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Prévia do material em texto

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Legislação Previdenciária. 
Conteúdo, fontes, autonomia. 
 
Aplicação das normas previdenciárias. 
Vigência, hierarquia, interpretação e integração. 
 
1. SUMÁRIO 
1. Sumário ............................................................................................................. 1 
2. Introdução ......................................................................................................... 2 
3. Legislação Previdenciária ................................................................................... 3 
3.1. Conteúdo .................................................................................................................... 3 
3.2. Fontes do Direito Previdenciário ................................................................................ 4 
3.3. Ramo e Autonomia do Direito Previdenciário .......................................................... 10 
4. Aplicação das Normas Previdenciárias ............................................................. 13 
4.1. Vigência ..................................................................................................................... 14 
4.2. Interpretação ............................................................................................................ 17 
4.2.1. Interpretação quanto ao meio ......................................................................................................... 19 
4.2.2. Interpretação quanto à origem (fonte) ............................................................................................ 21 
4.2.3. Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados) ................................................................ 23 
4.3. Integração ................................................................................................................. 28 
4.3.1. Analogia .......................................................................................................................................... 30 
4.3.2. Princípios Gerais da Seguridade Social ............................................................................................ 31 
4.3.3. Princípios Gerais do Direito ............................................................................................................. 31 
 
 
 
 
 
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4.3.4. Equidade ......................................................................................................................................... 32 
4.3.4. Costumes ........................................................................................................................................ 33 
4.4. Hierarquia ................................................................................................................. 34 
4.1.1. Normas Constitucionais: .................................................................................................................. 34 
4.1.2. Normas Infraconstitucionais: ............................................................................................................ 35 
5. Competência Legislativa .................................................................................. 37 
6. Resumo da Aula ............................................................................................... 42 
7. Questões Comentadas ..................................................................................... 50 
7.1 . Lista de Exercícios .................................................................................................... 60 
8. Gabarito Geral ................................................................................................. 63 
9. Questionário de Revisão .................................................................................. 64 
9.1. Respostas Comentadas do Questionário de Revisão .............................................. 65 
10. Considerações Finais da Aula ......................................................................... 71 
 
2. INTRODUÇÃO 
Olá meus amigos e minhas amigas! Sejam todos muito bem-vindos a 
mais uma aula do nosso curso de Direito Previdenciário. Vamos 
continuar com nosso trabalho diário de preparação, sempre com muita 
disciplina, regularidade, rotina e comprometimento, até o dia da sua 
aprovação. Em nossa aula de hoje estudaremos a Legislação 
Previdenciária: conteúdo, fontes, autonomia, bem como a aplicação das 
normas previdenciárias: vigência, hierarquia, interpretação e integração. Em breve vocês 
poderão colher os frutos de todo seu esforço e dedicação. Todo trabalho sempre é 
recompensado. 
Que Deus os abençoe e consolide o aprendizado de hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
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3. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
3.1. CONTEÚDO 
Legislação Previdenciária é o conjunto de regramentos legais e infralegais que 
regulamentam o sistema previdenciário brasileiro. A legislação previdenciária engloba, por 
exemplo, a Constituição Federal, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, 
leis delegadas, decretos regulamentares a os atos administrativos (tais como instruções 
normativas, portarias, regimentos, resoluções, etc.). 
A palavra lei, no entanto, tem diferentes sentidos, conforme seu contexto seja estrito 
(stricto sensu) ou amplo (lato sensu). 
A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo Poder Legislativo, que 
detém a competência constitucional para legislar. São as denominadas normas legais ou 
primárias, que podem inovar no direito previdenciário. 
A lei em sentido amplo (lato senso) compreende todo o conjunto de normas referentes ao 
funcionamento da Previdência Social, sejam normas legais (conhecidas como primárias, 
que podem inovar), sejam normas infralegais (conhecidas como secundárias, que não 
podem inovar). 
 
 
 
Legislação
Previdenciária
(leis em sentido amplo)
Leis
(normas legais, em sentido estrito)
Atos Administrativos
(normas infralegais)
referentes ao
funcionamento
da Previdência
Social
+
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3.2. FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
"Fonte do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos 
componentes utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto 
sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da realidade 
social de um Estado. Trata-se, portanto, da matéria prima da qual nasce o direito. 
A palavra fonte é empregada metaforicamente conforme observa o jurista suíço Claude 
Du Pasquier, senão vejamos: 
“remontar à fonte de um rio é buscar o lugar de onde as suas águas saem da 
terra; do mesmo modo, inquirir sobre a fonte de uma regra jurídica é buscar o 
ponto pelo qual sai das profundidades da vida social para aparecer na superfície 
do Direito.” 
Segundo o jurista e doutrinador Miguel Reale, “o termo fonte do direito deve indicar os 
processos de produção da norma jurídica, vinculados a uma estrutura do poder, o qual, 
diante de fatos e valores, opta por dada solução normativa e pela garantia do seu 
cumprimento”. 
Ao utilizarmos a expressão “fontes do direito”, queremos designar o texto em que o 
Direito está embasado ou todos os elementos que possam ajudar na sua aplicabilidade. 
Ainda no dizer de Miguel Reale: 
“Por fonte do direito designamos os processos ou meios em virtude dos quais as 
regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência 
e eficácia no contexto de uma estrutura normativa”. 
 
Fonte do Direito é, portanto, a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se cria 
(fonte material) e como se aplica (fonte formal), ou seja, o processo de produção das 
normas. 
São exemplos de fontes do direito: as leis, jurisprudência, doutrina, analogia, princípio 
geral do direito, costumes e equidade. 
 
As fontes do Direito Previdenciário podem ser primárias ou secundárias: 
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Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ouimediata), 
corresponde às que têm força suficiente para gerar a regra jurídica, podendo 
inovar no ordenamento jurídico. São atos legislativos (emanados do Poder 
Legislativo), ou de natureza legislativa (atos com força de lei, emanados do Poder 
Executivo, cujo exemplo mais importante, hoje, são as medidas provisórias), que 
têm como característica poderem inovar o direito. 
 
Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas), 
correspondem às que não têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos 
dos aplicadores da lei e servem de precioso substrato para a compreensão e 
aplicação global do Direito, sem inovar. Têm como característica a 
impossibilidade teórica de criar, de forma inaugural, direitos ou obrigações, ou 
de modificar direitos ou obrigações previstos em lei ou outros atos primários. 
São decretos regulamentares e atos administrativos, que apenas regulamentam 
a lei, ou seja, detalham seus comandos e uniformizam procedimentos da 
administração, a fim de dar execução à lei. 
 
São exemplos de fontes primárias do Direito (atos legais): 
• Constituição Federal de 1988 
• Emendas constitucionais 
• Leis complementares 
• Leis ordinárias 
• Leis delegadas 
• Medidas provisórias 
• Decreto legislativo 
• Resolução do Senado 
• Tratados internacionais 
• Súmulas Vinculantes 
 
São exemplos de fontes secundárias do Direito (atos infralegais): 
• Decretos Regulamentares 
• Portarias 
• Instruções Normativas 
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O estudo das “fontes do direito” se inicia com a diferenciação entre direito enquanto 
forma, no caso das fontes formais (norma jurídica positivada em leis, decretos, portarias, 
etc) e direito enquanto matéria, no caso das fontes materiais (substância/valor/justiça). 
 
Vejamos a seguir o conceito de fontes formais e fontes materiais do direito: 
Fonte Formal do Direito: é aquela pela qual o direito se manifesta. Dividem-se em fontes 
formais imediatas e fontes formais mediatas, conforme definição abaixo: 
• As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do 
direito, como por exemplo, as normas legais. 
 
