Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 _______________________ Estudos Disciplinares Formação Específica Prof. Me. Maurício Cassar 2 Algumas dicas para a análise de questões e situações-problema: Observe a questão como um todo Quais são os assuntos que ela trata; Questões com texto grande Primeiro entenda o que se pede como resposta; Questões com gráficos e tabelas Que informações relevantes eles apresentam O que se pede como resposta; Leitura cuidadosa da questão Interpretação do que trata e do que se pede nas alternativas; Confie em sua primeira impressão sobre as respostas. Use o seu conhecimento teórico com tranquilidade; Descarte as alternativas que identificar como incorretas. A primeira impressão ajuda; Em uma prova ou concurso, não perca tempo demais em uma questão. Marque a questão para o retorno posterior, caso haja tempo para isso; Respostas discursivas (redação) defina aquilo que se pede e direcione o seu texto para apresentar os conteúdos solicitados. Respostas muito objetivas podem ser pobres e respostas muito longas podem ser prolixas (exageradas e sem foco). Vamos para a prática: Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/ palavras-chave-anual-relat%c3%b3rio-2442435/ 3 Questão 1 Gestão de custos. Determinação de lucro. (T1.Q2) Suponha que uma empresa, cujo faturamento anual é de R$ 840 milhões, o custo unitário do produto é de R$ 350,00 e o preço de venda é de R$ 420,00 por unidade, esteja estudando a alteração no processo de gestão de qualidade que proporcione um aumento de 10% na quantidade de produtos vendidos. Considerando esse novo cenário de vendas, o incremento no valor do lucro final é de: A. R$ 2 milhões. B. R$ 14 milhões. C. R$ 16,8 milhões. D. R$ 70 milhões. E. R$ 84 milhões. Resposta: B 1. Análise da questão Lucro de operações comerciais Pela questão, busca-se verificar se o aluno tem conhecimentos sobre a determinação de lucro de operações comerciais. O lucro é a diferença entre o preço conseguido na venda e o valor do custo necessário para que o produto esteja disponível para a venda. Aumentos no volume de vendas implicam em aumentos do lucro e o aumento no lucro é proporcional ao aumento no volume de vendas. Recomendações para a resposta: - Questões que apresentam cálculos para determinar os indicadores empresariais devem ter atenção adicional para as unidades apresentadas no enunciado. Se for necessário faça os seus cálculos ajustando as variáveis de acordo com as unidades apresentadas. Por exemplo: as vendas são anuais e os custos dos produtos estão apresentados em uma base mensal. Para realizar o cálculo do lucro, é necessário que a receita e os custos estejam na mesma base dividindo a receita anual por 12 meses temos a receita mensal, e, então, poder-se-á realizar a operação de subtração entre a receita (agora, mensal) e os custos também mensais. - Antes de iniciar os cálculos, entenda o que a questão pede. A incorreta interpretação de questões é um dos motivos mais significativos de erros. 4 2. Solução da questão O problema informa que o faturamento anual (Fa) é de R$ 840 milhões e que o preço de venda (V) é de R$ 420,00 por unidade. O número de unidades vendidas (N) é obtido pelo quociente, entre o faturamento anual e o preço unitário de venda. Ou seja: unidades 000.000.2 00,420$ 00,000.000.840$ R R V Fa N O aumento de 10% na quantidade vendida implica o aumento de unidades vendidas (AN) igual a 200.000 unidades, pois: unidades 000.200 100 10 000.000.2%10000.000.2 NA Sabe-se que o lucro unitário (L) é a diferença entre o preço de venda (V) e o custo unitário (C). Ou seja: 00,70$00,350$00,420$ RRRL O incremento no lucro final (I) é igual ao produto do lucro unitário e do aumento de unidades vendidas. Ou seja: 00,00R$14.000.0unidades 000.20000,70$ RALI N 3. Análise das alternativas I. Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Dois milhões é o número de unidades vendidas antes do aumento na quantidade de venda. II. Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Veja a solução da questão, item 2. III. Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Para que o aumento no lucro seja de R$ 16,8 milhões, é necessário que o aumento no número de unidades vendidas atinja 240.000 unidades, o que representa um aumento no volume de vendas de 12%. I. Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O valor de R$ 70 milhões é o acréscimo no custo total (Act) provocado pelo aumento no número de unidades vendidas (AN). Ele é determinado pelo produto do aumento de unidades vendidas e do custo unitário (C). Ou seja: 00,00R$70.000.0R$350,00unidades 000.200 CAAct N V. Alternativa incorreta. 5 JUSTIFICATIVA. O valor de R$ 84 milhões é o acréscimo no faturamento (Ft) provocado pelo aumento no número de unidades vendidas (AN), determinado pelo produto do aumento de unidades vendidas e do preço de venda (V). Ou seja: 00,00R$84.000.0R$420,00unidades 000.200 VAFt N 4. Referências BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. Porto Alegre: Bookman, 2010. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2014. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Pearson, 2013. LEONE, G. S. G. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas, 2008. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006. PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque no sistema de informação contábil. São Paulo: Atlas, 2010. PARISI, C.; MEGLIORINI, E. (Org.). Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2011. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO 6 Questão 2 Métodos e ferramentas da qualidade. Métodos quantitativos. Indicadores. (T1.Q6) O diagrama de causa e efeito é uma ferramenta gráfica que tem como objetivo organizar a discussão sobre as causas de um problema prioritário, bem como os efeitos decorrentes desse problema. Esse diagrama faz parte das sete ferramentas da qualidade, sendo utilizado no gerenciamento e controle da qualidade organizacional, para a identificação de causas fundamentais de um efeito que ocorre em determinado processo. A figura a seguir apresenta um exemplo desse diagrama: Fonte: Adaptado de: CAMPOS, V. F. Gerenciamento da rotina de trabalho do dia a dia. Rio de Janeiro: Fundação Christiano Ottoni, 1992. Com base nesse texto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I. O Diagrama de Ishikawa visa a detectar diversas e possíveis causas do problema estudado, permitindo que cada participante contribua com o seu conhecimento específico. PORQUE II. O Diagrama de Ishikawa é um processo de grupo em que os indivíduos emitem as ideias de forma livre, sem críticas, no menor espaço de tempo possível. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Resposta: C 7 1. Análise da questão Diagrama de Ishikawa O cerne da questão é o Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito, que explora e indica todas as causas possíveis de uma condição ou de um problema específico. Ele foi desenvolvido por Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tóquio, em 1943, e utilizado para explicar para um grupo de engenheiros da Kawasaki Steel Works, como vários fatores podem ser ordenados e relacionados.Desde então, esse diagrama é usado para apresentar a relação existente entre o resultado de um processo (efeito) e os fatores que afetaram o resultado (causas). 2. Análise das asserções I. Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. O Diagrama de Ishikawa explora e indica todas as causas possíveis de uma condição ou de um problema específico. Ele é usado para apresentar a relação existente entre o resultado de um processo (efeito) e os fatores que afetaram o resultado (causas). II. Asserção falsa. JUSTIFICATIVA. O processo descrito na asserção é conhecido como brainstorming. 3. Referências CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e de operações. São Paulo: Atlas, 2013. LOBO, R. N.; SILVA, D. L. Gestão da qualidade – diretrizes, ferramentas, métodos e normatização. São Paulo: Érica, 2014. MAGALHÃES, J. M. As 7 ferramentas da qualidade. Disponível em: http:// www.aprendersempre.org.br/arqs/9%20- %207_ferramentas_qualidade.pdf. Acesso em: 18 nov. 2015. MEIRELES, M. Ferramentas administrativas para identificar, observar e analisar problemas. São Paulo: Arte & Ciência, 2001. MICHEL, R.; FOGLIATTO, F. S. Projeto econômico de cartas adaptativas para monitoramento de processos. Gestão & Produção, São Carlos, v. 9, n. 1, abr. 2002. PEINADO, J.; GRAEML, A. R. Administração da produção: operações industriais e de serviços. Curitiba: UnicenP, 2007. 8 WERKEMA, M. C. C. As ferramentas da qualidade no gerenciamento de processos. Belo Horizonte: UFMG, 1995. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO 9 Questão 3 Normas da qualidade. Auditoria da qualidade. (T3.Q1) Um programa de auditoria interna visa identificar a conformidade dos processos em uma organização. Entre as etapas de preparação e condução das atividades, representadas na figura a seguir, inclui-se a execução da auditoria, etapa em que são geradas as constatações da auditoria. Fonte: Adaptado de: ABNT NBR ISO 9001:2012: Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão (2012). Considerando o exposto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I. O mapeamento de processos, ferramenta gerencial cuja finalidade é melhorar os processos existentes ou implementar novos processos, deve ser verificado durante um processo de auditoria. PORQUE II. A interação entre os processos deve alinhar-se ao escopo de certificação de uma empresa ou de seu sistema de gestão. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Resposta: A 1. Análise da questão Auditoria A norma NBR ISO 19011:2012 fornece as diretrizes sobre a gestão, o planejamento e a realização de um processo de auditoria. 10 É importante que os objetivos, o escopo e os critérios da auditoria sejam consistentes com os objetivos dos processos existentes ou de outros novos a serem implementados. A pessoa que gerencia o programa de auditoria deve selecionar os métodos para realizá-la de forma eficaz, de acordo com os objetivos, o escopo e os critérios previamente definidos. Quanto aos resultados, é importante que, no programa de auditoria, fique assegurado que os registros de auditoria sejam criados, gerenciados e mantidos, a fim de demonstrar a efetiva implementação do programa. 2. Análise das asserções I. Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. O mapeamento do processo é importante para que se tenha uma visão geral das atividades da auditoria e para que seja possível melhorar os processos existentes ou implementar novos processos. II. Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. O programa deve assegurar que os métodos para realizar a auditoria sejam eficazes e estejam alinhados com os objetivos, o escopo e os critérios estabelecidos. Relação entre as asserções. Observe que as duas asserções são verdadeiras e uma completa a outra, isto é, existe uma dependência da segunda em relação à primeira, pois a garantia de que, na auditoria, os métodos estejam alinhados aos objetivos é feita pelo mapeamento de processos. Assim, as duas asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 3. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR ISO 19011:2012: Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO 11 Questão 4 Gestão de pessoas. Gestão de conflitos (T2.Q4) A liderança aborda os processos gerenciais relativos à orientação filosófica da organização e o controle sobre a sua direção, promovendo o engajamento das lideranças, das pessoas e partes interessadas na sua causa. Além disso, a liderança é uma atividade concentrada na produção eficiente de bens e serviços, desenvolvendo a comunicação eficaz, os relacionamentos e administrando os conflitos com as pessoas e equipes, para criar uma comunidade que produza riquezas em uma ou diversas culturas organizacionais. Fonte: Adaptado de: http://www.fnq.org.br. Acesso em: 08 jul. 2015. Considerando esse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I. A gestão de pessoas envolve as práticas e os processos que buscam minimizar os conflitos entre os membros de uma organização. PORQUE II. Independentemente do estilo de liderança e dos objetivos da organização, haverá conflitos. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Resposta: B 1. Análise da questão Gestão de pessoas nas organizações A questão, que tem como tema a gestão de pessoas nas organizações, procura identificar se o estudante tem conhecimentos sobre os conflitos e sobre a sua gestão. As organizações detêm uma cultura organizacional formada por valores, crenças, pressupostos, ritos, histórias, mitos, tabus, heróis, normas, e formas de comunicação de seus líderes e colaboradores. Essas 12 características, muitas vezes, promovem as situações em que há conflitos entre as pessoas. A gestão eficaz de um conflito pode levar à mudança e não, obrigatoriamente, ao desgaste. Há de se entender que a gestão de conflitos pode ser o motor de modificação das relações humanas. Na gestão de conflitos, é preciso lidar com as diferenças de personalidades, de objetivos e metas dos indivíduos, com a eventual competição exacerbada, com as frustrações, com os valores de cada um e com as diferenças de interesses. 2. Análise das asserções I. Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. A gestão de pessoas envolve, comumente, a gestão de conflitos. Nas situações de conflito, é preciso lidar com as diferenças existentes entre as pessoas e promover o desenvolvimento das relações. II. Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. Uma organização é formada por pessoas que carregam, individualmente, as crenças, os pressupostos, os ritos, as histórias, os mitos, os tabus etc. Relação entre as asserções. Observe que as duas asserções são verdadeiras, mas não existe a dependência da segunda em relação à primeira. Assim, as duas asserções são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.3. Referências PIMENTEL, A. Gerência de projetos. São Paulo: Digerati Books, 2008. SCHEIN, E. H. Cultura organizacional e liderança. São Paulo: Atlas, 2009. VERGARA, S. C. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2016. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO 13 Questão 5 Gestão de processos. Controle da produção. Cartas de controle. (T1.Q5) O gráfico de controle é uma ferramenta estatística em que se utilizam os dados coletados de medições de processos. Facilita o monitoramento e a avaliação de características do processo, e permite verificar as variações e os prováveis defeitos nos processos avaliados. Na aplicação dos gráficos de controle, a prevenção de problemas e a tomada de ações preventivas são possíveis por meio da avaliação desses pontos de medição. Fonte: Adaptado de: CAMPOS V. F. Gerenciamento da rotina de trabalho do dia a dia. Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços, 2004. Observe o gráfico de controle a seguir: A partir do gráfico, conclui-se que o processo representado: I. Possui sete medições fora dos limites de controle estatístico; II. Possui, na quinta medição, sua menor dispersão em relação à média; III. Está fora da especificação do produto. Está correto o que se afirma em: A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III. Resposta: A 14 1. Análise da questão Gráficos de controle Os gráficos de controle, também conhecidos como cartas de controle, são importantes ferramentas de controle de processos, pois permitem que se tenha uma visão histórica dos resultados obtidos. Esses gráficos possibilitam comparar os valores dos resultados obtidos no processo aos limites estabelecidos para eles. A figura 1 apresenta um exemplo de gráfico de controle: Figura 1: exemplo de gráfico de controle. No gráfico da figura 1, é possível observar as marcações dos resultados, o limite superior permitido, o limite inferior permitido e o valor médio. Podemos verificar, também, que a marcação dos resultados 5 e 8 estão fora dos limites especificados, pois o resultado da medida 5 está abaixo do limite inferior e o da medida 8 está acima do limite superior. 2. Análise das afirmativas I. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Na figura 2, a área delimitada pelas linhas LIC e LSC é aquela em que o processo está sob controle, pois as medidas estão entre o limite inferior e o limite superior. 15 Figura 2: carta de controle da questão com a área delimitada pelos limites inferior e superior. No gráfico da figura 2, é possível observar que as marcações dos resultados 1, 5, 6, 8, 9, 10 e 14 estão fora do intervalo permitido. Observamos, também, que os resultados 12 e 15 estão no limite superior e, portanto, dentro do intervalo permitido. II. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No gráfico da figura 2, o valor médio está destacado por uma linha grossa de cor verde. Nele, é possível observar que o menor afastamento em relação à média é o da medição 2. III. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O fato de alguns resultados estarem fora do intervalo entre os limites estabelecidos não significa que o processo esteja fora da especificação para o produto. Os resultados apresentados na figura da questão indicam que é necessário algum tipo de ajuste para reduzir a dispersão de resultados. 3. Referências CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração da produção e operações: manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2017. MICHEL, R.; FOGLIATTO, F. S. Projeto econômico de cartas adaptativas para monitoramento de processos. Gestão & Produção. São Carlos, v. 9, n. 1, abr. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2002 000100003. Acesso em: 06 set. 2017. RITZMAN, L. P.; MALHORTA, M.; KAJEWSKI, J. Administração da produção e das operações. São Paulo: Prentice Hall, 2008. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO 16 Questão 6 Ferramentas da Qualidade – Pareto. (T4.Q1) A alta administração de uma empresa certificada pela norma NBR ISO 9001:2015 definiu o indicador de qualidade, no que se refere às devoluções do seu produto 0001, com relação às falhas de não qualidade, em 2%. O quadro a seguir apresenta os dados relativos aos problemas que ocasionaram as devoluções do referido produto durante o mês de maio, período em que a produção foi de 2000 unidades: EMPRESA PRODUTO 0001 PROBLEMA QUANTIDADE A Defeitos de fabricação 9 B Atrasos na entrega 11 C Erros nas entregas 5 D Fora de especificação 15 E Defeitos diversos 3 F Danificados nas entregas 7 Com esses dados, o setor de qualidade da empresa construiu o Diagrama de Pareto. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção em que é apresentado o Diagrama de Pareto construído pelo setor de qualidade dessa empresa: A D B E C 17 Resposta: A 1. Análise da questão Diagrama de Pareto Pela leitura da questão, verificamos que existe a intenção em determinar se o estudante conhece a aplicação da ferramenta de qualidade conhecida como Diagrama de Pareto. Quando estudamos as causas de algum problema, o Diagrama de Pareto quantifica-as e mostra a sua influência nos resultados. Assim, para traçar um Diagrama de Pareto é necessário classificar as causas em função do número de ocorrências (do maior para o menor), e traçar um diagrama em que aparece o número de ocorrências de cada causa e a participação percentual dessa causa no total de ocorrências. A figura 1, que foi construída a partir dos dados existentes no quadro 1, apresenta o Diagrama de Pareto usado na verificação dos problemas de produção de uma empresa. Quadro 1. Ocorrências na produção. Ocorrência Número de ocorrências Participação percentual Percentual acumulado Equipamentos 15 29,4% 29,4% Matéria-prima 12 23,5% 52,9% Transporte 8 15,7% 68,6% Infraestrutura 7 13,7% 82,4% Mão de obra 5 9,8% 92,2% Administração 4 7,8% 100,0% Figura 1: Diagrama de Pareto. 18 2. Resolução da questão Ordenando as ocorrências em função da quantidade, é possível montar o quadro 2, que mostra as quantidades, a participação de cada item no total de problemas e o percentual acumulado. Quadro 2. Ocorrências de problemas no Produto 0001. EMPRESA PRODUTO 0001 PRODUTO 0001 PRODUTO 0001 PROBLEMA Quantidade Participação percentual Percentual acumulado D Fora de especificação 15 30% 30% B Atrasos na entrega 11 22% 52% A Defeitos de fabricação 9 18% 70% F Danificados nas entregas 7 14% 84% C Erros nas entregas 5 10% 94% E Defeitos diversos 3 6% 100% Com os dados do quadro 2, é possível traçar o Diagrama de Pareto apresentado na figura 2: Figura 2: Diagrama de Pareto para os problemas no Produto 0001. 3. Análise das alternativas A – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. O diagrama apresentado na alternativa tem as ocorrências classificadas a partir da maior incidência e apresenta a linha que mostra a porcentagem acumulada. 19 B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A classificação é feita a partir do problema de menor incidência. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Os problemas aparecem no Diagrama de Pareto na ordem em que foram apresentados no enunciado. Não foi feita a classificação. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Não existe qualquer classificação para os problemas. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Não existe qualquer classificação para os problemas. Resposta: A 4. Referências ● BASTIANI, J. A. de; MARTINS, R. Diagrama de Pareto. Disponível em https://blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-pareto/. Acesso em: 11 fev. 2022. ● CÉSAR, F. I. G. Ferramentas básicas da qualidade. São Paulo:Biblioteca 24 horas, 2011. ● MOURA, C. E. Gestão de estoques – Ação e monitoramento na cadeia logística. São Paulo: Ciência Moderna, 2004. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO 20 Questão 7 Administração da produção e indicadores de desempenho (Adm. T9.Q7) Leia o texto a seguir: Nem o nível de produção nem a linha de resultados são, por si sós, medições adequadas da administração e da empresa. Posição de mercado, inovação, produtividade, desenvolvimento do pessoal, qualidade, resultados financeiros, todos são cruciais ao desenvolvimento de uma organização e à sua sobrevivência. Também as organizações sem fins lucrativos precisam de medições em algumas áreas específicas de suas missões. Os primeiros esforços de elevação do nível de produção estiveram associados ao que, atualmente, configura a área de Gestão de Produção e Operações, principalmente, com os métodos de Frederick Taylor. Daí se originou a chamada revolução gerencial. Fonte: Adaptado de: DRUCKER, P. F. O melhor de Peter Drucker: o homem, a administração, a sociedade. São Paulo: Nobel, 2002. A partir da leitura desse fragmento, faça o que se pede nos itens a seguir: a) Justifique porque os métodos de Taylor estão, originalmente, associados à Gestão de Produção e Operações. b) Escolha três áreas funcionais distintas das de Produção e Operações e, para cada uma delas, apresente e explique um indicador de desempenho gerencial. Resposta: discursiva. Recomendações para a resposta: - No caso de uma pergunta discursiva com duas alternativas, procurar responder cada uma separadamente, de modo a tornar a avaliação da resposta mais precisa e clara. Em cada alternativa, identificar o que se pede e desenvolver o texto de maneira objetiva, onde o seu propósito é demonstrar o conhecimento acerca do que se pergunta; - Em “a” pede-se a justificativa da relação dos métodos de Taylor – Teoria Científica da Administração – com a Gestão da Produção e Operações; para isso, pode comentar sobre o contexto social e empresarial do início do século XX, com os trabalhadores migrando do campo para as cidades em busca de trabalho nas fábricas, da falta de conhecimento do trabalho deles, e que Taylor desenvolve com o estudo de tempos e movimentos métodos de Organização Racional do Trabalho voltadas para a produtividade na produção, com base na simplificação da tarefa com a divisão do trabalho entre os trabalhadores e com a especialização de cada 21 um em uma tarefa simples e repetitiva, fácil de se aprender e gerar resultado; - Em “b” os indicadores de desempenho podem se referir às