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Aspectos fisiológicos do lactente, Composição do leite materno, Alimentação artificial e complementar

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Aspectos fisiológicos do recém-nascido lactente 
Vários fatores durante a gestação interferem 
na amamentação após o parto. No útero, a 
alimentação e excreção são feitas por difusão 
através da placenta; a temperatura é alta e 
constante; o ambiente é barulhento devido aos 
batimentos cardíacos da mãe, peristaltismo, vozes, 
sons, músicas, entre outros; o ambiente é escuro 
com poucos momentos de “luminosidade”. 
Logo após o parto, é importante o contato 
pele a pele entre mãe e bebê, a chamada hora 
dourada. Ela ocorre quando o bebê é posicionado 
em decúbito ventral sobre o tórax ou abdome da 
mãe, sem que haja nenhum tecido entre eles. Por 
cima do bebê, deve haver um cobertor para mantê-
lo aquecido. Sua duração é de, pelo menos, 1 hora 
ininterruptas e pode ocorrer de forma imediata 
(primeiros 10 minutos pós-parto – o mais indicado) 
ou precoce (de 10 a 23 horas pós-parto). Em casos 
que a mãe esteja impossibilitada, o acompanhante 
pode realizá-la. Esse momento ajuda a estimular a 
descida do leite devido a ação da ocitocina, 
aumentar o tempo de aleitamento materno 
exclusivo, auxilia na adaptação do bebê ao 
ambiente externo via termorregulação, aumenta 
vínculo mãe-bebê, evita estresse em ambos pois 
reduz a produção de cortisol, ajuda na colonização 
de bactérias benéficas presentes na mãe, estabiliza 
os batimentos cardíacos, respiração e pressão 
arterial do recém-nascido. Além disso, o bebê só 
consegue diferenciar o claro do escuro, por isso, a 
hiperpigmentação na aréola, provocada pelo 
estrogênio, ajuda que ele consiga encontrar o seio. 
Primeira hora de vida 
Choro: No primeiro choro ocorre a expansão dos 
pulmões e se inicia a respiração aérea. Nesse 
momento é importante o contato pele a pele com a 
mãe. 
Relaxamento: Momento de nenhuma atividade em 
que o bebê se acalma. 
Despertar: O bebê apresenta pequenos 
movimentos (meche os ombros, mãos e cabeça, 
tenta abrir os olhos, abre a boca etc.). 
Atividade: São realizados maiores movimentos, 
como procurar o peito através do cheiro (igual do 
líquido amniótico) e cor da aréola, mexer mãos, 
boca e língua, pode levar a mão à boca e sugar, faz 
contato olho a olho com a mãe etc. 
Descanso: Após a busca pelo peito e outros 
movimentos, o bebê vai descansar. 
Tateado: Aproximação do seio com curtos 
períodos de ação. 
Familiarização: Aqui ele lambe, toca e massageia 
o mamilo. 
Sucção: Ocorre o encaixe da boca na aréola 
seguido de sucção. Nesse momento pode sair o 
colostro. 
Sono: Momento de tranquilidade após todos os 
movimentos. 
Após o nascimento, o bebê a termo tem uma 
reserva para 24 horas, por isso é importante deixá-
lo dormir e orientar que a família aproveite para 
descansar. 
Primeiro dia de vida 
Nas primeiras duas horas o bebê fica em 
estado de alerta e tranquilo, nesse momento ocorre 
todos os procedimentos (peso, vitamina etc.). Após 
esse período ocorre o relaxamento; ele pode dormir 
profundamente por 4 a 6 horas, sendo importante 
não o acordar para mamar, já que ele tem reservas 
suficientes para 24 horas (bebês a termo). É 
importante que a família aproveite para descansar 
durante esse tempo. Passada as horas, o bebê pode 
ter náuseas e ficar agitado devido a ingestão do 
líquido amniótico. 
A partir do segundo dia o bebê “troca o dia 
pela noite”, chora (única via de comunicação), quer 
colo e mama várias vezes ao dia (já que o estômago 
é muito pequeno). Vale salientar que cada dia é 
diferente. Para melhorar esses sinais, é importante 
agir de forma semelhante ao útero: 
o Colocá-lo no colo e fazer movimentos de 
embalo; 
o Conversar com ele, já que ele era acostumado a 
ouvir a voz materna; 
o Colocar músicas que sempre ouvia na gestação; 
o Aconchegá-lo em locais macios (pode fazer 
charutinho, mas não o deixar por muito tempo); 
o Dar banho de chuveiro ou no balde; 
o Dar peito, pois é reconfortante. 
Trato gastrointestinal 
O TGI do bebê anatomicamente está 
completamente formado, porém, funcionalmente 
ainda é imaturo. Portanto, não deve ser ofertada 
qualquer tipo de alimentação ou líquido por três 
fatores: primeiro, o recém-nascido tem maior 
permeabilidade capilar (capacidade de digerir 
proteínas intactas), o que é vantajoso para o 
aleitamento materno devido as imunoglobulinas 
presentes nesse leite, todavia, é comum alergias à 
proteína do leite de vaca; segundo, seu sistema 
imune é imaturo, senso suscetível a infecções, 
alergias; e terceiro, o TGI ainda é imaturo para 
digerir, absorver e metabolizar os alimentos 
corretamente. 
Sistema estomatognático 
Consiste no conjunto de estruturas do rosto, 
cabeça e pescoço que desenvolvem funções 
comuns (amamentação, mastigação, fala), onde a 
mandíbula tem maior participação. Essa região 
orofacial é importante para a amamentação da 
mesma forma que a amamentação é importante 
para seu desenvolvimento, assim como a 
mastigação também ajuda. Essas estruturas são 
40% influenciadas pela genética e 60% pelos 
fatores externos (amamentação). 
Anatomia facial do recém-nascido 
o Mandíbula retraída quando comparada a 
crianças e adultos; a amamentação ajuda no 
desenvolvimento de queixo; 
o Língua volumosa em relação a cavidade oral; 
o A laringe está em posição mais elevada para 
proteger as vias aéreas de aspiração; 
o Os coxins de gordura na bochecha (sucking 
pads) estabilizam a boca do bebê no peito. 
Reflexos inatos 
São movimentos involuntários que já 
nascem com o bebê. São eles: 
9 semanas: Reflexo de abertura e fechamento da 
boca; 
11 semanas: Deglutição, que se inicia com a 
deglutição do líquido amniótico; 
17 semanas: Sucção; 
34 semanas: Coordenação (sucção e deglutição ao 
mesmo tempo); 
 Esses reflexos podem ser adaptativos, ou 
seja, adaptam a criança ao meio externo (procura, 
sucção, deglutição, mordida) ou protetores (tosse, 
vômito e mordida). 
