetais cianogênicas. No entanto, a maioria delas não causa danos, em função da sua baixa palatabilidade e/ou seu baixo teor de glicosídeos cianogênicos. Os glicosídeos cianogênicos são solúveis em água, que potencialmente liberam HCN. Quando o material vegetal é dilacerado como, por exemplo, mediante a mastigação, o glicosídeo em presença de água é hidrolisado enzimaticamente por ß-glicosidases, que encontramse separadas dos glicosídeos no tecido vegetal intacto. Segundo as enzimas localizamse na parede celular e os glicosídeos cianogênicos nos vacúolos. Essa situação não faz diferença para os ruminantes, uma vez queas bactérias ruminais podem hidrolisar os glicosídeos cianogênicos com rapidez, liberando o HCN. Por outro lado, o pH ácido do estômago nos monogástricos faz com que as ß-glicosidases não atuem e a liberação do cianeto seja lenta, o que dá tempo para a sua eliminação, sem alcançar a dose letal. Teste de Guignard:A técnica é baseada na formação do isopurpurato alcalino, a partir da reação do ácido cianídrico com o picrato de sódio. MÉTODO EXPERIMENTAL/PROCEDIMENTO A) TESTE DE GUIGNARD (PAPEL PICRO-SÓDICO) Preparação do papel de filtro picro-sódico: • Impregnar tiras de papel de filtro da seguinte maneira: gotejar 2-3 gotas no papel de filtro solução a 10% de ácido pícrico. • Logo a seguir, gotejar 3-4 gotas de solução de carbonato de sódio a 10%. • Colocar este papel para secar antes do uso. Reservar. Técnica: • Triturar cerca de 3 g da droga vegetal fresca em gral e umidificá-las com água destilada. • Adicionar em um tubo de ensaio de extremidade estrangulada, cerca de 2,0 mL de clorofórmio (CHCl3), que ficará retido na parte estrangulada. Logo após, transferir o material vegetal úmido na parte estrangulada do tubo, de modo que não entre em contado diretamente com o clorofórmio. • Fechar o tubo com uma rolha, fixando na mesma uma tira de papel de filtro picro-sódico seco, de modo que não entre em contato diretamente com o clorofórmio. O frasco deve ficar bem fechado e em repouso para o papel de filtro não entrar em contato com a solução, nem tocar nas paredes no tubo. • Se houver HCN, após alguns minutos, o papel passará do amarelo para o alaranjado e, depois para o vermelho. Reação + → papel adquire coloração vermelha, devido ao desprendimento de HCN. Reação + falsa → quando o papel tocar nas paredes do tudo ou na solução. http://www.uece.br/cienciaanimal/dmdocuments/Artigo2.2006.1.pdf TEMA DE AULA: MÉTODOS DE EXTRAÇÃO EM FARMACOGNOSIA: LAB- PAP- 1360 Maceração É a preparação que se baseia no contato da droga vegetal com água, à temperatura ambiente, durante um período prolongado (horas ou dias), sob agitação ocasional e sem renovação do líquido extrator. Indicação: drogas vegetais que possuam substâncias que se degradam com o aquecimento. A Maceração explora o fenômeno de difusão do solvente através do tecido vegetal. Nesse procedimento, o material botânico deve ser dividido em pequenos fragmentos deve ser deixado em contato com o solvente por um determinado tempo. Em suas modalidades, a maceração pode ser estática ou dinâmica. No primeiro caso, o contato do solvente com os fragmentos da planta é feito por um tempo estabelecido e em repouso. No caso da maceração dinâmica, a mistura em extração é mantida sob agitação por um tempo determinado. PLANTA UTLIZADA: CAMOMILA/ A FRIO. Infusão É a preparação que se baseia em dispor a água fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, abafar o recipiente (vidro) por um período de tempo determinado (10 minutos aproximadamente). Indicação: drogas vegetais de consistência menos rígida tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis. Infusão é uma outra técnica de extração de plantas, muito usada para a obtenção de chás de plantas medicinais. Nessa técnica, o solvente é sempre água que, após seu aquecimento à temperatura de ebulição, é vertida sobre o material vegetal moído e, então, deixado a esfriar até a temperatura ambiente antes do uso. PLANTAS UTILIZADA: HIBISCO OU CHA VERDE / SISTEMA ABERTO A QUENTE / Decocção É a preparação que se baseia na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado Indicação: drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas. É um processo semelhante à maceração, sendo que o solvente utilizado, geralmente água, é aquecido a ebulição juntamente com a planta. Seu emprego deve ser restrito devido a temperatura muito alta, porém, é muito usado para a obtenção de chás. PLANTA UTLIZADA: CRAVO/ CANELA EM PAU / SISTEMA ABERTO A QUENTE. Percolação Este é o processo que permite a extração mais eficiente dos ativos pela dinâmica e artifícios possíveis. A passagem do líquido extrator através da planta moída, em aparelhos conhecidos como percoladores com controle de fluxo, tempo e temperatura, otimiza o processo. Geralmente é usado para extração de ativos não termossensíveis. Por este método, em muitos casos, é possível extrair em torno de 95% dos ativos contidos no material vegetal. Por exemplo, extrato de guaraná, extrato de quassia, oleoresinas de pimenta. A percolação é um dos métodos de extração mais utilizados devido à facilidade técnica, ao custo efetivamente baixo e o menor risco de reações químicas entre soluto e solvente e realizado a temperatura ambiente. A técnica de percolação inicia-se com o umedecimento homogêneo da droga com o solvente, parcial ou total, em um recipiente, deixado em maceração por um período de 2 a 4 horas. Após este período, o macerado é levado ao percolador e acomodado para que não haja a formação de canais preferenciais do solvente. Este permanecerá em repouso por até 24 horas e, se necessário, pode-se acrescentar mais solvente. A torneira do percolador é aberta e o extrato goteja. Finalizado o gotejamento, o extrato retorna por 4 a 10 vezes ao percolador, permanecendo em repouso por 2 a 4 horas. A torneira é aberta e ocorre novo gotejamento. Nos extratos de folhas de Artemisia absinthium L. (losna), Mentha pulegium L. (poejo ou hortelãzinho), Xanthosoma violaceum Schott (taioba), Syzygium cuminii L. (jamelão ou jambolão) e cascas de Punica granatum L. (romã) obtidos por percolação, verificou-se a atividade antimicrobiana em cepas resistentes PLANTA UTILIZADA: CASCAS DA ROMÃ/ A FRIO CAMOMILA / MATRICARIA CHAMOMILLA Camomila é uma planta herbácea conhecida desde a antiguidade, pelos egípcios, gregos e romanos, devido às suas propriedades medicinais, cosméticas, ornamentais e aromáticas. Ela apresenta caule ereto, glabro e ramificado, de pequeno porte, alcançando cerca de 30 a 50 cm de altura. Suas folhas são verdes, lisas na página superior e recortadas em segmentos afilados. As inflorescências do tipo capítulo são semelhantes às das margaridas, com centro amarelo e corola simples de pétalas brancas. A floração ocorre na primavera e verão. A camomila é uma planta versátil, com muitas qualidades. Ela pode ser utilizada no paisagismo, na formação de maciços e bordaduras, em grupos e conjuntos com outras plantas, assim como em vasinhos e jardineiras. Ela adiciona um ar alegre e campestre aos canteiros, quebrando a austeridade, com seu aspecto singelo e seu perfume delicado e doce. É erva indispensável na horta de medicinais e aromáticas. A camomila exerce papel repelente de insetos e ácaros e torna-se uma excelente companheira para outras plantas. Indicações e Ação Farmacológica Estudos apresentaram atividade anti- inflamatória, antisséptica e antiespasmódica do estômago e duodeno; efeito sedativo em pacientes submetidos a cateterismo; colutório (extratos diluídos) produziram efeitos refrescantes e adstringentes, e em creme apresentou atividades anti-inflamatórios, anestésico leve, refrescante e desodorante, em pacientes com infecções cutâneas na perna, aplicado concomitantemente com o tratamento em curso. A atividade terapêutica da camomila é determinada pelos princípios ativos lipofilicos e pelos hidrofílicos. A atividade predominante do extrato aquoso é espasmolitica, enquanto o estratoalcoólico apresenta uma atividade antiflogística. O camazuleno possui reconhecida atividade antiinflamatória, que é reforçada pela presença de matricina e alfa bisabolol. O alfa bisabolol possui propriedades antiflogísticas, antibacterianas, antimicóticas e protetora de mucosas