• As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a 
doutrina. São os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas 
jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas. 
Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de 
criar o Direito. Este significa introduzir no ordenamento jurídico novas normas jurídicas. 
No Brasil, temos algumas formas de expressão das fontes formais, sendo as leis a principal 
forma de expressão; contando também com a jurisprudência (conjunto de entendimentos 
de determinado tribunal) e a doutrina. 
Dizem respeito ao direito já devidamente formalizado, que revelam um direito vigente, 
possibilitando a sua aplicação a um caso concreto. 
No sentido formal, portanto, pode-se afirmar que a expressão “fontes do direito” diz 
respeito aos processos e estruturas capazes de produzir normas jurídicas aptas a regular 
as interações entre indivíduos e entre estes e o governo. 
As fontes formais estatais englobam a Constituição, leis complementares, leis ordinárias, 
leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções do senado. 
Englobam, também, decretos regulamentares do poder executivo, instruções ministeriais, 
circulares, portarias, ordem de serviço e normas individuais. 
 
 
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As principais fontes formais da legislação previdenciária são: 
• Constituição Federal; 
• Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios); 
• RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios); 
• Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios); 
• Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio); 
• Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS); 
• Decreto nº 6.214/07 (regulamenta o Benefício de Prestação Continuada). 
 
Fonte Material do Direito: É o estudo filosófico ou sociológico dos motivos éticos ou dos 
fatos econômicos que condicionam o aparecimento e as transformações das regras do 
direito. São constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na sociedade 
e que são condicionados pela moral, economia, geografia. 
As fontes materiais do direito previdenciário consistem, portanto, nos fatores que 
interferem na produção de suas normas jurídicas, como, por exemplo, os fundamentos do 
surgimento dos benefícios previdenciários e os costumes nas relações entre o INSS e o 
segurado. 
São elementos que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram o 
comportamento a ser tutelado e que levam ao vislumbre de um direito. A título 
exemplificativo, as fontes materiais, dentre outras, podem ser: 
- Fontes materiais históricas; 
- Fontes materiais religiosas; 
- Fontes materiais econômicas; 
- Fontes materiais naturais; 
- Fontes materiais políticas; 
- Fontes materiais morais. 
No sentido material, portanto, pode-se afirmar que todo fato social é fonte do direito. 
Tudo o que acontece de relevante pode dar ensejo à criação, alteração ou extinção de 
direitos. 
No campo específico da Seguridade Social, o direito surge de variáveis sociais e 
econômicas como a expectativa de vida da população, riqueza do país, Índices de 
desemprego, saúde dos trabalhadores, número de acidentes do trabalho, etc. 
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Fonte
Formal
Leis
(sentido amplo)
Jurisprudência
Constituição
Federal
Leis
Complementares
Leis
Ordinárias
Medida
Provisória
Lei
Delegada
+
atos
administrativos
em geral
ater-se ao disposto 
em lei, permitindo 
sua aplicação ao 
caso concreto.
sem trazer 
inovações
fontes primárias
fontes secundárias
Demais Ramos do Direito
Também são considerados fontes do direito 
previdenciário.
Principais fontes formais 
Constituição Federal
Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios)
RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios)
Instrução Normativa INSS/PRES nº 77/2015 (BENEFÍCIOS)
Instrução Normativa RFB nº 971/2009 (CUSTEIO)
Lei nº 8.742/93
(Lei orgânica da assistência social – loas)
Decreto nº 6.214/07
(Regulamenta o benefício de prestação continuada)
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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP – 2014). Acerca da legislação previdenciária, 
especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se 
segue. 
As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e n.º 8.213/1991. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
COMENTÁRIOS: 
As fontes formais do direito são aquelas pela qual o direito se manifesta. Tais fontes podem ser imediatas 
ou mediatas. 
As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como por 
exemplo, as normas legais. 
As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina. São os meios de 
expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas. 
As fontes do Direito Previdenciário também podem ser primárias ou secundárias. 
Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata), corresponde às que têm força 
suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento jurídico. 
Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas), correspondem às que não têm a 
força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e servem de precioso substrato para 
a compreensão e aplicação global do Direito, sem inovar. 
No direito Previdenciário temos comoprincipais fontes formais: 
Constituição Federal – fonte primária; 
Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios) – fonte primária; 
RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios) – fonte secundária; 
Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios) – fonte secundária; 
Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio) – fonte secundária; 
Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) – fonte primária; 
Decreto nº 6.214/07 (regulamenta o Benefício de Prestação Continuada) – fonte secundária. 
 
 
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Assim sendo podemos perceber que dentre as fontes formais do direito previdenciário incluem-se a CF e as 
Leis nº 8.212/1991 e nº 8.213/1991, como afirma o enunciado. Assertiva correta. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
 
3.3. RAMO E AUTONOMIA DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
O enquadramento do Direito Previdenciários não é pacífico, mas os doutrinadores mais 
atuais colocam-no como ramo do direito social, enquanto outros classificam como ramo 
do direito público (corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a regulamentação da 
Seguridade Social. Evidentemente, nunca será direito privado, já que, na relação jurídico-
securitária, há a participação do Estado, dotado de seu poder de império, determinando 
a filiação compulsória ao sistema e exigindo o pagamento de contribuições. 
Trata-se, outrossim, de um ramo didaticamente autônomo do direito público, uma vez que 
possui métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão 
interna. 
Além disso, a própria CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do Trabalho, 
dando àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção de que a 
previdência pertencia, em termos normativos, ao direito do trabalho. 
 
Existem duas grandes teorias que versam sobre a autonomia do Direito Previdenciário, 
senão vejamos: 
• A teoria monista diz que o Direito previdenciário está inserido no Direito do 
Trabalho; e 
• A teoria dualista, que dispõe haver plena autonomia do direito previdenciário sem 
qualquer interferência do direito trabalhista. 
Atualmente a grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista, que prega a 
autonomia entre direito do trabalho e direito previdenciário. 
O Direito Previdenciário é definindo como um conjunto de regras que regem o seguro 
social, que tem objetos, princípios e instituto próprios e normas específicas que tratam de 
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Seguridade Social, além de conter um grande repertório jurisprudencial e doutrinário 
distintos. 
Se é verdade que em alguns casos, direito previdenciário e direito do trabalho se 
aproximam, também é verdade que na maioria das ocorrências tal relacionamento não 
acontece, não sendo correto dizer, atualmente, que o Direito Previdenciário seja um 
apêndice do Direito Laboral. 
O Direito do Trabalho, por cuidar basicamente de relações dentre particulares (relação 
empregatícia), situa-se no campo do Direito Privado; o Direito Previdenciário, no entanto, 
possui natureza jurídica de direito público, pois a relação entre as partes estabelece-se por 
força da lei e não por suas vontades. 
O Poder Constituinte de 1988 criou um capítulo próprio para a Seguridade Social no 
Capítulo II, incluído no Título VIII (“Da Ordem Social”), no qual constam várias disposições 
sobre Seguridade Social, abrangendo a Previdência Social, Assistência Social e Saúde, que 
vai do artigo 194 até o artigo 204, tornando este instituto de Direito Previdenciário 
totalmente desvinculado do Direito do Trabalho, que teve suas prescrições incluídas no 
Capítulo II (“Dos Direitos Sociais”) do Título II (“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”) 
no artigo 7º. 
 