Adaptativos 
Reflexo da procura 
O estímulo desse reflexo ocorre na região 
perioral (lábio, bochecha, boca), surge nas 32 
semanas de gestação, mas atinge seu pico máximo 
em 40 semanas de gestação. Ele é importante para 
que o bebê seja estimulado a abocanhar a aréola na 
amamentação. Tende a desaparecer após 3 a 6 
meses de nascimento, pois nesse período o bebê já 
aprendeu que para amamentar é necessário abrir a 
boca, dessa forma o movimento deixa de ser um 
reflexo (involuntário) e se torna um movimento 
voluntário. É importante salientar que bebês que 
nascem por cesariana agendada podem ter esse 
reflexo atrasado. Por ser um reflexo, não significa 
que o bebê queira mamar toda hora que é 
estimulado. 
Reflexo da sucção 
O estímulo ocorre nos lábios, língua e 
palato. O reflexo surge por volta das 15-18 semanas 
e desaparece entre 3 e 6 meses, quando passa a ser 
um movimento voluntário. No período intrauterino, 
esse reflexo é importante para trazer conforto, 
prazer, segurança e calma ao bebê, por isso ele 
chupa o dedo quando está no útero. 
Vale ressaltar que ter o reflexo de sucção 
não garante a amamentação efetiva, pois outros 
fatores interferem nesse processo, sendo eles os 
padrões de sucção: 
Sucção não nutritiva: Quando há sucção, mas não 
tem saída de leite; pode ocorrer no peito, dedo e 
chupeta. Ela influencia na liberação de ocitocina e, 
como esse hormônio é responsável pela ejeção do 
leite e não está havendo nutrição, 
consequentemente ocorre liberação do fator 
inibidor da lactação (FIL). É mais rápida e curta, 
com menor movimentação da mandíbula. 
Sucção nutritiva: Quando há saída de leite e 
recebimento de nutrientes; ocorre no peito e 
mamadeira. É mais lenta e demorada, exige 
coordenação (sugar, engolir e deglutir) e pode 
ocorrer pausas de duração variável. 
A sucção não nutritiva é importante para o 
fator emocional, influencia o peristaltismo 
intestinal, ajuda na liberação de ocitocina, entre 
outros. Porém, não está havendo nutrição, então o 
bebê pode perderpeso e pode chorar por estar 
sentindo fome e a mãe achar que o leite não está 
sendo suficiente. 
Na amamentação, a sucção começa não 
nutritiva e, após a liberação da ocitocina, passa a 
ser nutritiva durando, aproximadamente, 30 a 40 
segundos. Depois, ela volta a ser não nutritiva e em 
seguida volta a ser nutritiva. Ou seja, o fluxo de 
saída do leite na mama é por reflexo de ejeção do 
leite, sendo estimulado pela ação da ocitocina 
(liberada por pulso - ‘intervalos’). Já na mamadeira 
o fluxo é contínuo, sofrendo influência da 
gravidade. Na primeira ejeção do leite o volume é 
maior, por isso ele suga-engole. No segundo 
reflexo o volume de leite é menor, diminuindo a 
velocidade (suga-suga-engole); pode ser que haja 
um terceiro reflexo (suga-suga-suga-engole). 
A sucção não nutritiva na chupeta 
aumenta o risco de interrupção do aleitamento 
materno devido a confusão de bico e, também, 
porque o uso de chupetas aumenta o intervalo entre 
as mamadas (acumula leite, então produz FIL). 
Além disso, pode haver o comprometimento do 
desenvolvimento do sistema estomatognático, 
disfunção na mastigação e deglutição, deformação 
dento facial e problemas respiratórios (o bebê passa 
a respirar pela boca), dificuldade na fala, entre 
outros. 
Reflexo da deglutição 
Quando a boca enche e o leite/alimento está 
na faringe ocorre deglutição. Esse reflexo inicia 
antes do reflexo da sucção, por volta das 14 
semanas de gestação, quando o bebê começa a 
engolir o líquido amniótico e permanece para o 
resto da vida. 
Reflexo da mordida 
Esse reflexo pode ser adaptativo e protetor. 
O estímulo ocorre na gengiva, surge por volta das 
28 semanas de gestação e desaparece entre 9 e 12 
meses de vida. Quando o bebê está mal posicionado 
a abertura da boca não ocorre de forma ideal, 
consequentemente, ele abocanha apenas o mamilo 
e quando esse mamilo encostar na gengiva, ele irá 
morder. 
Protetores 
Reflexo do vômito (GAG) 
Esse reflexo protege o bebê do engasgo 
(situação em que não há passagem de oxigênio). O 
estímulo ocorre no terço posterior da 
língua/faringe, surge na 18ª semana de gestação e 
diminui após 6 meses de vida, mas não desaparece. 
Mandíbula 
A mandíbula é importante na abertura da 
boca e no reflexo da procura. Após a abertura da 
boca, ela também será importante para a ordenha 
(feita apenas no peito). Quando o bebê está em 
aleitamento materno, a mandíbula trabalha de 4 
formas: 
1. Abaixamento: abertura da boca; 
2. Protusão: mandíbula desloca para a frente para 
alcançar o complexo areolomamilar; 
3. Levantamento: fechamento da boca; 
4. Retrusão: mandíbula volta para seu lugar. 
Já na mamadeira, essa mandíbula trabalha 
apenas de duas formas: abaixamento e 
levantamento. Portanto, a amamentação ajuda no 
desenvolvimento do sistema estomatognático. 
Língua 
Na ordenha a língua está para baixo e para 
frente, em cima do lábio inferior. Ela exerce uma 
pressão positiva sobre o complexo areolomamilar; 
a pressão negativa da boca provoca vedação dos 
lábios. Já na mamadeira a língua fica para trás e a 
mandíbula faz os movimentos de abaixamento e 
levantamento. Assim, a diferença entre ordenha e 
sucção é justamente que na ordenha há um trabalho 
em conjunto da mandíbula e da língua com 
pressões. 
Função gastrointestinal 
Capacidade gástrica 
O recém-nascido apresenta uma capacidade 
gástrica muito pequena (~7 ml) e é ainda menor no 
recém-nascido prematuro, assim, o volume de 
colostro é pequeno. Por isso, é importante explicar 
para a mãe que nessa fase ele irá mamar várias 
vezes, não significando que o leite é insuficiente, 
mas sim que a capacidade gástrica dele é pequena 
assim como o volume de colostro é pequeno, mas 
que após a apojadura irá ter uma melhora. Após a 
2ª semana essa capacidade é 10 vezes maior e após 
seis meses consideramos o volume gástrico de 30 a 
40 ml/kg/refeição. 
Motilidade gástrica 
 Diz-se que o esvaziamento gástrico ocorre 
entre 1 e 3 horas após mamar e quando é leite 
humano, aproximadamente, 2 horas. Isso depende 
de diversos fatores, se o bebê tiver feito sucção não 
nutritiva, por exemplo, esse tempo será menor. 
 O esvaziamento é diferente quando é usado 
leite materno, leite de vaca ou fórmula. O teor de 
proteína do leite materno é menor que do leite de 
vaca e o tipo de gordura também é diferente, o que 
ajuda na digestão. O leite de vaca tem maior 
osmolaridade, maior quantidade de proteínas, 
dificultando a digestão. Isso faz com que o bebê 
demore mais tempo para se alimentar, já que o 
esvaziamento gástrico é mais tardio. No caso de 
prematuro o EG é ainda mais lento, por isso há 
maior risco de distensão abdominal, cólica etc. 
