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Lyzandra Linhares Função e Composição: O tecido muscular é importante no movimento de estruturas, dado que ao contrair as células musculares ocorre a movimentação da estrutura óssea. Além disso, ele é necessário na movimentação de substâncias e líquidos pelo corpo (alimentos, sangue, linfa...). O tecido muscular é composto por células musculares e pela matriz extracelular, a qual é composta pela lâmina basal e por fibras reticulares. As células musculares são responsáveis pela contração muscular, uma importante função desse tecido. As células musculares possuem origem mesodérmica e são chamadas de fibras musculares devido a característica alongada. Ademais, essas fibras contêm proteínas citoplasmáticas contráteis (actina/filamento fino e a miosina/filamento espesso). A membrana plasmática de uma célula muscular é denominada sarcolema; o citoplasma se chama sarcoplasma; e o retículo endoplasmático liso é conhecido como retículo sarcoplasmático. O retículo sarcoplasmático é muito desenvolvido e é importante para o armazenamento de cálcio para a contração muscular. Além disso, as células musculares possuem várias mitocôndrias, uma vez que para contrair é necessário ATP, tendo a presença também de glicogênio e lipídeos. Nessas fibras, encontra-se mioglobina, importante para o transporte de oxigênio utilizado na produção de energia. Para contração muscular. É importante ressaltar que há três tipos de tecido muscular: músculo estriado esquelético; músculo estriado cardíaco; músculo liso. Músculo Estriado Esquelético: O músculo estriado esquelético é composto por células alongadas (fibras musculares) com estriações transversais, multinucleadas (núcleos periféricos) e cilíndricas. Esse tipo de músculo está sempre ligado ao esqueleto, logo é importante para a movimentação. Ademais, tem como característica uma contração rápida, vigorosa e descontínua/voluntária. Vale ressaltar que quanto mais exercitado for essa fibra, maior diâmetro terá essa célula. Nas estrias transversais é encontrados algumas bandas: banda A (mais roxeada/escura, actina e miosina); banda I (isotrópica, mais clara, somente actina); linha Z (no meio da linha I); banda H (faixa mais clara no meio da banda A, onde se encontra somente filamentos de miosina); linha M (linha mais escura no meio da banda H). O conjunto entre duas linhas Z é chamado de sarcômero. As fibras musculares esqueléticas do tipo I (fibras lentas), possuem coloração vermelho escuro, devido a grande quantidade de mioglobina, e são importantes para contrações contínuas, sendo os ácidos graxos sua fonte de energia. Já as fibras musculares esqueléticas do tipo II (fibras rápidas), possuem coloração vermelho claro, devido a pouca quantidade de mioglobina, e são importantes para contrações rápidas e descontínuas, sendo a glicólise a fonte de energia para tipo IIB. As fibras musculares se organizam a partir de um tecido conjuntivo denso não modelado, o qual vai ser responsável por agrupa-las, permitindo que a força de contração de uma única fibra reverbere sobre o músculo inteiro e estruturas próximas (osso). O primeiro envoltório de tecido conjuntivo se chama endomísio, o qual vai envolver cada fibra muscular. Além disso, há o perimísio, o qual recobre cada feixe de fibras musculares; e o epimísio, que envolve o músculo todo. As fibras musculares são formadas por um conjunto de filamentos cilíndricos chamados de miofibrilas. As miofibrilas do músculo estriado contêm quatro proteínas principais: miosina, actina, tropomiosina e troponina. Os filamentos grossos são formados de miosina II, e as outras três proteínas são encontradas nos filamentos finos. A miosina e a actina, juntas, representam 55% do total das proteínas do músculo estriado. A actina apresenta-se sob a forma de polímeros longos chamados de actina F, formados por duas cadeias de monômeros globulares (actina G) torcidas uma sobre a outra, em hélice dupla. As moléculas de actina G são assimétricas e quando esses monômeros se polimerizam para formar a actina F, a frente de um monômero liga-se à região terminal do outro, produzindo um filamento que também é polarizado. A tropomiosina é uma molécula longa e fina, constituída por duas cadeias polipeptídicas enroladas entre si. As moléculas de tropomiosina unem-se pelas extremidades para formar filamentos, colocados ao longo do sulco existente