agindo assim contra úlcera. Sua atividadeespasmolitica musculotrópica é equivalente a da papaverina. Outros princípios ativos também apresentam propriedades espasmolitica como os flavonóides e as cumarinas, sendo que à estas últimas atribui-se o efeito inibitório do crescimento de certos microrganismos. A camomila possui diversas classes de compostos biologicamente ativos. Cerca de 120 componentes químicos foram identificados como metabólitos secundários, incluindo 28 terpenoides, 36 flavonoides e 56 compostos adicionais. Os flavonoides ativos, presentes na camomila e o óleo volátil rico em terpenoides, como α-bisabolol e o camazuleno, são responsáveis pela atividade antiinflamatória, antiespasmódica, antibacteriana e sedativa da planta. Os flavonoides e os óleos essenciais são os princípios ativos que merecem destaque na camomila. A colina apresenta ação antiflogística. As mucilagens retém água, levando a uma ação emoliente e protetora de peles secas e delicadas, pela formação de uma fina película sobre a pele. O princípio responsável pela coloração é a apigenina, flavonóide que complexa-se com sais metálicos naturais (Ca, Al). Este complexos, em condições ideais de pH e forças iônicas, fixam-se à fibras queratínicas, revestindo-as sem penetrar no núcleo destas. Os flavonóides não são apenas adsorvidos pela superfície da pele após aplicação cutânea, mas penetram nas camadas mais profundas da pele, o que é importante para seu uso como antiflogístico. Ao se aplicar a camomila topicamente favorece-se a ação de outros princípios ativos como flavonóides, taninos e compostos fenólicos captadores de radicais livres. A elaboração de cremes com óleo essencial de camomila a 0,5% tem observado útil ação em inflamações venosas. De alguma maneira, a atividade anti-inflamatória da camomila responde a ação conjunta de vários elementos. Até mesmo, os esteróides teriam um papel dentro do processo antiinflamatório favorecendo a liberação de ACTH a nível supra- renal. Já o extrato aquoso da flor apresentou efeitos anti-inflamatórios em modelos experimentais de ratas com edema. Outras propriedades tais como: ótima ação antisséptica e relaxante do músculo liso permite bons efeitos a nível digestivo. Cabe considerar que a camomila encontra-se reconhecida, entre outras plantas, pela Farmacopeia Nacional da Argentina em sua 6º edição e também se encontra aprovada pela FDA norte americana. O óleo essencial e os flavonóides são os responsáveis por praticamente todos os efeitos farmacológico conhecidos. O efeito ansiolítico que a camomila apresenta está relacionado com o flavonóide apigenina, o qual, é capaz de se ligar a receptores GABA- A cerebrais (de maneira similar aos benzodiazepínicos) sem que sejam reconhecidos por anticorpos antibenzodiazepínicos. A apigenina provoca um bom efeito ansiolítico, porém sua ação sedante é dez vezes menor do que a do diazepam, sem provocar relaxamento muscular. Esta ação é muito interessante do ponto de vista farmacológico, pois, é capaz de diminuir a ansiedade sem provocar depressão do sistema nervoso central. A atividade antiespasmódica que essa planta apresenta é de exclusiva ação da apigenina, mas estudos recentes confirmam que essa atividade depende tanto dos componentes do óleo essencial como dos flavonóides e cumarinas. Isso explica a ação antiespasmódica de uma infusão na qual praticamente não se registra presença de apigenina. EXTRAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS Óleos essenciais são compostos químicos voláteis, menos densos e mais viscosos que a água à temperatura ambiente, podendo ser extraídos a partir de uma grande variedade de plantas, sendo normalmente encontrados, em baixas concentrações, em glândulas especiais da planta, denominadas tricomas. As principais características de um óleo essencial são sua fragrância e suas atividades antimicrobianas e antioxidantes, portanto, é largamente utilizado em indústrias de perfume, de aditivos naturais para aromatizar alimentos, indústrias farmacêuticas, por conter estruturas fenólicas que o tornam ativo contra microrganismos e em indústrias de cosméticos. Utilizam-se