Vale ressaltar que o leite de mães com partos 
prematuros é diferente, justamente para atender às 
necessidade desse RN. 
Imaturidade intestinal 
 O recém-nascido tem maior permeabilidade 
intestinal, sendo possível absorver peptídeos 
maiores por pinocitose. Essa fragilidade nas 
junções intercelulares é devido a imaturidade do 
órgão. Essa característica tem um lado positivo e 
um lado negativo. O lado positivo é que o bebê 
consegue absorver as imunoglobulinas e outras 
proteínas que ajudam na maturação, no sistema 
imunológico, assim como hormônios presentes no 
leite materno. Por outro lado, quando esse bebê está 
sendo alimentado com leite de vaca ou fórmula, o 
risco de alergia é grande, além de risco de infecção 
por contaminação da água, mamadeira etc. (a 
permeabilidade permite absorção dos vírus e 
bactérias). 
Acidez gástrica 
 Nos primeiros dias de vida o pH está 
próximo do básico, pois durante a gestação o bebê 
está ingerindo líquido amniótico, que é alcalino, 
assim, após seu nascimento ainda há resquícios em 
seu organismo. Ainda, nessa fase há imaturidade na 
produção do HCl, ajudando no pH mais elevado. 
Mesmo após algumas semanas esse pH ainda será 
mais elevado devido a imaturidade, se 
assemelhando ao do adulto apenas por volta dos 6 
meses de vida. 
 As vantagens do pH elevado é que não 
desnatura as imunoglobulinas, os hormônios e nem 
as enzimas digestivas presentes no leite. A 
desvantagem é que se esse bebê está recebendo 
outro tipo de leite se não o humano, pode dificultar 
a digestão dessas proteínas e facilitar infecções. 
Digestão proteica 
 No recém-nascido, a atividade da pepsina é 
reduzida devido a imaturidade na produção do HCl, 
e a atividade da tripsina é aumentada quando 
comparada a da pepsina. Essa menor atividade da 
pepsina é justamente o que faz com que o 
esvaziamento gástrico seja demorado quando 
utilizado LV ou fórmulas. 
Entre os 6 meses aos 2 anos a digestão proteica do 
lactente se aproxima a do adulto. 
Digestão de carboidratos 
 Nos primeiros 6 meses, a concentração de 
amilase salivar é menor no lactente, porém sua ação 
é mais longa. Já a amilase pancreática quase não é 
detectada no intestino do neonato e sua atividade é 
baixa nesse período. Essa redução não gera 
nenhum malefício porque o lactente não consome 
amido, porém, quando o bebê é submetido a 
farinhas (mucilon, cremogema, maizena), 
principalmente em grande quantidade, há um risco 
de cólicas, diarreia, lesão na mucosa intestinal por 
causa dessa redução enzimática. Em relação às 
dissacaridases e outras enzimas, elas estão ativas 
desde o nascimento; a lactase também está em 
maior quantidade em recém-nascidos a termo, não 
havendo dificuldade em digerir a lactose. 
Digestão lipídica 
 No adulto, o intestino é o principal local de 
digestão lipídica. No RN a concentração de lipase 
pancreática é mais baixa, por isso as lipases lingual 
(age em TGCC e TGCM) e gástrica (age em 
TGCC, TGCM, TCGL) atuam por mais tempo. 
Ainda assim, elas não são suficientes para suprir a 
falta da lipase pancreática, dessa forma, no próprio 
leite materno há duas enzimas que auxiliam nesse 
processo de digestão lipídica: a lipaselipoproteica 
e a lipase estimulada por sais biliares. Esse 
fenômeno ajuda no maior aproveitamento da 
gordura presente nesse leite materno (5% de 
perda), enquanto no leite de vaca ocorre perda de 
até 20%. 
 No leite de vaca tem ácidos graxos 
saturados de cadeia longa (ácido palmítico) que o 
lactente não consegue digerir. Assim, o ácido 
palmítico se complexa com o cálcio e forma sabões 
de cálcio. A gordura torna as fezes insolúveis, 
impedindo a entrada de água (fezes ressecadas). 
Além disso, esse sabão de cálcio impede absorção 
do cálcio. 
Absorção de água e eletrólitos 
 Devido a maior permeabilidade da mucosa 
a absorção de água e eletrólitos é simples. 
Entretanto, se esse lactente estiver tomando leite de 
vaca puro ou fórmula muito concentrada ou com 
diluição inadequada, há risco de aumentar a 
osmolaridade do intestino, promovendo perda de 
água nas fezes (diarreia) e desidratação. 
Função hepática 
 A imaturidade do fígado leva a uma menor 
produção e liberação de bile, fator dificultoso para 
digestão lipídica. Algo muito comum em bebês é a 
icterícia, causada pelo acúmulo de bilirrubina. Para 
que a bilirrubina seja eliminada, ela precisa 
conjugar com o ácido glucurônico. Porém, os RN 
têm deficiência na produção da enzima que realiza 
essa complexação, originando a icterícia. 
 Ainda, existe um risco de hemorragia 
neonatal. Isso porque há imaturidade na produção 
dos fatores de coagulação; para evitar, é 
administrado vitamina K logo após o nascimento. 
Função renal 
 O rim, assim como os outros órgãos, ainda 
está imaturo. O RN tem risco de sobrecarga renal, 
principalmente se a alimentação for rica em 
proteína e eletrólitos (aumento da osmolaridade). O 
órgão tem dificuldade tanto com o excesso, quanto 
com a deficiência de água. 
Eliminação fecal 
 As primeiras fezes do RN são chamadas de 
mecônio, formada por líquido amniótico e 
resíduos. Sua coloração é escura e tem textura 
pegajosa, após 3 a 4 dias elas se tornam mais claras. 
A coloração e textura das fezes é definida pelo tipo 
de alimentação dessa criança: em uso de leite 
materno, as fezes são pastosas, cor amarelo-
mostarda e odor ácido (devido a fermentação dos 
oligossacarídeos). Já com uso de leite de vaca ou 
fórmulas, as fezes têm consistência firme, cor 
amarelo-claro e odor mais acentuado. Por fim, com 
a alimentação complementar, o aspecto das fezes é 
alterado e a cor é variável; também podem ser 
encontrados pedaços de alimentos. 
 Crianças em aleitamento materno 
exclusivo, após os 2 meses de vida, podem sofrer 
com pseudoconstipação. Isso é, a criança fica mais 
tempo sem evacuar, mas quando chega o momento 
não sente nenhum desconforto. 
Microbiota intestinal 
 É fundamental para a saúde, sua alteração 
está associada a várias doenças. A primeira 
colonização ocorre ainda no útero, durante a 
gestação. A segunda colonização ocorre durante o 
parto: se parto normal, são colonizados 
Lactobacillus; se cesárea são colonizadas bactérias 
do ambiente hospitalar ou da mãe (se for levado até 
ela). 