três grandes funções organizacionais que, junto com a produção, representam as principais funções das organizações: Finanças, Marketing e Gestão de Pessoas. À época, a função contábil tinha destaque. Um indicador de desempenho é uma medida que controla o resultado obtido por uma atividade organizacional e, assim, possibilita a sua gestão. Como exemplos, podemos citar: ● Área de Finanças: indicador de “lucro líquido” (o lucro operacional menos o imposto de renda e outras taxas) ou de endividamento (total de recursos de terceiros sobre o capital total da empresa) ou o ponto de equilíbrio contábil da empresa (total de vendas necessário para cobrir os custos fixos e variáveis); ● Área de Gestão de Pessoas: indicador de rotatividade de pessoal (percentual dos funcionários que deixam a empresa em determinado período) ou de nível de satisfação com o trabalho (que indica o quanto o funcionário está satisfeito com o trabalho) ou a produtividade da força de trabalho, em relação às metas de desempenho ou, ainda, o nível de escolaridade da força de trabalho; ● Área de Marketing: índice de lealdade (medido, por exemplo, pelo percentual de clientes que retornam para um serviço de uso eventual ou pelo percentual que se mantêm como clientes em serviços continuados) ou de satisfação (que indica o quanto o cliente está satisfeito com o produto ou o serviço recebido obtido através de uma pesquisa junto aos clientes) ou o total de vendas por produto, em um mês, ou, ainda, a quantidade de clientes ativos na carteira de clientes da empresa ou o valor médio de gastos mensal por cliente (ticket médio). 1. Introdução teórica 1.1. Administração da produção sob a ótica de Taylor Frederick W. Taylor definiu como princípios básicos da Administração, que podem ser aplicados a qualquer tipo de negócio, as quatro funções que prevalecem até os dias atuais (CARDOSO, 2019): Planejar; Organizar; Dirigir; Controlar. Para Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018), são cinco as funções de uma organização: 22 Função marketing; Função desenvolvimento do produto; Função produção; Função contábil; Função recursos humanos. Das cinco funções, três são consideradas centrais: marketing, desenvolvimento do produto e produção. Para Lacerda (2019), a administração da produção é definida como o gerenciamento das operações físicas da empresa. O termo aplica-se tanto ao ambiente industrial quanto ao ambiente de serviços. A preocupação da gestão de operações é melhorar o desempenho dos recursos produtivos (homens, máquinas, materiais e sistemas de administração) em qualquer unidade econômica para que sejam atendidas às necessidades dos clientes (GILLIESP, 2013). Ou seja, a produção consiste na transformação de um conjunto de entradas em um novo produto na saída usando os recursos disponíveis para isso, com o objetivo de atender às necessidades dos clientes. Isso é feito pela aplicação de processos específicos. Na entrada, são encontrados os insumos necessários à produção: materiais, informações, pessoas, instalações etc. Esses insumos, pelas atividades de transformação compostas pelos processos de produção, geram, como saída, os produtos ou serviços destinados a atender às necessidades dos clientes (NEUMANN, 2013). Os princípios da Administração Científica propostos por Taylor podem ser aplicados na função “produção”, gerando o produto ou o serviço desejado pelo cliente. A função “planejar” é a primeira que pode ser apresentada, pois planejar significa antecipar as ações produtivas, estudando e estabelecendo o melhor caminho, para a fabricação e a cadeia de custos. A função “organizar” consiste no estabelecimento dos recursos que serão usados em determinada produção (pessoas, instrumentos, equipamentos etc.), a ordem e a quantidade de cada um. A função “dirigir” significa transformar o planejado em ação e exercer o papel de liderança para que sejam atingidas as metas estabelecidas na função “planejar”. Por fim, a função “controlar” implica o processo de monitoramento contínuo do que está sendo produzido para que seja possível a comparação entre o planejado e o obtido na produção (CARDOSO, 2019). 1.1. Indicadores de desempenho Os indicadores de desempenho são métricas que quantificam o desempenho de uma operação de acordo com as metas traçadas na fase de planejamento (SECAF NETO, 2019). Vários são os tipos de indicadores de desempenho, e a aplicação é uma função do tipo de medida que se procura obter (FRANCISCHINI E FRANCISCHINI, 2018). Alguns desses indicadores são: 23 ● Indicadores de produtividade, que podem medir, por exemplo, a quantidade de produtos fabricados por unidade de tempo; ● Indicadores de qualidade, que podem medir, por exemplo, a quantidade de retrabalho necessária para colocar em condições de operação uma peça fabricada; ● Indicadores de capacidade, que medem a capacidade de resposta de um processo; ● Indicadores de lucratividade, que medem, por exemplo, o lucro por unidade vendida. 2. Padrão de resposta do Inep a) O estudante deve explicar que os métodos de Taylor estavam associados ao aprimoramento das tarefas operacionais,e as propostas centrais, em particular, de aplicação de métodos científicos à execução de tarefas, tiveram por meta e por resultado o aumento da produtividade dos trabalhadores. O estudante também pode justificar que a associação se dá devido ao contexto histórico ou ao local onde a teoria foi aplicada. O estudante deve citar, como exemplo, o estudo de tempos e movimentos, a especialização das atividades, a padronização de métodos e tarefas. b) O estudante pode apresentar os indicadores de desempenho gerencial associados às áreas de Marketing, Gestão de Pessoas, Finanças e Contabilidade, dentre outras. Além disso, o estudante deve apresentar um indicador e a explicação para cada indicador de desempenho mencionado compatível com a área funcional proposta. Veja os exemplos a seguir: ● Área de Finanças: indicador de “lucro líquido” (o lucro operacional, menos o imposto de renda e as outras taxas) ou de endividamento (total de recursos de terceiros sobre o capital total da empresa); ● Área de Gestão de Pessoas: indicador de rotatividade de pessoal (percentual dos funcionários que deixam a empresa em determinado período) ou de nível de satisfação com o trabalho (que indica o quanto o funcionário está satisfeito com o trabalho); ● Área de Marketing: índice de lealdade (medido, por exemplo, pelo percentual de clientes que retornam para um serviço de uso eventual, ou pelo percentual que se mantêm como clientes em serviços continuados) ou de satisfação (que indica o quanto o cliente está satisfeito com o produto ou serviço recebido). Fonte: https://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2018/ administracao.pdf. Acesso em: 15 abr. 2019. 