Buscar

(D)eficiência Intelectual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

[Digite aqui] 
 
i 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autores 
 
Suzana Portuguez Viñas 
Roberto Aguilar Machado Santos Silva 
Santo Ângelo, RS, Brasil 
2022 
 
 
2 
 
 
 
 
 
Supervisão editorial: Suzana Portuguez Viñas 
Projeto gráfico: Roberto Aguilar Machado Santos Silva 
Editoração: Suzana Portuguez Viñas 
 
Capa:. Roberto Aguilar Machado Santos Silva 
 
1ª edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Autores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Suzana Portuguez Viñas 
Pedagoga, psicopedagoga, escritora, 
editora, agente literária 
suzana_vinas@yahoo.com.br 
 
Roberto Aguilar Machado Santos Silva 
Membro da Academia de Ciências de Nova York (EUA), escritor 
poeta, historiador 
Doutor em Medicina Veterinária 
robertoaguilarmss@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
ara todos os pedagogos, psicopedagogos, psicomotricistas e 
mestres. 
Suzana Portuguez Viñas 
Roberto Aguilar Machado Santos Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Só é possível ensinar uma criança a amar, 
amando-a. 
Johann Goethe 
 
 
 
6 
 
 
Apresentação 
 
 mudança de valores e atitudes sociais pode afetar tanto 
os significados literais quanto os de definição. Por 
exemplo, o termo “retardo mental” passou a ser visto 
como um termo depreciativo e foi gradualmente substituído pelo 
termo “deficiência intelectual” em muitas partes do mundo. 
Grupos de autodefesa, representando pessoas com deficiência 
intelectual, tornaram-se muito instrumentais para mudar a maneira 
como a linguagem é usada para se referir à condição, 
argumentando que os termos usados os rebaixam por causa das 
conotações negativas implícitas. Mesmo o termo “deficiência” 
implica uma condição menos do que “normal”. Motivo pelo qual 
utilizamos no título (D) eficiência Intelectual. 
Suzana Portuguez Viñas 
Roberto Aguilar Machado Santos Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
A 
 
 
7 
 
 
Sumário 
 
 
 
Introdução.....................................................................................8 
Capítulo 1 - Deficiência Intelectual segundo o Manual 
 Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª 
 Edição DSM-5................................................................9 
Capítulo 2 - Experiências educativas no ensino-aprendizagem 
 para alunos com deficiência intelectual....................32 
Capítulo 3 - Humanizando o atendimento clínico ao paciente 
 com deficiência............................................................39 
Epílogo.........................................................................................44 
Bibliografia consultada..............................................................46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
Introdução 
 
 deficiência intelectual é uma anormalidade que tem 
enormes efeitos sociais; não afeta apenas as pessoas 
que sofrem com isso, mas também a família e a 
sociedade como um grupo. Milhões de pessoas em todo o mundo 
têm deficiência intelectual e a prevalência é calculada em 1 a 3% 
nos países desenvolvidos. 
A deficiência intelectual deve ser tratada de forma abrangente. O 
paradigma da qualidade de vida, que sustenta que o objetivo 
fundamental da prestação de serviços é melhorar a qualidade de 
vida dos clientes com deficiência intelectual. Qualidade de vida é 
um conceito subjetivo e cultural que é vivenciado individualmente 
por cada cliente. O planejamento do serviço, portanto, precisa ser 
aplicado individualmente. Finalmente, o apoio familiar também 
pode ser alcançado ajudando a criar vínculos com outras pessoas 
interessadas nas preocupações das pessoas com deficiência 
intelectual. Isso pode envolver ajudar as pessoas a acessar 
grupos educacionais e de apoio ou mesmo criar esses grupos. 
 
 
 
 
A 
 
 
9 
 
 
Capítulo 1 
Deficiência Intelectual 
segundo o Manual 
Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais 5ª 
Edição DSM-5 
 
egundo o DSM-5, os transtornos do 
neurodesenvolvimento são um grupo de condições com 
início no período do desenvolvimento. Os transtornos 
tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em geral 
antes de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados por 
déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no 
funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. Os 
déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito 
específicas na aprendizagem ou no controle de funções 
executivas até prejuízos globais em habilidades sociais ou 
inteligência. É frequente a ocorrência de mais de um transtorno do 
neurodesenvolvimento; por exemplo, indivíduos com transtorno do 
espectro autista frequentemente apresentam deficiência 
intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual), e muitas 
crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade 
(TDAH) apresentam também um transtorno específico da 
S 
 
10 
 
aprendizagem. No caso de alguns transtornos, a apresentação 
clínica inclui sintomas tanto de excesso quanto de déficits e 
atrasos em atingir os marcos esperados. Por exemplo, o 
transtorno do espectro autista somente é diagnosticado quando 
os déficits característicos de comunicação social são 
acompanhados por comportamentos excessivamente repetitivos, 
interesses restritos e insistência nas mesmas coisas. 
A deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento 
intelectual) caracteriza-se por déficits em capacidades mentais 
genéricas, como raciocínio, solução de problemas, planejamento, 
pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e 
aprendizagem pela experiência. Os déficits resultam em prejuízos 
no funcionamento adaptativo, de modo que o indivíduo não 
consegue atingir padrões de independência pessoal e 
responsabilidade social em um ou mais aspectos da vida diária, 
incluindo comunicação, participação social, funcionamento 
acadêmico ou profissional e independência pessoal em casa ou 
na comunidade. O atraso global do desenvolvimento, como o 
nome implica, é diagnosticado quando um indivíduo não atinge os 
marcos do desenvolvimento esperados em várias áreas do 
funcionamento intelectual. Esse diagnóstico é utilizado para 
indivíduos que estão incapacitados de participar de avaliações 
sistemáticas do funcionamento intelectual, incluindo crianças 
jovens demais para participar de testes padronizados. 
A deficiência intelectual pode ser consequência de uma lesão 
adquirida no período do desenvolvimento, decorrente, por 
 