Estudos também trazem que o tipo de leite 
é um dos principais contribuintes para formação da 
microbiota intestinal. Essa teoria é explicada pela 
presença de prebióticos e probióticos no leite 
materno. As bactérias do leite materno podem vir 
por três vias: seio da mãe, boca do bebê e bactérias 
da microbiota materna (predomínio de 
Bifidobactérias e Lactobacillus). Algumas 
fórmulas infantis têm prebióticos, algumas até 
probióticos, porém os preços são altos. Os 
antibióticos são substâncias que provocam grandes 
prejuízos na microbiota do lactente. 
Dentre os benefícios de uma microbiota 
equilibrada com presença das Bifidobactérias estão 
a contribuição nutricional: no leite materno tem 
oligossacarídeos (carboidratos não digeríveis) que 
são utilizados como substrato (prebiótico) para as 
bactérias benéficas. Quando esses carboidratos são 
fermentados por essas bactérias benéficas, o pH 
intestinal diminui, sendo vantajoso 
nutricionalmente e para o sistema imunológico. O 
pH reduzido ajuda na absorção de alguns 
micronutrientes (cálcio, ferro etc.) e na produção de 
algumas vitaminas (complexo B, K etc.), mas 
também, impede o desenvolvimento de bactérias 
patogênicas. 
Ainda, o fato de as bactérias benéficas 
utilizarem os oligossacarídeos, impede que as 
patogênicas os utilizem como substrato para o seu 
crescimento. Quando a fermentação ocorre são 
liberados ácidos graxos de cadeia curta que servem 
como substrato para o crescimento das células 
epiteliais (enterócitos), promovendo o crescimento 
e diferenciação do epitélio intestinal. Por fim, as 
bactérias benéficas e os oligossacarídeos 
estimulam a produção de anticorpos, auxiliando no 
desenvolvimento do sistema imune. 
Palatabilidade 
 Na gestação, o feto engole líquido 
amniótico e nele estão presentes substâncias 
voláteis, oriundas da alimentação materna, que 
mudam seu sabor. Dessa forma, desde a gestação o 
feto tem contato com sabores diferentes, 
principalmente no último trimestre gestacional. 
Essa experimentação de diferentes sabores 
continua com o leite materno que também tem 
essas substâncias voláteis presentes. 
 Devido essa experimentação anterior, 
quando a alimentar complementar é introduzida é 
como se os sabores já estivessem na memória desse 
bebê. Já no caso de uso de fórmulas ou leite de 
vaca, essa variação de sabores não existe, podendo 
ter maior resistência para aceitar a alimentação 
complementar. 
Mastigação 
 A alimentação complementar deve ser 
introduzida aos 6 meses, porém, quando esse bebê 
consome leite de vaca essa introdução deve ser aos 
4 meses. 
Entre os 4 e 6 meses, os movimentos da 
mandíbula na mastigação são de cima pra baixo. 
Junto a isso há o reflexo de protusão da língua. A 
partir dos 6 meses o bebê consegue lateralizar o 
alimento e o reflexo de protusão diminui. Por volta 
dos 10 a 12 meses a mastigação já é rotatória e os 
movimentos passam a ser mais completos. A partir 
dos 2 anos os movimentos atingem maior 
maturidade e controle. 
Regurgitamento do lactente 
O regurgitamento, ou refluxo 
gastroesofágico, é caracterizado pelo retorno de 
conteúdo gástrico para o esôfago e, 
consequentemente, para a boca. Quando ocorrem 2 
ou mais episódios diários por 3 semanas ou mais, 
sem a presença de complicações, consideremos um 
refluxo gastroesofágico fisiológico (é um 
regurgitador feliz). Isso ocorre porque o esfíncter 
esofagiano inferior é imaturo e não consegue 
aguentar pressões, então, quando o bebê mama em 
excesso o leite retorna. Além disso, a ingestão de ar 
durante a mamada e o uso de fórmulas com maior 
densidade calórica ou maior osmolaridade (retardo 
do esvaziamento gástrico) são fatores 
contribuintes. 
Para saber se é fisiológico deve ser 
observado se o bebê chora, se está interferindo no 
sono, se o ganho de peso está normal etc. Quando 
fisiológico, esse fenômeno desaparece no primeiro 
ano de vida. Para prevenir, é importante a 
manutenção ereta da criança (não necessariamente 
o bebê irá arrotar após todas as mamadas), ter 
cuidado no manuseio após amamentação (durante 
a mamada os movimentos peristálticos aumentam, 
sendo comum a evacuação), evitar uso de roupas 
apertadas, observar se a prega está correta para 
evitar a ingestão de ar e, se em uso de fórmulas, 
preferir aquelas com menor densidade e 
osmolaridade. 
 Já a doença do refluxo gastroesofágico é 
caracterizada pelas manifestações clínicas antes 
inexistente, sendo elas o choro, déficit no ganho de 
peso, dificuldades durante as mamadas, 
irritabilidade, alteração do sono, apneia e náuseas. 
Nesse caso, pode ser preciso o uso de 
medicamentos. 
Cólicas no recém-nascido 
 As cólicas infantis são definidas como 
irritabilidade excessiva, agitação e choro, que 
começam e cessam sem causa óbvia. Elas podem 
começar a partirda 2ª semana, ter agravamento 
entre 1 mês e meio a 2 meses e desaparecer entre 3 
e 4 meses. É comum que se inicie no fim da tarde e 
existe uma “regra dos 3” para crianças saudáveis: 3 
horas de cólica por dia, 3 dias/semana e duração de 
3 meses. 
 Suas causas podem ser fisiológicas (*) ou 
não: imaturidade intestinal*, hipermotilidade 
intestinal*, aerofagia (ingestão de ar), intolerância 
temporária a lactose (gera gases), 
hipersensibilidade aos componentes da dieta, 
resposta adaptativa do organismo ao ambiente*, 
temperamento da criança*, estresse familiar e 
ansiedade materna. 
 Para prevenir, é importante reduzir a 
aerofagia (colocar para arrotar e observar a pega 
correta), manter o ambiente calmo, procurar 
acalmar a criança, evitar ou eliminar da dieta 
materna alimentos suspeitos de hipersensibilidade, 
tranquilizar a mãe, fazer massagens abdominais, 
entre outros. 
Composição do leite materno 
Dizemos que o leite humano é espécie-
específico, ou seja, sua composição nutricional 
supre as necessidades e garante o crescimento e 
desenvolvimento adequado do bebê, além de ter 
fatores que suprem a imaturidade do recém-
nascido. 
Ele é considerado um biofluido (ou fluido 
vivo) por possuir células vivas. Sua função é 
promover uma nutrição adequada, oferecer 
proteção imunológica (auxilia no desenvolvimento 
do sistema imune e protege com as 
imunoglobulinas presentes) e proporcionar um 
vínculo mãe-bebê. 
A composição do leite pode mudar ao longo 
da mamada ou ao longo da lactação. Antigamente, 
era feita uma divisão de leite anterior e posterior ao 
longo da mamada, porém, isso não é mais usual. No 
segundo caso, consideramos que tem o colostro 
(primeiros 5 dias), leite de transição (entre 5º e 7º 
dia) e leite maduro. 