entre os dois filamentos de actina F. A troponina é um complexo de três subunidades: TnT, que se liga fortemente à tropomiosina; TnC, que tem grande afinidade por íons cálcio; e TnI, que cobre o sítio ativo da actina, no qual ocorre a interação da actina com a miosina. Cada molécula de tropomiosina tem um local específico em que se prende um complexo (três subunidades) de troponina. A molécula de miosina II é grande, possui a forma de um bastão e é formada por duas cadeias enroladas em hélice. Em uma das extremidades, a miosina apresenta uma saliência globular, ou cabeça, que contém locais específicos para combinação com ATP e é dotada de atividade ATPásica. É nesta parte da molécula que se encontra o local de combinação com a actina e que ocorre a hidrólise de ATP para liberar a energia utilizada na contração. Músculo Estriado Cardíaco: O músculo estriado cardíaco é composto por células alongadas (fibras musculares) com estriações transversais, com núcleos centrais e ramificadas. Diferentemente do músculo anterior, esse possui discos intercalares/escalariformes (junção intercelular) como característica exclusiva. Além disso, esse tipo de músculo é presente apenas no coração e possui como característica uma contração rápida, vigorosa, rítmica e involuntária. Nos discos intercalares (traços retos ou com aspecto de escada), situados na interface entre as extremidades de células musculares adjacentes., é encontrado a zônula de adesão (ancora os filamentos de actina dos sarcômeros terminais; portanto, são equivalentes aos discos Z das miofibrilas.), os desmossomos (unem as fibras cardíacas), e junções comunicantes (passagem de íons entre as fibras musculares). Esse tipo de músculo possui numerosas mitocôndrias, devido ao intenso metabolismo aeróbico, e armazena ácidos graxos (gotículas lipídicas), além de possuir pouco glicogênio. Ademais, possuem grânulos de lipofuscina e grânulos secretores de ANP mais abundantes nas células do átrio esquerdo. As células tesse tipo de músculo também são revestidas por tecido conjuntivo. Vale ressaltar que há células cardíacas modificadas para geração e condução de estimulo cardíaco, para um eficaz bombeamento sanguíneo; sendo que primeiramente há o nodo sinoatrial (despolariza de forma espontânea), que é transmitido para o nodo atrioventricular e posteriormente para o feixe atrioventricular e assim dissemina o impulso elétrico. Músculo Liso: O músculo liso possui células fusiformes (com núcleo central e alongado/elíptico), sem estrias transversais, mais espessas no centro e afiladas nas extremidades, e está presente nos vasos sanguíneos e órgão ocos. Além disso, tem como característica uma contração fraca, lenta e involuntária. Diferentemente das fibras musculares estriadas, as lisas, também chamadas leiomiócitos, não têm estriação transversal e, portanto, não possuem miofibrilas. Além da capacidade contrátil, a célula muscular lisa pode também sintetizar fibras reticulares formadas por colágeno do tipo III, fibras elásticas e proteoglicanos. Quando está em intensa atividade sintética, essa célula apresenta o retículo endoplasmático granuloso desenvolvido. Esse tipo de músculo apresenta na sarcolema, cavéolas (depressões/invaginações que contem íons de Ca2+).Ademais, outra estrutura importante são os corpos densos e as placas densas, que consistem em pontos de ancoragem dos filamentos contrateis, o que permite contrair a célula como um todo. Contração Muscular Esquelética: Uma das principais funções do músculo estriado esquelético é a geração de movimento. Esse processo é altamente regulado e envolve a operação sincronizada de vários sistemas celulares. A contração do músculo estriado esquelético é estimulada pelos neurônios motores (motoneurônios) na região conhecida por placa motora, onde ocorrem as sinapses neuromotoras. Cada motoneurônio inerva várias centenas de fibras musculares, por meio de extensões dendríticas ramificadas que fazem a comunicação. Essa conexão é feita nas porções centrais das fibras musculares, onde se localizam os receptores nicotínicos, que liberam a acetilcolina. O conjunto composto pelo motoneurônio e as fibras musculares por ele inervadas é conhecido como unidade motora. A força de contração total, por sua vez, será determinada pelo tamanho e pelo número de unidades motoras recrutadas em determinado momento. Além disso, existe relação inversa entre o tamanho da