11 
 
exemplo, de traumatismo craniano grave, situação na qual um 
transtorno neurocognitivo também pode ser diagnosticado. 
Os transtornos da comunicação incluem o transtorno da 
linguagem, o transtorno da fala, o transtorno da comunicação 
social (pragmática) e o transtorno da fluência com início na 
infância (gagueira). Os três primeiros caracterizam-se por déficits 
no desenvolvimento e no uso da linguagem, da fala e da 
comunicação social, respectivamente. 
O transtorno da fluência com início na infância é caracterizado por 
perturbações da fluência normal e da produção motora da fala, 
incluindo sons ou sílabas repetidas, prolongamento de sons de 
consoantes ou vogais, interrupção de palavras, bloqueio ou 
palavras pronunciadas com tensão física excessiva. Tal como 
outros transtornos do neurodesenvolvimento, os transtornos da 
comunicação iniciam-se precocemente e podem acarretar 
prejuízos funcionais durante toda a vida 
Um transtorno específico da aprendizagem, como o nome implica, 
é diagnosticado diante de déficits específicos na capacidade 
individual para perceber ou processar informaçõescom eficiência 
e precisão. Esse transtorno do neurodesenvolvimento manifesta-
se, inicialmente, durante os anos de escolaridade formal, 
caracterizando-se por dificuldades persistentes e prejudiciais nas 
habilidades básicas acadêmicas de leitura, escrita e/ou 
matemática. O desempenho individual nas habilidades 
acadêmicas afetadas está bastante abaixo da média para a idade, 
ou níveis de desempenho aceitáveis são atingidos somente com 
esforço extraordinário. 
 
12 
 
O transtorno específico da aprendizagem pode ocorrer em 
pessoas identificadas como apresentando altas habilidades 
intelectuais e manifestar-se apenas quando as demandas de 
aprendizagem ou procedimentos de avaliação (p. ex., testes 
cronometrados) impõem barreiras que não podem ser vencidas 
pela inteligência inata ou por estratégias compensatórias. Para 
todas as pessoas, o transtorno específico da aprendizagem pode 
acarretar prejuízos duradouros em atividades que dependam das 
habilidades, inclusive no desempenho profissional. 
 
Deficiência Intelectual (Transtorno 
do Desenvolvimento Intelectual) 
 
Critérios diagnósticos 
 
Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) 
é um transtorno com início no período do desenvolvimento que 
inclui déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos 
domínios conceitual, social e prático. Os três critérios a seguir 
devem ser preenchidos: 
A. Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de 
problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, 
aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência 
confirmados tanto pela avaliação clínica quanto por testes de 
inteligência padronizados e individualizados. 
 
13 
 
B. Déficits em funções adaptativas que resultam em fracasso para 
atingir padrões de desenvolvimento e socioculturais em relação a 
independência pessoal e responsabilidade social. Sem apoio 
continuado, os déficits de adaptação limitam o funcionamento em 
uma ou mais atividades diárias, como comunicação, participação 
social e vida independente, e em múltiplos ambientes, como em 
casa, na escola, no local de trabalho e na comunidade. 
C. Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período 
do desenvolvimento. 
 
O termo diagnóstico deficiência intelectual equivale ao diagnóstico 
da CID-11 de transtornos do desenvolvimento intelectual. Embora 
o termo deficiência intelectual seja utilizado em todo este Manual, 
ambos os termos são empregados no título para esclarecer as 
relações com outros sistemas de classificação. 
Deficiência intelectual é o termo de uso comum por médicos, 
educadores e outros, além de pelo público leigo e grupos de 
defesa dos direitos. Especificar a gravidade atual: 
 
317 (F70) Leve 
318.0 (F71) Moderada 
318.1 (F72) Grave 
318.2 (F73) Profunda 
 
Especificadores 
 
 
14 
 
Os vários níveis de gravidade são definidos com base no 
funcionamento adaptativo, e não em escores de QI, uma vez que 
é o funcionamento adaptativo que determina o nível de apoio 
necessário. 
Além disso, medidas de QI são menos válidas na extremidade 
mais inferior da variação desse coeficiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Características Diagnósticas 
 
As características essenciais da deficiência intelectual (transtorno 
do desenvolvimento intelectual) incluem déficits em capacidades 
mentais genéricas (Critério A) e prejuízo na função adaptativa 
diária na comparação com indivíduos pareados para idade, 
gênero e aspectos socioculturais (Critério B). O início ocorre 
durante o período do desenvolvimento (Critério C). O diagnóstico 
de deficiência intelectual baseia-se tanto em avaliação clínica 
quanto em testes padronizados das funções adaptativa e 
intelectual. 
O critério A refere-se a funções intelectuais que envolvem 
raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento 
abstrato, juízo, aprendizagem pela educação escolar e 
experiência e compreensão prática. Os componentes críticos 
incluem compreensão verbal, memória de trabalho, raciocínio 
perceptivo, raciocínio quantitativo, pensamento abstrato e 
eficiência cognitiva. 
O funcionamento intelectual costuma ser mensurado com testes 
de inteligência administrados individualmente, com validade 
psicométrica, abrangentes, culturalmente adequados e 
adequados do ponto de vista psicométrico. Indivíduos com 
deficiência intelectual apresentam escores em torno de dois 
desvios-padrão ou mais abaixo da média populacional, incluindo 
uma margem de erro de medida (em geral, +5 pontos). Em testes 
com desvio-padrão de 15 e média de 100, isso significa um 
 
18 
 
escore de 65-75 (70 ± 5). Treinamento e julgamento clínicos são 
necessários para a interpretação dos resultados dos testes e a 
avaliação do desempenho intelectual. 
Fatores que podem influenciar os escores dos testes incluem 
efeitos de prática e o “efeito Flynn” (i.e., escores excessivamente 
elevados devido a normas desatualizadas dos testes). Escores 
inválidos podem resultar do uso de testes ou grupos de triagem 
breves; escores de subtestes individuais altamente discrepantes 
podem invalidar um escore geral de QI. Há necessidade de 
normatização dos instrumentos em termos de contexto 
sociocultural e idioma nativo do indivíduo. 
Transtornos concomitantes que influenciem a comunicação, a 
linguagem e/ou a função motora ou sensorial podem afetar os 
escores do teste. Perfis cognitivos individuais baseados em testes 
neuropsicológicos são mais úteis para o entendimento de 
capacidades intelectuais do que apenas o escore do QI. Esses 
testes podem identificar pontos fortes e pontos fracos, uma 
avaliação que é importante para o planejamento acadêmico e 
profissional. 
Escores de QI são aproximações do funcionamento conceitual, 
mas podem ser insuficientes para a avaliação do raciocínio em 
situações da vida real e do domínio de tarefas práticas. 
Exemplificando, uma pessoa com um escore de QI acima de 70 
pode ter problemas de comportamento adaptativo tão graves no 
juízo social, no entendimento social e em outras áreas da função 
adaptativa que seu funcionamento real é comparável ao de 
pessoas com um escore de QI mais baixo. 
 