diferentes métodos de extração para isolar tais óleos, devendo-se ressaltar que, dependendo do método, a composição do óleo pode variar significativamente, alguns dos métodos de extração mais utilizados são: hidrodestilação, extração por solventes orgânicos, destilação a vapor, extração por fluido supercrítico, enfloração, prensagem a frio, dentre outros. A proporção de óleos essenciais extraídos por destilação a vapor é de 93%, enquanto que os 7% restantes são extraídos utilizando os outros métodos. O conhecimento do poder de plantas aromáticas é milenar. A maioria das civilizações antigas utilizava diversas partes das plantas com finalidades religiosas, medicinais e cosméticas, embora somente nos últimos anos tenha surgido um interesse maior, através, principalmente, de farmácias de manipulação, e que hoje se estende às indústrias alimentícia, farmacológica, orgânica fina e biotecnológica. Sejam em folhas, frutos, sementes ou raízes, são muitas as espécies de plantas que têm líquidos de aparência oleosa, armazenadas em seus tecidos, sendo estes de composição complexa. Substâncias estas que se apresentam muito voláteis, exalando geralmente um aroma agradável e intenso, todavia existem os de aroma desagradável e ainda os inodoros. Devido às características aromáticas e de volatilidade, utilizam-se diversas denominações para essas substâncias tais como óleos voláteis, óleos etéreos, essências, e principalmente óleos essenciais. Os óleos essenciais possuem vários constituintes, dentre eles tem-se hidrocarbonetos terpênicos, alcoóis simples e terpênicos, aldeídos, cetonas, fenóis, ésteres, éteres, óxidos, peróxidos, furanos, ácidos orgânicos, lactonas, cumarinas e compostos com enxofre. Normalmente, numa mistura, um dos compostos apresenta maior concentração, outros compostos apresentam menores teores e alguns em quantidades muito pequenas, chamados traços. A composição do óleo essencial varia consideravelmente de espécie para espécie, em função de parâmetros climáticos e de fatores agronômicos, como fertilização, irrigação e, especialmente, a fase de desenvolvimento na planta durante a colheita. Em sua maioria, as essências são fluidas, porém, algumas são sólidas na temperatura ambiente, como é o caso da cânfora. Usualmente são pouco solúveis na água e solúveis em solventes orgânicos, e podem ser obtidas por vários métodos de extração. Sendo estas utilizadas como matéria-prima em produtos de higiene e limpeza, na fabricação de tintas e na agricultura, para o controle biológico de doenças e pragas. Estes óleos estão presentes em diversas partes dos vegetais: difundidos por toda a parte aérea da planta, como no gerânio e na menta; nas flores, como na rosa e no jasmim; nas folhas, como no capim-limão e no eucalipto; nos frutos, como no limão e na laranja; no lenho, como no pau-rosa e na cabreúva; nas sementes, como na cenoura e na erva- doce; e nas raízes, como na angélica e no vetiver. Hidrodestilação Os óleos essenciais são muito voláteis, ou seja, eles se vaporizam rapidamente sob efeito do aumento da temperatura. Por isso o uso da técnica de extração por destilação se disseminou tanto, para a grande maioria das plantas produtoras, especialmente quando o óleo é extraído das folhas. O termo destilação refere-se à separação de componentes de uma mistura devido à diferença da pressão de vapor. Toda substância com determinado ponto de ebulição é volátil e possui um determinado valor de pressão de vapor, que por sua vez é dependente da temperatura. Portanto, os constituintes do óleo essencial do material vegetal, em contato com a água aquecida, receberão pressão das moléculas de vapor d’água entrando em ebulição. No estado volátil, estes constituintes serão condensados e separadosda água. A hidrodestilação é um método antigo e versátil no qual o material vegetal permanece em contato com a água em ebulição, o vapor força a abertura das paredes celulares e ocorre a evaporação do óleo que está entre as células da planta. O vapor, que consiste na mistura de óleo e água, passa por um condensador, onde ocorre seu resfriamento e, como os componentes voláteis