unidade motora e o tipo de movimento: quanto mais fino for o controle do movimento, menor será o número de fibras musculares que compõem a unidade motora. O potencial de repouso da fibra muscular é de aproximadamente –90 mV, e o potencial de ação pode chegar a +30 mV. Os principais fenômenos responsáveis pela despolarização e repolarização são o influxo de sódio e o efluxo de potássio, respectivamente, sendo que a duração do processo de contração muscular depende do tipo de fibra e movimento. No músculo relaxado, o complexo troponina- tropomiosina inibe fisicamente os sítios ativos dos filamentos de actina, não permitindo sua interação com as cabeças dos filamentos de miosina. Nessa condição, a concentração de Ca2+ citoplasmática é extremamente baixa. Após estimulação pelos motoneurônios, ocorre influxo de cátions na fibra muscular, principalmente Na+, resultando na geração de potencial de ação (despolarização), que se propaga rapidamente por todo o sarcoplasma, incluindo o sistema T (túbulos T), o qual consiste em uma região rica em receptores de di-hidropiridina, que são canais de Ca2+ dependentes de voltagem tipo L, ativados pela despolarização de membrana. A ativação desses receptores em regiões de contato dos túbulos T com o retículo sarcoplasmático, por sua vez, leva à abertura de um segundo tipo de canal de Ca2+ dependente de voltagem, os receptores de rianodina, localizados no retículo sarcoplasmático. Vale ressaltar que essas proteínas dependentes de voltagem é que determinam o armazenamento de Ca2+ dentro do retículo sarcoplasmático. Como resultado, há aumento rápido de Ca2+ no sarcoplasma, principalmente ao redor das miofibrilas. Esse aumento permite que esses íons se liguem à subunidade C na troponina na proporção de 4 íons para cada molécula de troponina. Essa ligação resulta na mudança conformacional, tracionando e deslocando a tropomiosina para o fundo do sulco dos filamentos de actina e deixando expostos os sítios ativos da actina, que, consequentemente, passam a interagir com as cabeças dos filamentos de miosina, iniciando o processo de contração. A teoria das pontes cruzadas é a mais aceita para explicar a contração muscular. De acordo com essa teoria, após a interação dos filamentos de actina com os filamentos de miosina (pontes cruzadas), ocorre inclinação das cabeças de miosina em direção do braço, deslocando-o em sentido oposto ao filamento de actina. Após esse deslocamento, as cabeças dos filamentos de miosina separam-se dos sítios ativos dos filamentos de actina, retornando à posição normal (não inclinada). Caso os íons Ca2+ ainda estejam presentes, ocorre nova interação, iniciando um novo ciclo. Vale ressaltar que quanto maior o número de pontes cruzadas em determinado momento, maior é a força de contração. Além disso, para que ocorra a contração é necessária uma alta demanda energética. Logo, acredita-se que a cabeça da miosina possua uma região específica capaz de hidrolisar moléculas de ATP a partir de ATPases, permitindo o armazenamento de energia, a qual é utilizada no momento que a cabeça da miosina se inclina em direção oposta ao filamento de actina. Após essa inclinação, ocorre liberação de ADP e PO43–, e formação de uma nova molécula de ATP e desligamento da cabeça de miosina da actina. O ATP é novamente clivado pela ATPase da cabeça de miosina, preparando-a para um novo ciclo. Ademais, as contrações podem ser classificadas em dois tipos: contração isométrica e contração isotônica. No primeiro tipo, a contração ocorre sem redução do comprimento do músculo, o que é possível devido à presença de estruturas elásticas e paralelas aos filamentos contráteis de miosina e actina. No segundo tipo, a contração ocorre com diminuição do comprimento do músculo contra uma carga constante. A tensão muscular é determinada pela quantidade de pontes cruzadas entre os filamentos de miosina e actina. No músculo relaxado, a sobreposição entre esses filamentos é pequena, com baixo número de pontes cruzadas; consequentemente, a tensão gerada é mínima. No músculo contraído, por outro lado, essa sobreposição pode chegar ao máximo, aumentando a quantidade de pontes cruzadas e a tensão do músculo. Quando uma fibra muscular recebe um segundo estímulo antes do seu relaxamento completo após o estímulo inicial, isso resulta em uma tensão maior; além disso, quanto menor for o intervalo entre os estímulos, maior será a tensão