19 
 
 
Comportamento adaptativo: é um conjunto de 
habilidades que possibilita que as pessoas se adaptem 
às atividades de seu cotidiano no ambiente doméstico, 
escolar, profissional ou social. ... As habilidades 
adaptativas dizem respeito às expectativas de 
comportamento em determinado ambiente. 
 
Assim, o julgamento clínico é necessário para a interpretação dos 
resultados dos testes de QI. Déficits no funcionamento adaptativo 
(Critério B) referem-se a quão bem uma pessoa alcança os 
padrões de sua comunidade em termos de independência pessoal 
e responsabilidade social em comparação a outros com idade e 
antecedentes socioculturais similares. O funcionamento 
adaptativo envolve raciocínio adaptativo em três domínios: 
conceitual, social e prático. O domínio conceitual (acadêmico) 
envolve competência em termos de memória, linguagem, leitura, 
escrita, raciocínio matemático, aquisição de conhecimentos 
práticos, solução de problemas e julgamento em situações novas, 
entre outros. O domínio social envolve percepção de 
pensamentos, sentimentos e experiências dos outros; empatia; 
habilidades de comunicação interpessoal; habilidades de 
amizade; julgamento social; entre outros. O domínio prático 
envolve aprendizagem e autogestão em todos os cenários de 
vida, inclusive cuidados pessoais, responsabilidades profissionais, 
controle do dinheiro, recreação, autocontrole comportamental e 
organização de tarefas escolares e profissionais, entre outros. 
Capacidade intelectual,educação, motivação, socialização, 
aspectos de personalidade, oportunidade vocacional, experiência 
 
20 
 
cultural e condições médicas gerais e transtornos mentais 
coexistentes influenciam o funcionamento adaptativo. 
O funcionamento adaptativo é investigado mediante uso tanto da 
avaliação clínica quanto de medidas individualizadas, 
culturalmente adequadas e psicometricamente adequadas. 
Medidas padronizadas são empregadas com informantes (p. ex., 
pais ou outro membro da família; professor; conselheiro; provedor 
de cuidados) e com o indivíduo, na medida do possível. Outras 
fontes de informação incluem avaliações educacionais, 
desenvolvimentais, médicas e de saúde mental. Escores de 
medidas padronizadas e fontes de entrevista devem ser 
interpretados com uso de julgamento clínico. Quando a realização 
de um teste padronizado é difícil ou impossível por uma variedade 
de fatores (p. ex., prejuízo sensorial, comportamento problemático 
grave), o indivíduo pode ser diagnosticado com uma deficiência 
intelectual não especificada. O funcionamento adaptativo pode ser 
de difícil investigação em um cenário controlado (p. ex., prisões, 
centros de detenção); se possível, informações corroborativas que 
reflitam o funcionamento fora desses locais devem ser obtidas. 
O critério B é preenchido quando pelo menos um domínio do 
funcionamento adaptativo – conceitual, social ou prático – está 
suficientemente prejudicado a ponto de ser necessário apoio 
contínuo para que a pessoa tenha desempenho adequado em um 
ou mais de um local, tais como escola, local de trabalho, casa ou 
comunidade. Para que sejam atendidos os critérios diagnósticos 
de deficiência intelectual, os déficits no funcionamento adaptativo 
devem estar diretamente relacionados aos prejuízos intelectuais 
 
21 
 
descritos no Critério A. O Critério C, início durante o período do 
desenvolvimento, refere-se ao reconhecimento da presença de 
déficits intelectuais e adaptativos durante a infância ou 
adolescência. 
 
Características associadas que 
apoiam o diagnóstico 
 
A deficiência intelectual é uma condição heterogênea com 
múltiplas causas. Pode haver dificuldades associadas ao juízo 
social; à avaliação de riscos; ao autocontrole do comportamento, 
emoções ou relações interpessoais; ou à motivação na escola ou 
nos ambientes de trabalho. Falta de habilidades de comunicação 
pode predispor a comportamentos disruptivos ou agressivos. A 
credulidade costuma ser uma característica, envolvendo 
ingenuidade em situações sociais e tendência a ser facilmente 
conduzido pelos outros. Credulidade e falta de consciência sobre 
riscos podem resultar em exploração por outros e possível 
vitimização, fraude, envolvimento criminal não intencional, falsas 
confissões e risco de abuso físico e sexual. Esses aspectos 
associados podem ser importantes em casos criminais, incluindo 
audiências do tipo Atkins, envolvendo pena de morte. 
Pessoas com diagnóstico de deficiência intelectual, com 
transtornos mentais comórbidos apresentam risco de suicídio. 
Elas pensam em suicídio, fazem tentativas suicidas e podem 
morrer em decorrência delas. Assim, é essencial a investigação 
de pensamentos suicidas no processo de avaliação. Em 
 
22 
 
decorrência da falta da consciência de riscos e perigos, taxas de 
lesões acidentais podem ser elevadas. 
 
Prevalência 
 
A deficiência intelectual tem uma prevalência geral na população 
como um todo de cerca de 1%, com variações em decorrência da 
idade. A prevalência de deficiência intelectual grave é de cerca de 
6 por 1.000. 
 
Desenvolvimento e curso 
 
O início da deficiência intelectual é no período do 
desenvolvimento. Idade e aspectos característicos no início 
dependem da etiologia e da gravidade da disfunção cerebral. 
Atrasos em marcos motores, linguísticos e sociais podem ser 
identificáveis nos primeiros dois anos de vida entre aqueles com 
deficiência intelectual mais grave, ao passo que níveis leves 
podem não ser identificados até a idade escolar, quando ficam 
aparentes as dificuldades de aprendizagem acadêmica. Todos os 
critérios (inclusive o C) devem ser atendidos pela história ou pela 
apresentação atual. Algumas crianças com menos de 5 anos de 
idade, cuja apresentação atenderá, em última análise, aos 
critérios de deficiência intelectual, têm déficits que satisfazem a 
critérios de atraso global do desenvolvimento. 
 
23 
 
Quando a deficiência intelectual está associada a uma síndrome 
genética, pode haver uma aparência física característica (como na 
síndrome de Down, p. ex.). 
Algumas síndromes têm um fenótipo comportamental, o que se 
refere a comportamentos específicos, característicos de 
determinado transtorno genético (p. ex., síndrome de Lesch-
Nyhan). 
 