Segundo a doutrina, para caracterizar a autonomia de uma ciência é mister que: 
• ela seja bastante vasta a ponto de merecer um estudo de conjunto, adequado e 
particular; 
• ela contenha doutrinas homogêneas dominadas por conceitos gerais comuns e 
distintos dos conceitos gerais que informam outras disciplinas; 
• possua método próprio, empregando processos especiais para o conhecimento das 
verdades que constituem objeto de suas investigações. 
 
O Direito Previdenciário adquiriu status de ramo autônomo do direito por possuir métodos 
próprios, objeto próprio, princípios próprios, leis específicas e divisão interna, segundo 
critérios pacificamente aceitos pela doutrina dominante. 
O objeto do direito previdenciário é disciplinar a Previdência Social regrando a relação 
jurídica de benefício e de custeio previdenciário, além de regrar a relação jurídica de 
previdência complementar. 
Porém, não se pode afirmar categoricamente que a autonomia ou distanciamento desses 
dois importantes ramos do Direito implica em seu isolamento absoluto, haja vista que do 
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ponto de vista científico o Direito é uno e as ciências jurídicas do nosso ordenamento são 
um feixe de regras que se relacionam e se interpenetram. 
Assim sendo, apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não é 
independente dos demais ramos do direito, devendo suas normas e princípios 
respeitar e ser compatível com os demais princípios e ramos do direito. 
 
 
 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014). Acerca da legislação previdenciária, especialmente 
no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue. 
O direito previdenciário é classificado como ramo do direito privado, tendo reconhecida, pela doutrina 
majoritária, sua autonomia didática em relação a outros ramos do direito. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
Direito Previdenciário
Ramo do direito social
Ramo do direito público
(Corrente tradicionalista)
Autonomia do Direito Previdenciário
Decorre da existência de
princípios jurídicos próprios
A CF/88, através dos art. 6º e 7º, separou Previdência e 
Trabalho, dando vida autônoma a cada segmento 
jurídico
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COMENTÁRIOS: 
A assertiva está incorreta, pois o enquadramento do Direito Previdenciário, apesar de não ser pacífico, tem 
sido classificado pelos doutrinadores mais atuais como ramo do direito social, enquanto outros classificam 
como ramo do direito público (corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a regulamentação da 
Seguridade Social. Evidentemente, nunca será direito privado, já que, na relação jurídico-securitária, há a 
participação do Estado, dotado de seu poder de império, determinando a filiação compulsória ao sistema e 
exigindo o pagamento de contribuições. 
Trata-se, outrossim, de um ramo autônomo do direito público, uma vez que possui métodos, objeto e 
princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão interna. 
Além disso, a própria CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do Trabalho, dando àquela vida 
autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção de que a previdência pertencia, em termos 
normativos, ao direito do trabalho. 
No entanto, apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não é independente dos demais 
ramos do direito, devendo suas normas e princípios respeitar e ser compatível com os demais princípios e 
ramos do direito, uma vez que o direito é uno e indivisível. Mas, para efeito sistemático e didático, o direito 
é dividido em ramos e o direito previdenciário pertence a um ramo didaticamente autônomo. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
4. APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS 
Neste capítulo que se inicia ,referente à aplicação das normas previdenciárias, vamosestudar: 
• Vigência: diz respeito à existência jurídica da norma em determinado momento; 
• Interpretação: busca o sentido e o alcance das normas jurídicas; 
• Integração: preenchimento de lacunas no ordenamento jurídico; e 
• Hierarquia: é a graduação de autoridade das normas. 
 
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4.1. VIGÊNCIA 
A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus 
efeitos. É uma característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a conduta por 
esta prescrita é exigível. Em outras palavras, a vigência indica o período no qual as normas 
jurídicas têm efeito, bem como diz respeito à sua existência jurídica em determinado 
momento. 
Não devemos confundir vigência, validade e eficácia, pois possuem conceitos jurídicos 
distintos, senão vejamos: 
Validade: a validade de uma norma significa, apenas, que ela está integrada ao 
ordenamento jurídico, ou seja, pertence ao conjunto das normas jurídicas. 
Vigência: é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos. 
Eficácia: diz respeito à possibilidade concreta de produção de efeitos. 
Obs.: A vigência é requisito necessário para a eficácia da lei, mas tais conceitos 
não podem ser confundidos. 
Para exemplificar, podemos citar uma lei publicada dia 15 de agosto de 2018, aumentando 
uma contribuição previdenciária de 11% para 14%, cuja lei tenha fixado o início da sua 
vigência em 01 de setembro de 2018. Assim sendo, no dia 15/08/2018 a lei já é válida, 
porém ainda não está vigente. 
No dia 01 de setembro de 2018 a lei estará válida e vigente, porém ainda não estará eficaz, 
uma vez que, para tornar-se eficaz e produzir seus efeitos, a lei que aumenta contribuição 
Aplicação das
Normas
Previdenciárias
Vigência Hierarquia Interpretação Integração
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Cintia
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de Seguridade Social deverá respeitar a anterioridade nonagesimal (conhecida também 
por anterioridade mitigada ou noventena), somente podendo ser exigida após 90 dias 
contados da data da publicação da lei. Após os 90 dias contados da publicação da lei, esta 
lei terá sua eficácia, além de válida (desde a publicação em 15/08/2018) e vigente (desde 
01/09/2018, conforme previsto na própria lei) 
ATENÇÃO: Para esta lei ser eficaz, não são contados 90 dias da vigência, mas 
sim contados da publicação da lei). 
Geralmente, uma norma entra em vigor no momento de publicação do texto legal que a 
veicula. No entanto, pode ser estabelecido no próprio texto legislativo que a norma só 
passará a viger após certo período de tempo, contado a partir da sua publicação. Tal 
período é denominado “vacatio legis”. 
No exemplo acima, a “vacatio legis” é o período compreendido entre a publicação da lei, 
em 15/08/2018 e sua vigência, em 01/09/2018. 
Convém lembrar que a Lei de Introdução às Normas do Direito (LINDB), de 1942, 
estabelece, em seu artigo 1º, que: 
“Art. 1º. Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país 
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. 
Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de vacância, 
que então será de 45 dias após oficialmente publicada. 
Em relação ao prazo de vigência temos, portanto, algumas situações possíveis abaixo 
exemplificadas: 
• Situação 1: “Esta lei entra em vigor na data de sua publicação”. Neste caso, a 
vigência é imediata, na data da publicação ; 
• Situação 2: “Esta lei entra em vigor no dia 25/09/2018” (data hipotética). Neste caso, 
a própria lei determina quando será o início da vigência; 
Cintia
Highlight
PAULO
Realce
PAULO
Realce
 
 
 
 
 
 16 
71 
• Situação 3: “Esta lei entra em vigor no primeiro dia do segundo mês subsequente à 
sua publicação”. Neste caso, a lei determina uma regra para a apuração da data de 
início da vigência; 
• Situação 4: A lei nada diz a respeito da vigência. Neste caso, devemos utilizar a regra 
de vigência prevista no art. 1º da LINDB: “Salvo disposição em contrário, a lei 
começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente 
publicada” 
 
 
Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - Consultor Legislativo – 2014). Acerca da legislação 
previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o 
item que se segue. 
A vigência da lei de natureza previdenciária segue a regulamentação da Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, de modo que, salvo disposição contrária, entra em vigor quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
COMENTÁRIOS: 
VIGÊNCIA
DIZ RESPEITO À SUA EXISTÊNCIA JURÍDICA EM 
DETERMINANDO MOMENTO
É REQUISITO NECESSÁRIO PARA A EFICÁCIA DA LEI
NORMALMENTE A LEI COMEÇA A VIGORAR EM TODO O 
PAÍS NA DATA NELA PREVISTA OU, NÃO HAVENDO 
DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO, 45 DIAS DEPOIS DE 
PUBLICADA OFICIALMENTE (ART. 1º DA LINDB).
Cintia
Highlight
PAULO
Realce
PAULO
Realce
 
 
 
 
 
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71 
A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos. É uma 
característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a conduta por esta prescrita é exigível. Em 
outras palavras, a vigência indica o período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como diz respeito à 
sua existência jurídica em determinado momento. 
Para responder essa questão vamos consultar o art. 1º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
- LINDB: 
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. 
(Destaques Nossos). 
Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de vacância, que então 
será de 45 dias após oficialmente publicada. Sendo assim podemos concluir que a assertiva está 
correta. 
 