e a água são imiscíveis, ocorre a formação de duas fases líquidas que podem ser separadas. Este processo é representado pela figura abaixo, devendo-se ressaltar que o mesmo é muito empregado na extração de flores como, por exemplo, o neroli, e ainda raízes, madeiras e cascas. A importância desse método reside no fato que as informações coletadas na extração servem de base para o desenvolvimento do processo industrial. Entretanto, essa metodologia pode proporcionar degradação de alguns compostos presentes no óleo essencial, visto que a matéria-prima permanece em contato direto com a água quente por longos períodos de tempo. https://lineaverde.com.br/infusaodecoccao-maceracao-qual-empregar/ http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/816135c6e68b58db9a651a50038d0f0a.pdf https://www.duasrodas.com/blog/inovacao-e-tecnologia/conheca-os-principais-processos-de-fabricacao- de-extratos-vegetais-para-a-industria-alimenticia/ https://www.conhecer.org.br/enciclop/2016a/agrarias/obtencao%20de%20extatos.pdf https://www.conhecer.org.br/enciclop/2012b/ciencias%20exatas%20e%20da%20terra/levantamento%20e %20analise.pdf https://dermomanipulacoes.vteximg.com.br/arquivos/camomila.pdf https://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/298/1/ALVES%2C%20R.%20V.%20- %20Matricaria%20recutita%20L.%20%28Camomila%29%20Planta%20Medicinal%20ou%20Fitoter%C3% A1pico.pdf https://lineaverde.com.br/infusaodecoccao-maceracao-qual-empregar/ http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/816135c6e68b58db9a651a50038d0f0a.pdf https://www.duasrodas.com/blog/inovacao-e-tecnologia/conheca-os-principais-processos-de-fabricacao-de-extratos-vegetais-para-a-industria-alimenticia/ https://www.duasrodas.com/blog/inovacao-e-tecnologia/conheca-os-principais-processos-de-fabricacao-de-extratos-vegetais-para-a-industria-alimenticia/ https://www.conhecer.org.br/enciclop/2016a/agrarias/obtencao%20de%20extatos.pdf https://dermomanipulacoes.vteximg.com.br/arquivos/camomila.pdf https://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/298/1/ALVES%2C%20R.%20V.%20-%20Matricaria%20recutita%20L.%20%28Camomila%29%20Planta%20Medicinal%20ou%20Fitoter%C3%A1pico.pdf https://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/298/1/ALVES%2C%20R.%20V.%20-%20Matricaria%20recutita%20L.%20%28Camomila%29%20Planta%20Medicinal%20ou%20Fitoter%C3%A1pico.pdf https://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/298/1/ALVES%2C%20R.%20V.%20-%20Matricaria%20recutita%20L.%20%28Camomila%29%20Planta%20Medicinal%20ou%20Fitoter%C3%A1pico.pdf TEMA DE AULA: PERFIL FITOQUÍMICO – PROSPECÇÃO DE PLANTAS: LAB-PAP-1361 Desde a antiguidade, as plantas são utilizadas pelo homem, não somente na agricultura como fonte de alimento, mas também com a finalidade medicinal. O conhecimento popular sobre os efeitos biológicos de espécies vegetais é passado de geração em geração desde o início das civilizações, o que tem direcionado as pesquisas para descobertas e aplicação das propriedades ativas vegetais, que são resultantes da produção de metabólitos secundários pelas plantas. Os metabólitos secundários são compostos orgânicos produzidos pela célula vegetal como derivação do metabolismo primário. Não possuem função vital para a planta, mas garantem a sua sobrevivência, reprodução e dispersão por possuírem a capacidade de proteção contra raios UV, atração de polinizadores e dispersores de sementes, ação contra herbívoros, comunicação entre plantas, entre outras. A fitoquímica tem importância no estudo dos metabólitos secundários, pois tem a finalidade de elucidar, caracterizar a estrutura química e avaliar as propriedades biológicas, além de registrar as substâncias provenientes das drogas vegetais. A prospecção fitoquímica é um estudo preliminar que irá detectar a presença dos compostos de determinada planta e caracterizá-los. Por se tratar de um estudo básico para a investigação de plantas medicinais, é importante para orientar as etapas seguintes a serem realizadas na produção de fitoterápicos ou medicamentos de origem vegetal. Para proceder ao estudo fitoquímico, é feita uma prospecção dos metabólitos