Buscar

Teoria Geral da Prova

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Teoria Geral da Prova:
1. Conceito de Prova: Trata-se de ‘’conjunto de atos que são praticados tanto pelas partes, como pelo juiz e, também, por terceiros visando proporcionar ao magistrado subsídios suficientes para formar a sua convicção sobre a existência ou não de determinado fato, ou, ainda, sobre a veracidade ou falsidade de dada afirmação’’ (Lima, 2017), sendo assim, é um meio para que os fatos sejam averiguados para que se possa chegar a verdade real.
2. Finalidade da Prova: A principal finalidade da prova é a reconstrução dos fatos investigados/discutidos para que se possa chegar o mais próximo possível da verdade, ou seja, atingir a verdade real.
3. Tipos de Prova: O CPP nos diz que existem vários tipos de provas, são elas:
3.1. Perícia (arts 158 a 184, CPP): ‘’Se deixar vestígios a infração, a materialidade do delito e/ou a extensão de suas consequências deverão ser objeto de prova pericial, a ser realizada diretamente sobre o objeto material do crime, o corpo de delito, ou, não mais podendo sê-lo, pelo desaparecimento inevitável do vestígio, de modo indireto’’
Importante observar que as provas colhidas pela perícia seguem procedimento descrito no CPP onde este informa que as provas deverão ser armazenadas em locais adequados e também manuseados por pessoas autorizadas e aptas.
A perícia é realizada pelo profissional técnico, onde este irá elaborar o laudo pericial constatando o que foi examinado, e também pode ser realizada na fase de inquérito policial ou do processo a qualquer dia e horário. 
O juiz pode aceitar ou rejeitar o laudo e também pode ordenar que seja feito novo exame, se julgar conveniente, por outros peritos.
3.2. Interrogatório (arts. 185 a 196, CPP): O interrogatório consiste na oitiva do acusado sobre o fato a ele imputado. Trata-se de meio de defesa e também meio de prova.
‘’O acusado será interrogado sempre na presença de seu defensor. Se não tiver um, deve ser-lhe nomeado um defensor público ou um defensor dativo, nem que seja apenas para acompanhar o ato.’’ 
O juiz informará ao acusado antes do interrogatório de que este tem direito de permanecer calado e não responder às perguntas a ele imputadas e este direito ao silêncio não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
O CPP nos diz que o interrogatório será constituído de duas partes: a primeira sobre a pessoa do acusado e a segunda sobre os fatos, e serão observadas as questões em relação ao mudo, surdo ou do surdo-mudo e a pessoa que não souber escrever.
O juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.
3.3. Confissão (arts. 197 a 200, CPP): ‘’A confissão é o reconhecimento realizado em juízo, por uma das partes, a respeito da veracidade dos fatos que lhe são atribuídos’’. Trata-se de ‘’expressão designativa da aceitação, pelo autor da prática criminosa, da realidade da imputação que lhe é feita”.
A confissão pode ocorrer no interrogatório, ‘’mas nada impede que seja realizada em outro momento no curso do processo.’’.
 O CPP nos diz que a confissão será divisível ou seja o juiz poderá aceitar apenas algumas partes e também será retratável podendo o acusado voltar atrás quanto a sua admissibilidade de culpa.
No quesito o silêncio do acusado este não importará confissão, mas poderá influenciar para a formação do convencimento do juiz. 
3.4. Ofendido (art. 201, CPP): Sempre que possível o ofendido irá fornecer informações sobre as circunstâncias da infração, e deixando de comparecer este será conduzido de forma coercitiva.
Este irá ser ‘’comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem ‘’
Serão observadas pelo juiz a ‘’preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.’’
3.5. Testemunhas (arts. 202 a 225, CPP): Trata-se de pessoas que são estranhas ‘’à relação jurídica processual’’, que descrevem oralmente fatos de seu respectivo conhecimento, onde estas não podem se eximir de determinada obrigação.
A lei dispõe sobre as pessoas que podem se recusar a ser testemunhas quando diz respeito à relação de parentesco, e também pessoas sob as quais estão proibidas de serem testemunhas.
As testemunhas serão ouvidas uma de cada vez de forma que umas não saibam/ouçam os demais depoimentos. Estas ficaram em espaços diversos de forma em que não possa haver nenhum tipo de comunicação.
O juiz pode requisitar autoridade policial caso a testemunha deixe de comparecer sem motivo justificado.
