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1 113 Crimes Contra a Seguridade Social 1. SUMÁRIO 1. Sumário ......................................................................................................................... 1 2. Introdução ..................................................................................................................... 4 3. Crimes Contra a Seguridade Social ................................................................................. 5 3.1. Apropriação Indébita Previdenciária ......................................................................................... 5 3.1.1. Base Legal (artigo 168-A do Código Penal) ............................................................................................................. 5 3.1.2.Conduta Típica ......................................................................................................................................................... 6 3.1.3. Objeto Jurídico Tutelado ........................................................................................................................................ 6 3.1.4. Sujeito Ativo............................................................................................................................................................ 6 3.1.5. Sujeito Passivo ........................................................................................................................................................ 7 3.1.6. Pena ........................................................................................................................................................................ 7 3.1.7. Extinção da Punibilidade......................................................................................................................................... 9 3.1.8. Constituição Definitiva do Crédito Tributário Para a Caracterização do Crime Tributário (Súmula Vinculante 24 – STF) ................................................................................................................................................................................... 9 3.2. Sonegação de Contribuição Previdenciária .............................................................................. 21 3.2.1. Base Legal (artigo 337-A do Código Penal) ........................................................................................................... 21 3.2.2. Conduta Típica ...................................................................................................................................................... 22 3.2.3. Objeto Jurídico Tutelado ...................................................................................................................................... 23 3.2.4. Sujeito Ativo.......................................................................................................................................................... 23 3.2.5. Sujeito Passivo ...................................................................................................................................................... 23 3.2.6. Pena ...................................................................................................................................................................... 23 3.2.7. Extinção da Punibilidade....................................................................................................................................... 25 3.3. Falsificação de Documento Público .......................................................................................... 28 2 113 3.3.1. Base Legal (artigo 297 do Código Penal) .............................................................................................................. 28 3.3.2. Conduta Típica ...................................................................................................................................................... 29 3.3.3. Objeto Jurídico Tutelado ...................................................................................................................................... 29 3.3.4. Sujeito Ativo.......................................................................................................................................................... 29 3.3.5. Sujeito Passivo ...................................................................................................................................................... 30 3.3.6. Pena ...................................................................................................................................................................... 30 3.3.7. Documentos Equiparados a Documento Público para Efeitos Penais .................................................................. 31 3.4. Falsidade Ideológica ................................................................................................................. 33 3.4.1. Base Legal (artigo 299 do Código Penal) .............................................................................................................. 33 3.4.2. Conduta Típica ...................................................................................................................................................... 33 3.4.3. Objeto Jurídico Tutelado ...................................................................................................................................... 33 3.4.4. Sujeito Ativo.......................................................................................................................................................... 34 3.4.5. Sujeito Passivo ...................................................................................................................................................... 34 3.4.6. Pena ...................................................................................................................................................................... 34 3.4.7. Documentos Equiparados a Documento Público para Efeitos Penais .................................................................. 35 3.4.8. Observações ......................................................................................................................................................... 35 3.5. Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informações ............................................................ 36 3.5.1. Base Legal (artigo 313-A do Código Penal) ........................................................................................................... 36 3.5.2. Conduta Típica ...................................................................................................................................................... 37 3.5.3. Objeto Jurídico Tutelado ...................................................................................................................................... 