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Aspectos anátomo-fisiológicos do aparelho digestivo dos monogástricos e ruminantes Carnívoros Cães e gatos TGI curto Herbívoros Ruminantes (bovinos, ovinos, caprinos, bubalinos, camelídeos, etc.) Não ruminantes (equídeos, coelhos, elefantes, etc.) TGI longo = Adaptações do TGI para facilitar a digestão da fibra (rúmen-retículo, ceco, cólon) Omnívoros Humanos e suínos TGI intermediário Classificação dos animais de acordo com hábito alimentar NÃO-RUMINANTES RUMINANTES AVES Classificação dos animais de acordo com a anatomia do aparelho digestivo NÃO-RUMINANTES Subdivididos segundo a funcionalidade do ceco e cólon; Monogástricos com TGI com ceco e cólon não muito funcionais: suíno, cão, peixe, macaco, homem. Monogástricos com TGI com ceco e cólon funcionais: equídeos e coelhos. Classificação dos animais de acordo com a anatomia do aparelho digestivo Significância da digestão fermentativa Todos os mamíferos têm alguma capacidade fermentativa no TGI A importância é directamente relacionada com o consumo de fibra Volume compartimentos do TGI, expressa em percentagem do total. Fonte: Parra, 1978, citado por Van Soest (1994) Fonte: Parra, 1978, citado por Van Soest (1994) Trato gastrointestinal das aves Desprovidas de lábios, mas têm o BICO que serve para apreender alimentos e defesa. Têm o PAPO, onde se armazenam os alimentos para incorporá-los humidade e temperatura, facilitando seu seguimento e posterior digestão. O PROVENTRÍCULO contem glândulas que produzem pepsinógenio e ácido clorídrico A MOELA, órgão muscular, que serve para triturar os alimentos, substituindo os dentes. O INTESTINO DELGADO tem duodeno e íleo, mas a principal digestão ocorre no duodeno com ajuda das secreções do pâncreas e figado. A CLOACA é um orgão de excrecção comum dos aparelhos digestivo, urinario e reprodutor. Trato gastrointestinal do porco presença do cólon (ascendente Tem um TGI similar ao do cão. A maior diferença no porco é a e descendente) em forma de espiral. três grandes O TGI apresenta compartimentos: Estômago Intestino delgado Intestino grosso Trato gastrointestinal de ruminantes Particularidades da Fisiologia Digestiva em Ruminantes: Boca Dentição permanente de ruminantes Incisivos: 0/4 Caninos: 0/0 Pré-molares: 3/3 Molares: 3/3 Preensão de alimentos Incisivos inferiores Superficie superior (almofada dentária) lábios Língua (especialmente) Mastigação Mecanismo de trituração dos alimentos Envolve especialmente os molares Aumenta a área de acção enzimática Facilita a deglutição Intensa, mov. horizontais e verticais Particularidades da mastigação Cães é lenta, equinos demorada Ruminantes é dividida em duas fases: 1ª rápida, e a 2ª (ruminação) lenta Particularidades da Fisiologia Digestiva em Ruminantes: Boca Particularidades da Fisiologia Digestiva em Ruminantes: Saliva Produzida pelas glândulas salivares 2 Parótidas (as maiores glândulas salivares mais importantes para ruminantes) 2 submaxilares 2 sublinguais (menores) 2 molares inferiores Palatina, faríngea, labial Nasolabial Particularidades da Fisiologia Digestiva em Ruminantes: Saliva Funções Humedecer e lubrificar os alimentos, facilitando a deglutição Fornece 70% da água disponível no rúmen Ausência da enzima α-amilase (ptialina; presente em não ruminantes) e lipase salivar Presença de enzima anti-bacteriana (lisozima) digestão da parede celular das bactérias Nutrientes para os microorganismos ruminais: P, N (ureia), mucina, Mg, Cl Funções Função anti-timpânica e anti-espumante Função tamponante (fosfato e carbonato): manutenção do pH ruminal, evitando a acidificação (acidose) Excretora de substâncias orgânicas e inorgânicas (Mg, Na, K) Particularidades da Fisiologia Digestiva em Ruminantes: Saliva Particularidades da Fisiologia Digestiva em Ruminantes: Saliva pH da saliva varia entre as espécies Bovinos = 8,4 Suínos = 7,3 Equinos = 7,6 Composição e secreção da saliva: Na, K, P, carbonato, Mg, mucina, água, enzimas Ruminantes apresentam alto teor de N (uréia) na saliva, alcalinidade (pH=8,4) e grande capacidade tampão (HCO3-, HPO4-) Particularidades da Fisiologia Digestiva em Ruminantes: Saliva Fluxo salivar de vacas em lactação 60 ml/min em repouso 120 ml/min ao ingerir alimento 150 ml/min na vaca em ruminação A secreção diária pode chegar a 140-200 litros A secreção em ruminantes é contínua Nos animais domésticos a secreção da saliva dá-se pelo estímulo do alimento na boca (excitação química, mecânica ou térmica) Pré-estômagos e Estômago dos Ruminantes Rúmen Possui um grande número de papilas (até 1 cm) que aumentam a área de superfície e facilitam a absorção Função Câmara de fermentação Absorção de AGCC Não há secreção de enzimas, excepto dos microorganismos Retículo Localizado cranialmente ao rúmen, próximo ao diafragma e ao coração (prego e arame alojam-se no retículo, podendo atingir o coração) A parede é pregueada (cristas do retículo) com formato de favos de mel, com delimitações tetra, pento ou hexagonais. Função Função principal é misturar a digesta e regurgitação, para a ruminação Não há secreção de enzimas, excepto dos microorganismos Retículo tem função de câmara de fermentação de forma semelhante ao rúmen Retículo Omaso Possui mais de 