 
Síndrome de Lesch-Nyhan (LNS) é a forma mais 
grave da deficiência de hipoxantina-guanina 
fosforibosiltransferase (HPRT), uma patologia 
hereditária do metabolismo das purinas, e está 
associada à sobreprodução de ácido úrico (SAU), 
problemas neurológicos e comportamentais. 
 
 
Nas formas adquiridas, o aparecimento pode ser abrupto, após 
doenças como meningite ou encefalite ou traumatismo encefálico 
durante o período do desenvolvimento. Quando a deficiência 
intelectual decorre de perda de habilidades cognitivas 
previamente adquiridas, como em lesões cerebrais traumáticas, 
pode ser atribuído tanto diagnóstico de deficiência intelectual 
quanto o de um transtorno neurocognitivo. 
Embora a deficiência intelectual em geral não seja progressiva, 
em algumas doenças genéticas (p. ex., Síndrome de Rett) há 
períodos de piora seguidos de estabilização. 
 
Síndrome de Rett é um distúrbio neurológico e de 
desenvolvimento genético raro que afeta a maneira 
como o cérebro se desenvolve, causando uma perda 
progressiva das habilidades motoras e da fala. Este 
distúrbio afeta principalmente as meninas. A maioria dos 
 
 
24 
 
bebês com síndrome de Rett parecem se desenvolver 
normalmente nos primeiros 6 a 18 meses de idade e 
depois perdem habilidades que tinham anteriormente – 
como a capacidade de engatinhar, andar, se comunicar 
ou usar as mãos. Com o tempo, as crianças com 
síndrome de Rett têm problemas crescentes com o uso 
de músculos que controlam o movimento, a 
coordenação e a comunicação. A síndrome de Rett 
também pode causar convulsões e deficiência 
intelectual. Movimentos anormais das mãos, como 
esfregar ou bater palmas repetitivos, substituem o uso 
intencional das mãos. Embora não haja cura para a 
síndrome de Rett, potenciais tratamentos estão sendo 
estudados. O tratamento atual se concentra em 
melhorar o movimento e a comunicação, tratar 
convulsões e fornecer cuidados e apoio a crianças e 
adultos com síndrome de Rett e suas famílias. 
 
Em outras (p. ex., Síndrome de San Phillippo), ocorre piora 
progressiva da função intelectual. Depois da primeira infância, o 
transtorno costuma perdurar por toda a vida, ainda que os níveis 
de gravidade possam mudar ao longo do tempo. 
 
Síndrome de Sanfilippo, assim batizada em 
homenagem ao doutor Sylvester Sanfilippo que relatou 
os primeiros casos da doença em 1963, corresponde às 
mucopolissacaridoses (MPS) III-A, III-B, III-C e III-D. Se 
caracteriza pela presença de atraso de 
desenvolvimento, envolvimento do sistema nervoso 
central (cérebro) e problemas físicos leves. 
 
O curso pode ser influenciado por condições médicas ou 
genéticas subjacentes e por condições comórbidas (p. ex., 
deficiências auditivas ou visuais, epilepsia). 
Intervenções precoces e continuadas podem melhorar o 
funcionamento adaptativo na infância e na vida adulta. Em alguns 
casos, ocorre melhora significativa da função intelectual, até 
tornando o diagnóstico de deficiência intelectual não mais 
apropriado. Desse modo, é prática comum ao avaliar bebês e 
 
 
 
25 
 
crianças pequenas postergar o diagnóstico de deficiência 
intelectual paraaté depois de um curso apropriado de intervenção 
ter sido proporcionado. Em crianças mais velhas e adultos, o nível 
de apoio oferecido é capaz de possibilitar a completa participação 
em todas as atividades cotidianas e melhora na função 
adaptativa. As avaliações diagnósticas devem determinar se uma 
melhora nas habilidades de adaptação é resultado da aquisição 
de uma nova habilidade estável e generalizada (caso em que o 
diagnóstico de deficiência intelectual pode não ser mais 
apropriado) ou contingência da presença de apoios e 
intervenções ininterruptas (caso em que o diagnóstico de 
deficiência intelectual pode ainda ser apropriado). 
 
Fatores de risco e prognóstico 
 
Genéticos e fisiológicos. Etiologias pré-natais incluem 
síndromes genéticas (p. ex., variações na sequência ou variações 
no número de cópias envolvendo um ou mais genes; problemas 
cromossômicos), erros inatos do metabolismo, malformações 
encefálicas, doença materna (inclusive doença placentária) e 
influências ambientais (p. ex., álcool, outras drogas, toxinas, 
teratógenos). Causas perinatais incluem uma gama de eventos no 
trabalho de parto e no nascimento que levam a encefalopatia 
neonatal. Causas pós-natais incluem lesão isquêmica hipóxica, 
lesão cerebral traumática, infecções, doenças desmielinizantes, 
doenças convulsivas (p. ex., espasmos infantis), privação social 
 
26 
 
grave e crônica, síndromes metabólicas tóxicas e intoxicações (p. 
ex., chumbo, mercúrio). 
 
Questões diagnósticas relativas à 
cultura 
 
A deficiência intelectual ocorre em todas as raças e culturas. 
Sensibilidade e conhecimento culturais são necessários durante a 
avaliação, devendo ser considerados antecedentes étnicos, 
culturais e linguísticos individuais, experiências disponíveis e 
funcionamento adaptativo na comunidade e no cenário cultural 
individuais. 
 
Questões diagnósticas relativas ao 
gênero 
 
Indivíduos do sexo masculino, em geral, têm mais propensão do 
que os do sexo feminino para receber diagnóstico de formas 
moderadas (razão média masculino/feminino 1,6:1) e graves 
(razão média masculino/feminino 1,2:1) de deficiência intelectual. 
As proporções de gênero, todavia, variam muito em estudos 
relatados. Fatores genéticos associados ao sexo e vulnerabilidade 
do sexo masculino a lesões no cérebro podem responder por 
algumas diferenças de gênero. 
 
Marcadores diagnósticos 
 
27 
 
 
Uma avaliação abrangente inclui avaliação da capacidade 
intelectual e do funcionamento adaptativo; identificação de 
etiologias genéticas e não genéticas; avaliação da existência ou 
não de condições médicas associadas (p. ex., paralisia cerebral, 
epilepsia), e avaliação de transtornos mentais, emocionais e 
comportamentais comórbidos. Os componentes da avaliação 
podem incluir história médica pré-natal e perinatal, genograma 
familiar incluindo três gerações, exames físicos, avaliação 
genética (p. ex., cariótipo ou análise cromossômica por microarray 
e testes para detecção de síndromes genéticas específicas), bem 
como triagem metabólica e investigação por neuroimagem. 
 