secundários presentes no extrato. Algumas técnicas realizam a pesquisa direta no órgão vegetal, mas a maior parte utiliza o extrato com o extrator ou o elimina antecipadamente. Esta ação é baseada em testes químicos de coloração ou precipitação, e/ou testes cromatográficos. No caso da prospecção fitoquímica e o conhecimento popular ou bibliográfico, indicar uma atividade farmacológica da planta em estudo, devem ser feitas investigações posteriores com o intuito de isolar os compostos que atuam na função terapêutica específica. O isolamento é feito na maior parte dos casos por fracionamento cromatográfico, que inclui numerosas técnicas complexas, como cromatografia de fase gasosa, de fase líquida, de fase supercrítica, eletroforese capilar, entre outros; ou mais simples, como cromatografia em papel, em camada delgada, em coluna aberta, de exclusão, entre outras técnicas que separam em função do tamanho molecular. Após o isolamento dos compostos, é feita a elucidação da estrutura molecular de todos os constituintes isolados. São utilizadas técnicas como espectro de absorção no ultravioleta, no infravermelho, espectrometria de massa, espectrometria de ressonância magnética nuclear e de Raman, entre outras, que irão fornecer dados sobre os grupos químicos orgânicos presentes e os tipos e quantidades de ligações, por exemplo. Se o composto for isolado pela primeira vez, sua estrutura é confirmada pela síntese química da molécula. Todos esses passos descritos levam à produção do fármaco ou fitoterápico. Para chegar a ter a sua eficácia comprovada e uso permitido, esse novo produto deverá passar por testes farmacológicos e toxicológicos em fases experimentais, pré-clínicas e clínicas, utilizando-se de recursos enzimáticos, culturas celulares, testes clínicos controlados em animais e humanos. O metabolismo vegetal é responsável pela formação, acúmulo e degradação de substâncias celulares de natureza orgânica. Esta biossíntese é classificada em metabolismo primário, responsável por produzir nutrientes vitais para o organismo vegetal; e metabolismo secundário, que produz substâncias derivadas dos metabólitos primários e atuam na defesa contra herbívoros e infecções por microrganismos proteção contra radiação UV, atração de polinizadores, entre outras funções (SIMÕES et al. 2010). Os metabólitos primários são os carboidratos, lipídeos, peptídeos, proteínas, etc. Já os metabólitos secundários agregam especificidade ao organismo vegetal, pois são diversos, como por exemplo, os alcaloides, flavonoides, taninos, cumarinas, entre outros, e seus subtipos. A presença e concentração depende de características do solo, índice de radiação, duração do ciclo circadiano, clima e demais características do ambiente que exigem do vegetal uma resposta de defesa, sinalização entre organismos, reprodução ou dispersão. Por isso, desempenham uma função ecológica importante como estratégia de vida. A diversidade e a composição química dos metabólitos secundários despertam o interesse da pesquisa farmacêutica, agronômica e alimentícia, pois são estes os princípios ativos vegetais hoje utilizados na produção de droga vegetal e seus derivados, controle de pragas e alimentos de valores nutricionais. As funções biológicas dos metabólitos secundários são extensivamente estudadas devido a potencialidade de sua utilização na medicina humana e veterinária.É importante destacar os principais metabólitos e suas funções já desvendadas. Os alcaloides possuem propriedade antibacteriana, antifúngica, antiplasmódica e antitumoral pela capacidade de desestabilizar as membranas biológicas. Também apresentam a capacidade de inibir a síntese de DNA e RNA ao se ligarem aos ácidos nucleicos e se intercalarem à dupla hélice. São exemplos de alcaloides utilizados atualmente a morfina (analgésico), a escopolamina (anticolinérgicos), teofilina (diuréticos), vincristina (antitumorais), codeína (antitussígenos). Os flavonoides são os compostos mais numerosos nas Angiospermas e possuem atividades anti-inflamatórias, antialérgicas, antiulcerogênicas, antivirais, antiproliferativas, antioxidantes, hepatoprotetoras, antitrômbicas