37 3.5.4. Sujeito Ativo.......................................................................................................................................................... 37 3.5.5. Sujeito Passivo ...................................................................................................................................................... 38 3.5.6. Pena ...................................................................................................................................................................... 38 3.5.7. Observações ......................................................................................................................................................... 38 3.6. Modificação ou Alteração não Autorizada de Sistema de Informações .................................. 41 3.6.1. Base Legal (artigo 313-B do Código Penal) ........................................................................................................... 41 3.6.2. Conduta Típica ......................................................................................................................................................41 3 113 3.6.3. Objeto Jurídico Tutelado ...................................................................................................................................... 42 3.6.4. Sujeito Ativo.......................................................................................................................................................... 42 3.6.5. Sujeito Passivo ...................................................................................................................................................... 42 3.6.6. Pena ...................................................................................................................................................................... 42 3.6.7. Observações ......................................................................................................................................................... 42 3.7. Estelionato Previdenciário ........................................................................................................ 47 3.7.1. Base Legal (artigo 171, §3º do Código Penal) ....................................................................................................... 47 3.7.2. Conduta Típica ...................................................................................................................................................... 47 3.7.3. Objeto Jurídico Tutelado ...................................................................................................................................... 48 3.7.4. Sujeito Ativo.......................................................................................................................................................... 48 3.7.5. Sujeito Passivo ...................................................................................................................................................... 48 3.7.6. Pena ...................................................................................................................................................................... 48 3.7.7. O Princípio da Insignificância no Estelionato contra a Previdência Social ............................................................ 49 3.7.8. Observações ......................................................................................................................................................... 49 3.8. Ação Penal Pública Incondicionada ......................................................................................... 53 3.9. Representação Fiscal para Fins Penais - RFFP .......................................................................... 53 3.10. Restrições Decorrentes de Transgressões de Normas Previdenciárias .................................. 54 3.11. Apreensão de Documentos .................................................................................................... 55 3.12. Princípio da Insignificância ..................................................................................................... 56 4. Resumo da Aula ........................................................................................................... 60 5. Lista de Exercícios ........................................................................................................ 68 5.1 . Gabarito Comentado ............................................................................................................... 78 6. Gabarito Geral ........................................................................................................... 107 7. Questionário de Revisão ............................................................................................ 108 7.1. Respostas Comentadas do Questionário de Revisão ............................................................. 109 8. Considerações Finais da Aula ..................................................................................... 113 4 113 2. INTRODUÇÃO Olá meus amigos e minhas amigas! Sejam todos muito bem-vindos a mais uma aula do nosso curso de Direito Previdenciário. Vamos continuar com nosso trabalho diário de preparação, sempre com muita disciplina, rotina e comprometimento, até o dia da sua aprovação. Em nossa aula de hoje estudaremos os Crimes Contra a Seguridade Social. Falaremos sobre apropriação indébita previdenciária, sonegação de contribuição previdenciária, falsificação de documento público, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações, modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações e estelionato previdenciário. Durante seu estudo, não deixe de grifar, utilizando várias cores, os pontos mais importantes da matéria, bem como anotar, no próprio material, todas as dicas, exemplos e comentários necessários para facilitar seu processo de revisão. Também anote quais exercícios você acertou, errou, ficou com dúvidas ou teve alguma dificuldade, para intensificar a revisão dos respectivos pontos. Muito obrigado pela sua parceria e companhia em mais uma aula que se inicia. Quem vai sozinho pode ir mais rápido, porém, quem caminha junto, vai mais longe! Que Deus os abençoe e consolide o aprendizado de hoje. 5 113 3. CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL 3.1. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 3.1.1. Base Legal (artigo 168-A do Código Penal) Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. § 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. § 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 4º A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 6 113 3.1.2.Conduta Típica • Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional. • Deixar de recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público. • Deixar de recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços. • Deixar de pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela Previdência Social.O delito de apropriação indébita previdenciária, segundo a doutrina e a jurisprudência, prescinde do dolo específico (ou seja, dispensa o dolo específico, que é a vontade de realizar o fato com o fim especial de obter uma vantagem indevida) e constitui crime omissivo próprio, que se perfaz com a mera omissão de recolhimento da contribuição previdenciária dentro do prazo e das formas legais. 