Contudo nunca nos esqueçamos do “salvo disposição contrária”, evitando cairmos em pegadinhas. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
4.2. INTERPRETAÇÃO 
Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos que 
objetivam definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas. 
Não devemos, contudo, confundir enunciado normativo com norma jurídica. 
No Direito Previdenciário o enunciado normativo é o texto “seco” da legislação 
previdenciária, dissociado dos fatos sociais e interpretativos. São apenas palavras reunidas. 
Já a norma jurídica é o texto legal interpretado, dotada de carga criativa do intérprete, 
diferentemente do caráter geral e abstrato que marca o enunciado normativo. 
A interpretação decorre, portanto, da análise da norma jurídica, para permitir sua aplicação 
ao caso concreto. 
Toda lei está sujeita a interpretação, não apenas leis obscuras e ambíguas. 
A ciência da interpretação das leis é denominada hermenêutica jurídica e, como toda 
ciência, tem seus métodos. 
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
 18 
71 
Assim sendo, buscando extrair o preciso alcance, conteúdo e sentido da norma, a doutrina 
propõe diversos critérios interpretativos, por meio de modelos, elementos e técnicas, 
conforme abaixo enumerados: 
Interpretação quanto ao meio 
• Interpretação gramatical ou literal (também conhecida como interpretação 
semântica, textual ou verbal); 
• Interpretação finalística ou teleológica; 
• Interpretação sistemática; 
• Interpretação histórica; 
• Interpretação lógica. 
 
Interpretação quanto à origem (quanto à fonte) 
• Interpretação legislativa ou autêntica; 
• Interpretação judicial; 
• Interpretação administrativa; 
• Interpretação doutrinária. 
 
Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados) 
• Interpretação declaratória 
• Interpretação extensiva 
• Interpretação restritiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.2.1. Interpretação quanto ao meio 
• Interpretação gramatical ou literal 
Nesta técnicainterpretativa busca-se o sentido da lei mediante a análise do 
significado das palavras utilizadas pelo legislador, levando-se em conta 
exclusivamente o rigoroso significado literal das palavras constantes do texto legal, 
sem considerar outros valores interpretativos. 
Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo disposição em contrário, 
ser utilizada isoladamente. 
 
Interpretação (sentido e alcance das normas jurídicas)
Gramatical / Literal
Finalística / Teleológica
Sistemática
Histórica
Lógica
Legislativa / Autêntica
Judicial
Administrativa
Doutrinária
Declaratória
Extensiva
Restritiva
Quanto ao
Meio
Quanto à
Origem (fonte)
Quanto à
Finalidade
(Efeitos ou
Resultados)
Gramatical / Literal
Busca-se o sentido da lei mediante a análise do
significado das palavras utilizadas pelo legislador
Método bastante restrito
Não deve ser utilizado isoladamente.
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
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• Interpretação finalística ou teleológica 
Nesta técnica interpretativa busca-se o fim almejado pelo legislador, ou seja, o 
intérprete busca o sentido da norma por meio do entendimento da finalidade de sua 
inserção no ordenamento jurídico e por meio dos valores por ela tutelados. 
 
 
 
• Interpretação sistemática 
Nesta técnica interpretativa a norma é analisada como parte de um sistema jurídico 
na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser 
interpretada em conjunto e de forma compatível com outros diplomas legais do 
ordenamento jurídico e com os princípios de direito envolvidos. 
Deve-se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico 
brasileiro, evitando contradições. 
 
 
• Interpretação histórica 
Por meio desta técnica interpretativa o intérprete deve levar em consideração os 
antecedentes normativos e históricos, tais como circunstâncias políticas, sociais, 
Finalística ou Teleológica
Busca-se o fim almejado pelo legislador
É o objetivo a ser atingido com o dispositivo legal
Sistemática
Interpretação em conjunto e compatível com outros
diplomas legais do ordenamento jurídico e com os 
princípios de direito envolvidos.
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
PAULO
Realce
 
 
 
 
 
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71 
econômicas e culturais presentes no momento da edição da norma, mediante a 
análise contextual dos interesses da época. 
 
 
• Interpretação lógica 
Nesta técnica interpretativa busca-se o sentido e alcance da norma levando-se em 
conta a compatibilidade e concordâncias por meio de raciocínios e conclusões 
lógicas. 
 
 
4.2.2. Interpretação quanto à origem (fonte) 
• Interpretação legislativa ou autêntica 
A interpretação é denominada autêntica quando é realizada pela mesma autoridade 
responsável pela elaboração da lei que se pretenda interpretar. 
Tal interpretação pode ser realizada: 
a) no texto da própria lei interpretada, quando determinados conceitos e 
esclarecimentos interpretativos são definidos no corpo na mesma lei; 
b) poderá ser elaborada nova lei para dirimir dúvidas sobre lei já existente. 
 
Histórica
Análise do momento histórico da aprovação
Busca-se o sentido da lei mediante a análise contextual 
dos interesses da época
Lógica
Leva-se em conta a compatibilidade e concordâncias por 
meio de raciocínios e conclusões lógicas
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
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• Interpretação judicial 
A interpretação é denominada judicial quando for efetivada pelos órgãos do Poder 
Judiciário (juízes e tribunais), no exercício da jurisdição, ao analisarem os processos 
que lhes são submetidos. 
Não devemos confundir interpretação judicial com jurisprudência. A decisão de um 
juiz é fruto de sua interpretação judicial. No entanto, para falarmos em 
jurisprudência, é necessário que diversas decisões se reiterem no mesmo sentido. 
 
 
 
• Interpretação administrativa 
A interpretação é denominada administrativa quando é realizada pela administração 
pública, no exercício de sua função administrativa. 
A administração interpreta a lei por meio de atos gerais e abstratos (atos 
administrativos gerais sem analisar casos concretos) ou por meio de atos individuais 
e concretos (atos administrativos específicos, aplicáveis a casos concretos). 
 
Legislativa ou Autêntica
Realizada pelo próprio legislador, quando traz 
esclarecimentos interpretativos na própria lei ou 
elabora nova lei para dirimir dúvidas sobre lei já 
existente.
Judicial
É efetivada pelos órgãos do pode judiciário, no exercício 
da jurisdição, ao analisarem os processos que lhes são 
submetidos.
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
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71 
 
 
• Interpretação doutrinária 
A interpretação é denominada doutrinária quando é fruto do trabalho dos 
estudiosos do direito, ao analisar didaticamente as normas jurídicas. 
Tal técnica interpretativa não é de observância obrigatória, mas é uma importante 
ferramenta para que o legislador, juízes e autoridades administrativas fundamentem 
suas conclusões e posicionamentos. 
 