24 3. Referências ● CARDOSO, A. Administração da produção sob a ótica dos princípios de Taylor. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/administracao-da-producao-sob-a- otica- dos-principios-de-taylor. Acesso em: 22 abr. 2021. ● FRANCISCHINI, A. S. N.; FRANCISCHINI, P. G. Indicadores de Desempenho: dos objetivos à ação – métodos para elaborar KPIs e obter resultados. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018. ● GILLESPIE, A. Gestão de operações. São Paulo: Saraiva, 2013. ● LACERDA, P. Administração da produção desde sua origem. Disponível em: https://administradores.com.br/producao-academica/administracao- da-producao-desde -sua-origem. Acesso em: 22 abr. 2021. ● NEUMANN, C. Gestão de sistemas de produção e operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. ● SECAF NETO, J. O que são indicadores de desempenho? Confira e potencialize o seu negócio. Disponível em: https://www.setting.com.br/blog/gestao-empresarial/o-que-sao- indicadores-avaliacao-desempenho/. Acesso em: 22 abr. 2021. ● SLACK, N.; BRANDON-JONES, A.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2018. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO 25 Questão 8 Balanço social – Sustentabilidade e responsabilidade social corporativa. (Adm. T9.Q6) No Balanço Social, procura-se apresentar uma análise condensada do desempenho da empresa nos três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. No que diz respeito ao pilar social, ainda se dividem os gastos da empresa com funcionários (indicadores sociais internos) e com a comunidade em que está inserida (indicadores sociais externos). A tabela a seguir apresenta dados de uma versão resumida do Balanço Social anual de 2017 de uma empresa. Base de cálculo Valor (mil R$) Receita Líquida (RL) R$123.484,06 Resultado Operacional (RO) R$49.984,97 Folha de Pagamento Bruta (FPB) R$3.362,54 Indicadores sociais internos Valor (mil R$) % sobre FPB % sobre RL Total R$2.620,42 77,93% 2,12% Indicadores sociais externos Valor (mil R$) % sobre RO % sobre RL Contribuições para a sociedade R$ 431,03 0,86% 0,35% Tributos (excluídos encargos sociais) R$22.433,44 44,88% 18,17% Total R$22.864,47 45,74% 18,52% Indicadores ambientais Valor (mil R$) % sobre RO % sobre RL Investimentos em meio ambiente 0 0% 0% A partir da análise desses dados, conclui-se que a empresa: A. Compensa a ausência de investimentos ambientais com os investimentos sociais. B. Considera, de forma equivocada, o pagamento de tributos como indicador social. C. Dispensa 45,74% do seu resultado operacional com o pagamento de tributos. D. Concentra maior parte dos seus investimentos sociais nos funcionários. E. Tem 77,93% dos seus custos direcionados para folha de pagamento. 26 Resposta: D Recomendações para a resposta: - Observe que a resposta pode ser obtida somente pela compreensão do gráfico, sem a necessidade de cálculos matemáticos. O investimento em funcionários - R$2.620,42 é maior que o investimento na sociedade - R$ 431,03, caracterizando a alternativa D como correta. - Questões com gráficos exigem a sua interpretação prévia. Como há muitas informações na tabela, a sua complexidade é elevada caso não se compreendam as suas principais informações. 1. Introdução teórica Balanço social de uma empresa Segundo Camargo (2019), o Balanço Social de uma empresa é a forma dela prestar contas à sociedade da sua gestão econômico-social, tendo como foco seu relacionamento com a comunidade. Ele é um conjunto de informações que demonstra as atividades de uma entidade privada para com a sociedade a que ela está diretamente relacionada. O Balanço Social procura apresentar a responsabilidade social de uma empresa, que é a forma de condução dos negócios da empresa, e a relação entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente (RIOS, 2019). Alguns dos objetivos do balanço social são: ● Revelar quão sólida é a estratégia de sobrevivência e crescimento da entidade com relação à responsabilidade social; ● Mostrar as contribuições à qualidade de vida da população, aos empregados e ao meio ambiente; ● Apresentar investimentos e gastos com preservação/recuperação do meio ambiente; ● Contribuir para a implementação e manutenção de processos de qualidade; ● Apresentar os passivos e contingências ambientais; ● Mostrar como a empresa se relaciona com o meio ambiente. O Balanço Social deve apresentar, de forma quantificada, todas as ações que a empresa executou na área social (TINOCO, 2010). Basicamente, o Balanço Social é composto por quatro áreas (VICENZI, 2019): Base de cálculo, que é a base financeira à qual serão atreladas as ações sociais; 27 Indicadores sociais internos, que são as ações efetivadas pela empresa na melhora da qualidade de vida de seus colaboradores; Indicadores sociais externos, que são as ações efetuadas pela empresa junto à sociedade na qual ela está inserida; Indicadores ambientais, que traduzem as aplicações feitas pela empresa em preservação do meio ambiente. Um exemplo desse tipo de balanço pode ser observado na figura 1: Figura 1: exemplo de Balanço Social. Fonte: Vicenzi (2019). 