3.1.3. Objeto Jurídico Tutelado Trata-se de um crime contra a Administração Pública. Busca-se proteger o patrimônio do Estado, da Previdencia Social e de toda a coletividade participante do sistema previdenciário. 3.1.4. Sujeito Ativo Trata-se de crime próprio, pois somente pode ser praticado por pessoa física que tenha o dever legal de repassar à Previdência Social as contribuições arrecadadas dos contribuintes. 7 113 3.1.5. Sujeito Passivo O sujeito passivo do crime de apropriação indébita previdenciária é o Estado, em especial a Previdência Social (RGPS) 3.1.6. Pena A pena prevista para o crime de apropriação indébita previdenciária é a reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. No entanto, é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: • tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou • o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Atualmente estabelecido em R$ 20.000,00) Tal faculdade do juiz em deixar de aplicar a pena não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. Apropriação Indébita Previdenciária Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa Cintia Highlight 8 113 Apropriação Indébita Previdenciária § 1º nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – Recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II – Recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - Pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: Apropriação Indébita Previdenciária Tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios. O valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. A faculdade do juiz, acima prevista, não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight 9 113 3.1.7. Extinção da Punibilidade É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. Palavras-chave da extinção da punibilidade no crime de apropriação indébita previdenciária: • espontaneamente; • declara; • confessa; • efetua o pagamento; • presta as informações devidas à previdência social; • antes do início da ação fiscal 3.1.8. Constituição Definitiva do Crédito Tributário Para a Caracterização do Crime Tributário (Súmula Vinculante 24 – STF) Para a caracterização de crime tributário é indispensável que tenha havido a constituição definitiva do crédito tributário. Inclusive, há uma conhecida súmula vinculante neste sentido: Apropriação Indébita Previdenciária É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. Cintia Highlight Cintia Highlight 10 113 Súmula Vinculante 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. Assim, enquanto a dívida estiver sendo impugnada administrativamente, diz-se que ainda não houve constituição definitiva do crédito tributário e, consequentemente, não é permitido o ajuizamento de ação penal. Isto ocorre porque não se sabe se esse crédito vai ser mantido ou não pela Fazenda, até sua constituição definitiva na esfera administrativa. Seria temerário ajuizar ação penal por conta de um crédito que ainda não está definitivamente constituído. A apropriação indébita previdenciária é um crime tributário, uma vez que protege o interesse estatal no recebimento das contribuições previdenciárias, visando proteger, portanto, a arrecadação de um tributo. O STJ entende que a apropriação indébita previdenciária é um crime tributário material. Logo, aplica-se o entendimento da súmula vinculante 24-STF à apropriação indébita previdenciária. (...) Enquanto houver processo administrativo questionando a existência, o valor ou a exigibilidade de tributos e contribuição previdenciária, atípicas são as condutas previstas no artigo 2º, inciso I, da Lei nº 8.137/90 e no artigo 168-A do Código Penal, que têm, como elemento normativo do tipo, a existência do crédito tributário e da contribuição devida a ser repassada. 3. Não importa violação à independência das esferas administrativa e judiciária o aguardo de decisum administrativo, no qual se constitui o lançamento definitivo dos créditos. (...) (HC 163.603/SC, Min. Maria Thereza De Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 20/08/2013) Desta forma, necessária a constituição do crédito tributário para que se dê início à persecução criminal no delito de apropriação indébita previdenciária. Após se encerrar o procedimento administrativo-fiscal, estará caracterizado o crime, cabendo ao Ministério Público Federal - MPF propor a denúncia. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: Cintia Highlight 11 113 1. (VUNESP - Controlador Interno – IPRESB/ SP – 2017) (Adaptada). Com relação aos crimes contra a Previdência, é correto afirmar que a Lei n° 9.983/2000 dispõe o seguinte: Constitui crime de apropriação indébita previdenciária deixar de pagar benefício a segurado que tenha integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão, vamos analisar as disposições legais acerca do crime de apropriação indébita previdenciária, previstas no art. 168-A do Código Penal: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuiçãoou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. Como podemos perceber pela leitura do texto legal acima, constitui crime de apropriação indébita previdenciária, dentre outros, deixar de recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços. Deixar pagar benefício devido a segurado, também constitui crime de apropriação indébita previdenciária, porém APENAS quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela Previdência Social. Gabarito: ERRADO. 2. (VUNESP - Controlador Interno – IPRESB/ SP – 2017) (Adaptada). Com relação aos crimes contra a Previdência, é correto afirmar que a Lei n° 9.983/2000 dispõe o seguinte: Constitui crime de sonegação de contribuição previdenciária deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e na forma legal ou convencional. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 12 113 Para resolvermos esta questão, vamos analisar as disposições legais acerca do crime de sonegação de contribuição previdenciária, previstas no art. 337-A do Código Penal: Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: (...) Vejamos, agora, as disposições legais acerca do crime de apropriação indébita previdenciária, previstas no art. 168-A do Código Penal: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (...) Como podemos perceber pela leitura dos textos legais acima, deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e na forma legal ou convencional, não configura crime de sonegação de contribuição previdenciária, mas sim crime de apropriação indébita previdenciária. Gabarito: ERRADO. 