Genograma familiar é estruturalmente semelhante a 
uma árvore genealógica, mas serve a um propósito 
muito diferente. Um genograma inclui informações sobre 
relacionamentos e interações entre membros da família, 
enquanto uma árvore genealógica representa apenas a 
linhagem. Imagine um genograma como uma árvore 
genealógica com muito mais detalhes sobre como os 
membros da família interagem uns com os outros. Um 
genograma torna-se mais valioso quando inclui 
informações sobre várias gerações. Padrões que 
geralmente são difíceis de decifrar parecem saltar uma 
vez que são mapeados no papel. Talvez você já tenha 
notado uma tendência de problemas conjugais na 
história de uma família, mas um genograma pode 
destacar o padrão de indiferença e raiva que está na 
raiz desses problemas conjugais. 
 
Diagnóstico diferencial 
 
O diagnóstico de deficiência intelectual deve ser feito sempre que 
atendidos os Critérios A, B e C. O diagnóstico de deficiência 
intelectual jamais deve ser pressuposto em razão de determinada 
 
 
28 
 
condição genética ou médica. Uma síndrome genética associada 
à deficiência intelectual deve ser registrada como um diagnóstico 
concorrente com a deficiência intelectual. 
Transtornos neurocognitivos maiores e leves. A deficiência 
intelectual é definida como um transtorno do 
neurodesenvolvimento e é diferente dos transtornos 
neurocognitivos, que se caracterizam por perda do funcionamento 
cognitivo. Um transtorno neurocognitivo maior pode ocorrer 
concomitantemente com deficiência intelectual (p. ex., pessoa 
com síndrome de Down que desenvolve doença de Alzheimer ou 
pessoa com deficiência intelectual que perde um pouco mais a 
capacidade cognitiva após um traumatismo encefálico). Em casos 
assim, podem ser feitos diagnósticos de deficiência intelectual e 
transtorno neurocognitivo. 
Transtornos da comunicação e transtorno específico da 
aprendizagem. Esses transtornos do neurodesenvolvimento são 
específicos do domínio da comunicação e da aprendizagem, não 
exibindo déficits no comportamento intelectual e adaptativo. 
Podem ser comórbidos com deficiência intelectual. Ambos os 
diagnósticos são feitos se a totalidade dos critérios para 
deficiência intelectual e para transtorno da comunicação ou 
específico da aprendizagem for preenchida. 
Transtorno do espectro autista. A deficiência intelectual é 
comum entre pessoas com transtorno do espectro autista. Sua 
investigação pode ser complicada por déficits 
sociocomunicacionais e comportamentais, inerentes ao transtorno 
do espectro autista, que podem interferir na compreensão e no 
 
29 
 
engajamento nos procedimentos dos testes. Uma investigação 
adequada da função intelectual no transtorno do espectro autista 
é fundamental, com reavaliação ao longo do período do 
desenvolvimento, uma vez que escores do QI no transtorno do 
espectro autista podem ser instáveis, particularmente na primeira 
infância. 
 
Comorbidade 
 
A ocorrência concomitante de condições mentais, do 
neurodesenvolvimento, médicas e físicas é frequente na 
deficiência intelectual, com taxas de algumas condições (p. ex., 
transtornos mentais, paralisia cerebral e epilepsia) 3 a 4 vezes 
mais altas que na população em geral. O prognóstico e o 
resultado de diagnósticos comórbidos podem ser influenciados 
pela presença da deficiência intelectual. 
Os procedimentos de avaliação podem demandar mudanças em 
função dos transtornos associados, tais como transtornos da 
comunicação, transtorno do espectro autista e transtornos 
motores, sensoriais e outros. Informantes são essenciais para a 
identificação de sintomas como irritabilidade, desregulação do 
humor, agressividade, problemas alimentares e problemas do 
sono, bem como para a avaliação da função adaptativa em locais 
variados na comunidade. 
Os transtornos mentais e do neurodesenvolvimento comórbidos 
mais comuns são transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, 
transtornos depressivo e bipolar, transtornos de ansiedade, 
 
30 
 
transtorno do espectro autista, transtorno do movimento 
estereotipado (com ou sem comportamento autolesivo), 
transtornos do controle de impulsos e transtorno neurocognitivo 
maior. 
Um transtorno depressivo maior pode ocorrer nos diferentes 
níveis de gravidade da deficiência intelectual. 
Comportamento autolesivo requer imediata atenção diagnóstica, 
podendo gerar um diagnóstico separado de transtorno do 
movimento estereotipado. Indivíduos com deficiência intelectual, 
em especial os com uma deficiência mais grave, podem também 
evidenciar agressividade e comportamentos disruptivos, inclusive 
causando danos a outros ou destruindo propriedades. 
 
Relação com outras classificações 
 
A CID-11 utiliza o termo transtornos do desenvolvimento 
intelectual para indicar que se está falandode transtornos que 
envolvem função cerebral prejudicada precocemente na vida. 
Esses transtornos estão descritos na CID-11 como uma 
metassíndrome que ocorre no período do desenvolvimento 
análoga à demência ou ao transtorno neurocognitivo em fases 
posteriores da vida. 
Existem quatro subtipos na CID-11: leve, moderado, grave e 
profundo. 
American Association on Intellectual and Developmental 
Disabilities (AAIDD) também usa o termo deficiência intelectual, 
com o mesmo sentido do termo empregado neste Manual. A 
 
31 
 
classificação da AAIDD é mais multidimensional que categórica, 
baseada no construto da incapacidade. Mais do que listar 
especificadores, como está sendo feito no DSM-5, a AAIDD 
salienta um perfil de apoio com base na gravidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
Capítulo 2 
Experiências educativas no 
ensino-aprendizagem para 
alunos com deficiência 
intelectual 
 
egundo Jenny Paola Quiroga Ramírez (2021), em sua 
monografia apresentada ao Programa Licenciatura en 
Inglés como Lengua Extranjera Escuela Ciencias de la 
Educación Universidad Nacional Abierta ya Distancia (Colômbia), 
há necessidade de apoiar a participação de pessoas com 
deficiência intelectual nos ambientes formais de formação 
educacional, por terem atualmente menos oportunidades de 
profissionalização e também de poder identificar ou propor 
estratégias que apoiem o aprendizado para completar com 
sucesso todas as etapas da vida. Além disso, a ideia principal é 
proporcionar ao professor da sala de aula uma visão mais ampla 
da deficiência como uma oportunidade de aprender e melhorar as 
práticas de ensino. 
Falar em inclusão leva as pessoas a começarem a analisar como 
a falta de acesso à educação deixa quem não conhece os códigos 
mínimos para poder se articular na dinâmica da sociedade atual. 
As mudanças ocorridas na produção do conhecimento e nas 
concepções que o Estado vem adquirindo, trouxeram consigo 
S 
 
33 
 
modificações nos modos de vida e geraram um novo tipo de 
demandas no nível educacional que promovem a equidade e a 
igualdade de oportunidades para todos os habitantes do país. 
 