O CPP versa sobre o procedimento em relação ao Presidente, Ministros de Estado, militares, funcionários públicos dentre outros. Dispõe também sobre a pessoa que mora em outra jurisdição.
3.6. Reconhecimento de pessoas ou coisas (arts. 226 a 228, CPP): ‘’É um meio de prova pelo qual uma pessoa admite e afirma como certa a identidade de outra ou a qualidade de uma coisa, primeiro, a pessoa que vai fazer o reconhecimento deve descrever a pessoa que será reconhecida.
‘’Esta será, então, se possível, colocada ao lado de outras que, com ela, tenham semelhança, para que o reconhecedor possa apontá-la, tomando-se cuidado, se houver receio, para que uma não veja a outra. ‘’
‘’Entende-se que a semelhança deve ser física, não exatamente de fisionomia, o que poderia tornar impossível a realização do ato. Se forem várias as pessoas que irão fazer o reconhecimento, cada uma o fará em separado.’'
‘’O mesmo procedimento deve ser observado no que diz respeito e no que couber ao reconhecimento de coisas que tiverem relação com o delito.’’
3.7. Acareação (arts. 229 e 230, CPP): Trata-se de colocar uma frente a outra as pessoas sob as quais se divergem em suas determinadas declarações sobre um mesmo fato, ou seja, há um conflito.
O CPP nos diz que será admitida ‘’entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e vítima, ou entre vítimas.’’
3.8. Documentos (arts. 231 a 238, CPP): Diz respeito a qualquer escrito, instrumentos ou papéis públicos ou particulares. Os documentos poderão ser apresentados em qualquer fase do processo.
Cabe observar que não será admitida cartas particulares interceptadas ou obtidas por meio ilícito.
3.9. Indícios (art. 239, CPP): Trata-se de ‘’circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio lógico, chega-se à conclusão da existência de outro fato.’’
3.10. Busca e apreensão (Arts. 240 a 250, CPP): A busca e apreensão é ‘’medida de natureza eminentemente cautelar, para acautelamento de material probatório, de coisa, de animais e até de pessoas, que não estejam ao alcance, espontâneo, da Justiça’’(Eugênio Pacelli, 2020). 
Importante destacar que tal meio de prova segue um procedimento diverso dos demais, e somente quando as razões forem devidamente fundadas é que tal meio de prova poderá ser concedida.
Trata-se de busca domiciliar ou pessoal, na qual a domiciliar trata-se daquela ‘’realizada em residência, bem como em qualquer compartimento habitado, ou aposento ocupado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, no qual alguém exerce profissão ou atividade, nos termos do art. 246 do CPP. Todos esses locais, bem como os quartos de hotéis, motéis ou equivalentes, quando habitados, encontram-se incluídos e protegidos pela CF (inviolabilidade de domicílio)’’.
O CPP e a CF trazem regras que devem ser seguidas para que tal medida possa ser executada, e uma das principais delas é a ‘’indicação precisa do local, dos motivos e da finalidade da diligência e durante o dia’’.
Para o doutrinador Eugênio Pacelli, a busca pessoal é possível sem autorização judicial, ‘’desde que, uma vez prevista em lei, existam e estejam presentes razões de natureza cautelar e, por isso, urgentes.’’
A busca em mulher será realizada por mulher, “se não importar retardamentoou prejuízo da diligência”.
4. Momento: Via de regra, na audiência de instrução e julgamento, mas há exceções, são elas: a prova documental que pode ser apresentada em qualquer fase do processo e a busca e apreensão que pode ser apresentada tanto na fase de investigação, no curso da ação penal ou na execução penal.
5. Princípios aplicáveis:
5.1. Presunção de inocência
5.2. Contraditório
5.3. Não autoincriminação
5.4. Do direito ao silêncio
5.5. Proporcionalidade e razoabilidade
5.6. Liberdade de provas
5.7. Verdade real
5.8. Comunhão das provas
5.9. Livre convicção
5.10. Oralidade
5.10.1. Concentração
5.10.2. Imediatismo
6. Ônus da prova (art. 156, CPP): Doutrinariamente muito se discute sobre o ônus da prova. A doutrina majoritária entende que ‘’a prova da alegação incube a quem fizer’’, mas a doutrina minoritária entende que não, nos dizendo que ‘’ao acusado, frise-se, não cabe provar nada, todo ônus é do acusador.’’
7. Convicção do juiz (art. 155, CPP): As provas são meios de informações idôneos pelos quais formaram o ‘’convencimento do juiz’’ no que diz respeito aos fatos, o que possibilita ao final da ação uma sentença justa.
8. Inadmissibilidade de provas ilícitas (art. 157, CPP): O legislador cuidou no quesito provas ilícitas, sendo assim proibindo as provas que violam as leis.

Outros materiais