3. (VUNESP - Controlador Interno – IPRESB/ SP – 2017) (Adaptada). Com relação aos crimes contra a Previdência, é correto afirmar que a Lei n° 9.983/2000 dispõe o seguinte: No crime de apropriação indébita previdenciária, a pena será reduzida pela metade, se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores, e presta as informações devidas à previdência social, antes do recebimento da denúncia. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão, vamos analisar as disposições legais acerca do crime de apropriação indébita previdenciária, previstas no art. 168-A do Código Penal: Art. 168-A. (...) (...) PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 13 113 § 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. Como podemos observar pela leitura do texto de lei acima transcrito, é extinta a punibilidade (e não apenas reduzida pela metade), se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores, e presta as informações devidas à previdência social, antes do antes do início da ação fiscal (e não antes do recebimento da denúncia). Gabarito: ERRADO. 4. (FCC - Juiz do Trabalho - TST – 2017) (Adaptada). Plutão constituiu uma empresa individual para criação e desenvolvimento de sistemas informatizados, contratando quatro empregados. Decorrido o primeiro ano de funcionamento, Plutão não conseguiu atingir o faturamento planejado no início, acumulando dívidas com fornecedores e contraindo empréstimos bancários. Assim, para dar sobrevida ao empreendimento decidiu, durante seis meses, descontar as contribuições previdenciárias de seus empregados sem que houvesse o devido recolhimento aos cofres da previdência social. Nessa situação, quanto aos crimes contra a previdência social, julgue o item a seguir: Caso Plutão confesse a dívida, efetue o pagamento espontâneo integral dos valores devidos e preste as devidas informações ao órgão previdenciário, antes do início da ação fiscal, poderá ser extinta a punibilidade de sua conduta. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão, vamos analisar as disposições legais acerca do crime de apropriação indébita previdenciária, previstas no art. 168-A do Código Penal: Art. 168-A. (...) (...) § 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. Como podemos observar pela leitura do texto de lei acima transcrito, caso Plutão confesse a dívida, efetue o pagamento espontâneo integral dos valores devidos e preste as devidas informações ao órgão previdenciário, antes do início da ação fiscal, poderá ser extinta a punibilidade de sua conduta. Portanto, assertiva correta. Gabarito: CERTO. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 14 113 5. (FCC - Juiz do Trabalho - Unificado – 2017) (Adaptada). Plutão constituiu uma empresa individual para criação e desenvolvimento de sistemas informatizados, contratando quatro empregados. Decorrido o primeiro ano de funcionamento, Plutão não conseguiu atingir o faturamento planejado no início, acumulando dívidas com fornecedores e contraindo empréstimos bancários. Assim, para dar sobrevida ao empreendimento decidiu, durante seis meses, descontar as contribuições previdenciárias de seus empregados sem que houvesse o devido recolhimento aos cofres da previdência social. Nessa situação, quanto aos crimes contra a previdência social, julgue o item a seguir: Se os valores das contribuições previdenciárias não fossem descontados nas remunerações dos empregados, embora não tivessem sido realizados os recolhimentos devidos à previdência social, Plutão não responderia pela prática do delito de apropriação indébita previdenciária. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão, vamos analisar as disposições legais acerca do crime de apropriação indébita previdenciária, previstas no art. 168-A do Código Penal: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (...)Como podemos observar pela leitura do texto de lei acima transcrito, para que se configure o crime de apropriação indébita previdenciária é necessário que o sujeito ativo deixe de repassar à previdência social as contribuições efetivamente recolhidas dos contribuintes ou que tenha sido efetivamente descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público. Assim sendo, se os valores das contribuições previdenciárias não forem descontados nas remunerações dos empregados, Plutão não responderá pela prática do delito de apropriação indébita previdenciária, ainda que não tenha realizados os recolhimentos devidos à Previdência Social. Portanto, assertiva correta. Gabarito: CERTO. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 15 113 6. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT – 2017) (Adaptada). Plutão constituiu uma empresa individual para criação e desenvolvimento de sistemas informatizados, contratando quatro empregados. Decorrido o primeiro ano de funcionamento, Plutão não conseguiu atingir o faturamento planejado no início, acumulando dívidas com fornecedores e contraindo empréstimos bancários. Assim, para dar sobrevida ao empreendimento decidiu, durante seis meses, descontar as contribuições previdenciárias de seus empregados sem que houvesse o devido recolhimento aos cofres da previdência social. Nessa situação, quanto aos crimes contra a previdência social, julgue o item a seguir: Conforme entendimento consagrado pelo STF com caráter vinculante, necessária a constituição do crédito tributário para que se dê início à persecução criminal no delito de apropriação indébita previdenciária. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Para a caracterização de crime tributário é indispensável que tenha havido a constituição definitiva do crédito tributário. Inclusive, há uma conhecida súmula vinculante neste sentido: Súmula Vinculante 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. Assim, enquanto a dívida estiver sendo impugnada administrativamente, diz-se que ainda não houve constituição definitiva do crédito tributário e, consequentemente, não é permitido o ajuizamento de ação penal. O STJ entende que a apropriação indébita previdenciária é um crime tributário material. Logo, aplica-se o entendimento da súmula vinculante 24-STF à apropriação indébita previdenciária. Desta forma, necessária a constituição do crédito tributário para que se dê início à persecução criminal no delito de apropriação indébita previdenciária. Portanto, assertiva correta. Gabarito: CERTO. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 16 113 7. (CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Maria, proprietária de uma sorveteria situada em uma cidade litorânea, adquiriu, de forma financiada, dois novos freezers para seu estabelecimento comercial. Em razão do período de baixa temporada, ocorreu considerável queda nas vendas da sorveteria, e o seu faturamento tornou-se insuficiente para arcar com todas as despesas. Diante dessa situação e visando honrar com o pagamento das prestações dos freezers, Maria deixou de repassar à previdência social as contribuições previdenciárias recolhidas dos cinco funcionários do estabelecimento, no prazo e na forma legal, tendo incorrido em crime contra seguridade social. Tendo como referência essa situação hipotética e com base nas disposições legais a respeito dos crimes contra a seguridade social, julgue o próximo item. A conduta de Maria configura crime de apropriação indébita previdenciária, para o qual a pena prevista é reclusão e multa. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la consultemos o Código Penal, mais especificamente em seu Art.168-A, que trata de apropriação indébita: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (...) (Destaque Nosso). Diante do exposto, podemos verificar que Maria cometeu um crime de apropriação indébita previdenciária, uma vez que deixou de repassar à Previdência Social as contribuições previdenciárias recolhidas dos cinco funcionários do estabelecimento. Portanto, a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 17 113 8. (CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Maria, proprietária de uma sorveteria situada em uma cidade litorânea, adquiriu, de forma financiada, dois novos freezers para seu estabelecimento comercial. Em razão do período de baixa temporada, ocorreu considerável queda nas vendas da sorveteria, e o seu faturamento tornou-se insuficiente para arcar com todas as despesas. Diante dessa situação e visando honrar com o pagamento das prestações dos freezers, Maria deixou de repassar à previdência social as contribuições previdenciárias recolhidas dos cinco funcionários do estabelecimento, no prazo e na forma legal, tendo incorrido em crime contra seguridade social. Tendo como referência essa situação hipotética e com base nas disposições legais a respeito dos crimes contra a seguridade social, julgue o próximo item. Iniciada ação fiscal em desfavor de Maria, o juiz responsável pelo processo não poderá deixar de aplicar pena, ainda que Maria efetue os pagamentos devidos, seja ré primária e goze de bons antecedentes. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la consultemos o Código Penal, mais especificamente seu art.168-A, que trata de apropriação indébita previdenciária: Art. 168-A. (...) § 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Destaques Nossos). Sendo assim, mesmo após iniciada ação fiscal em desfavor de Maria, o juiz responsável pelo processo poderá deixar de aplicar pena, caso Maria efetue os pagamentos devidos antes de oferecida a denúncia, seja ré primária e goze de bons antecedentes. Também é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena caso o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. Podemos concluir, portanto, que a assertiva está incorreta. Gabarito: ERRADO. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 18 113 9. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014). No que concerne aos crimes contra a seguridade social, aos delitos contra a administraçãopública e aos crimes contra a fé pública, julgue o próximo item. O delito de apropriação indébita previdenciária prescinde do dolo específico e constitui crime omissivo próprio, que se perfaz com a mera omissão de recolhimento da contribuição previdenciária dentro do prazo e das formas legais. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la consultemos o Código Penal, mais especificamente em seu Art.168-A, o qual está no capítulo V, que trata de apropriação indébita: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. O delito de apropriação indébita previdenciária, segundo a doutrina e a jurisprudência, prescinde do dolo específico (ou seja, dispensa o dolo específico, que é a vontade de realizar o fato com o fim especial de obter uma vantagem indevida) e constitui crime omissivo próprio, que se perfaz com a mera omissão de recolhimento da contribuição previdenciária dentro do prazo e das formas legais. Gabarito: CERTO. 10. (TRT – Juiz do Trabalho – TRT 8ª Região - 2014) (Adaptada). No que diz respeito à apropriação indébita previdenciária, a conduta do agente que deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional, é CORRETO afirmar que: Deixar de recolher, no prazo legal, a contribuição ou outra importância destinada à assistência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado aos trabalhadores segurados, a terceiros ou arrecadada do público, também tipifica o crime de apropriação indébita previdenciária. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão, vamos analisar as disposições legais acerca do crime de apropriação indébita previdenciária, previstas no art. 168-A do Código Penal: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 19 113 I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (...) Como podemos extrair no artigo de lei acima transcrito, também tipifica o crime de apropriação indébita previdenciária deixar de recolher, no prazo legal, a contribuição ou outra importância destinada à PREVIDÊNCIA SOCIAL (e não à assistência social) que tenha sido descontada de pagamento efetuado aos trabalhadores segurados, a terceiros ou arrecadada do público. Diante do erro em destaque, podemos afirmar que a assertiva está incorreta. Gabarito: ERRADO. 11. (TRT – Juiz do Trabalho – TRT 8ª Região - 2014) (Adaptada). No que diz respeito à apropriação indébita previdenciária, a conduta do agente que deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional, é CORRETO afirmar que: É extinta a punibilidade se o agente, compelido judicialmente, efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência e à assistência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes ou depois do início da ação fiscal. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Podemos encontrar diversos erros na presente assertiva. Vejamos a capitulação legal, consultando o Código Penal, mais especificamente em seu Art.168-A, que trata de apropriação indébita previdenciária: Art. 168-A.(...) § 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (...) (Destaques Nossos). Segundo a lei, será extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente (e não compelido judicialmente), declara, confessa e efetua o pagamento (além de efetuar o pagamento, deverá também declarar e confessar tais valores) das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social (as informações não são prestadas à assistência social), na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal (jamais após o início da ação fiscal). Como podemos perceber, existem diversos erros na afirmação do enunciado. Portanto, assertiva incorreta. Gabarito: ERRADO. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 20 113 12. (CESPE - Delegado - Polícia Federal – 2013). José abriu uma pequena padaria no bairro onde reside e contratou dez funcionários. Durante os primeiros seis meses de funcionamento do estabelecimento comercial, José arrecadou as contribuições previdenciárias de seus empregados, descontando-as das respectivas remunerações, mas não recolheu esses valores aos cofres da previdência social. Com base nessa situação hipotética e na legislação relativa aos crimes contra a previdência social, julgue o item subsequente. Se, até antes do início da ação fiscal, José confessar a dívida e efetuar espontaneamente o pagamento integral dos valores devidos, prestando as devidas informações ao órgão da previdência social, a punibilidade de sua conduta poderá ser extinta. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-lo, vamos consultar o Código Penal Art. 168-A, que trata de apropriação indébita previdenciária: Art. 168-A. (...) (...) § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (...) (Destaque nosso). Através da leitura desse artigo, podemos concluir que a assertiva está correta, pois é exatamente o que afirma o legislador. Gabarito: CERTO. 13. (CESPE - Delegado - Polícia Federal – 2013). José abriu uma pequena padaria no bairro onde reside e contratou dez funcionários. Durante os primeiros seis meses de funcionamento do estabelecimento comercial, José arrecadou as contribuições previdenciárias de seus empregados, descontando-as das respectivas remunerações, mas não recolheu esses valores aos cofres da previdência social. Com base nessa situação hipotética e na legislação relativa aos crimes contra a previdência social, julgue o item subsequente. Ainda que não tivesse descontado das remunerações de seus empregados os valores relativos às contribuições previdenciárias, José responderia pela prática do delito de apropriação indébita previdenciária. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 21 113 ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão, vamos analisar as disposições legais acerca do crime de apropriação indébita previdenciária, previstas no art. 168-A do Código Penal: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (...) Comopodemos observar pela leitura do texto de lei acima transcrito, para que se configure o crime de apropriação indébita previdenciária é necessário que o sujeito ativo deixe de repassar à previdência social as contribuições efetivamente recolhidas dos contribuintes ou que tenha sido efetivamente descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público. Assim sendo, caso João não desconte das remunerações de seus empregados os valores relativos às contribuições previdenciárias, não responderá pela prática do delito de apropriação indébita previdenciária. Podemos concluir, portanto, que a assertiva está incorreta. Se João não reteve o valor, ele não se apropriou indevidamente. Gabarito: ERRADO 3.2. SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 3.2.1. Base Legal (artigo 337-A do Código Penal) Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; PAULO Realce 22 113 III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. § 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – (VETADO) II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. § 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. 3.2.2. Conduta Típica Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: • omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária (GFIP/eSocial) segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; • deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; • omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias. 23 113 3.2.3. Objeto Jurídico Tutelado Trata-se de um crime contra a Administração Pública. Busca-se proteger o patrimônio do Estado, da Previdencia Social e de toda a coletividade participante do sistema previdenciário. 3.2.4. Sujeito Ativo Trata-se de crime próprio, pois somente pode ser praticado por pessoa física que tenha o dever legal de praticar os atos mencionados e recolher à Previdência Social as contribuições devidas. 3.2.5. Sujeito Passivo O sujeito passivo do crime de sonegação de contribuição previdenciária é o Estado, em especial a Previdência Social (RGPS). 3.2.6. Pena A pena prevista para o crime de sonegação de contribuição previdenciária é a reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. No entanto, é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: • o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Atualmente estabelecido em R$ 20.000,00) Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 4.984,35 (em valores atualizados para 2018), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. Tal valor será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da Previdência Social. 24 113 Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços. II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços. III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias. Sonegação de Contribuição Previdenciária É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa o valor previamente estipulado na legislação, o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. Cintia Highlight Cintia Highlight 25 113 3.2.7. Extinção da Punibilidade É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à Previdência Social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. Obs.: Perceba que no crime de sonegação de contribuição previdenciária não é necessário pagar para ter a punibilidade extinta, mas tão somente declarar e confessar. Já no crime de apropriação indébita previdenciária, é necessário declarar, confessar e PAGAR, para ter a punibilidade extinta. Palavras-chave da extinção da punibilidade no crime de sonegação de contribuição previdenciária: • espontaneamente; • declara; • confessa; • efetua o pagamento; (não precisa pagar) • presta as informações devidas à previdência social; • antes do início da ação fiscal Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: Sonegação de Contribuição Previdenciária § 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. Cintia Highlight 26 113 14. (VUNESP - Controlador Interno – IPRESB/ SP – 2017) (Adaptada). Com relação aos crimes contra a Previdência, é correto afirmar que a Lei n° 9.983/2000 dispõe o seguinte: As penas previstas para os crimes de apropriação indébita previdenciária e de sonegação de contribuição previdenciária são de reclusão, de 03 (três) a 06 (seis)anos, e multa. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Incorreta a presente assertiva, pois a pena previstas para os crimes de apropriação indébita previdenciária e de sonegação de contribuição previdenciária é a reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Gabarito: ERRADO. 15. (VUNESP - Controlador Interno – IPRESB/ SP – 2017) (Adaptada). Com relação aos crimes contra a Previdência, é correto afirmar que a Lei n° 9.983/2000 dispõe o seguinte: No crime de sonegação de contribuição previdenciária, é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa, se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão, vamos analisar as disposições legais acerca do crime de sonegação de contribuição previdenciária, previstas no art. 337-A do Código Penal: Art. 337-A. (...) (...) § 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (...) II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (...) A assertiva está correta, pois reproduz com exatidão o que está previsto no Código Penal. Gabarito: CERTO. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 27 113 16. (TRT - Juiz do Trabalho - TRT 2ª Região – 2010) (Adaptada). O representante legal da empresa que, para reduzir o valor das parcelas devidas à Previdência Social, omite propositalmente da sua folha de pagamento o nome de vinte empregados contratados: Incide no crime de apropriação indébita previdenciária. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la, vamos consultar o Código Penal, especificamente em seu Art. 337-A, que trata do crime de sonegação de contribuição previdenciária: Sonegação de contribuição previdenciária Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (...) (Destaques Nossos). De fato, há crime. Porém trata-se de crime de Sonegação de Contribuição Previdenciária (e não crime de apropriação indébita previdenciária). Portanto está incorreta a assertiva. Gabarito: ERRADO 17. (TRT - Juiz do Trabalho - TRT 2ª Região – 2010) (Adaptada). O representante legal da empresa que, para reduzir o valor das parcelas devidas à Previdência Social, omite propositalmente da sua folha de pagamento o nome de vinte empregados contratados: Incide no crime de sonegação de contribuição previdenciária. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la, vamos consultar o Código Penal, especificamente em seu Art. 337-A, que trata do crime de sonegação de contribuição previdenciária: Sonegação de contribuição previdenciária PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 28 113 Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (...) (Destaques Nossos). De fato, tal prática configura crime de Sonegação de Contribuição Previdenciária, como podemos observar na lei, desde que tal omissão venha acompanhada da supressão ou redução do recolhimento da contribuição social previdenciária devida. Portanto está correta a presente assertiva. Gabarito: CERTO 3.3. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 3.3.1. Base Legal (artigo 297 do Código Penal) Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 29 113 § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 3.3.2. Conduta Típica • Falsificar, no todo ou em parte, documento público; • Alterar documento público verdadeiro; • Inserir ou fazer inserir: o na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; o na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; o em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. o omitir, nestes 3 últimos documentos mencionados acima, o nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 3.3.3. Objeto Jurídico Tutelado Trata-se de um crime contra a Administração Pública. Busca-se proteger o Estado, os beneficiários da Previdencia Social e de toda a coletividade participante do sistema previdenciário que possa sofrer prejuízo. 3.3.4. Sujeito Ativo Trata-se de crime comum, pois qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo e praticar o crime de falsificação de documento público. 30 113 3.3.5. Sujeito Passivo O sujeito passivo do crime de falsificação de documento público é, em regra, o Estado, especialmente representado na figura da Previdência Social (RGPS). No entanto, o sujeito passivo também pode ser o próprio beneficiário do RGPS (segurado ou dependente), caso venha a sofrer algum prejuízo. 3.3.6. Pena A pena prevista para o crime de falsificação de documento público é a reclusão, de dois a seis anos, e multa. No entanto, se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - Reclusão, de dois aseis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. Falsificação de Documento Público Cintia Highlight 31 113 3.3.7. Documentos Equiparados a Documento Público para Efeitos Penais Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. § 3º - Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir Falsificação de Documento Público Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório. Na carteira de trabalho e previdência social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita. Em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. Falsificação de Documento Público Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight 32 113 Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 18. (TRT - Juiz do Trabalho - TRT 2ª Região – 2010) (Adaptada). O representante legal da empresa que, para reduzir o valor das parcelas devidas à Previdência Social, omite propositalmente da sua folha de pagamento o nome de vinte empregados contratados: Incide no crime de falsificação de documento público previdenciário. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la, vamos consultar o Código Penal, especificamente em seu Art. 337-A, que trata do crime de sonegação de contribuição previdenciária: Sonegação de contribuição previdenciária Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (...) (Destaques Nossos). De fato, há crime. Porém trata-se de crime de Sonegação de Contribuição Previdenciária (e não crime de falsificação de documento público previdenciário). Portanto está incorreta a assertiva. Gabarito: ERRADO. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 33 113 3.4. FALSIDADE IDEOLÓGICA 3.4.1. Base Legal (artigo 299 do Código Penal) Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 3.4.2. Conduta Típica • Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar; o com o fim de prejudicar direito, o com o fim de criar obrigação; ou o com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. • Inserir ou fazer inserir, em documento público ou particular, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita. o com o fim de prejudicar direito, o com o fim de criar obrigação; ou o com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. 3.4.3. Objeto Jurídico Tutelado Busca-se proteger o Estado e toda a coletividade. Genericamente, podemos dizer que o bem jurídico tutelado pelo crime é a fé pública, especialmente a autenticidade dos documentos públicos e particulares. 34 113 3.4.4. Sujeito Ativo Trata-se de crime comum, pois qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo e praticar o crime de falsidade ideológica. 3.4.5. Sujeito Passivo O sujeito passivo do crime de falsidade ideológica é, em regra, o Estado. No entanto, o sujeito passivo também pode ser a pessoa prejudicada pela falsidade. 