Colostro (1º ao 5º dia) 
Ainda na gestação o colostro é produzido 
pelas células alveolares, em pequena quantidade, 
devido a pequena capacidade gástrica do recém-
nascido, assim, seu volume é de 2 a 10 ml por 
mamada. Sua função, além de nutrição, é de 
proteção a partir do desenvolvimento do sistema 
imune, função laxativa (importante para 
eliminação do mecônio), colonização de bactérias 
saudáveis (maturação intestinal). 
É um líquido espesso, de coloração 
amarelada (por causa da maior quantidade de β-
caroteno e vitamina A), com maior concentração de 
proteínas de defesa e de minerais (sódio, potássio, 
cloro e zinco), baixa concentração de lactose e 
gordura. É rico em imunoglobulinas, fatores 
tróficos (fatores de crescimento de células 
epiteliais, principalmente do intestino), substâncias 
imunomoduladoras e anti-inflamatórias. 
Leite de transição (5º ao 14º dia) 
 Nesses casos, a concentração de proteínas 
de defesa e minerais é menor, mas isso não 
significa que está tendo menos proteção. O que 
acontece é que o volume de leite aumenta após a 
apojadura, assim, ele está mamando mais do que 
antes. Já a concentração de lactose e de gordura é 
maior que do colostro. 
Leite maduro 
 É como se fosse o leite de transição um 
pouco mais maduro e estável. Vale ressaltar que o 
leite materno nunca atinge 100% de estabilidade 
devido a influência da dieta materna. 
Aspectos nutricionais do leite materno 
 Nesses 6 primeiros meses de vida não há 
necessidade de dar água para o bebê, pois o leite 
materno tem 87,5% de água em sua composição, 
mantendo a hidratação. Sua biodisponibilidade é 
elevada devido à presença das enzimas digestivas, 
ao contrário do leite de vaca. Sua densidade 
energética é de, em média, 67 kcal/100 ml. 
Carboidratos 
 A principal fonte de energia do feto é a 
glicose, porém, nos primeiros 6 meses de vida, a 
gordura passa a ser a principal fonte de energia. 
Entre os carboidratos do leite materno, 70% é 
lactose. Após a quebra da lactose, pela lactase, são 
fornecidas glicose e galactose; a glicose é fonte de 
energia e a galactose se associa aos lipídeos e forma 
galactolipídios que são importantes para o 
desenvolvimento do sistema nervoso. 
 Também há glicoproteínas que funcionam 
como inibidoras da adesão bacteriana às superfícies 
epiteliais, além dos oligossacarídeos. 
Oligossacarídeos do leite humano (HMOs) 
No colostro tem entre 20 e 25 ng/L de 
oligossacarídeos, diminuindo gradualmente para 5-
15 ng/L no leite maduro. Essa diferença se dá 
porque o colostro é a primeira vacina para o recém-
nascido. Esses oligossacarídeos são importantes 
para modular as respostas das células epiteliais 
intestinais e previne a adesão de patógenos ao 
epitélio intestinal. 
Proteínas 
 Sua concentração é menor no leite maduro, 
mas essa redução só acontece em relação às 
proteínas de defesa, ele continua tendo uma 
quantidade adequada de proteínas para o 
crescimento normal. Comparado com todos os 
mamíferos, o leite materno é o que tem menor 
concentração proteica e maior concentração de 
lactose. 
 Crianças que consomem leite de vaca ou 
fórmula infantil não são parâmetros comparativos 
para lactentes que tomam leite materno. Esse 
crescimento ‘a mais’ pode refletir uma futura 
obesidade, resistência à insulina e pode provocar 
sobrecarga renal (devido a maior quantidade 
proteica). 
 As principais proteínas presentes são 
caseína, proteínas do soro do leite (-
lactoalbumina, lactoferrina, lizosima, 
imunoglobulinas e albumina) e mucina em menor 
quantidade. Essa última fica ligada aos glóbulos de 
gordura e inibe a adesão de bactérias ao epitélio 
intestinal. 
o Relação caseína/proteínas do soro: 
Colostro: 20/80 
Leite humano: 40/60 
Leite de vaca: 80/20 
o Diferenças qualitativas na caseína: 
Leite humano: predomínio de β-caseína e k-caseína 
Leite de vaca: predomínio de -caseína 
*A β-caseína, quando degradada, forma flocos 
menores e menos resistentes a ação enzimática. Já 
a -caseína forma flocos maiores e mais 
resistentes, dificultando a digestão. A k-caseína 
impede a adesão da H. pylori. 
o Diferenças qualitativas na proteína do soro do 
leite: 
Leite humano: predomínio de -lactoalbumina, 
lactoferrina e imunoglobulinas 
Leite de vaca: predomínio de -lactoglobulina 
*As proteínas do LH fornecem aminoácidos para o 
processo de crescimento e proteção. Já a -
lactoglobulina está associada a alergias. 
Lipídeos 
 Consiste na maior fonte de energia (50- 
60%) durante a amamentação exclusiva (primeiros 
6 meses). O leite de vaca tem maior quantidade de 
ácido graxo saturado enquanto o leite materno tem 
maior quantidade de AG insaturados (mono e poli-
insaturados). Os AG poli-insaturados são 
importantes no desenvolvimento do processo 
visual e da mielinização do cérebro. 
 Assim como no leite de vaca, no leite 
materno também tem ácido palmítico, mas por que 
ele não forma os sabões de cálcio? Porque no leite 
materno o ácido palmítico está na posição 2 do 
triglicerol, assim, a lipase não consegue degradá-lo 
e ele é absorvido. Já no leite de vaca ele ocupa as 
posições 1 e 3, sendo degradado pela lipase e 
complexando com o cálcio. 
Vale salientar que o leite humano tem duas 
enzimas que digerem a gordura do leite materno, 
auxiliando na digestão. Além disso, AG de cadeia 
curta e monoglicerídeos exercem ação 
antibacteriana, antivirótica e antifúngica. 
Vitaminas e minerais 
 A quantidade de cálcio é maior no leite de 
vaca, porém sua biodisponibilidade é menor. No 
leite materno a proporção cálcio/fósforo (2:1) 
facilita a absorção de cálcio, além disso, a não 
formação dos sabões de cálcio também ajudam 
nesse processo. Ainda, o cálcio fica em conjunto 
com a caseína, facilitando sua absorção. 
 No caso do ferro sua quantidade é pequena, 
porém tem alta biodisponibilidade. Sua absorção é 
alta (70%) pois está ligado a transferrina. No geral, 
a quantidade de vitaminas no leite materno é 
adequada, exceto a vitamina K (recebe 
suplementação profilática ao nascer) e a vitamina 
D. Pode haver variação de vitaminas hidrossolúveis 
a dependerda dieta materna. 
Aspectos imunológicos do leite materno 
 As proteínas e as células de defesa são 
essenciais para proteger o lactente, devido a 
imaturidade do sistema imune que proporciona 
maior vulnerabilidade a infecções. Além disso, elas 
auxiliam na maturação desse sistema. 
 Os componentes de proteção são divididos 
em duas classes: solúveis (lisozima, 
imunoglobulinas, lactoferrina e fator bífido) e 
celulares (macrófagos, linfócitos, granulócitos e 
neutrófilos). 