 
 
4.2.3. Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados) 
• Interpretação declaratória 
Na interpretação declaratória o intérprete, após utilizar-se dos critérios já estudados 
de interpretação, conclui que há coincidência entre o que o legislador pretendia 
dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto legal, dispensando qualquer 
correção interpretativa do alcance normativo. 
Administrativa
É realizada pela administração pública, no exercício de 
sua função administrativa.
Doutrinária
A interpretação é denominada doutrinária quando é fruto 
do trabalho dos estudiosos do direito (doutrinadores), 
ao analisar didaticamente as normas jurídicas.
Não é de observância obrigatória.
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
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71 
 
 
• Interpretação extensiva ou ampla 
A interpretação extensiva ocorre quando o legislador diz no enunciado normativo 
menos do que pretendia, deixando de abranger situações que deveriam estar 
contempladas, sendo necessário, neste caso, ampliar o alcance da norma, alcançado 
por meio da interpretação extensiva situações que o legislador originalmente 
pretendia contemplar. 
 
 
• Interpretação restritiva ou limitativa 
A interpretação restritiva ocorre quando o legislador diz no enunciado normativo 
mais do que pretendia, abrangendo situações que não deveriam estar 
contempladas, sendo necessário, neste caso, restringir o alcance da norma 
interpretada, alcançado apenas as situações que o legislador originalmente 
pretendia contemplar. 
 
 
Declaratória
O intérprete conclui que há coincidência entre o que o 
legislador pretendia dizer e o que efetivamente ficou 
disposto no texto legal, dispensando qualquer 
correção interpretativa do alcance normativo.
Extensiva (ampla)
É usada quando o legislador diz menos do que queria e 
devia, deixando de abranger situações que deveriam 
estar contempladas.
Restritiva (limitativa)
É usada quando o legislador diz mais do que queria e 
devia, atingindo situações não previstas e indesejadas.
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação 
previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e 
interpretação, julgue o item que se segue. 
Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca compatibilizar o texto 
legal a ser interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, 
visualizando a lei objeto de interpretação como parte de um todo. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
COMENTÁRIOS: 
Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos que 
objetivam definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas. 
Os métodos de interpretação utilizados são: 
 
Interpretação quanto ao meio 
Interpretação gramatical ou literal(também conhecida como interpretação semântica, textual 
ou verbal); 
Interpretação finalística ou teleológica; 
Interpretação sistemática; 
Interpretação histórica; 
Interpretação lógica. 
 
Interpretação quanto à origem (quanto à fonte) 
Interpretação legislativa ou autêntica; 
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
 
 
 
 
 
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71 
Interpretação judicial; 
Interpretação administrativa; 
Interpretação doutrinária. 
 
Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados) 
Interpretação declaratória 
Interpretação extensiva 
Interpretação restritiva 
 
A interpretação teleológica é uma técnica em que se busca o fim almejado pelo legislador, ou 
seja, o intérprete busca o sentido da norma por meio do entendimento da finalidade de sua 
inserção no ordenamento jurídico e por meio dos valores por ela tutelados. 
Por outro lado, pela interpretação sistemática a norma é analisada como parte de um sistema 
jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser 
interpretada em conjunto e de forma compatível com outros diplomas legais do ordenamento 
jurídico e com os princípios de direito envolvidos, devendo-se buscar harmonia e unicidade, 
característicos do ordenamento jurídico brasileiro, evitando contradições. 
Desta forma, fica evidente que a assertiva trata da técnica de interpretação sistemática (e não 
de interpretação teleológica). 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação previdenciária, 
especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se 
segue. 
Ao se utilizar do método de interpretação sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser 
interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de 
interpretação como parte de um todo. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
PAULO
Realce
 
 
 
 
 
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71 
 
COMENTÁRIOS: 
Por meio da interpretação sistemática, a norma é analisada como parte de um sistema jurídico na qual está 
inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser interpretada em conjunto e de forma 
compatível com outros diplomas legais do ordenamento jurídico e com os princípios de direito envolvidos, 
devendo-se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico brasileiro, evitando 
contradições. 
Assim sendo, correta está a presente assertiva ao afirmar que, no método de interpretação sistemático, o 
intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas que compõem o 
ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como parte de um todo. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
(CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada). Acerca da legislação previdenciária, 
especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se 
segue. 
Ao se utilizar do método de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do dispositivo legal. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
COMENTÁRIOS: 
Por meio da Interpretação gramatical ou literal, o intérprete busca o sentido e o alcance da lei mediante a 
análise do significado das palavras utilizadas pelo legislador, levando-se em conta exclusivamente o rigoroso 
significado literal das palavras constantes do texto legal, sem considerar outros valores interpretativos. Por 
tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo disposição em contrário, ser utilizada isoladamente. 
Desta forma, podemos afirmar que a assertiva está correta, pois, de fato, ao se utilizar do método de 
interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do dispositivo legal. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
PAULO
Realce
PAULO
Realce
 
 
 
 
 
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4.3. INTEGRAÇÃO 
Como vimos, interpretar é buscar o conteúdo e o alcance de determinada norma jurídica. 
Ou seja, quando utilizamos as técnicas de interpretação, estamos diante a norma jurídica 
existe, cabendo apenas interpretá-la. 
Entretanto, pode ocorrer de não existir no sistema jurídico uma norma para a situação que 
se apresente para resolver. Neste caso, a interpretação torna-se prejudicada, pois não 
norma alguma a se interpretar, uma vez que estamos diante de lacunas normativas, ou seja, 
situações não disciplinadas por lei, mas que precisam de uma solução a ser dada pelo 
direito. Neste caso, o aplicador da lei utiliza-se das técnicas de integração da legislação, 
para garantir a plenitude do direito. 
 Em resumo, podemos distinguir a interpretação da integração conforme segue: 
Interpretação: Pressupõe a existência de uma norma expressa e específica 
para o caso. 
 
Integração: Aplica-se nos casos de ausência de norma expressa e específica 
para o caso. 
Pelo princípio da plenitude do direito, o juiz está proibido de deixar de decidir os litígios 
a ele submetidos sob a alegação de que não existe lei disciplinando a matéria, pois, nestes 
casos, deverá utilizar as técnicas de integração, conforme previsto em nosso ordenamento 
jurídico. 
Integrar, portanto, significa preencher as lacunas da lei. Assim sendo, o intérprete fica 
autorizado a suprir tais lacunas existentes na norma por meio da utilização de técnicas 
integrativas. 
A regra geral básica para solucionar o problema das lacunas no direito brasileiro está 
prevista no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, conforme 
segue: 
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito. 
(grifos nossos) 
Cintia
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Cintia
Highlight
Cintia
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Cintia
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PAULO
Realce
 
 
 
 
 
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71 
Segue abaixo relação com as técnicas de integração previstas na LINDB: 
• Analogia; 
• Costumes; e 
• Princípios Gerais do Direito 
 
No entanto, tratando-se de contribuições previdenciárias, que são espécies tributárias, a 
solução do problema das lacunas deve seguir uma regra mais específica, e que deve 
prevalecer, prevista no art. 108 do Código Tributário Nacional – CTN, abaixo transcrito: 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação 
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a equidade. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. 
(grifos nossos) 
 
Segue abaixo relação com as técnicas de integração previstas no CTN: 
• a analogia; 
• os princípios gerais de direito tributário; 
• os princípios gerais de direito público; e 
• a equidade. 
 
