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CRIANCA FEBRIL E IVAS

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CRIANÇA FEBRIL E IVAS
FEBRE
= Elevação de temperatura corporal acima de 37.5ºC (axilar), 37.8ºC (oral) 38ºC (retal),
associada a um aumento no ponto de ajuste hipotalâmico.
- Não é uma doença, é um mecanismo de resposta do organismo a alguma anomalia.
CLASSIFICAÇÃO DA FEBRE
- Febre Contínua: permanece sempre acima do normal com variações de até 1 grau, sem
grandes oscilações.
- Febre Irregular ou Séptica: picos muito altos intercalados a baixas temperaturas ou apirexia,
sem nenhum caráter cíclico nessas variações.
- Febre Remitente: há hipertermia diária com variações de mais de 1 grau, sem períodos de
apirexia.
- Febre Intermitente: a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de
temperatura normal. Pode ser cotidiana, terça (um dia com febre e outro sem) ou quarto
(um dia com febre e dois sem).
- Febre Recorrente ou Ondulante: semanas ou dias com temperatura corporal normal até que
períodos de temperatura elevada ocorram. Durante a fase de febre não há grandes
oscilações.
CRIANÇA FEBRIL
- 80% dos casos, identifica-se o agente infeccioso (OMA, Resfriado comum, ITU, exantema...).
- 20% dos casos não é possível a identificação - febre sem sinais localizatórios (FSSL).
↓
Maioria doença viral benigna autolimitada
- Porém:
- 5-7% dos pacientes entre 3-36 meses.
- 6-15% dos pacientes < 3 meses.
- Até 25% dos neonatos.
- Doença bacteriana grave:
- ITU.
- Bacteremia Oculta.
- Pneumonia.
- Meningite.
- Artrite séptica.
- Enterite.
- Osteomielite.
ANAMNESE E EXAME FÍSICO
- História clínica inespecífica Quadro febril, sem outros sintomas que auxiliam no diagnóstico.
- Exame físico sem sinal localizatório, pode ser normal Atenção a presença de toxemia.
- Atenção risco de doença bacteriana grave.
- ITU, pneumonia, meningite e bacteremia oculta.
EXAMES COMPLEMENTARES
1. HEMOGRAMA
- Leucócitos > 15.000/mm3. RN < 5.000 ou > 30.000/mm3.
- Neutrófilos > 10.000/mm3.
- Neutrófilos não segmentados. > 500/mm3
- Contagem de plaquetas < 100.000/mm3.
2. URINA 1 e UROCULTURA
- Coletar em casos de febre › 48h, sem sinais localizatórios.
- Problema: saco coletor - contaminação.
- Alto valor preditivo negativo.
3. RADIOGRAFIA DE TÓRAX
- Crianças com sinais respiratórios e/ou alteração no exame físico.
- Crianças com febre 39-40°C e leucócitos > 20.000/mm°.
- Todos os neonatos com febre, independente de sintomas.
4. HEMOCULTURA
- Falso positivo (contaminante) e falso negativo (sem crescimento meio de cultura).
- RN (recém nascidos) febris.
- Lactentes até 3 meses com alto risco de doença bacteriana grave.
- Crianças sépticas ou tóxicas de qualquer idade.
5. PUNÇÃO LOMBAR
- Obrigatória em RN (recém nascidos) febril.
- Lactentes até 3 meses com alto risco de doença bacteriana grave.
- Crianças entre 3-36 meses com sinais ou sintomas de meningite.
DOENÇAS BACTERIANAS GRAVES
- ITU.
- PNEUMONIA.
- MENINGITE.
- BACTEREMIA OCULTA.
- Risco é diferente de acordo com a faixa etária:
- Recém nascidos (RNs).
- Lactentes entre 29 dias e 3 meses.
- Crianças entre 3 meses e 3 anos.
RECÉM NASCIDO FEBRIL - ATÉ 28 DIAS
- Alto risco de doença bacteriana grave:
- Dificuldade de avaliação clínica.
- Menor função imunológica.
- Imunização incompleta.
- Avaliação completa:
- Hemograma, PCR, Hemocultura.
- Urina 1 e Urocultura.
- Rx de tórax.
- Punção lombar Obrigatória.
- Conduta:
- Internação.
- Antibioticoterapia empírica até resultados de exames e culturas.
LACTENTES 29 DIAS A 3 MESES
- Classificação de Risco:
- Critérios de Rochester.
- Critérios de Philadelphia.
- Critérios de Boston.
Coleta: Hemograma, Urina 1 e Urocultura
- Baixo Risco:
- Liberação sem antibiótico.