gerada. A manutenção da contração em resposta a estímulos repetidos é conhecida como contração tetânica. A maior força de tensão da contração tetânica deve-se ao aumento sustentado da concentração de Ca2+ no retículo sarcoplasmático, não permitindo a redução dos locais de ligação ao íon nos filamentos de actina, saturando a troponina e, consequentemente, aumentando o número de pontes cruzadas. As fibras musculares são classificadas em três tipos principais: fibras tipo I, ou oxidativas lentas (vermelhas); IIA, ou oxidativo-glicolíticas intermediárias; e IIB, ou glicolíticas rápidas (brancas). A maioria dos músculos esqueléticos é constituída por diferentes proporções dos três tipos de fibras, embora haja predominância de um ou outro tipo específico, de acordo com a função que cada músculo exerce. Fibras do tipo I: contração lenta; capacidade de hipertrofia baixa; quantidade de mitocôndria e mioglobina muito alta; resistência a fadiga muito alta; atividade de ATPase muito baixa; força de contração baixa. Fibras do tipo IIA: contração rápida; capacidade de hipertrofia alta; quantidade de mitocôndria e mioglobina alta; resistência a fadiga alta; atividade de ATPase alta, força de contração alta. Fibras do tipo IIB: contração muito rápida, capacidade de hipertrofia muito alta; quantidade de mitocôndrias e mioglobina baixa; resistência a fadiga baixa; atividade ATPase muito alta; força de contração muito alta. Contração do Músculo Liso: A musculatura lisa unitária apresenta potencial de membrana instável e variável (–20 a –65 mV), capaz de gerar contrações de forma contínua, mas irregular, independentemente de estímulos externos, embora sua atividade seja modulada por fatores neurais, hormonais e humorais. Diferentemente do músculo liso unitário, o multiunitário não funciona em bloco, e cada célula, ou pequeno grupo de células desse músculo, contrai-se de forma independente e isolada. A presença de junções comunicantes de baixa resistência entre as células musculares lisas unitárias faz com que estas trabalhem como um sincício,devido à propagação do sinal elétrico de uma célula para as células vizinhas. Devido à ausência da molécula de troponina na musculatura lisa, o controle da contração muscular difere daquele da musculatura estriada, mesmo tendo a presença de miosina e actina. Nesse caso a atividade da ATPase miosínica é controlada pela fosforilação/desfosforilação. Por que conseguimos mover objetos mais leves mais facilmente e com maior velocidade quando comparados a objetos mais pesados? Primeiramente é importante saber que a contração muscular faz com que as fibras consigam encurtar o seu tamanho, e que para cada ponte cruzada formada ocorre a hidrólise de uma molécula de ATP. Além de que a tensão muscular é determinada pelo número de pontes cruzadas. Logo, a taxa de quebra de ATP é fator determinante na velocidade de encurtamento da fibra, dado que à medida que a carga aumenta, há resistência contra o movimento das pontes cruzadas, dificultando o encurtamento da fibra muscular, o que pode limitar a taxa de quebra de ATP e reduzir a velocidade de contração. Na célula muscular lisa, o aumento de Ca2+ no citoplasma ocorre por diferentes vias: influxo de Ca2+ extracelular através de canais de Ca2+ dependentes de voltagem, liberação de Ca2+ através dos canais de rianodina e/ou dos canais dependentes de inositol trifosfato (IP3). A partir disso, o cálcio se liga no citoplasma à camodulina, e esse complexo se liga a miosina, o que leva à ativação da quinase dependente de calmodulina (miosina quinase), a qual fosforila a cabeça da miosina, levando ao aumento da atividade da ATPase e permitindo a conexão miosina-actina, e iniciando o processo de contração. Quando a concentração intracelular de cálcio está baixa, duas proteínas – calponina e caldesmona – se ligam a actina, impedindo a atividade da ATPase da miosina e a conexão actina-miosina. A desfosforilação da cadeia leve da miosina é realizada pela fosfatase da miosina (remove o fosfato da cabeça da miosina). Em geral, o relaxamento ocorre somente quando a concentração citoplasmática de Ca2+ diminui e quando há dissociação do complexo Ca2+/calmodulina. Os estímulos químicos para a musculatura lisa unitária, em geral, são provenientes dos neurônios autônomos, que podem ser noradrenérgicos (norepinefrina, induz potenciais inibitórios) e colinérgicos (acetilcolina, induz