 Entre as imunoglobulinas que fazem parte 
do leite materno estão IgA, IgD, IgE, IgG e IgM, 
dentre elas, a IgA está em maior concentração. 
Apenas 10% dela é absorvida, pois o restante 
funciona como a primeira linha de defesa local do 
sistema imune, atuando nas células epiteliais do 
intestino para impedir que microrganismos 
patogênicos consigam aderir aos enterócitos e se 
replicar. Além disso, também atua no trato 
respiratório com a mesma finalidade. No colostro é 
onde há maior concentração dessa IgA secretória. 
Fator bífido 
 O fator bífido são os oligossacarídeos 
(prebióticos) que funcionam como fator de 
crescimento específicos para bactérias do gênero 
Lactobacillus e Bifidobacterium. São importantes 
nutricionalmente e para o sistema imune. 
Lactoferrina 
 É uma das proteínas do soro, constitui cerca 
de 10-15% do conteúdo proteico total do leite 
materno. Do ponto de vista nutricional, ela é 
importante para absorção do ferro, pois se liga a ele 
e libera em ambiente propício. Do ponto de vista 
imunológico, uma vez ligada ao ferro, a 
lactoferrina impede sua utilização por bactérias 
patogênicas que precisam desse micronutriente 
como substrato. Além disso, exerce função 
bactericida junto com a lisozima, desestabilizando 
a membrana celular das bactérias patogênicas. Por 
fim, reduz a produção de citocinas inflamatórias 
que podem prejudicar o lactente. 
Lisozima 
 Também é uma proteína do soro do leite, 
sendo responsável por provocar a lise da parede 
celular bacteriana. Ainda, liga-se a endotoxinas, 
limitando seu efeito no trato gastrointestinal, 
aumenta a produção de Iga e contribui para a 
ativação dos macrófagos. Em resumo, a lisozima 
atua como defesa local e na modulação do sistema 
imune estimulando a produção de células de 
defesa. 
Componentes celulares 
 São as células de defesa: linfócitos T e B, 
neutrófilos e macrófagos. Atuam no trato 
gastrointestinal impedindo o crescimento de 
bactérias patogênicas e no desenvolvimento do 
sistema imune. 
Componentes bioativos: hormônios e fatores de 
crescimento 
o Prolactina: estimula o desenvolvimento dos 
linfócitos T e B e a diferenciação do tecido 
linfoide intestinal. 
o Calcitonina e somatostatina: regula o 
crescimento. 
o Adiponectina e leptina: regula o metabolismo 
e a ingestão alimentar. 
o Cortisol, tiroxina e insulina: maturação da 
mucosa do TGI e o desenvolvimento dos 
mecanismos de defesa intestinal. 
o Fatores de crescimento: são eles EGF, NFG, 
IGF-1, TGF-, TGF-β; influenciam o 
crescimento, desenvolvimento e proteção do 
TGI. 
o Enzimas: auxiliam na digestão (lipases e 
proteases). 
o Antiproteases: são proteínas que preservam as 
proteínas bioativas. 
Leite materno das mães de prematuros 
Tem maior concentração de gordura, 
proteína e moléculas bioativas (EGF e HMOs), 
tornando-o mais calórico; menor concentração de 
lactose, cálcio e fósforo, e maior quantidade de 
proteínas de defesa. 
Alimentação artificial 
 Inicialmente deve ser frisado que 
alimentação artificial não é recomendação! Só é 
indicada em casos muito específicos, quando há 
contraindicação de aleitamento materno, devido 
mãe com HIV, infecção por HTLV 1 e 2 ou 
galactosemia. Já em casos de infecção herpética, 
varicela ou doença de Chagas, a amamentação deve 
ser interrompida apenas temporariamente. Em 
casos de hanseníase, hepatite B e C, dengue, 
consumo de álcool, tabagismo e tuberculose 
(utilizar máscara) não precisa suspender o 
aleitamento. Por fim, a Academia Americana de 
Pediatria contraindica a amamentação em mães que 
usam drogas, enquanto a OMS recomenda apenas 
intervalos entre o uso e a amamentação. Porém, 
pessoas viciadas dificilmente conseguem realizar 
esses intervalos, sendo a melhor opção suspender a 
amamentação. 
Características do leite de vaca 
 Tem maior quantidade de proteínas e de 
caseína do tipo  (dificulta a digestão) comparado 
com proteínas do soro do leite. Em relação aos 
lipídeos, os níveis de ácidos graxos essenciais são 
baixos e de AG saturados são altos. Nele, há uma 
quantidade inadequada de vitamina A, E, C, 
complexo B, ferro e zinco e quantidade excessiva 
de eletrólitos, cálcio e fósforo. 
 Crianças que fazem uso de leite de vaca têm 
maior risco de anemia devido à baixa 
biodisponibilidade do ferro e da possível irritação 
da mucosa intestinal causada pelas proteínas do 
leite de vaca, provocando micro hemorragia 
intestinal (perdas pequenas de sangue nas fezes). 
Ainda, há risco alergia (causa: permeabilidade 
intestinal), infecções do trato gastrointestinal, 
diabetes na idade adulta, sobrecarga renal, disbiose 
e outras deficiências. 
 Caso a família precise utilizar o leite de 
vaca, quando o lactente tiver menos de 4 meses de 
vida, é importante dilui-lo para diminuir a 
concentração de proteínas e eletrólitos. Para o leite 
líquido, essa diluição será 2 3⁄ de leite para 
1
3⁄ de 
água. Por exemplo, se ele irá consumir 90 ml de 
leite, será 60 ml de leite e 30 ml de água. No caso 
de leite em pó, será 1 colher de sobremesa rasa para 
100 ml, 1 1
2
 colher de sobremesa para 150 ml e 2 
colheres para 200 ml. A partir dos 4 meses é 
utilizado a diluição recomendada pelo fabricante. 
Após a diluição, a densidade calórica 
diminui, sendo assim, para aumentá-la e aumentar 
a quantidade de ácidos graxos essenciais, deve ser 
adicionado óleo de soja. Será adicionado 3% de 
óleo da quantidade total de leite, assim, a cada 100 
ml de leite é adicionado 3 ml de óleo. Já para 
melhorar a digestibilidade da proteína é indicado 
aquecer o leite para desnaturar as proteínas. 
Para saber o volume da mamadeira pode ser 
feito de duas formas: utilizar a tabela do Ministério 
da Saúde como base para saber o mínimo e máximo 
que pode ser trabalhado ou considerar 25 a 30 
ml/kg/refeição e utilizar o valor que se encaixa 
nesse intervalo. 