Deficiência: o encontro com os 
outros na vida real 
 
Conforme Ramírez (2021), por muito tempo, a deficiência foi 
considerada um problema social e uma situação constrangedora 
dentro das famílias. O principal motivo foram as características 
físicas e cognitivas fora da normalidade. Até o século XX, as 
pessoas começaram a entender a deficiência como uma 
característica, mas não como uma definição completa da pessoa. 
Atualmente, o conceito de deficiência é resultado de muitas 
mudanças na história. Atualmente, a deficiência é uma concepção 
relacionada aos direitos humanos por ser uma característica 
humana e isso é convocado para que o sistema educacional faça 
processo de inclusão em todas as instituições. Este é um 
processo de longo prazo e exige que os professores se 
comprometam com a garantia dos direitos dentro das salas de 
aula, dando oportunidades de aprendizagem e reconhecendo a 
participação e as diferenças entre todos os alunos. A inclusão 
será resultado da redução da discriminação e vulnerabilidade na 
sociedade. 
Dentro dos processos que são realizados no desenvolvimento 
humano, podem ser identificados marcos ou diretrizes que 
 
34 
 
demonstrarão os aspectos em que a pessoa tem um 
desenvolvimento de acordo com sua idade no desenvolvimento 
cognitivo e em que algumas deficiências podem estar presentes 
de acordo com o que se supõe ser esperado em todos os 
momentos. Embora esses marcos sejam uma manifestação do 
que é constantemente considerado típico do desenvolvimento 
humano, nem sempre algum atraso neles representará uma 
deficiência, mas é um ponto de partida interessante para detalhar 
como, a partir da sala de aula, alguns sinais de alerta podem ser 
identificados. 
 
Quociente de Inteligência: 
quando um escore começa a 
definir partes da vida 
 
Um quociente de inteligência (QI) é uma pontuação total derivada 
de um conjunto de testes padronizados ou subtestes projetados 
para avaliar a inteligência humana. A abreviatura "IQ" foi cunhada 
pelo psicólogo William Stern para o termo alemão 
Intelligenzquotient, seu termo para um método de pontuação para 
testes de inteligência na Universidade de Breslau que ele 
defendeu em um livro de 1912. 
Historicamente, o QI era uma pontuação obtida pela divisão da 
pontuação da idade mental de uma pessoa, obtida pela aplicação 
de um teste de inteligência, pela idade cronológica da pessoa, 
ambas expressas em termos de anos e meses. A fração 
 
35 
 
resultante (quociente) foi multiplicada por 100 para obter a 
pontuação de QI. Para testes modernos de QI, a pontuação bruta 
é transformada em uma distribuição normal com média 100 e 
desvio padrão 15. Isso resulta em aproximadamente dois terços 
da população pontuando entre QI 85 e QI 115 e cerca de 2,5% 
cada acima de 130 e abaixo de 70. 
Tradicionalmente, o QI era determinado apenas para um exame, 
muitos autores dão uma ideia, mas atualmente os mais 
importantes são as Escalas de Inteligência Stanford-Binet e o 
teste de Wechsler. Esses testes dão pontuação e determinam a 
inteligência usando um número. Na tabela a seguir, o leitor pode 
ver a classificação de acordo com os resultados do teste de QI. 
 
Escalas de Inteligência Stanford-Binet (ou mais 
comumente a Stanford-Binet) é um teste de inteligência 
administrado individualmente que foi revisado a partir da 
Escala Binet-Simon original por Lewis Terman, 
psicólogo da Universidade de Stanford. A Stanford-Binet 
Intelligence Scale está agora em sua quinta edição 
(SB5) e foi lançada em 2003. É um teste de habilidade 
cognitiva e inteligência usado para diagnosticar 
deficiências de desenvolvimento ou intelectuais em 
crianças pequenas. O teste mede cinco fatores 
ponderados e consiste em subtestes verbais e não 
verbais. Os cinco fatores que estão sendo testados são 
conhecimento, raciocínio quantitativo, processamento 
visual-espacial, memória de trabalho e raciocínio fluido. 
A Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS) é um 
teste de QI projetado para medir a inteligência e a 
capacidade cognitiva em adultos e adolescentes mais 
velhos. Scale, lançado em 1939. Atualmente está em 
sua quarta edição (WAIS-IV) lançada em 2008 pela 
Pearson, e é o teste de QI mais utilizado, tanto para 
adultos quanto para adolescentes mais velhos, no 
mundo. 
 
 
 
 
 
36 
 
Classificação de acordo com os 
resultados dos testes de Stanford-
Binet e Wechsler 
 
Classificação Stanford-Binet Wechsler Característica 
Média 81 - 110 90 - 109 Educação padrão 
Limite 69 - 80 70 - 89 Possível educar 
Baixo 52 - 68 55 - 69 Possível educar 
Muito baixo 35 - 51 40 - 54 Possível 
reabilitação 
Extremamente 
baixo 
Menos 34 Menos 39 Necessita de 
apoio e/ou apoio 
específico para 
viver 
(Ramírez, 2021) 
 
Em alguns casos, quando um professor teve o resultado de QI 
não entende a complexidade da deficiência intelectual e é 
importante saber que a deficiência mostra a força e a fraqueza, 
como em todos os seres humanos. 
 
O número pode mudar dependendo dos auxílios, ambiente social 
e educação. O número não pode definir uma pessoa (Ramirez, 
2021). 
 