A doutrina previdenciária tem adotado, outrossim, técnicas de integração mais específicas 
para a Seguridade Social, como segue: 
• a analogia; 
• os princípios gerais da Seguridade Social; 
• os princípios gerais de direito; e 
• a equidade. 
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
 30 
71 
 
Vamos conceituar e analisar cada uma das técnicas de integração previstas na legislação 
previdenciária, na doutrina e na jurisprudência: 
 
 
 
 
4.3.1. Analogia 
Pela analogia, a lacuna deverá ser preenchida buscando-se solução para casos semelhantes 
no ordenamento jurídico, para os quais exista norma jurídica. Pelo conceito de analogia, 
casos parecidos devem ser julgados de maneira semelhante. 
O uso da analogia, nos termos do § 1º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na exigência 
de uma contribuição previdenciária não previsto em lei. 
A utilização da analogia tem por fundamento o princípio da isonomia, pois em casos 
semelhantes devem-se aplicar soluções análogas. 
Integração (preenchimento de lacunas noordenamento jurídico)
Analogia
Princípios Gerais da
Seguridade Social
Princípios Gerais
do Direito
Equidade
Ferramentas
para a
Integração
Juiz não pode abster-se de julgar alegando a inexistência de norma sobre 
determinado assunto. Tem que usar recursos integrativos.
Segundo o art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
(LINDB), “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
 31 
71 
 
 
4.3.2. Princípios Gerais da Seguridade Social 
Não preenchida a lacuna por meio da analogia, deve o responsável pela aplicação da 
legislação previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais da Seguridade Social. 
Tais princípios estão previstos na Constituição Federal, mais exatamente nos artigos 194 a 
204. 
 
 
 
4.3.3. Princípios Gerais do Direito 
Não preenchida a lacuna por meio da analogia nem tampouco por meio dos princípios 
gerais da Seguridade Social, deve o responsável pela aplicação da legislação previdenciária 
recorrer-se dos Princípios Gerais do Direito. 
Princípios Gerais do Direito são ideias basilares e fundamentais do direito, que lhe dão 
apoio e coerência, fornecendo as principais diretrizes do ordenamento jurídico. Trata-se 
de enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão 
do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de 
novas normas. São considerados, por muitos autores, como sendo os alicerces do 
ordenamento jurídico. 
Trago, também, uma das melhores definições do conceito de princípios, extraída dos 
ensinamentos de Celso Antônio Bandeira de Mello: 
Analogia
Baseia-se em situações similares existentes no 
ordenamento jurídico.
Princípios Gerais da Seguridade Social
Não preenchida a lacuna por meio da analogia, deverá o
intérprete buscar a solução nos princípios gerais da
Seguridade Social, que se encontram nos artigos 194 a
204 da Contituição Federal.
 
 
 
 
 
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“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro 
alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, 
compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e 
inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema 
normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o 
conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes 
componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo” 
 
 
 
4.3.4. Equidade 
Caso nenhuma das técnicas anteriores preencha a lacuna normativa, a autoridade 
responsável pela aplicação da legislação previdenciária se utilizará da equidade, 
procurando dar a solução mais justa, por meio da humanização da aplicação normativa. 
Quando decide por equidade, o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse o 
legislador, com o mais amplo senso de justiça. 
Neste caso, a decisão é carregada de um amplo grau de discricionariedade para preencher 
a lacuna, adequando o ordenamento jurídico, na falta de norma específica, às 
especificidades apresentadas no caso concreto, decidindo da forma que entenda ser a 
mais justa. 
O uso da equidade, nos termos do § 2º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na 
dispensa de pagamento de uma contribuição previdenciária devida. 
Princípios Gerais do Direito
Fornecem as diretrizes principais do ordenamento 
jurídico brasileiro.
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
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4.3.4. Costumes 
Nos termos do art. 4º da LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo 
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
Considera-se costume a prática reiterada no tempo que se subtende obrigatória. A isso 
chamamos juridicamente de costume, havendo a presença de dois elementos que o 
compõem: 
• elemento objetivo (reiteração no tempo); e 
• elemento subjetivo (obrigatoriedade social). 
Preenchidos esses dois requisitos (reiteração no tempo e obrigatoriedade social), podemos 
dizer, então, que temos um costume dentro de uma sociedade politicamente organizada. 
Aliás, as regulações jurídicas, no seu nascedouro, eram tipicamente consuetudinárias 
(baseadas nos costumes). Com o passar dos tempos, a lei foi assumindo o papel de 
destaque e os costumes se tornaram secundários nas resolução dos conflitos sociais. 
No ordenamento jurídico brasileiro é vedada a revogação da lei pelos costumes, seja na 
hipótese de provocar o seu desuso, seja no caso de ser contrário à lei. 
 
 
 
Equidade
É o sentimento do justo. É o recurso intuitivo das
exigências da justiça, em caso de omissão normativa.
Costumes
Baseia-se nas práticas reiteradas, de longa data, pela
sociedade e aceitas como corretas.
Cintia
Highlight
Cintia
Highlight
 
 
 
 
 
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4.4. HIERARQUIA 
As normas que compõem o ordenamento jurídico brasileiro guardam hierarquia entre si, 
ou seja, existem normas superiores que devem ser respeitadas pelas normas inferiores. 
Em se tratando de conflitos positivos (mais de uma norma sobre o assunto), temos as 
seguintes regras básicas de solução de antinomias (contradição entre duas leis): 
• a norma de hierarquia superior prevalece sobre a norma de hierarquia inferior; 
• a norma posterior prevalece sobre a mais antiga; 
• a lei especial prevalece sobre a lei geral (critério da especialidade). 
 
Portanto, quanto da aplicação da lei, deve-se seguir uma hierarquia, ou seja, as leis de 
menor grau devem obedecer às de maior grau. 
• No topo da hierarquia temos as normas constitucionais originais ou reformadoras. 
• Seguem-se as leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, as medidas 
provisórias e os decretos legislativos que internalizam, no direito brasileiro, as 
convenções, tratados e acordos internacionais firmados pelo Brasil. 
• Logo abaixo estão, como norma infralegal, as normas regulamentares de âmbito 
administrativo. Assim, os decretos expedidos pelo Presidente da República (art. 84, 
IV, da CF/88), as resoluções, as portarias, as instruções normativas, as ordens de 
serviço e os pareceres normativos são aceitos como fontes formais, na medida em 
que observem as normas de hierarquia superior, uma vez que estes atos se destinam 
a trazer concretude para a norma legal, orientando a forma de proceder da própria 
administração. 
 
Como se constata, há uma evidente hierarquia entre as fontes. O ordenamento jurídico 
nacional caracteriza as normas em categorias, quanto à hierarquia, da seguinte forma: 
 
4.1.1. Normas Constitucionais: 
• Constituição Federal; 
• Emendas Constitucionais. 
• Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
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dos votos dos respectivos membros são equivalentes a emendas constitucionais, nos 
termos do § 3º do art. 5º da CF/88. 
 
As normas constitucionais são as normas mais importantes do ordenamento jurídico 
nacional. Por tal razão, um dos princípios pertinentes à Constituição Federal é o princípio 
da supremacia Constitucional. 
 
4.1.2. Normas Infraconstitucionais: 
• Normas Supralegais; 
• Normas Legais; e 
• Normas Infralegais. 
 
4.1.2.1. Normas Supralegais: são os tratados internacionais de direitos humanos 
aprovados pelo procedimento ordinário. Esses Tratados, conforme dispõe 
o STF, estão acima de todas as leis e a abaixo da Constituição e suas 
emendas. 
 
4.1.2.2. Normas Legais: 
• Leis Complementares; 
• Leis Ordinárias; 
• Leis Delegadas; 
• Medidas Provisórias; 
• Decretos Legislativos; 
• Resoluções da Câmara dos Deputados; 
• Resoluções do Senado Federal; e 
• Tratados internacionais que não versarem sobre direitos humanos serão 
equivalentes às leis ordinárias (não podendo, portanto, disciplinarmatéria reservada a lei complementar). 
 