150 pregas longitudinais delgadas (lâminas do omaso), se dispôem como folhas de um livro (folhoso) Representa aproximadamente 1/3 da área de superfície dos pré-estômagos Funções Maceração do alimento, compressão, absorção de água Talvez seja responsável pela absorção de AGCC residuais e bicarbonato Omaso Abomaso Corresponde ao estômago dos demais mamíferos domésticos Processo digestivo neste compartimento é semelhante ao dos não-ruminantes Secreta HCl Pepsina, etc Secreta lisozima, responsável pela quebra da parede bacteriana Ruminação e Eructação RUMINAÇÃO Reflexo de regurgitação pós-prandial de digesta parcialmente digerida do rúmen- retículo Os movimentos do rúmen-retículo são responsáveis pela Mistura do conteúdo ruminal Saída do alimento pelo orifício retículo-omasal Regurgitação do alimento para ruminação Eructação de gases Ruminação e Eructação Ruminação 9-10 h/dia Função Redução do tamanho de partículas: somente pequenas partículas passam pelo orifício retículo omasal Aumento da área de superfície para a digestão microbiana Ruminação e Eructação Número de movimentos mastigatórios realizados por bovinos 94 movim/min = ingestão de cereal 74 movim/min = ingestão de feno 55 movim/min = ruminação Estímulo da eructação: o inchamento do rúmen estimula os receptores de pressão na zona do cárdia Volume de gás: 30-80 litros/dia Ruminação e Eructação Diferenças entre eructação e ruminação Eructação é estimulada pela pressão dos gases no rúmen Ruminação por mecanismos tácteis e químicos (insulina diminui açúcar no sangue, estimulando a ruminação) Mínimo: 50% Ruminação Estratificação do rúmen Estratificação do rúmen Digestão em Ruminantes Fenômeno no qual compostos contendo carbono são quebrados em um processo de geração de energia. A fermentação ocorre em condições de baixo suprimento de oxigênio, sendo, portanto, conhecida como um tipo de respiração anaeróbica. Fermentação Lefers (2004) Conversão enzimática anaeróbica de compostos orgânicos, especialmente carbohidratos, a compostos mais simples, resultando na produção de energia na forma de ATP. Paulglow (2005) Uma ou um grupo de reacções induzidas por vivos ou não que divide compostos em substâncias relativamente mais fermentos orgânicos simples. Mifflin (2006) Conversão de materiais orgânicos por organismos como bactérias e leveduras. DDT (1972) Rúmen-Retículo Oferecem um óptimo ambiente para o desenvolvimento de microorganismos: Câmara de fermentação; Microorganismos Fermentam anaerobicamente alimentos utilizando enzimas que o animal hospedeiro não possui; Ruminantes e os microorganismos do rúmen-retículo vivemem SIMBIOSE!!!!! IMPORTANTE: manutenção de condições adequadas no ambiente ruminal para ocorrer a fermentação!!!!!!! Rúmen-Retículo Anaerobiose: livre de O2; Temperatura: 35,0-42,0ºC (39ºC); pH: entre 5,5 e 7,0; Presença de bactérias, protozoários e fungos Suprimento de nutrients e remoção dos produtos de fermentação Microbiologia da fermentação No rúmen Bactérias Fungos Protozoários Comunidade microbiana Rúmen como um Silo: definida de espécies relativamente especializadas e diversidade relativamente limitada (Firkins e Yu, 2006). Microbiologia Ecologia da fermentação Ocupação do nicho Pressão selectiva Adaptação Interação Russell e Hespell (1981) Microbiologia ruminal Bactérias Total: 1010 a 1011 células/g Anaeróbios estritos: maioria Facultativas: 107 a 108 células/g Gêneros Total: 22 Com função: 16 Espécies Total: 63 Com função: 28 Bactérias - Sobrevivência Controlada pela taxa de crescimento Celulolíticas Frequentes em dietas volumosas Complexo enzimático intracelular Actividade sensível ao pH Requerem NH3 Ácidos gordos de cadeia ramificada Compostos aromáticos Microbiologia ruminal Microbiologia ruminal Hemicelulolíticas São também celulolíticas Pectinolíticas Microbiologia ruminal Amilolíticas Degradam amido e/ou dextrinas Geralmente predominam em dietas ricas em amido Possuem α-amilase extracelular Utilizadoras de açúcares simples Todas que fermentam carbohidratos complexos também fermentam carbohidratos simples Microbiologia ruminal Utilizadoras de ácidos intermediários Promovem a fermentação secundária de sub-produtos Lactato Succinato Formato acetato e propionato propionato e CO2 metano Microbiologia ruminal Proteolíticas Maioria das bactérias ruminais Tipos de proteinases Cisteína-proteinase Cerina-proteinase Produtoras de amônia Celulolíticas requerem NH3 antes que AA Produzem ácidos gordos de cadeia ramificada Microbiologia ruminal Ureolíticas Anaeróbicos facultativos na parede ruminal Lipolíticas Lipase extracelular ligada à membrana Requerida para hidrogenação Produtoras de metano CO2 + 2H2 CH4 Outros substratos: acetato, metanol e metilamina. Microbiologia ruminal Bactérias – Resumo Rúmen (bacts. primárias) Fibrilolíticas Amilolíticas Sacarolíticas Quanto ao substrato! Microbiologia ruminal Protozoários Total: 105 a 106 células/ml Ciliados: maioria Flagelados: 103 a 104 células/ml Anaeróbicos estritos 50% do N microbiano Papel (defaunação) Digestão da fibra Armazenamento de amido Predação de bactérias Microbiologia ruminal Fungos Filamentosos Até 8% da massa microbiana em dietas volumosas Degradam celulose e xilanas
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