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Epix Objetivos = Tipos de epistaxe, Conduta, Diagnóstico, Tratamento CONCEITO Epistaxe é o sangramento proveniente das fossas nasais que é secundário a uma alteração da hemostasia do nariz. É a emergência mais comum na otorrinolaringologia EPIDEMIOLOGIA <10 anos e >45 anos. Necessidade de hospitalização aumenta com a idade, sendo incomum em crianças. Nota-se maior frequência no inverno, associado a modificações na mucosa nasal relacionadas às variações da temperatura e umidade e ao aumento na incidência de infecções de vias aéreas superiores e crises de rinite alérgica ANATOMIA Nariz tem mucosa muito vascularizada, oriunda de vasos provenientes do sistema carotídeo interno e externo Clinicamente a epistaxe pode ser dividida em anterior e posterior. 1) EPISTAXE ANTERIOR ★ Bem mais comum (90-95%) ★ Menor intensidade e mais autolimitada ★ Mais comum em crianças ★ Proveniente de uma rede de anastomoses na região anterior do septo nasal, chamada de PLEXO DE KIESSELBACH, localizado na área de Little. Nessa região tem a confluência de 4 artérias: o ramo nasal lateral da artéria esfenopalatina, o ramo septal da artéria etmoidal anterior, a artéria labial superior, ramo da artéria fácil e a artéria palatina maior 2) EPISTAXE POSTERIOR ★ Mais raro (5-10%) ★ Tendem a ser mais volumosos e necessitar de atendimento especializado ★ + comum em >40 anos ★ Artéria mais comumente envolvida é a ARTÉRIA ESFENOPALATINA ○ A a. esfenopalatina é o ramo da artéria maxilar, que por sua vez, é o ramo da carótida externa ○ Ela penetra na cavidade nasal pelo forame esfenopalatino, acima da região posterior no final da concha média, dividindo-se em a. septal e nasal lateral posterior ○ A. septal supre o septo e as paredes nasais superiores, e a nasal lateral posterior irriga os cornetos médio e inferior OBS: Ainda que bem menos frequente, a epistaxe pode ser proveniente das artérias etmoidais anterior e posterior, que são ramos da artéria oftálmica, que faz parte do ramo carotídeo interno. ETIOLOGIA Grande parcela dos casos está associada a comorbidades, mas também é frequente condições locais como trauma digital, corpo estranho, uso de medicamentos tópicos, drogas ilícitas, trauma nasal, perfuração septal, rinossinusite e neoplasias. As doenças sistêmicas associadas a disfunção plaquetária e de coagulação devem ser consideradas facilitadoras do sangramento nasal, incluindo distúrbios genéticos e adquiridos, neoplasias hematológicas, doença hepática ou renal, tabagismo e uso de medicações. A epistaxe é o principal sintoma de apresentação entre pacientes portadores de telangiectasia hemorrágica hereditária (THH) ou síndrome de Rendu-Osler-Weber, ocorrendo em 95% dos casos.. FISIOPATOLOGIA A fisiopatologia da epistaxe envolve alterações da fisiologia nasal, determinadas por estímulos extrínsecos ou intrínsecos (mecânicos, neurogênicos, alergênicos, físicos, químicos ou inflamatórios). Esses estímulos provocam modificações de volume sanguíneo, na função glandular local e integridade da mucosa, expondo, por consequência, a vasculatura e favorecendo a epistaxe. ABORDAGEM INICIAL - CONDUTA A maioria dos episódios de epistaxe tem início súbito, e, por isso, é importante localizar a origem do sangramento, sua gravidade e repercussão clínica. Deve chamar atenção quando o sangramento nasal for recorrente ou mais volumoso, por pode trazer instabilidade hemodinâmica e consequências como aspiração, infarto agudo do miocárdio, anemia, hipóxia e choque hipovolêmico. No atendimento inicial de um paciente com epistaxe, é importante a aplicação de algoritmos do tipo Advanced Trauma Life Support (ATLS): proteção da sua via aérea e avaliação precisa, e pronta estabilização de suas condições hemodinâmicas. Na anamnese deve-se tentar quantificar a intensidade do sangramento, a frequência, se é unilateral ou bilateral, se o paciente possui algum vício, faz uso de medicações ou se há histórico de trauma ou cirurgia nasal No exame físico inicial deve-se avaliar o estado geral do paciente e depois seguir com o exame geral, analisando a coloração das mucosas, hidratação, pulso, pressão arterial e frequência respiratória, além de buscar se há agitação psicomotora ou algum grau de ansiedade Logo em seguida, inicia-se o exame físico específico: 1) Avaliar se há epistaxe ativa, observando se há saída de sangue pelas narinas (epistaxe anterior) ou pela orofaringe, com oroscopia (epistaxe posterior) 2) Localizar a origem no sangramento nasal, com rinoscopia anterior ou endoscopia nasal Caso haja coágulos das fossas nasais, é aconselhado realizar uma aspiração cuidadosa 3) Ainda com a rinoscopia, buscar se existem alterações inflamatórias (sinusopatias), processos crônicos da mucosa nasal ou alterações anatômicas. Não esquecer se inspecionar a região do plexo de Kiesselbach, sendo a origem de muitos episódios de epistaxe Lembrar que a endoscopia nasal segue uma sistemática: septo, conchas, meato médio e recesso esfenoetmoidal. Os exames complementares que podem ser pedidos: hemograma e coagulograma - avaliar a situação hemodinâmica do paciente. Em casos de epistaxe recorrente, uma nasofibroscopia para avaliar a cavidade nasal e, em casos mais complicados, uma broncoscopia ou uma endoscopia digestiva alta podem ajudar. Exames de imagem são solicitados em casos específicos. Geralmente se pede tomografia computadorizada de seios paranasais para buscar sinusopatias, tumores, vasos nasossinusais e se houver trauma cranioencefálico com trauma de face. A angiografia pode ser usada para estudar os vasos da região nasossinusal e em suspeita de aneurismas arteriais, tumores vasculares ou sangramentos seletivos
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