e anticarcinogênicas. Os taninos são compostos fenólicos que possuem a propriedade de se complexar com íons metálicos e com macromoléculas como proteínas e polissacarídeos, por isso desempenham função de antioxidante, protetor contra herbívoros e microrganismos. São utilizados como antissépticos, adstringentes, antidiarreicos, cicatrizantes de feridas, queimaduras e inflamações, devido à capacidade de precipitar proteínas. Tem ainda a capacidade de estimular células fagocíticas. Os terpenos compõem alguns óleos essenciais e, por isso, atuam na atração de polinizadores. Possuem ainda ação inseticida, antimicrobiana, hepatoprotetora, analgésica, anti-inflamatória, antimicrobiana, hemolítica, entre outras. Os triterpenos possuem efeito antiinflamatório, analgésico, cardiovascular e antitumorais. As saponinas têm a capacidade de diminuir a tensão superficial da água e, in vitro, causam hemólise eritrociária. Alteram a permeabilidade de membrana pela ação lipofílica e complexação com lipídeos e proteínas da membrana celular, o que causa destruição das células. Por isso, apresentam características tóxicas. Desempenham ainda funções moluscida, antifúngica, antimicrobiana, antiparasitária, antiviral, citotóxica e antitumoral. Os compostos fenólicos têm a capacidade de neutralizar radicais livres inibindo o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, tumores e processos inflamatórios. As cumarinas são utilizadas para dermatoses, psoríase, vitiligo e outras doenças de pele, são ainda, anticoagulante e laxativo, como as antraquinonas. As catequinas são antioxidantes, termogênicas, anti-inflamatória e anticarcinogênica. Os esteroides possuem funções cardiotônicas, ativadoras do anabolismo, precursores da vitamina D e anticoncepcionais. PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA As plantas possuem diversas substâncias químicas que estão presentes em todas as espécies e outras que são características de grupos botânicos ou intraespecíficas, produtos do metabolismo primário e secundário, respectivamente. As variações destes compostos estão submetidas à influência do clima, da composição do solo e do período vegetativo, entre outros. A análise fitoquímica preliminar tem por objetivo caracterizar os componentes químicos presentes nas plantas, produtos do metabolismo secundário vegetal. Esses metabólitos servirão como marcadores químicos da espécie, ou até mesmo da região que são encontradas. Ao conhecer a composição química da droga vegetal a ser trabalhada, pode-se delinear com mais clareza os melhores métodos para a extração e os bioensaios aos quais deverá ser submetida para o isolamento de princípios ativos na produção de fármacos e fitoterápicos. Nesse contexto, a análise fitoquímica ganha mais importância quando não tem todos os estudos químicos com a espécie de interesse popular, para verificar a qualidade da droga vegetal e também fornecer dados úteis para o conhecimento da biodiversidade e filogenética das plantas. São, portanto, estudos preliminares e básicos dentro da Fitoquímica, Farmacognosia e produção de medicamentos. Os métodos e técnicas empregados na prospecção fitoquímica variam de acordo com a tecnologia disponível. Existem métodos rápidos e de baixo custo e métodos que exigem equipamentos que nem sempre estão presentes em laboratórios de pesquisa vegetal. Rotineiramente, são realizados testes com reações químicas de coloração e precipitação em tubos de ensaios e placas de toques. Todavia, são também feitas detecções e fracionamentos cromatográficos com reagentes distintos, acompanhados de testes farmacológicos simples. https://www.conhecer.org.br/enciclop/2016b/agrarias/Tecnica%20de%20 prospeccao.pdf https://www.conhecer.org.br/enciclop/2016b/agrarias/Tecnica%20de%20prospeccao.pdf https://www.conhecer.org.br/enciclop/2016b/agrarias/Tecnica%20de%20prospeccao.pdf TEMA DE AULA: DETERMINAÇÃO DE UMIDADE. MÉTODO GRAVIMÉTRICO: LAB-PAP-1384 https://youtu.be/oZJWJAJ7zmY https://youtu.be/5jDv5ZU0dKs https://youtu.be/GCWqFgRy3Wo https://youtu.be/oZJWJAJ7zmY https://youtu.be/5jDv5ZU0dKs https://youtu.be/GCWqFgRy3Wo