Segundo Ramirez (2021), cada classificação tem uma definição 
específica e que ajuda a compreender melhor essa deficiência no 
momento específico da vida de uma pessoa; atualmente, na 
Colômbia, a classificação limítrofe não é trabalhada na educação 
especial dentro da escola, portanto, o professor precisa 
 
37 
 
desenvolver o apoio específico sem ajuda especializada ou 
profissional em suas aulas. 
O resultado baixo é o diagnóstico mais comum dentro do 
ambiente educativo e é detectável quando a criança inicia o 
processo escolar diante de dificuldades para aprender e usar as 
habilidades de leitura e escrita, também em matemática.Embora 
a criança possa aprender lentamente e com apoio em quase 
todos os tópicos, desenvolve uma comunicação clara com os 
outros, pode cuidar de si mesma sem problemas. Mas precisa de 
alguma adaptação curricular e mais tempo. 
O resultado muito baixo mostra uma deficiência mais importante. 
O profissional pode identificar com desenvolvimento lento na 
linguagem e características motoras de acordo com a idade. Além 
disso, a criança pode aprender hábitos de cuidados pessoais com 
apoio constante e desenvolver alguma habilidade ou trabalho 
específico. Os alunos com este nível podem auxiliar nas aulas 
regulares, mas precisavam de alto apoio do professor especial de 
educação e flexibilidade curricular. É importante revisar os 
domínios para determinar suportes específicos. 
 
Avaliar uma deficiência intelectual: 
um processo complexo, não apenas 
resultados de testes de QI 
 
Conforme Ramirez (2021), o processo de determinação da 
deficiência intelectual teve muitas etapas, grandiosas, para as 
 
38 
 
novas visões sobre o diagnóstico multidisciplinar. Hoje em dia o 
resultado do teste de QI é apenas uma etapa do processo porque 
a complexidade humana exige mais do que um número. O 
diagnóstico avalia algumas áreas, esta é a principal razão pela 
qual a avaliação é adequada após sete anos, embora, a criança 
possa dar sinais de alerta antes. 
Em conclusão, o diagnóstico adequado para uma pessoa com 
deficiência intelectual terá laudos médicos, entrevista psicológica 
com família e pessoa, a observação e descrição dada pelos 
professores e o teste de QI, em ambientes educacionais são 
fundamentais para apagar apenas os resultados de QI e os o 
mais importante é entender a complexidade individual. Ao final, o 
sistema educativo deve tentar fornecer ao aluno ferramentas para 
sua vida, garantindo que ela tenha qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
Capítulo 3 
Humanizando o 
atendimento clínico ao 
paciente com deficiência 
 
e acordo com Omar Sultan Haque e Michael Ashley 
Stein (2020), Proteger pacientes com deficiência contra 
a discriminação na prestação de cuidados de saúde, 
especialmente violações de seus direitos civis ou humanos, 
requer uma compreensão dos preconceitos comuns que 
prejudicam a igualdade de tratamento na clínica, diagnóstico, e 
contextos terapêuticos. No entanto, este tópico raramente é 
reconhecido em estudos científicos jurídicos ou sociais de viés na 
tomada de decisões em saúde. Consequentemente, os 
preconceitos contra as pessoas com deficiência – “Ableismo” – 
nestes contextos permanecem predominantes e não abordados. 
Ableismo (também conhecido como ablism, disablism (inglês 
britânico), anapirofobia, anapirismo e discriminação de 
deficiência) é discriminação e preconceito social contra pessoas 
com deficiência e/ou pessoas que são percebidas como 
deficientes. O ableismo caracteriza as pessoas como definidas 
por suas deficiências e inferiores às não deficientes. Com base 
nisso, às pessoas são atribuídas ou negadas certas habilidades, 
habilidades ou orientações de caráter percebidas. 
D 
 
40 
 
Embora ableismo e deficiência sejam ambos termos que 
descrevem a discriminação de deficiência, a ênfase para cada um 
desses termos é ligeiramente diferente. Ableism é a discriminação 
em favor de pessoas sem deficiência. A deficiência é a 
discriminação contra as pessoas com deficiência. 
Existem estereótipos que estão associados à deficiência em geral, 
ou estão associados a deficiências específicas ou condições 
crônicas de saúde (por exemplo, a presunção de que todas as 
pessoas com deficiência desejam ser curadas, a presunção de 
que os usuários de cadeiras de rodas também têm deficiência 
intelectual ou a presunção de que as pessoas cegas têm alguma 
forma especial de insight). Esses estereótipos, por sua vez, 
servem como justificativa para práticas discriminatórias e reforçam 
atitudes e comportamentos discriminatórios em relação às 
pessoas com deficiência. A rotulagem afeta as pessoas quando 
limita suas opções de ação ou altera sua identidade. 
Nas sociedades ableistas, a vida com deficiência é considerada 
menos digna de ser vivida, ou as pessoas com deficiência menos 
valiosas, às vezes até mesmo dispensáveis. O movimento de 
eugenia do início do século 20 é considerado uma expressão de 
capacidade generalizada. 
O Ableismo também pode ser melhor compreendido pela leitura 
de literatura escrita e publicada por aqueles que vivenciam a 
deficiência e o capacitismo em primeira mão. Os estudos sobre 
deficiências são uma disciplina acadêmica que também é 
benéfica quando pessoas sem deficiência a buscam para obter 
uma melhor compreensão do capacitismo. 
 
41 
 
As evidências empíricas demonstram, de forma esmagadora, 
resultados de saúde desiguais para pessoas com deficiência em 
relação às pessoas sem deficiência. Historicamente, a diminuição 
das disparidades de saúde para pessoas com deficiência se 
concentrou em melhorar o acesso e as acomodações nos 
ambientes de saúde. Fazemos uma abordagem complementar 
com o objetivo de compreender os vieses sociopsicológicos 
subjacentes à percepção das pessoas com deficiência nos 
espaços clínicos e como esses preconceitos contribuem para as 
disparidades de saúde dessa população. A extensão e o impacto 
dos estereótipos e preconceitos contra as pessoas com 
deficiência são sistemáticos e abundantes. No entanto, devido a 
restrições de espaço, explicamos e descrevemos as implicações 
de apenas três manifestações específicas de ableismo. Dois são 
preconceitos infantilizadores: um “viés ineficaz” no qual as 
pessoas com deficiência são vistas como tendo baixa agência e 
competência, e um “viés de amizade frágil” no qual as pessoas 
com deficiência são percebidas como tendo alta experiência 
subjetiva e calor. Um “viés de catástrofe” forma um terceiro 
preconceito que leva os observadores a catastrofizar os estados 
mentais das pessoas com deficiência. Essa troika de preconceitos 
cria coletivamente um tipo misto e único de capacitismo dentro da 
esfera clínica. Não é franca animosidade nem glorificação, mas 
sim um conglomerado heterogêneo de paternalismo, projeção, 
piedade, baixas expectativas, infantilização e assumir as piores 
circunstâncias possíveis. Tudo isso acontece muitas vezes, 
ironicamente, com a melhor das intenções. Compreender esses 
 