Caso as normas legais deixem de respeitar a Constituição, as Emendas 
Constitucionais ou as Normas Supralegais, deverão ser declaradas inconstitucionais 
ou ilegais. 
 
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4.1.2.3. Normas Infralegais: são assim divididas: 
• Decretos; 
• Portarias; 
• Instruções Normativas; 
• Ordens de Serviço; 
• outros atos administrativos. 
 
Esses atos estão no patamar mais baixo da hierarquia normativa. Caso as 
normas infralegais deixem de respeitar as Normas Constitucionais, as 
Normas Supralegais ou as Normas Legais, deverão ser declaradas 
inconstitucionais ou ilegais. 
 
A legislação previdenciária é submetida a esta mesma hierarquia estudada, prevalecendo 
as normas constitucionais em detrimento das legais e estas, em detrimento das normas 
complementares (apesar de haver divergência doutrinária sobre a hierarquia entre leis 
complementares e leis ordinárias). A princípio, não há hierarquia entre as duas leis básicas 
da previdência (Leis nº 8.212/91 e nº 8.213/91), cabendo algumas regras de preferência 
em caso de conflitos de normas, como, por exemplo: 
a) prevalência da norma específica sobre a genérica; e 
b) o in dubio pro misero. 
 
Ainda dentro da legislação previdenciária, vejamos o que está disposto no art. 85-A da lei 
8.212/91: 
Art. 85-A. Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou 
organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão 
interpretados como lei especial. 
Como podemos observar, os tratados, convenções e outros acordos internacionais que 
versem sobre matéria previdenciária serão considerados como lei especial e não lei geral. 
Assim, pelo critério da especialidade, havendo conflito entre lei interna e um tratado que 
trade de matéria previdenciária, deverá prevalecer a norma especial (tratado) sobre a 
norma geral (lei interna). 
 
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5. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar sobre questões 
relacionadas a seguridade social. Contudo, lei complementar poderá autorizar os Estados 
a legislar sobre questões específicas relacionadas à Seguridade Social. 
Ademais, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre previdência social. 
Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, a 
competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. No entanto, a superveniência de lei 
federal sobre normas gerais suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
Segue abaixo as respectivas normas constitucionais que tratam da competência legislativa 
previdenciária: 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
XXIII - seguridade social; 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
 (...) 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas 
gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar 
dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, 
para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que 
lhe for contrário. 
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Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 
 
(CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016). Com relação ao conteúdo e à autonomia da 
legislação previdenciária, julgue o item abaixo. 
Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a legislar sobre questões específicas 
relacionadas à seguridade social. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
COMENTÁRIOS: 
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre este assunto são encontradas na 
Constituição Federal. Assim sendo, vamos consultar a CF/88 e conferir a resposta: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
XXIII - seguridade social; 
(...) 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das 
matérias relacionadas neste artigo. 
 
Apesar de não constar o Distrito Federal no texto da Constituição Federal, ainda assim a assertiva está 
correta, pois o DF tem as mesmas competências legislativas dos Estados e Municípios. Como podemos ver, 
a assertiva está correta. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
(CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ PA – 2016). Acerca do regime geral e dos regimes 
especiais de previdência social, julgue o item seguinte. 
É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos estados e ao 
Distrito Federal legislar sobre essa matéria. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
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COMENTÁRIOS: 
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre esse assunto são encontradas na 
Constituição Federal. Vamos, então, consultá-la em seus artigos 22 e 24 abaixo: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
XXIII - seguridade social; 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
(...) 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
(...) 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a 
suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
(Destaques Nossos). 
 
Podemos concluir que a assertiva está errada ao afirmar que é vedado aos Estados e ao Distrito Federal 
legislar sobre a previdência social, pois, de acordo com a CF/88, em regra, Estados e Distrito Federal cuidam 
da suplementação da norma, tornando-as adequadas às necessidades especificas de cada região, cabendo à 
União a tarefa de estabelecer as normas gerais. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
 
 
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PAUSA PARA ANOTAÇÕES 
 
Vamos dar uma parada. Você estudou diversas informações 
importantes. Anote tudo o que você acha que pode causar 
problemas para você. Certamente você fará bom uso de suas 
anotações. Pronto, agora é com você. Mãos à obra. 
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 “Todo esforço sempre é recompensado!” 
 
 
 
 
 
 
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6. RESUMO DA AULA 
 
 
• Legislação Previdenciária 
• Conteúdo 
o Legislação previdenciária é o conjunto de leis e atos normativos 
referentes ao funcionamento da Previdência Social. 
o A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo Poder 
Legislativo, que detém a competência constitucional para legislar. São as 
denominadas normas legais ou primárias, que podem inovar no direito 
previdenciário. 
o A lei em sentido amplo (lato senso) compreende todo o conjunto de 
normas referentes ao funcionamento da Previdência Social, sejam normas 
legais (conhecidas como primárias, que podem inovar), sejam normas 
infralegais (conhecidas como secundárias, que não podem inovar). 
 
• Fontes 
o "Fonte do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico para se 
referir aos componentes utilizados no processo de composição do 
direito, enquanto conjunto sistematizado de normas, com um sentido e 
lógica próprios, disciplinador da realidade social de um Estado. 
▪ Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou 
imediata), corresponde às que têm força suficiente para gerar a 
regra jurídica, podendo inovar no ordenamento jurídico. São atos 
legislativos (emanados do Poder Legislativo), ou de natureza 
legislativa (atos com força de lei, emanados do Poder Executivo, 
cujo exemplo mais importante, hoje, são as medidas provisórias), 
que têm como característica poderem inovar o direito. 
▪ Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou 
mediatas), correspondem às que não têm a força das primeiras, 
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mas esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e servem de 
precioso substrato para a compreensão e aplicação global do 
Direito, sem inovar. Têm como característica a impossibilidade 
teórica de criar, de forma inaugural, direitos ou obrigações, ou de 
modificar direitos ou obrigações previstos em lei ou outros atos 
primários. São atos administrativos, que apenas regulamentam a 
lei, ou seja, detalham seus comandos e uniformizam procedimentos 
da administração, a fim de dar execução à lei. 
 
o Fontes Formais do Direito: são aquelas pela qual o direito se manifesta. 
▪ As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são 
fatos geradores do direito, como por exemplo, as normas legais. 
▪ As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a 
jurisprudência e a doutrina. São os meios de expressão do Direito, 
as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-
se conhecidas. 
▪ Leis (fontes primárias) 
▪ Atos administrativos/infralegais (fontes secundárias) 
▪ Jurisprudência 
▪ Doutrina 
▪ Demais ramos do direito 
o Fontes Materiais do Direito: É o estudo filosófico ou sociológico dos 
motivos éticos ou dos fatos econômicos que condicionam o 
aparecimento e as transformações das regras do direito. São constituídas 
pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na sociedade e que 
são condicionados pela moral, economia, geografia. No sentido material, 
portanto, pode-se afirmar que todo fato social é fonte do direito. Tudo o 
que acontece de relevante pode dar ensejo à criação, alteração ou 
extinção de direitos. 
 