Idade Volume/refeição Refeições/dia 
Até 30 dias 60 a 120ml 6 a 8 
30 a 60 dias 120 a 150 ml 6 a 8 
2 a 3 meses 150 a 180 ml 5 a 6 
3 a 4 meses 180 a 200 ml 5 a 6 
> 4 meses 180 a 200 ml 2 a 3 
Tipos de fórmulas 
o Fórmulas de partida: crianças de 0 a 6 meses 
saudáveis e a termo (identificada pelo número 
1). 
o Fórmulas de seguimento: a partir dos 6 meses 
(identificada pelo número 2). 
o Fórmulas à base de soja 
o Fórmulas isenta de lactose 
o Fórmulas anti-regurgitação: com adição de 
amido ou fibras (gomas) para espessar a 
fórmula. 
o Fórmulas semi-elementares: proteína está 
parcialmente hidrolisada; à base de peptídeos. 
o Fórmulas elementares: proteína totalmente 
hidrolisada; à base de aminoácidos. 
o Fórmulas para prematuros 
*Quanto mais a proteína é hidrolisada, menor o 
risco de alergias. Um ponto negativo é que o sabor 
fica desagradável. 
Higiene dos utensílios 
o Desprezar restos de fórmulas das mamadeiras; 
o Lavar bicos e mamadeiras com água e 
detergente neutro, com auxílio de escovas 
apropriadas; 
o Ferver mamadeiras por 15 minutos; 
o Escorrer os utensílios e guardá-los em 
recipientes com tampa e papel toalha por baixo 
do utensílio. 
Planejamento da alimentação 
Criança do sexo masculino, idade de 3 meses e 
pesando 5,7 kg. 
Milupa 1: 67 kcal/100 ml 
1 medida de leite é 4,4g para 30 ml de água 
1. Calcular as necessidades energéticas. 
GET = (89*5,7-100) + 175 
GET = 407,3 + 175 
GET = 582,3 kcal/dia 
2. Determinar a capacidade gástrica da criança. 
Mínimo: 25 * 5,7 =142,5 ml/ref 
Máximo: 30 * 5,7 = 171 ml/ref 
Capacidade gástrica de 150 ml/ref. 
3. Verificar a fórmula a ser utilizada em função 
da idade. 
Milupa 1: 67 kcal/100 ml 
4. Calcular a composição e/ou valor calórico da 
mamadeira. 
67 kcal ------- 100 ml 
 X ------------ 150 ml 
X = 100,5 kcal/mamadeira 
5. Calcular o número de mamadeiras por dia. 
582,3 / 100,5 = 5,8 mamadeira/dia 
 = 6 mamadeiras/dia 
6. Calcular o número de medidas a serem 
utilizadas. 
1 med. --------- 30 ml 
X --------------- 150 ml 
X = 5 medidas/mamadeira 
7. Quantas gramas por mamadeira e por dia da 
fórmula? 
1 med. --------- 4,4 
5 med. ---------- X 
X = 22 g/mamadeira 
1 mamadeira ------------ 22 g 
6 mamadeiras ----------- X 
X = 132 g/dia 
8. Considerando que uma lata tem 400g, 
quantas latas a mãe irá utilizar por mês? 
Qual o custo mensal? (1 lata custa R$ 27,35) 
132g ---------- 1 dia 
400g ---------- X 
X = 3 dias 
30/3 = 10 latas/mês 
1 lata ---------- 27,35 
10 latas -------- X 
X = 273,5 reais/mês 
Considerando a mesma criança, calcule a 
composição e/ou valor calórico da mamadeira. 
Leite de vaca líquido = 86 kcal/100 ml 
Óleo = 900 kcal/100 ml 
2/3 de leite de 150 ml= 100 ml de leite 
1/3 de água = 50 ml 
Leite de vaca = 86 kcal 
Óleo 
100 ml* ------ 3 ml 
150 ml -------- X 
X = 4,5 ml 
100 ml ------- 900 kcal 
4,5 ml --------- X 
X = 40,5 kcal 
*Caso esse valor seja diferente de 100 ml, deve ser 
feita regra de 3 para saber quantas kcal tem o leite e 
depois somar com a kcal do óleo para saber o valor 
calórico da mamadeira. Por exemplo, se fosse 80 ml 
de leite seria: 
100 ml -------- 86 kcal 
 80 ml -------- X 
X = 68,8 kcal 
Valor calórico da mamadeira 
86 kcal + 40,5 kcal = 126,5 kcal/mamadeira 
Quantas mamadeiras serão por dia? 
582,3/126,5 = 4,6 mamadeiras 
 = 5 mamadeiras 
Alimentação complementar 
Alimentação complementar é mais que se 
alimentar, é um processo de aprendizagem para mãe 
e para o bebê. Para introduzir a alimentação 
complementar deve ser considerada a idade e os 
sinais de prontidão, não podemos levar em 
consideração apenas um desses fatores. Crianças 
que estão em aleitamento materno exclusivo ou 
utilizando fórmula, a alimentação é introduzida a 
partir dos 6 meses; já crianças que tomam leite de 
vaca devem começar aos 4 meses, pois o risco de 
deficiências nutricionais é maior que qualquer outro 
prejuízo. 
Os sinais de prontidão são aqueles que 
demonstram que o lactente está pronto para a 
introdução alimentar. Relacionam com o nível de 
maturidade fisiológica e presença de habilidades 
motoras e neurológicas. São eles: controle total da 
cervical (pescoço duro), sentar-se com o mínimo de 
apoio (evitar engasgos), reflexo de protusão 
diminuído, saber levar brinquedos e objetos na boca, 
demonstrar interesse pela comida. 
 Alguns fatores também influenciam esse 
processo, como as condições físicas e 
desenvolvimento da criança, habilidades orais e 
sensoriais, emoções e motivações, contexto 
familiar, social e ambiente e o estilo parental e 
crença materna/cuidadores. Os problemas de saúde 
podem impactar negativamente no apetite, conforto 
e nas habilidades para aprender a comer, por isso, 
nesses momento a amamentação é muito 
importante. 
Sistema gastrointestinal 
 O funcionamento adequado do SGI 
influencia o desejo de comer e o desenvolvimento 
alimentar do bebê. A dificuldade em se alimentar 
pode ser causada por vômitos, dor, “sensação de 
estômago cheio”, entre outros. 
Sistema cardíaco e respiratório 
 A dificuldade em respirar diminui o 
interesse e o consumo alimentar. Condições 
cardíacas podem dificultar a sucção, deglutição e 
respiração, assim como a alimentação 
complementar por provocar cansaço. 
Habilidade motora e oral 
 As estruturas orofaciais são 
importantíssimas para a alimentação, por isso seu 
desenvolvimento deve ser estimulado desde cedo. 
A integridade das estruturas (lábios, língua, 
bochecha, palato duro e mole, mandíbula e dentes) 
é essencial para que o lactente possa alimentar, pois 
interfere na sucção, deglutição e mastigação. As 
experiências orais com brinquedos de texturas 
diferentes ajuda nessa habilidade motora, ajudando 
nessa introdução. 
Desenvolvimento e aprendizado da mastigação 
1. Aprender: O aprendizado da mastigação 
começa desde antes, quando a criança começa a 
levar as coisas na boca. Por isso, colocar 
brinquedos e as mãos na boca são importantes 
para esse desenvolvimento. Quanto maior a 
exposição a texturas diferentes (dos brinquedos 
e mãos), maior o aprendizado. 
2. Ter condições neuromusculares adequadas: 
Crianças com paralisia cerebral, por exemplo, 
não tem firmeza muscular, sendo necessário ter 
cuidado com a introdução alimentar. 