2. Análise do balanço apresentado na questão O quadro 1 apresenta o balanço social da questão e nele foram destacadas as contribuições feitas pela empresa: 28 Quadro 1. Balanço social da questão com destaque para as contribuições efetuadas. Base de cálculo Valor (mil R$) Receita Líquida (RL) R$123.484,06 Resultado Operacional (RO) R$49.984,97 Folha de Pagamento Bruta (FPB) R$3.362,54 Indicadores sociais internos Valor (mil R$) % sobre FPB % sobre RL Total R$2.620,42 77,93% 2,12% Indicadores sociais externos Valor (mil R$) % sobre RO % sobre RL Contribuições para a sociedade R$431,03 0,86% 0,35% Tributos (excluídos encargos sociais) R$22.433,44 44,88% 18,17% Total R$22.864,47 45,74% 18,52% Indicadores ambientais Valor (mil R$) % sobre RO % sobre RL Investimentos em meio ambiente 0 0% 0% Analisando os valores dascontribuições, observa-se que há predominância das contribuições feitas no âmbito interno à empresa (R$2.620,42). Foi feita uma contribuição para a sociedade de R$431,03, que representa, aproximadamente, 17% do que foi contribuído internamente à empresa. Observa-se também que não foi feita nenhuma contribuição para preservação do meio ambiente. 3. Análise das alternativas A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O fato de a empresa investir internamente, fazendo com que seus colaboradores tenham ganho social, não compensa a ausência de investimentos na preservação do meio ambiente. Os indicadores sociais são os internos, os externos e os ambientais. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Segundo a Receita Federal do Brasil (s/d), os tributos representam o conjunto de impostos, contribuições, taxas e empréstimos compulsórios que formam a receita da União. Eles são utilizados para o financiamento de serviços públicos, como segurança, cultura e educação. Isso significa que o pagamento de tributos é uma forma de contribuição para a sociedade. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O resultado operacional (RO) declarado é de R$49.984,97. O total de tributos é igual a R$22.433,04, que representam 44,88% do RO. No quadro 2, está destacada essa porcentagem. 29 Quadro 2. Balanço social da questão com destaque para os tributos. Base de cálculo Valor (mil R$) Receita Líquida (RL) R$123.484,06 Resultado Operacional (RO) R$49.984,97 Folha de Pagamento Bruta (FPB) R$3.362,54 Indicadores sociais internos Valor (mil R$) % sobre FPB % sobre RL Total R$2.620,42 77,93% 2,12% Indicadores sociais externos Valor (mil R$) % sobre RO % sobre RL Contribuições para a sociedade R$431,03 0,86% 0,35% Tributos (excluídos encargos sociais) R$22.433,44 44,88% 18,17% Total R$22.864,47 45,74% 18,52% Indicadores ambientais Valor (mil R$) % sobre RO % sobre RL Investimentos em meio ambiente 0 0% 0% D – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Das contribuições voluntárias, a de maior valor é a aplicada aos funcionários da empresa – considerando que o tributo é uma contribuição compulsória. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Considerando que o valor total dos custos (CT) seja obtido pela diferença entre a receita líquida (RL) e o resultado operacional (RO), temos: → Observando que a folha de pagamento bruta (FBP) é R$3.362,54, a relação percentual da folha de pagamento com os custos (%) é calculada por: 30 4. Referências ● CAMARGO, R. F. O que é balanço social e sua importância na contabilidade ambiental para atestar a responsabilidade social da empresa. Disponível em: https://www.treasy.com.br/blog/balanco-social- contabilidade-ambiental/. Acesso em: 22 abr. 2021. ● RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Educação fiscal para a cidadania. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/EducacaoFiscal/PrimeiroSemina rio/11SupermercadodosTributosparaAlunosdoDF.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021. ● RIOS, A. Balanço social: sua importância para as organizações. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/balanco-social-sua-importancia- para-as-organizacoes. Acesso em: 22 abr. 2021. ● TINOCO, J. E. P. Balanço social e o relatório da sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2010. ● VICENZI, D. Balanço social. Disponível em: http://cco12009.blogspot.com/2010/08/ balanco-social.html. Acesso em: 22 abr. 2021. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO 31 Questão 9 Gestão de Projetos. Análise de risco. Matriz de Impacto. (T.Q) Um clube de futebol brasileiro está se preparando para a próxima temporada de competições e tem duas possibilidades de contratação de jogadores, um argentino ou um uruguaio. Procurando quantificar os riscos e os ganhos possíveis com a contratação de cada jogador, a direção do clube elaborou a seguinte matriz de análise de riscos. Com base na situação hipotética apresentada, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A contratação do jogador argentino é recomendada com base na análise de risco. PORQUE II. A probabilidade de o jogador argentino se lesionar ou de ter um desempenho ruim é menor que a apresentada pelo jogador uruguaio. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a asserção II é uma justificativa correta da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a asserção II não é uma justificativa correta da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Resposta: B 32 1. Introdução teórica Análise de risco Na literatura, é possível encontrar várias definições de risco, como, por exemplo, a de Gitman (2010), que conceitua risco como a possibilidade de perda. Para Securato (2012), risco indica a probabilidade de ocorrência de fracasso e, segundo Wilk (2019), sempre que a incerteza associada à verificação de um evento possa ser quantificada por meio de uma distribuição de probabilidades dos diversos resultados previstos, diz-se que a decisão está sendo tomada sob uma situação de risco. Yajima (2016), por sua vez, afirma que risco é a capacidade de se mensurar o estado de incerteza de uma decisão mediante o conhecimento das probabilidades associadas à ocorrência de um evento. De acordo com Pinho et al. (2011), estamos perante uma situação de risco quando existe a probabilidade de determinada situação ter um resultado que não é o desejado. As várias