3.4.6. Pena A pena prevista para o crime de falsidade ideológica é a reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Falsidade ideológica Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - Reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Cintia Highlight 35 113 3.4.7. Documentos Equiparados a Documento Público para Efeitos Penais Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 3.4.8. Observações Trata-se de um crime contra a Administração Pública. Neste crime o documento é verdadeiro em seu aspecto formal, mas o seu conteúdo é falso. No crime de falsidade ideológica o praticante visa obter, por exemplo, uma vantagem patrimonial na esfera do pagamento de contribuições previdenciárias, uma vez que alterando o conteúdo de determinados documentos, o recolhimento realizado poderá ser reduzido. É admitida a prática comissiva ou omissiva, ou seja, o agente que pratica o crime pode tanto inserir algo no teor de um documento, tornando-o falso, como pode ocultar parte deste documento. Ambas as práticas são consideradas crime e são punidas da mesma forma. Para a configuração do crime de falsidade ideológica é desnecessária realização de perícia, pois a falsidade é no conteúdo do documento, e não na forma. Vejamos decisão do STJ neste sentido: “O acórdão impugnado não dissentiu da jurisprudência desta Corte, no sentido de que, sendo a acusação de falsidade ideológica, é desnecessária a realização de perícia, uma vez que, diferentemente do que ocorre com a falsidade documental, a alteração é no conteúdo (e não na forma) do documento” (cf: AgRg no REsp. 1.304.046/RS, Rel. Min. FELIX FISCHER, Quinta Turma, j. em 2/2/2016, DJe 15/2/2016). (STJ – AgRg no AREsp 1131067/MG). Vejamos como tais assuntos já foram cobradosem prova: 36 113 19. (TRT - Juiz do Trabalho - TRT 2ª Região – 2010) (Adaptada). O representante legal da empresa que, para reduzir o valor das parcelas devidas à Previdência Social, omite propositalmente da sua folha de pagamento o nome de vinte empregados contratados: Incide no crime de falsidade ideológica. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la, vamos consultar o Código Penal, especificamente em seu Art. 337-A, que trata do crime de sonegação de contribuição previdenciária: Sonegação de contribuição previdenciária Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (...) (Destaques Nossos). De fato, há crime. Porém trata-se de crime de Sonegação de Contribuição Previdenciária (e não Falsidade Ideológica). Portanto está incorreta a assertiva. Gabarito: ERRADO 3.5. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES 3.5.1. Base Legal (artigo 313-A do Código Penal) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 37 113 3.5.2. Conduta Típica • Inserir dados falsos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública; o com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem; ou o com o fim de causar dano • Facilitar a inserção de dados falsos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública o com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem; ou o com o fim de causar dano • Alterar indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública, o com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem; ou o com o fim de causar dano • Excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública, o com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem; ou o com o fim de causar dano 3.5.3. Objeto Jurídico Tutelado Busca-se proteger a segurança do conjunto de informações dos sistemas informatizados e bancos de dados da Administração Pública, para a segurança de toda a coletividade, os quais devem ser modificados somente nos limites legais. 3.5.4. Sujeito Ativo É o funcionário público autorizado a realizar as operações nos sistemas de informatização ou de banco de dados da Administração Pública. Trata-se, portanto, de crime funcional próprio. Cintia Highlight 38 113 É possível que o particular seja coautor ou partícipe desse crime. Caso o agente não tenha autorização para realizar as operações, haverá a configuração do crime de prevaricação. 3.5.5. Sujeito Passivo O sujeito passivo deste crime é o Estado. No entanto, o particular também pode ser sujeito passivo desse crime se a conduta do agente público lhe acarretar algum prejuízo. 3.5.6. Pena A pena prevista para o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações é a reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 3.5.7. Observações Trata-se de um crime contra a Administração Pública. Neste crime pune-se o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de inserir ou facilitar a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública. Exige-se também o chamado elemento subjetivo do tipo, consistente no fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. Não há previsão da modalidade culposa por imprudência, imperícia ou negligência. A consumação do crime de Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informação independe da ocorrência de efetivo prejuízo para a Administração Pública, exigindo-se, tão somente, o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. 39 113 Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 20. (FCC- Analista Ministerial - Área Jurídica - MPE-PE– 2012) - Quanto ao crime de Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informação, é correto afirmar que a consumação independe da ocorrência de efetivo prejuízo para a Administração Pública. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la, vamos consultar o Código Penal, especificamente em seu Art. 313-A, que trata do crime de inserção de dados falsos em sistema de informações: Inserção de dados falsos em sistema de informações Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. De fato, no crime de Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informação, a consumação independe da ocorrência de efetivo prejuízo para a Administração Pública, exigindo-se, tão somente, o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. Portanto está correta a assertiva. Gabarito: CERTO Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informações Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da administração pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 40 113 21. (VUNESP - Advogado - Prefeitura de Registro - SP – 2016) - Sobre o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, tipificado no artigo 313-A do Código Penal, tal crime requer um fim especial de agir consistente na obtenção de vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema crimes contra a seguridade social. Para resolvê-la, vamos consultar o Código Penal, especificamente em seu Art. 313-A, que trata do crime de inserção de dados falsos em sistema de informações: Inserção de dados falsos em sistema de informações Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. De fato, como podemos perceber pela simples leitura da base legal acima, no crime de Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informação é exigível o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. Portanto está correta a assertiva. Gabarito: CERTO 22. (VUNESP - Procurador Legislativo - Câmara de Cotia - SP – 2017) - O funcionário público que insere dados inexatos no banco de dados da Administração Pública, por distração, em tese, pratica o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações. ( ) CERTO ( ) ERRADO COMENTÁRIOS: Essa questão aborda o tema
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