3. Estímulos adequados: Permitir que a criança 
coloque brinquedos na boca. 
4. Estruturas orais adequadas: As estruturas 
desenvolvidas influenciam diretamente na 
mastigação. 
5. Reconhecer e discriminar adequadamente os 
estímulos na bocas: Crianças que não 
conseguem lidar com situações simples, como 
sujar a boca enquanto come, estar sentada sem 
os pés no chão etc. 
6. Modelo: Os pais são grandes exemplos para as 
crianças, por isso, a alimentação da família 
reflete diretamente nessa criança. 
Sensorial 
Os sentidos também são importantes. 
Algumas crianças têm disfunção no processamento 
sensorial, ou seja, indivíduos que não conseguem 
processar de forma efetiva e integrada as 
informações sensoriais do ambiente. 
Sinais de disfunção no processamento sensorial 
o Dificuldade com tarefas de cuidados pessoais, 
como escovar, lavar e pentear cabelo, cortar 
unhas, lavar o corpo etc. 
o Seletividade para comer: recusar alimentos pela 
textura (cremosa, crocante ou grumosa) ou 
resistir a sabores. 
o Extrema dificuldade em ter rosto e mãos sujas 
durante brincadeiras ou alimentação. 
o Não gostar de brincar com areia, tecidos 
específicos, loções de pele etc. 
o Demonstrar medo ao tirar os pés do chão. 
Métodos de introdução alimentar 
São eles: tradicional, BLW, BLISS e estilo 
de alimentação responsiva. 
Tradicional 
Esse método não é mais recomendado, pois 
o lactente é passivo no processo de alimentação. A 
mãe/cuidador determina quando, quanto e o que 
será consumido pelo bebê. Aqui há muita 
preocupação com o “comer tudo”, sendo comum 
chantagens ou recompensas. É comum misturar 
todos os alimentos em forma de papinha, 
impedindo que as crianças sintam os sabores 
individualmente. 
BLW 
Aqui, o bebê participa ativamente, com 
total autonomia para conduzir sua própria 
alimentação. O cuidador irá apenas cozinhar os 
alimentos e disponibilizá-los; a criança decide o 
que, quanto e quando ela comerá. Porém, o BLW 
não é viável para todas as famílias, pois é 
necessário que alguém supervisione a criança a 
todo momento. 
Os alimentos são servidos em pedaços, 
tiras, bastões ou formatos ideais para que, com as 
mãos, o bebê consiga levá-los até a boca. Pode ser 
disponibilizados frutas com as cascas (banana) para 
não escorregar nas mãos, mas, para isso, a casca 
deve ser corretamente higienizada e o supervisor 
não deve ficar interferindo quando ele colocar a 
casca na boca. Para ter certeza de que o alimento 
está corretamente cozido, o cuidador pode tentar 
amassá-lo com os dedos ou colocá-lo na boca e 
amassar com a língua no céu da boca. 
Dentre suas vantagens está a de promover o 
contato com os alimentos e texturas, permitir que a 
criança se alimente junto a família, proporcionar 
que a criança faça suas escolhas em relação aos 
alimentos etc. Aqui o ritmo para se alimentar é mais 
lento e deve ser respeitadas as decisões do bebê, 
sem chantagem, coação ou qualquer tipo de pressão 
para obrigá-lo a comer. Além disso, a principal 
forma dessa criança pegar os alimentos é com as 
mãos. 
BLISS 
É como se fosse uma orientação para 
abranger o queo BLW não traz. Ele recomenda 
oferecer alimentos cortados grandes para que o 
lactente consiga pegar sozinho, pois aos 6 meses a 
criança tem preensão palmar, ou seja, ela pega o 
alimento como um todo; com 9 meses o bebê 
começa a ter movimento de pinça. Garantir 
alimento rico em ferro em cada refeição e rico em 
calorias; preparar os alimentos de forma que evite 
o engasgo; evitar alimentos redondos ou em forma 
de moeda; garantir sempre que o lactente esteja 
sentado, ereto e sob supervisão contínua de uma 
adulto. 
Estilo de alimentação responsiva 
Consiste em auxiliar diretamente o bebê e 
assistir crianças mais velhas a alimentarem 
sozinhas atentando-se aos sinais de fome e 
saciedade. Aqui, o alimento fica disponível e 
exposto a criança, mas a mãe também incentiva 
provar o alimento sem causar imposição. É uma 
alimentação devagar e paciente; se a criança 
recusar inúmeros alimentos, tente com diferentes 
combinações. 
Informações gerais 
o Sinais de fome: choro, sons de boca, movimenta as mãos, se aproximada do alimento etc. 
o Sinais de saciedade: se distrai facilmente, vira o rosto, brinca com a comida, se estressa caso haja 
insistência. 
o Não se deve forçar a criança a comer tudo, pois prejudica na sua habilidade de perceber e controlar os sinais 
de saciedade, podendo levar ao ganho de peso excessivo. 
o A forma de cuidar e de oferecer a refeição pode ajudar ou dificultar essa aprendizagem. Comer junto, 
elogiando a comida, incentiva a criança a comer e gostar do alimento. Assim como permitir que a criança 
participe da preparação da refeição. Por outro lado, dar alimentos em resposta ao choro, apressar ou 
pressionar a criança a comer toda a comida por meio de ameaças, chantagens e punições, oferecer 
quantidades excessivas de alimentos, são práticas que influenciam o comer em excesso, contribuindo para 
uma relação negativa com a comida, provocando momentos de estresse e frustação. 
o Não é aconselhado oferecer recompensas pelo consumo de alimentos que a criança não gosta ou escondê-
los no prato para que ela coma sem perceber. A recompensa pode virar regra para essa criança e ela não 
aceitar comer quando não houver. 
o Durante as refeições, a atenção deve ser voltada ao alimento. É desaconselhável que ela seja alimentada 
enquanto anda e brinca pela casa ou o uso de telas (televisão, tablet, celulares) durante as refeições, pois 
essas distrações provocam um “comer automático”, sem prestar atenção no alimento e sem ter momento 
de aprendizado, além de facilitar comer em excesso. No futuro, pode causar perda do controle da fome e 
saciedade, além de ganho ou perda de peso excessivo. Ainda, as telas possibilitam o acesso às propagandas 
de alimentos ultraprocessados, causando desejo pelo alimento visto. Evitar essa exposição impede prejuízos 
à alimentação adequada e saudável e permite a interação com o alimento. 
o A água deve ser oferecida a partir dos 6 meses. 
o Para avaliar se a quantidade de alimentos consumidos está sendo o suficiente, deve ser avaliado o 
desenvolvimento da criança (peso e a altura). 
o Os alimentos devem ser servidos separados no prato, sem misturar. O prato deve estar atraente, colorido e 
com texturas. Pode ser usado temperos naturais, mas não pode o sal. O açúcar também não pode ser 
oferecido antes dos 2 anos, pois dificulta a aceitação de outros alimentos, além de influenciar no excesso 
de peso. 
o Não pode ser oferecido mel antes dos 2 anos. Ele tem os componentes do açúcar e há risco de contaminação 
(Botulismo).

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