definições encontradas associam risco à incerteza do resultado de um evento. Em geral, a palavra risco está vinculada a eventos não desejáveis. Em finanças, a análise de riscos financeiros consiste na avaliação das incertezas relacionadas às operações financeiras. Nesse tipo de análise, as incertezas são mensuradas por meio da avaliação da probabilidade de que determinado evento ocorra. Assim, a ideia de risco em finanças está associada às probabilidades de ocorrência de determinados resultados em relação a um valor médio esperado, ou seja, é um conceito voltado para o futuro e que revela uma possibilidade de perda (SEABRA, 2019). Uma ferramenta usada na análise de risco é a matriz de risco, também chamada de matriz de impacto, uma ferramenta de gerenciamento que permite observar os riscos inerentes às decisões. Ela é usada para determinar o tamanho de um risco e se há, ou não, controle sobre ele. É importante entender que existem duas dimensões para uma matriz de risco: A gravidade (impacto); A probabilidade. A norma regional australiana e neozelandesa AS/NZS 4360:2004 é geralmente adotada como referência nas implementações de processos de gerenciamento de riscos. Essa norma sugere uma escala de 5 classes para a probabilidade, conforme mostrado a seguir: A – Quase certo. B – Provável. C – Possível. D – Improvável. E – Raro. Essa escala deve ser ajustada às particularidades da organização e do estudo que está sendo efetuado. Entretanto, desde que possível, é sempre interessante associar uma escala quantitativa. O quadro 1, extraído de Bertolucci (2019), é um exemplo dessa escala: 33 Quadro 1. Associação da escala de probabilidades com valores numéricos. Probabilidade de incorrência de risco Frequência observada/esperada Classe Muito alta: incorrência praticamente inevitável >10% A Alta: incorrência frequente 2,5 a 10% B Moderada: incorrência ocasional 0,5 a 2,5% C Baixa: relativamente pouca incorrência em risco 0,05 a 0,5% D Remota: incorrência em risco improvável Até 0,05% E Para Bertolucci (2019), a escala de impacto deve levar em conta as consequências econômico-financeiras e as consequênciasestratégico- operacionais de um dado evento de risco. Para as consequências econômico-financeiras, também é possível associar uma escala quantitativa. Os efeitos estratégico-operacionais costumam ficar restritos a uma avaliação de impacto puramente qualitativa. Para Doyle (2019), podem ser estabelecidos três níveis com relação à probabilidade, citados a seguir: ● Alto: mais de 50% de chance de acontecer; ocorre frequentemente em circunstâncias semelhantes; ocorre várias vezes durante um projeto. ● Médio: 10% a 50% de chance de ocorrer; evento é conhecido por ocorrer, mas não com frequência. ● Baixo: menos de 10% de chance de ocorrer; evento improvável, não ocorreu em sua empresa, mas poderia acontecer; não estava mapeado, mas pode acontecer. Ainda segundo Doyle (2019), também podem ser estabelecidos três níveis com relação à gravidade, citados a seguir: ● Alto: os custos consomem grande parte dos lucros; grande chance de causar problemas; gera uma grande pausa na operação. ● Médio: os custos consomem boa parte dos lucros; é necessária ajuda para solucionar o problema; há perda de função por curto período. ● Baixo: custo baixo; problema de fácil solução; há pequena pausa nos processos. Independentemente dos níveis adotados para a matriz de risco, é sempre importante fazer sua montagem para que ela funcione como ferramenta visual que proporciona auxílio às decisões. A matriz da figura 1 é um exemplo de matriz de decisão com cinco níveis para o impacto e para a probabilidade. 34 Figura 1. Matriz de decisão. Fonte: Adaptado de: Ávila (2015). 2. Análise das asserções I. Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. A matriz de risco apresentada no enunciado da questão mostra que a somatória do valor esperado (produto entre o ganho potencial e a probabilidade de ocorrência) na contratação do jogador argentino é 700.000,00 e, na contratação do jogador uruguaio, é 637.500,00. Ou seja, o valor esperado para o jogador argentino é maior do que o valor esperado para o jogador uruguaio. II. Asserção verdadeira. JUSTIFICATIVA. A probabilidade de o jogador argentino se lesionar (25%) é menor do que a probabilidade de o jogador uruguaio se lesionar (35%). A probabilidade de o jogador argentino ter mau desempenho (10%) também é menor do que a probabilidade de o jogador uruguaio ter mau desempenho (35%). Relação entre as asserções. Não há relação de causa entre as duas asserções. 3. Referências ● ÁVILA, R. Como fazer o gerenciamento de riscos em projetos com uma matriz de riscos. Disponível em: https://blog.luz.vc/como-fazer/como-fazer- gerenciamento-de-riscos- em-projetos-com-matriz-de-riscos/. Acesso em: 29 abr. 2021. ● BERTOLUCCI, R. Matriz de risco: uma ferramenta para avaliação de riscos. Disponível em: https://auditoriaoperacional.com.br/matriz-de-risco-uma- ferramenta-para-avaliacao-de-riscos/. Acesso em: 29 abr. 2021. 35 ● DOYLE, D. O que é matriz de risco: passo a passo para implementar essa ferramenta na sua organização. Disponível em: https://www.siteware.com.br/projetos/ o-que-e-matriz-risco/. Acesso em: 29 abr. 2021. ● GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2010. ● PINHO, C. et al. Risco financeiro: medida e gestão. Lisboa: Silabo, 2011. ● SEABRA, J. M. Z. A gestão do risco financeiro. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/21560/1/Relatório%20de%20 estágio_A%20gestão%20do%20risco%20financeiro_vfinal.pdf. Acesso em: 23 abr. 2019. ● SECURATO, J. R. Decisões financeiras em condições de risco. São Paulo: Saint Paul, 2012. ● WILK, M. Gestão de risco financeiro. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/%3Fdown%3D00029561 1+&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 23 abr. 2021. ● YAJIMA, T. Gestão de risco financeiro. Disponível em: https://pt.slideshare.net/ThiagoYajima/trabalho-sobre-gesto-de-riscos- financeiros. Acesso em: 23 abr. 2021. VOLTAR PARA A APRESENTAÇÃO
Compartilhar