- Retorno em 24h para avaliação.
- Alto Risco:
- Internação e Antibioticoterapia empírica.
- Coleta de LCR e HMC.
CRIANÇAS ENTRE 3 MESES E 3 ANOS
Manejo depende do status vacinal para Haemophilus influenza e pneumococo.
- Imunização completa
- Hemograma, U1 e Urocultura.
- Demais exames de acordo com quadro clínico.
- Imunização incompleta (≤ 2 doses)
- Hemograma, Rx tórax, U1 e Urocultura.
- Antibioticoterapia empírica, pelo risco de bacteremia oculta.
RESFRIADO COMUM
- IVAS mais comum.
- Maioria de etiologia viral → 70% rinovírus, parainfluenza / Inverno: Vírus sincicial respiratório.
- 200 tipos de vírus.
- 5 a 7 episódios por ano, maior se frequentam creche.
- Transmissão: Aerossol ou contato. Período de incubação 1 - 3 dias.
- Ocorrem por todo ano, mas mais no outono e inverno.
- Quadros leves: Tosse seca, coriza hialina, espirros. Febre menos comum.
- Tratamento de sintomáticos e lavagem nasal.
GRIPE
- Menos prevalente.
- Vírus influenza.
- Pode ter maior comprometimento sistêmico → Atenção a Influenza A (H1N1).
- Desde quadros leves até pneumonia. Febre é comum. Tosse produtiva. Pode ter odinofagia
ou otalgia. Obstrução nasal intensa com rinorreia.
- Tratamento: Oseltamivir, sintomáticos, lavagem nasal.
FARINGOAMIGDALITE
- Etiologia viral: CMV, EBV, Coxsackie A e B, Herpes Vírus.
- Etiologia bacteriana: S. pyogenes A, H. influenzae, Moraxella.
- Odinofagia, tosse, halitose, rinorreia, febre, rouquidão, diarréia e adenopatia cervical.
- Oroscopia: Hiperemia, edema, exsudato, petéquias, pseudomembrana e úlceras.
- Bacteriana: Ausência de sintomas virais, exsudato purulento, dor, edema.
- Diagnóstico: Teste rápido, cultura, sorologia.
- Tratamento: Analgesia, corticóide.
- Bacteriana: Antibioticoterapia (Penicilina benzatina - dose única).
OTITE MÉDIA AGUDA - OMA
- Ouvido médio: medial a membrana timpânica e lateral ao ouvido interno.
- Alterações inflamatórias e infecciosas no epitélio e sub epitélio, presença de fluido e efusão.
- Bastante prevalente - 90% das crianças terão < 5 anos.
- Bimodal: pico 6 meses - 2 anos e depois 4-7 anos.
- Fatores de risco: IVAS, creches e alterações climáticas, tabagismo passivo, uso de chupeta,
malformações craniofaciais, imunodeficiências.
- Etiologia viral: VSR, adenovírus; influenza A ou B
- Sintomas: otalgia, irritabilidade, febre, vômitos, diarréia.
- Tratamento: analgesia.
- Etiologia bacteriana: S. pneumoniae (40%); H. influenza (25%), Moraxella catarrhalis (12%).
- Sintomas: persistência ou piora dos sintomas após 5 - 7 dias.
- Otoscopia: membrana timpânica abaulada, opaca, hiperemia de conduto. Pode ter
perfuração timpânica, com ou sem otorréia.
- Tratamento: analgesia, antibioticoterapia (Amox. ou Amox. + Clavulanato) por 10 - 14
dias drenagem se necessária.
- Conduta:
SINUSITE
- Inflamação das mucosas dos seios nasais e paranasais.
- Maioria etiologia viral - até 10% são complicados com infecção bacteriana.
- Também pode ser alérgica.
- Uma das maiores complicações bacterianas associadas a IVAS.
- Tratamento: sintomáticos (analgésicos e antitérmicos).
- Lavagem nasal e NBZ (fluidificar secreções).
- Antibioticoterapia, se bacteriana.
Quando suspeitar de etiologia bacteriana:
- Sintomas de IVAS pioram após o 5º dia, OU…
- Persistência por mais de 10 dias.
SINUSITE BACTERIANA
- Diagnóstico:
- Dois ou mais do sintomas: obstrução nasal, rinorreia anterior ou posterior, dor ou
pressão facial, redução ou perda de olfato.
- Não é necessário realização de radiografia para diagnóstico.
- Principal complicação: celulite periorbitária.
- Tratamento: Sintomáticos ( analgésico e antitérmico), lavagem nasal, NBZ, antibioticoterapia.

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