• Autonomia 
o O enquadramento do Direito Previdenciários não é pacífico, mas os 
doutrinadores mais atuais colocam-no como ramo do direito social, 
enquanto outros classificam como ramo do direito público (corrente 
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tradicionalista), voltada para o estudo e a regulamentação da Seguridade 
Social. 
o Trata-se de um ramo autônomo do direito público, uma vez que possui 
métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e 
divisão interna. 
o A CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do Trabalho, 
dando àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção 
de que a previdência pertencia, em termos normativos, ao direito do 
trabalho. 
o A grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista, que 
prega a autonomia entre direito do trabalho e direito previdenciário. 
o O Direito do Trabalho, por cuidar basicamente de relações dentre 
particulares (relação empregatícia), situa-se no campo do Direito Privado; 
o Direito Previdenciário, no entanto, possui natureza jurídica de direito 
público, pois a relação entre as partes estabelece-se por força da lei e 
não por suas vontades. 
o O Direito Previdenciário adquiriu status de ramo autônomo do direito por 
possuir métodos próprios, objeto próprio, princípios próprios, leis 
específicas e divisão interna, segundo critérios pacificamente aceitos pela 
doutrina dominante. 
o Apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não é 
independente dos demais ramos do direito, devendo suas normas e 
princípios respeitar e ser compatível com os demais princípios e ramos 
do direito. 
 
Aplicação das Normas Previdenciárias 
• Vigência 
o A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para 
produzir seus efeitos.o É uma característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a 
conduta por esta prescrita é exigível. 
o A vigência indica o período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem 
como diz respeito à sua existência jurídica em determinado momento. 
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o Não devemos confundir vigência, validade e eficácia, pois possuem 
conceitos jurídicos distintos, senão vejamos: 
▪ Validade: a validade de uma norma significa, apenas, que ela está 
integrada ao ordenamento jurídico, ou seja, pertence ao conjunto 
das normas jurídicas. 
▪ Vigência: é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas 
para produzir seus efeitos. 
▪ Eficácia: diz respeito à possibilidade concreta de produção de 
efeitos. 
o A vigência é requisito necessário para a eficácia da lei, mas tais conceitos 
não podem ser confundidos. 
o Em regra, a lei começará vigorar no país na data nela prevista ou, não 
havendo previsão, 45 dias após oficialmente publicada. 
 
• Interpretação 
o Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e 
processos lógicos que objetivam definir o conteúdo, sentido e o alcance 
das normas jurídicas. 
o A interpretação decorre da análise da norma jurídica, para permitir sua 
aplicação ao caso concreto. 
 
o Interpretação quanto ao meio 
▪ Interpretação gramatical ou literal (também conhecida como 
interpretação semântica, textual ou verbal); 
▪ Interpretação finalística ou teleológica; 
▪ Interpretação sistemática; 
▪ Interpretação histórica; 
▪ Interpretação lógica. 
 
o Interpretação quanto à origem (quanto à fonte) 
▪ Interpretação legislativa ou autêntica; 
▪ Interpretação judicial; 
▪ Interpretação administrativa; 
▪ Interpretação doutrinária. 
 
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o Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados) 
▪ Interpretação declaratória 
▪ Interpretação extensiva 
Interpretação restritiva 
 
• Integração 
o Preenchimento de lacunas no ordenamento jurídico, aplicando-se nos 
casos de ausência de norma expressa e específica para o caso. 
 
o Segundo o no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
– LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com: 
▪ Analogia; 
▪ Costumes; e 
▪ Princípios gerais de direito: 
 
o Segundo o no art. 108 do Código Tributário Nacional- CTN, na ausência 
de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a 
legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 
▪ Analogia; 
▪ Princípios gerais de direito tributário; 
▪ Princípios gerais de direito público; 
▪ Equidade. 
 
o O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não 
previsto em lei. 
o O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento 
de tributo devido. 
o Segundo a doutrina previdenciária, quando a lei for omissa, o juiz decidirá 
o caso de acordo com: 
▪ Analogia; 
▪ Princípios gerais da Seguridade Social; 
▪ Princípios gerais de direito; e 
▪ Equidade. 
 
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• Hierarquia 
o As normas que compõem o ordenamento jurídico brasileiro guardam 
hierarquia entre si, ou seja, existem normas superiores que devem ser 
respeitadas pelas normas inferiores. 
o Em se tratando de conflitos positivos (mais de uma norma sobre o 
assunto), temos as seguintes regras básicas de solução de antinomias 
(contradição entre duas leis): 
▪ a norma de hierarquia superior prevalece sobre a norma de 
hierarquia inferior; 
▪ a norma posterior prevalece sobre a mais antiga; 
▪ a lei especial prevalece sobre a lei geral (critério da especialidade). 
 
o Normas Constitucionais: 
▪ Constituição Federal; 
▪ Emendas Constitucionais. 
▪ Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos 
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros 
(são equivalentes a emendas constitucionais, nos termos do § 3º do 
art. 5º da CF/88. 
 
o Normas Infraconstitucionais: 
▪ Normas Supralegais; 
▪ Normas Legais; e 
▪ Normas Infralegais. 
 
• Normas Supralegais: os tratados internacionais de direitos 
humanos aprovados pelo procedimento ordinário. Esses 
Tratados, conforme dispõe o STF, estão acima de todas as 
leis e a abaixo da Constituição e suas emendas 
 
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• Normas Legais: 
o Leis Complementares; 
o Leis Ordinárias; 
o Leis Delegadas; 
o Medidas Provisórias; 
o Decretos Legislativos; 
o Resoluções da Câmara dos Deputados; 
o Resoluções do Senado Federal; e 
o Tratados internacionais que não versarem sobre 
direitos humanos serão equivalentes às leis ordinárias 
(não podendo, portanto, disciplinar matéria reservada 
a lei complementar). 
 
• Normas Infralegais: 
o Decretos; 
o Portarias; 
o Instruções Normativas; 
o Ordens de Serviço; 
o outros atos administrativos. 
 
Competência Legislativa 
• Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar sobre 
questões relacionadas a seguridade social. Contudo, lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas à Seguridade 
Social. 
• Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre 
previdência social. 
o Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, 
a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
o Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não 
exclui a competência suplementar dos Estados. 
o Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. No entanto, 
a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspenderá a eficácia da 
lei estadual, no que lhe for contrário. 
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Muito bem! Agora que terminamos o estudo do conteúdo e respectiva revisão da nossa 
aula, recomendo que você refaça, preferencialmente no dia seguinte ou em até uma 
semana, a lista de exercícios desta aula, que apresentamos a seguir. 
Vale ressaltar que, neste momento do estudo, a resolução dos exercícios não tem apenas 
finalidade de mensurar o seu conhecimento, mas de consolidar tal conhecimento, 
proporcionando maior fixação de conteúdo, identificação de pontos não retidos durante 
o estudo e aprofundamento teórico por meio dos comentários na resolução das questões. 
Outrossim, não deixe de marcar todas as questões que errar ou tiver dúvidas, para 
repetição oportuna da resolução. Ademais, estude os comentários contidos na resolução 
de cada questão com o mesmo zelo que teve com o estudo inicial de conteúdo, inclusive 
fazendo anotações e marcações. 
Lembre-se que o ponto mais importante da sua preparação está na revisão de conteúdo e 
na resolução de exercícios. Assim sendo, não deixe de dar atenção máxima a tais 
ferramentas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. QUESTÕES COMENTADAS 
1 - (CESPE – Analista Judiciário – STJ – 2018) Tendo como referência a doutrina e a 
jurisprudência a respeito da organização e dos princípios do sistema de seguridade social 
brasileiro, julgue o item a seguir. 
 O princípio do direito adquirido não se aplica à seara previdenciária, pois, conforme o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal, inexiste direito adquirido a regime jurídico. 
Certo ( ) 
Errado ( )

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