potenciais excitatórios). A acetilcolina ativa a fosfolipase C, responsável pela produção de IP3, que, por sua vez, ativa os receptores IP3, aumentando a liberação de Ca2+ ao citoplasma e iniciando o processo de contração. A musculatura lisa multiunitária, por sua vez, responde positivamente aos estímulos noradrenérgicos e colinérgicos. Particularmente, a norepinefrina, quando presente, induz disparos elétricos múltiplos e persistentes, produzindo uma tetania irregular em vez de uma única contração. Sinapse Neuromuscular: As sinapses elétricas permitem o fluxo de corrente de uma célula excitável a outra através de vias de baixa resistência entre as células chamadas junções comunicantes. Essas junções são observadas no músculo cardíaco e em alguns tipos de músculo liso, sendo responsáveis pela condução extremamente rápida. Nas sinapses químicas há um espaço entre a membrana da célula pré-sináptica e a membrana da célula pós-sináptica, conhecido como fenda sináptica. A informação é transmitida pela fenda sináptica por meio de neurotransmissores, substância liberada pelo terminal pré-sináptico que se liga a receptores localizado no terminal pós-sináptico. Nas sinapses químicas, ocorre a seguinte sequência de eventos: o potencial de ação na célula pré-sináptica faz com que canais de Ca2+ se abram. Um influxo de Ca2+, no terminal pré- sináptico, faz com que o neurotransmissor, armazenado nas vesículas sinápticas, seja liberado por exocitose. O neurotransmissor se difunde pela fenda sináptica, ligando-se a receptores na membrana pós-sináptica e alterando seu potencial de membrana. A alteração do potencial de membrana, na célula pós-sináptica, pode ser excitatória ou inibitória. É o tipo de receptor de membrana com o qual o neurotransmissor interage que resulta em efeito excitatório ou inibitório. Por exemplo, o neurotransmissor norepinefrina ao se ligar ao receptor α1-adrenérgico em músculo liso causa excitação e, portanto, contração desse músculo. No entanto, se a norepinefrina se ligar ao receptor β2-adrenérgico, o efeito será de inibição e relaxamento desse músculo. No caso a sinapse entre o motoneurônio e a fibra muscular, é denominada junção neuromuscular, sendo que o potencial de ação no motoneurônio produz um potencial de ação nas fibras musculares por ele inervadas. O potencial de ação gerado no motoneurônio é propagado até o terminal sináptico, o qual é despolarizado, resultando na abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem, na membrana pré-sináptica. Quando esses canais abrem, a permeabilidade ao Ca2+ no terminal pré-sináptico aumenta e esse íon flui, seguindo seu gradiente eletroquímico. A entrada de cálcio no terminal provoca a liberação, por exocitose, do neurotransmissor acetilcolina, que estava previamente sintetizado e armazenado em vesículas sinápticas. A ACh é formada a partir de acetil coenzima A (acetil CoA) e colina, pela ação da enzima colina acetiltransferase. A ACh se difunde pela fenda até a membrana pós- sináptica, na região denominada placa motora, na qual contém receptores nicotínicos para ACh. Então a acetilcolina se liga as subunidades α dos receptores nicotínicos e provoca sua alteração conformacional, ocasionando a abertura de canais iônicos dependentes de ligantes. Quando esses canais se abrem, o sódio entra na placa motora e o potássio sai, em uma proporção maior de saída de Na+. Dada a presença de outros canais iônicos, que influenciam o potencial de membrana na placa motora, ela é apenas despolarizada de -90mV até cerca de −50 mV, que é o potencial de placa motora (PPM). A despolarização da placa motora (o PPM), então, se dispersa por correntes locais para as fibras musculares adjacentes, que são despolarizadas ao limiar e disparam potenciais de ação. O PPM na placa motora é interrompido quando a ACh é degradada, em colina e acetato, pela acetilcolinesterase (AChE). Aproximadamente 50% da colina retornam ao terminal pré-sináptico pelo cotransporte deNa+-colina para serem usados na síntese de nova ACh. Referências: CURI, Rui; PROCOPIO, Joaquim. Fisiologia Básica, 2ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017. COSTANZO, Linda S. Fisiologia 5º Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. JUNQUEIRA, L.C.U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica - Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
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