42 
 
preconceitos é importante para compreender a natureza do 
ableismo e, ao mesmo tempo, esclarecer o impacto negativo dos 
vieses no âmbito clínico. Essa explicação também ajuda a prever 
que tipos de intervenções podem diminuir o impacto negativo na 
saúde do capacitismo nas experiências vividas por pessoas com 
deficiência. Em comparação com o estudo de preconceitos 
raciais, étnicos, de gênero, classe e outros, o estudo do 
capacitismo em ambientes clínicos ainda é incipiente. O que fica 
claro a partir do estudo de vieses clínicos não específicos de 
deficiência, no entanto, é instrutivo para considerar os vieses 
clínicos contra os deficientes. Os vieses de não deficiência 
observados na vida social geral são encontrados de forma 
confiável em ambientes clínicos, e as paredes do hospital não 
constituem uma barreira mágica que filtra essas construções 
sociais embutidas e negativas. Da mesma forma, não há razão 
para acreditar que algo deva ser diferente em relação ao 
ableismo. 
 
Intervenções educativas e clínicas 
 
Prevenir e inibir os três vieses específicos e seus efeitos clínicos 
descritos acima deve começar nos primeiros estágios da 
educação clínica, quando os alunos aprendem sobre a relação 
médico-paciente e se estendem a intervenções para clínicos em 
regime de internação e ambulatório. 
O objetivo das intervenções contra vieses clínicos é melhorar a 
precisão das percepções do estado mental e físico do paciente; 
 
43 
 
encontrar pacientes onde eles realmente estão em suadoença e 
jornada de cura e curso de vida, seja nas alturas da agência ou 
nas profundezas da fragilidade. Qualquer que seja o viés em 
questão, o clínico em treinamento pode superar suas distorções 
observando com sensibilidade e ouvindo atentamente, a fim de 
combinar com precisão a percepção do estado mental do paciente 
pelo observador com o estado mental real do paciente, 
independentemente de onde o paciente esteja no espectro de 
agência, competência, fragilidade ou amizade. Mais pesquisas 
precisarão estabelecer se as intervenções precisam ser 
adaptadas a cada viés específico, ou se todos os três vieses 
podem ser melhorados por intervenções gerais de domínio que 
humanizam os pacientes com deficiência como pessoas com 
dignidade. Além disso, ao aprender com estudos de casos de 
estados de doença, os materiais educacionais devem incluir 
pacientes com deficiência, não apenas abstrações de pessoas 
hipotéticas não deficientes, uma vez que esta é a natureza da 
vida clínica realmente vivida que os alunos irão enfrentar. As 
intervenções clínicas melhorariam a prática diária da medicina, 
evitando que os preconceitos contra os deficientes impactassem 
os cuidados clínicos. A formulação clínica padrão (queixa 
principal, história da doença atual, história social, etc.) também 
deve incluir uma seção onde o clínico possa documentar 
preconceitos que possam surgir para o paciente específico com 
deficiência (e de forma mais ampla). 
 
 
 
 
44 
 
 
Epílogo 
 
s fatores causais relacionados à deficiência cognitiva 
são múltiplos e podem ser classificados da seguinte 
forma: genéticos, adquiridos (congênitos e de 
desenvolvimento), ambientais e socioculturais. Da mesma forma, 
em relação à classificação, a deficiência cognitiva tem como 
denominador comum um nível de funcionamento intelectual 
subnormal; no entanto, a incapacidade de um indivíduo para 
enfrentar as demandas estabelecidas pela sociedade para sua 
faixa etária trouxe quatro graus de gravidade: leve, moderado, 
grave e profundo. 
A primeira e mais importante é a aceitação pelos pais das 
limitações dos filhos e da impossibilidade de atingir a 
“normalidade”. Depois disso, deve-se considerar a idade de início 
do programa de reabilitação, a obtenção de um nível de 
produtividade contínua compatível com a deficiência, a existência 
de um grupo ao qual pertencer e, por último, o afeto incondicional 
dos pais. Afirma-se que os fatores supracitados reduzem as 
comorbidades psiquiátricas (depressão, ansiedade, 
comportamento) e encontra-se uma prevalência igual à da 
população sem deficiência; ou como disse um paciente a quem foi 
perguntado como é frequentar um centro de vida independente: 
“Sei que não posso ir para a universidade como meus irmãos e 
irmãs, mas posso fazer tudo o que eles podem fazer”. 
O 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Bibliografia consultada 
 
A 
 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico 
e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª EDIÇÃO DSM-5. Porto 
Alegre: Artmed, 2014. 
 
C 
 
CASARIN, S. Comportamento adaptativo. Disponível em: < 
https://soniacasarin.net/comportamentoadaptativo/#:~:text=Entend
e%2Dse%20por%20comportamento%20adaptativo,%2C%20 
escolar%2C%20profissional%20ou%20social.&text=As%20habilid
ades%20adaptativas%20dizem%20respeito%20%C3%A0s%20ex
pectativas%20de%20comportamento%20em%20determinado%20
ambiente. > Acesso em: 09 fev. 2022. 
 
 
47 
 
G 
 
GONZÁLEZ, A. M. A.; ALONSO, M. A. V. ÁLVAREZ, M. I. C.; 
MACHO, P. N.; ROMERO, V. A. Psychoeducational assessment 
of students with intellectual disability: professional-action 
framework analysis. Psicothema, v. 30, n. 1, p. 39-45, 2018. 
 
H 
 
HAQUE, O. S.; STEIN, M. A. 2020. Humanizing clinical care for 
patients with disabilities. In: from Part III - Disability in the 
Clinical Setting. I. Glenn Cohen, Carmel Shachar, Anita Silvers 
and Michael Ashley Stein. Ed. Cambridge University Press. 2020. 
 
R 
 
RAMÍREZ, J. P. Q. And inclusion became necessary: 
educational experiences in teaching-learning english as a 
 
48 
 
foreign language for students with intellectual disabilities in 
Colombia (2015-2020). Monograph Presented to the Program 
Licenciatura en Inglés como Lengua Extranjera Escuela Ciencias 
de la Educación Universidad Nacional Abierta y a Distancia 
(Colombia). 2021. 144 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49

Continue navegando